terça-feira, 30 de outubro de 2007

O que é um warrant?

Um warrant é uma opção titularizada, ou seja, sob a forma de um título negociável, com cotação oficial, que garante ao seu detentor o direito, mas não a obrigação, de comprar (call warrants) ou vender (put warrants) um activo subjacente determinado a um preço pré-determinado numa determinada data futura. Ou seja, um warrant permite ao investidor ter exposição num determinado activo (acção, divisa, etc), mas apenas por uma fracção do capital que teria de desembolsar para investir no activo em causa.

 

Ver: ABC dos Warrants

 

Valor de um warrant:

Valor Intrínseco Call Warrant = (Spot - Strike) * Rácio

Um call warrant terá valor intrínseco só no caso de a diferença entre spot e strike ser positiva.

Valor intrínseco Put Warrant = (Strike - Spot ) * Rácio

Um put warrant terá valor intrínseco só no caso em que a diferença entre o strike e o spot for positiva, ou seja, quando o preço spot é inferior ao strike.

-onde Spot é o preço do activo subjacente

-e Strike é o preço de exercicio do warrant

O valor de um warrant alem do valor intrínseco inclui também incorporado no preço um valor temporal. Quando se trata de prever as flutuações de preços no futuro (a volatilidade, como chamam os especialistas) você, enquanto investidor, pode ter tantas hipóteses de sucesso quanto os profissionais que passam dias inteiros a analisar números nos departamentos de pesquisa dos grandes bancos. O preço de cada warrant já inclui uma estimativa dos movimentos previstos nos preços.

CRUDE OIL Jan 2008 (NYMEX:CL.F08)

-Evolução do preço do Futuro CRUDE OIL Jan 2008 (NYMEX:CL.F08)

 

Nota: Futuro  "É um instrumento financeiro derivado que permite investir e usufruir das evoluções positivas e negativas de um activo subjacente com determinado grau de alavancagem."

ou

"É um contrato normalizado que contém um compromisso de entregar ou receber certa quantidade de mercadoria (unidade de contratação) num momento futuro, especificando-se a qualidade, se disso é susceptível, o local de entrega, determinado pela Bolsa à qual pertence o contrato, o mês de entrega, o preço (especificando a flutuação mínima por contrato) e o número de contratos que se compram ou vendem. O cumprimento do contrato mediante entrega física da mercadoria realiza-se em casos muito raros, pois normalmente as operações cruzam-se, liquidando-se exclusivamente o lucro ou a perda, pela variação dos preços produzida no vencimento do contrato."

 

Ver: ABC de Futuros

Destituição de administradores: com ou sem (invocação de) justa causa

In "Jornal de Negócios Online"

Vamos ver hoje como é que os accionistas podem afastar os gestores das grandes sociedades, sem ter de esperar pelo fim do respectivo mandato. Antes, porém, lembre-se o leitor desprevenido que a destituição de membros independentes de órgãos sociais só é lícita se for apoiada numa justificação adequada e justificada.

Ver artigo completo em: Jornal de Negócios Online

O Nobel da economia de 2007

In "Jornal de Negócios Online"

O prémio Nobel da Economia de 2007 foi atribuído a três matemáticos (Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson) trabalhando na área da teoria dos jogos, na subárea do desenho de mecanismos.

Ver artigo completo em: Jornal de Negócios Online

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sobreviver à grande inundação de capital

In "Jornal de Negócios Online"

Apesar da recente turbulência nos mercados financeiros, a dinâmica de fundo da economia mundial mantém-se essencialmente inalterada. A grande questão não tem a ver com a forma de lidar com uma recessão, mas sim com a forma como poderemos sustentar a actual expansão global e os fluxos de capital inerentes.

Uma vez que se prevê que o mundo continue a crescer rapidamente, existem excelentes oportunidades de investimento que só serão financiadas se continuar a entrar capital nos países que conseguem usá-lo produtivamente.

A boa notícia é que alguns países dispõem de avultadas poupanças que pretendem investir noutros países, não se deixando desencorajar por oscilações de mercado de curto prazo. Com efeito, segundo as nossas estimativas, os influxos brutos (ou totais) de capital nos mercados emergentes passaram de 400 a 500 mil milhões de dólares [280 mil milhões a 350 mil milhões de euros] antes da crise asiática de 1997 para 800 a 900 mil milhões de dólares em 2007 e em 2008. Esses influxos deverão ascender a um bilião de dólares num futuro não muito distante.

