quinta-feira, 31 de março de 2011

A dívida pública superou a barreira dos 90 por cento

In "PUBLICO.PT":

O défice público registado por Portugal durante o ano passado foi de 8,6 por cento, um valor que fica acima dos 7,3 por cento previstos pelo Governo. A dívida pública superou a barreira dos 90 por cento pela primeira vez.

Os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística confirmam que a inclusão das imparidades do BPN nas contas públicas e a inclusão no perímetro das Administrações Públicas de três empresas de transporte - a Refer, o Metro de Lisboa e o Metro do Porto - tiveram um impacto nos valores do défice e da dívida que são entregues a Bruxelas. A execução das garantias do BPP também teve impacto negativo. Sem a inclusão destes dados, o défice teria sido de 6,8 por cento, faz questão de afirmar o INE no seu comunicado à imprensa.


O INE precisa que, no caso da inclusão das empresas públicas (exigida pelo Eurostat), a revisão das contas tem impactos a partir do ano 2007. Para o ano de 2007, o efeito é de um acréscimo de 793 milhões de euros no défice, ou seja, mais 0,5 pontos percentuais. No que diz respeito às imparidades do BPN, o impacto negativo é de 1800 milhões de euros, cerca de um ponto percentual do PIB. O registo da execução das garantias do BPP custou ao défice mais 450 milhões de euros, ou seja, cerca de 0,3 pontos percentuais do PIB.


A dívida pública também foi afectada por estes factores e saltou para os 92,4 por cento do PIB em 2010.
O INE explica ainda que "recebeu uma Visita Diálogo do Eurostat nos dias 17 e 18 de Janeiro deste ano" e que "esta notificação reflecte, em parte, os resultados deste diálogo".


Para 2011, o Governo mantém uma previsão para o défice de 4,6 por cento e coloca agora a dívida pública já próximo dos 100 por cento do PIB, em 97,3 por cento.

quarta-feira, 16 de março de 2011

China suspende licenças para novas centrais nucleares

In "Económico":

Depois da Alemanha e da Suíça, foi a vez da China suspender a aprovação para a construção de novas centrais nucleares.

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A indústria nuclear continua debaixo de fogo, com o país com planos para construir o maior número de centrais a suspender as licenças para novas centrais.

Depois da Alemanha e da Suíça, foi a vez da China suspender a aprovação para a construção de novas centrais nucleares. "Até o plano de segurança nuclear ser aprovado, iremos suspender as licenças das novas centrais incluindo aquelas que estão em fase de pré-desenvolvimento", referiu o governo de Pequim citado pelo Financial Times.

A China era o país que mais iria contribuir para a expansão da energia nuclear. Planeava construir 40% dos novos reactores nucleares mundiais por ter neste tipo de produção um dos pilares da sua estratégia energética. Pequim anunciou ainda inspecções às centrais nucleares existentes.

A estratégia nuclear de Pequim foi um dos motivos que levou o urânio a apreciar na segunda metade do ano passado. No entanto, desde o desastre na central nuclear de Fukushima a matéria-prima tem vindo a sofrer perdas acentuadas na sua cotação. Só na última sessão perdeu mais de 14%. Segundo o Financial Times, entre as empresas mais prejudicadas pela decisão da China estarão mineiras como a Rio Tinto e a BHP Billiton.


Os mercados estão a encarar a catástrofe nuclear no Japão como o fim do renascimento desta forma de energia. Empresas que produzem reactores nucleares como a General Electric ou a Areva e eléctricas expostas à produção nuclear, como a EDF e a E.On, têm sofrido em bolsa com a crise nuclear no Japão. Por outro lado, as empresas de energias limpas estão a ser beneficiadas pelos investidores.

Ver:

The High Price of Merkel's Nuclear About-Face:

Chancellor Angela Merkel's decision to temporarily shut down seven nuclear reactors could cost the industry more than a half-billion euros and result in Germany not meeting its CO2 emission reduction goals. The rest of the world is taking a wait-and-see approach.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Endividamento dos países periféricos: Dívida pública e privada

In "resistir.info":

Razões do endividamento dos países periféricos: défices privados e UME


As turbulências financeiras na zona do euro são devidas:
- por um lado à crise financeira que eclodiu em 2007;
- e por outro, à natureza da União Económica e Monetária (UEM). A pressão sistemática exercida sobre os trabalhadores levou a um aumento das desigualdades em termos de competitividade e à emergência de um Centro e uma Periferia dentro da zona euro.