Em retrospectiva, torna-se evidente que em 1997-98, a fraca regulação na banca e na área do “corporate governance” agravou a dimensão da contracção económica que se seguiu à “súbita interrupção” dos fluxos de capital. Mas, concretamente, de que forma incide isto na maneira como os países de baixos e médios rendimentos deveriam hoje fixar as suas políticas relativas às balanças de capital no meio da actual inundação?

Deve um país com fragilidades no seu sistema financeiro simplesmente evitar a entrada de capital? Se bem que agora seja mais difícil, os países continuam a poder escolher – pelo menos em certa medida – o seu grau de abertura aos influxos de capital. No entanto, o controlo do capital não é a única variável que determina a abertura financeira. A evidência sugere que outros factores, como a qualidade das instituições económicas e políticas, têm pelo menos a mesma imporância na determinação da quantidade de capital que um país atrairá. Mas o que determina o benefício que os países obterão com a globalização financeira?

Um recente estudo do Departamento de Investigação do FMI, realizado com base em dados dos últimos 30 anos para avaliar os efeitos da globalização financeira, transmite duas mensagens. Em primeiro lugar, os países devem usar de prudência em matéria de liberalização financeira externa quando o desenvolvimento do sector financeiro e a qualidade institucional estão abaixo dos limiares-chave. Por outras palavras, não se atire à água se não souber nadar.

Em segundo lugar, a prudência tem um preço: a abertura financeira pode, só por si, catalisar melhorias nos fundamentais que, por sua vez, potenciam os benefícios da globalização. Os controlos de capital, independentemente dos seus benefícios em termos de diminuição dos riscos associados aos fluxos de capital voláteis, são dispendiosos em vários aspectos. Por outras palavras, todos deveriam realmente aprender a nadar.

A primeira mensagem encontrará eco naqueles que acreditam que uma das principais lições da crise asiática de há uma década é a de que os países se abriram a determinados tipos de fluxos – nomeadamente dívida em moeda estrangeira – antes de estarem preparados para isso. Isso quer dizer que os países deveriam começar por fortalecer os seus sectores financeiros, e tudo o que diz respeito ao “corporate governance” nacional, e só depois abrirem a balança de capital.

Mesmo que os controlos de capital conseguissem isolar completamente um país das forças da globalização financeira, tal objectivo não seria desejável. A abertura ao investimento directo estrangeiro e a outros fluxos de capital não relacionados com dívida pode servir para impulsionar o crescimento económico sem efeitos secundários adversos na volatilidade macroeconómica ou um risco de crise. É isso que acontece nos países com fundamentais relativamente débeis e fortes ao mesmo tempo.

Assim, uma das conclusões a que chegamos é que os países que ainda não atingiram limiares de “segurança” adequados devem ser prudentes no que diz respeito à retirada dos controlos de capital, mas há, também, que sublinhar os enormes benefícios usufruídos por aqueles que superam esses limiares. Esta última situação, por sua vez, incentiva fortemente os países a tentarem superar as suas falhas institucionais, para poderem, assim, recolher os potenciais benefícios da liberalização financeira externa.

O facto de o capital actualmente fluir para inúmeros países, estejam ou não preparados para o receber, levanta algumas preocupações imediatas mais prementes. Existem enormes excedentes das balanças correntes nos mercados emergentes (o que constitui uma grande mudança desde 1997, quando a maioria desses mercados tinha défices). Com efeito, perspectiva-se que vários grandes exportadores de petróleo e exportadores de produtos asiáticos terão avultados excedentes durante muito tempo.

Este capital tem de ser investido em algum lado. Pensamos que o capital proveniente destes países está a fluir cada vez mais, não tanto “montanha acima”, para os países desenvolvidos (como aconteceu nos últimos cinco anos), mas mais “em torno da montanha”, para outros mercados emergentes e para países em desenvolvimento mais pobres. Mas estarão todos realmente prontos para receber tão grandes quantias de capital e para gerirem cuidadosamente o seu impacto macroeconómico?

O risco que actualmente se coloca não é o da iminência de uma crise, mas sim que os fluxos de capital surgidos da expansão global não sejam bem geridos, levando à criação de vulnerabilidades. Portanto, o perigo consiste na possibilidade de um bom número de intervenientes ser eliminado quando a festa acabar. E é difícil de saber quando é que isso vai acontecer.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Riqueza e cultura das nações

In "Jornal de Negócios Online"
Os economistas contemporâneos transformaram Adam Smith num profeta, tal como os regimes comunistas em tempos idolatraram Karl Marx. A principal doutrina que atribuem a Smith – de que os incentivos adequados, independentemente da cultura, produzem bons resultados – tornou-se no grande mandamento da economia. No entanto, esta visão é uma interpretação errada da história (e, provavelmente, uma leitura errada de Smith).

O crescimento dos tempos modernos resultou não de melhores incentivos, mas da criação de uma nova cultura económica em sociedades como a Inglaterra e a Escócia. Para conseguirmos que as sociedades pobres se desenvolvam, precisamos de mudar as suas culturas, não apenas as suas instituições e respectivos incentivos. Para tal, é preciso que mais pessoas dessas sociedades experimentem viver em economias desenvolvidas.

Apesar da crença quase universal, por parte dos economistas, na primazia dos incentivos, há três características da história mundial que demonstram a dominância da cultura. No passado, os governos de excelência – aqueles que incentivaram plenamente a sua população – andaram de mãos dadas com a estagnação económica. Os incentivos à actividade económica são muito melhores na maioria das economias pobres, incluindo as economias pré-industriais, do que em economias prósperas e satisfeitas, como as da Alemanha ou Suécia. A própria Revolução Industrial resultou de mudanças nas preferências económicas da população inglesa, não de mudanças em instituições.

A título de exemplo, a indústria têxtil do algodão, desenvolvida em Bombaim entre 1857 e 1947, operava sem quaisquer restrições laborais, com segurança total do capital investido, um sistema jurídico estável e eficiente, sem controlos sobre as importações ou exportações, liberdade de entrada dos empresários de todo o mundo e livre acesso ao mercado britânico. Além disso, o capital e mão-de-obra disponíveis estavam entre os mais baratos do mundo, numa indústria em que o trabalho representava mais de 60% dos custos de produção. As taxas de lucro de apenas 6% a 8% em inícios do século XX eram suficientes para incentivar a construção de novas fábricas têxteis.

Ainda assim, a indústria têxtil indiana não era capaz de competir com a britânica, apesar de os salários britânicos serem cinco vezes superiores. Os incentivos, por si só, não eram suficientes para haver crescimento.

No extremo oposto do espectro, a Escandinávia é bastante conhecida entre os economistas pelos seus elevados impostos e despesa pública. Os salários são tributados a uma impressionante taxa de 50% a 67%. A actividade económica está cercada de normas, regulamentos e restrições. No entanto, trata-se de economias bem sucedidas, produzindo tanto por trabalhador/hora como nos Estados Unidos e a um ritmo constante de crescimento.

Em contrapartida, na Inglaterra medieval, as tradicionais cargas tributárias sobre o rendimento do trabalho e do capital eram de 1%, ou menos, e os mercados laborais e de produtos eram livres e competitivos. Mas não havia crescimento económico. Apesar de os activos, como a terra, serem completamente seguros (na maioria das aldeias inglesas, a terra foi passando de proprietário para proprietário durante 800 anos ou mais, sem que houvesse contestação dos tribunais), os investidores tinham de receber retornos reais de 10% para manterem as terras.

A Revolução Industrial ocorreu num contexto em que os incentivos institucionais de base à economia se mantinham inalterados há vários séculos e, na verdade, vinham a piorar. Contudo, ao longo dos séculos as respostas a estes incentivos foram ganhando força gradualmente e o empreendedorismo consolidou-se. As oportunidades de lucro – decorrentes da conversão de terrenos comuns em terrenos privados – que existiam desde a Idade Média foram finalmente aproveitadas. As estradas que tinham permanecido praticamente intransitáveis devido à negligência vigente durante centenas de anos foram arranjadas e melhoradas devido aos esforços locais. A taxa de retorno exigida sobre os investimentos seguros desceu de 10% para 4%.

Assim, as determinantes cruciais da riqueza e da pobreza não são as diferenças nos incentivos, mas sim as diferenças na forma como as pessoas reagem a eles. Em economias bem-sucedidas, as pessoas trabalham arduamente, acumulam e inovam, mesmo quando não usufruem de grandes incentivos. Nas economias falhadas, as pessoas trabalham pouco, poupam pouco e mantêm-se fiéis a técnicas desactualizadas, mesmo quando os incentivos são bons.

De que forma poderemos transformar as culturas económicas das sociedades pobres para se parecerem mais com as ricas?