Países da periferia: Espanha, Portugal e Grécia (+ Irlanda, mas é necessária uma análise separada pelas características deste país). Os países da periferia não são tão competitivos e sofrem os constrangimentos de uma política monetária uniforme e de uma disciplina orçamental estrita.


Os défices da balança de pagamentos correntes mostrados pela periferia são o reverso dos excedentes do centro, principalmente da Alemanha. Estes défices, que podem corresponder a défices financeiros do sector privado ou do sector público, podem ser financiados por meios geradores de dívida (por exemplo, empréstimos) ou não geradores de dívida (por exemplo, Investimento Directo Estrangeiro). Mas na periferia , o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) não permitiu ao sector público registar défices; o défice da balança corrente é portanto devido principalmente aos défices privados, financiados na maior parte por empréstimos dos bancos do Centro.


Basicamente, a dívida dos países da periferia deve-se ao comportamento do sector privado no quadro da UEM. Incapazes de competir com o centro, os sectores privados endividaram-se junto aos bancos do centro, mas também junto a agentes internos, ficando as economias destes países amplamente “financiarizadas” desde a adopção do euro. O consumo experimentou um boom nestes três países e a Espanha viu crescer uma bolha imobiliária.


Dimensão da dívida


 
Dívida total
(pública e privada)
Milhões €
Dívida total
(pública e privada)
% do PIB
Dívida privada /
Dívida pública
Dívida externa /
Dívida interna
Espanha 5315 506% 87% / 13% 33 / 67
Portugal 783 479% 85% / 15% 49 / 51
Grécia 703 296% 58% / 42% 51 / 49


Dívida multiplicada por 2 ou 3 desde o início da união monetária europeia, principalmente devido ao crescimento da dívida privada. O Estado grego é, proporcionalmente, mais endividado por razões históricas e sociais.


A parte externa aumentou desde a entrada na UEM. Importância da parte externa da dívida da Grécia e de Portugal, devido ao facto de os mercados financeiros terem sobrestimado a sua solvabilidade e capacidade de contracção de empréstimos.


Fragilidade dos bancos


Bancos do centro, principalmente franceses e alemães, fortemente expostos por terem emprestado maciçamente às economias periféricas, têm financiado a compra de activos em dólares por dívidas em euros.


Pacotes de intervenção de Maio de 2010 destinados aos países periféricos, mas em última instância destinados aos bancos. O BCE forneceu liquidez aos bancos e começou também a comprar no mercado secundário dívidas públicas dos países periféricos para aliviar a pressão sobre estes bancos (NB: desde Maio de 2010, o BCE comprou 65 mil milhões de euros títulos da dívida pública). Estas intervenções acalmaram os mercados, mas não resolveram a crise. Os bancos continuam expostos.

...

Ver:

A eurozona entre a austeridade e o incumprimento

Dívida, expectativas e realidade:

Debt

RMF-Eurozone-Austerity-and-Default:

Figura12

Execução Orçamental JANEIRO 2011:

Receita total : 3.128.400.000€ (+393 M€ ; +14.4%)


Das quais :


Receitas fiscais : 2.797.700.000 M€ (+367 M€ ; +15.1%)
IRS : 954.400.000€ (+76 M€ ; +8.7%)
IRC : 206.500.000€ (+125 M€ ; +153.4%)
IVA : 962.400.000€ (+60 M€ ; +6.6%)
ISP : 210.300.000€ (+2 M€ ; +1.0%)


Despesa Total : 3.915.400.000 M€ (+33 M€ ; +0.9%)


Despesa Corrente Primária : 3.540.700.000€ (+6.2 M€ ; +0.2%)
Despesa de Capital : 269.800.000€ (+7.1 M€ ; +2.7%)
Juros e Outros encargos : 104.900.000 € (+17.7 M€ ; +23.1%)


Saldo : -787.000.000 M€ ( aprox. 0.5% PIB previsto em 2011 )

Dívida Pública Portuguesa

Perfect Storm XI_Printing money, the American way:

Comparação com os os EUA e o Japão:


Dívida
Estados Unidos –    14.199.700.798.900,75 USDollars – 100% PIB
Portugal             -      241.354.299.917,94 USDollars – 100% PIB
Japão                -    3.500.000.000.000,00 USDollars – 200% PIB

U.S. National Debt Clock:

U.S. NATIONAL DEBT CLOCK

The Outstanding Public Debt as of 10 Mar 2011 at 10:29:55 PM GMT is:

The estimated population of the United States is 310,177,047
so each citizen's share of this debt is $45,737.95.

The National Debt has continued to increase an average of
$4.11 billion per day since September 28, 2007!

 
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