Os trabalhadores que transitam de uma economia pobre para uma rica adaptam-se rapidamente às convenções económicas da nova sociedade. Na indústria têxtil de inícios do século XX, por exemplo, a produção por trabalhador/hora dos funcionários polacos em Nova Inglaterra era quatro vezes maior do que a dos funcionários polacos que utilizavam as mesmas máquinas na Polónia. Um dos motivos para a migração ilegal das economias pobres para as ricas é a capacidade de muitos desses emigrantes se adaptarem à vida económica em economias ricas.

Os migrantes habituados às condições das economias bem-sucedidas são um núcleo potencial de industrialização das sociedades pobres. Mas esses trabalhadores normalmente optam por permanecer nas economias ricas. Um imigrante nigeriano qualificado nos EUA, por exemplo, tem mais oportunidades de futuro se permanecer lá do que se regressar à Nigéria. O fluxo de migrantes é feito integralmente das economias pobres para ricas, especialmente no que diz respeito aos trabalhadores com aptidões e instrução.

Assim, o desafio é conseguir um fluxo suficiente de regresso às sociedades pobres por parte daqueles que experimentaram as condições sociais de sociedades economicamente bem sucedidas. A ajuda às sociedades pobres sob a forma de programas concebidos para exporem os seus estudantes e trabalhadores à experiência de viver e trabalhar nos Estados Unidos antes de regressarem a casa será mais eficaz do que tentar tornar os governos e instituições dessas sociedades mais parecidos com os das economias avançadas. As pessoas estão em primeiro lugar.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

“Se não tivesse sido o imobiliário, teria sido outra coisa qualquer” a iniciar a crise financeira

In "Jornal de Negócios"

O antigo presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Alan Greenspan, considera que mesmo que não tivesse surgido uma crise no mercado hipotecário de alto risco ("subprime"), surgiria "outra coisa qualquer" a iniciar uma crise financeira internacional.

"Alguma coisa tinha de acontecer. Se não tivesse sido o imobiliário, a crise teria detonado noutro sector qualquer", afirmou Alan Greenspan, citado pela Bloomberg, à margem das reuniões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Washington.

O ex-presidente da Fed comentava o nível de endividamento elevado dos diferentes agentes económicos dos Estados Unidos (famílias, empresas, poderes públicos). "Esse endividamento não pode crescer eternamente", alertou o mesmo responsável.

"É o nível de dívida, e não a origem geográfica de quem financia, que provoca tensões no sistema financeiro", advertiu Greenspan.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Recorde histórico - Preço do petróleo supera 84 dólares nos EUA

In "Jornal de Negócios Online"

O preço do petróleo atingiu, em Nova Iorque, os 84,05 dólares, um novo recorde histórico, numa altura em que se teme que a Turquia invada o Norte do Iraque atrás dos rebeldes curdos. Na Europa, o "brent" está perto de voltar a superar os 81 dólares o barril.

O Norte do Iraque é a terceira região do mundo com mais reservas de petróleo no mundo e a principal fonte de produção actual, pelo que um conflito na região irá reduzir ainda mais a produção deste país, que já se encontra bastante afectada desde a entrada nas forças internacionais no seu território. Hoje em dia, o país é responsável por 2.075 milhões de barris de petróleo por dia.

O Governo turco está a tentar aprovar no Parlamento uma autorização para ir "caçar" os membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) se eles se decidirem refugiar no Iraque.

"Se os rebeldes se refugiarem no Norte do Iraque, o preço do petróleo vai subir", afirmou um analista à agência Bloomberg.

A tendência de subida do preço do petróleo voltou a sentir-se ontem, quando os EUA anunciaram uma inesperada quebra das suas reservas estratégicas de crude na semana passada em 1,6 milhões de barris.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Mil milhões fogem dos fundos

In "Correio da Manhã":

A crise nos mercados financeiros internacionais assustou os investidores portugueses que só no mês de Setembro desinvestiram mais de mil milhões de euros dos fundos de investimento. De acordo com os dados revelados ontem pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), os investidores resgataram 2 053 milhões de euros dos fundos nacionais e só reinvestiram 989,8 milhões nestes veículos de investimento.

...

O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) reconheceu ontem que a crise nos mercados financeiros acabou por ter uma dimensão maior do que a inicialmente esperada, mas sublinhou que a situação está numa “dimensão controlada”. Para Carlos Tavares, os problemas acabaram por funcionar como “um alerta para os investidores que hoje estão mais críticos” em relação às aplicações que fazem.

 
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