terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Seu dinheiro Não Existe

O dinheiro, como o conhecemos hoje, não existe. Hoje as noticias sobre o colapso financeiro em todo Mundo traduzem apenas a dificuldade que os bancos e as seguradoras têm em cobrar as suas dívidas e acompanhar as exigências da taxa de juro.

Os bancos funcionam graças à nossa confiança. Damos ao banco o nosso dinheiro para mantê-lo em segurança, e o banco, por sua vez, empresta-o a outra pessoa para ganhar dinheiro. Os bancos podem legalmente conceder crédito maior do que dispõem em dinheiro. Mesmo assim, a maioria de nós tem confiança total na capacidade dos bancos de proteger o nosso dinheiro e de o devolver quando o quisermos de volta.

Por que achamos melhor deixar nosso dinheiro num banco em vez de o colocarmos debaixo do colchão? Será apenas o facto de os bancos nos pagarem juros em algumas das contas? Será porque sabemos que se tivermos dinheiro no bolso, vamos gastá-lo? Ou será simplesmente a conveniência de poder passar cheques e utilizar cartões de débito em vez de carregar dinheiro?

E se o meu banco falir?

Há o risco de falência de um banco em Portugal?

A falência de um banco português é muito pouco provável.

O que aconteceria em Portugal se uma instituição de crédito entrasse em colapso?

Se tiver contas poupança, depósitos a prazo ou qualquer investimento num banco que entre em falência, não perde o seu dinheiro. Ou pelo menos, não a totalidade do dinheiro aplicado. O Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) (que funciona junto com o Banco de Portugal) assegura o reembolso até 25.000 mil euros, por depositante (e não por depósito).

Nos USA o equivalente ao nosso FGD é a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que, do mesmo modo, oferece a garantia para os primeiros $100 000 (cem mil dólares).

Para entendermos o que é hoje o dinheiro, e como é criado, tomemos o exemplo dos Estados Unidos da América, criador original do sistema que vigora em quase todo o Mundo que segue o sistema monetário capitalista.

Quem quer abrir um banco tem de depositar uma quantidade em dinheiro no banco central do país, aquele que é do estado e controla o sistema económico e monetário, alem de guardar as riquezas do Estado. Para abrir um banco, o seu banco, depositamos 1111 euros no Banco Central. Assim, que abrimos portas podemos emprestar até nove vezes o valor que depositamos no Banco Central. Assim, quando o primeiro cliente nos entrar pela porta e nos pedir 10 mil euros para comprar um carro, o seu banco pode emprestar esse dinheiro, uma vez que para tal está autorizado. Ora esses 10 mil euros não existem. São criados a partir da certeza do seu banco em que quem pede irá pagar os 10 mil euros que solicita e, mais, os juros e o spread que o seu banco cobra. Quando o José entrou pela porta do nosso banco e pediu 10 mil euros, a única coisa que o seu banco tinha era 1111 euros, mas a lei permite emprestar até nove vezes mais. Por isso, ao assinar o contrato de empréstimo são criados do nada, assim mesmo, os 10 mil euros. José, a pessoa que pediu o empréstimo, compra então o carro a Maria e paga com cheque. Maria recebe o cheque e vem depositar os 10 mil euros ao seu banco.

Neste momento, o dinheiro que foi criado pelo banco a partir do nada regressa à base. Porém esse dinheiro, que não existe em termos de valor (não é um quilo de ouro, uma galinha ou um terreno), assume o nome de “depósito”.

Aqui, as leis dos EUA, e por extensão as leis da maioria dos países do mundo ocidental, obrigam a que um décimo seja para uma reserva do próprio banco. O restante pode ser transformado em capacidade do banco para dar novos empréstimos. Assim, dos 10 mil euros recebidos, nove mil podem ser emprestados a outra pessoa, enquanto mil vão para os cofres. Se esses nove mil fizerem o percurso dos primeiros dez mil, se forem dados em empréstimo e regressarem depois sob a forma de depósito ao seu banco, o dinheiro criado a partir do primeiro empréstimo pode chegar aos 100 mil euros. Resultado, o banco, após várias transacções, chegará a um dos melhores negócios do Mundo: estará a cobrar juros sobre 100 mil euros que nunca existiram. O que existe de facto, são esses 1111 euros depositados como garantia no Banco Central. Mas o seu banco, sobre 100 mil euros, cobrará tranquilamente cerca de 20 mil euros de juros. Sem ter gasto mais do que aqueles 1111 euros.

Dá lucro, certo?

Ora, se imaginarmos que os bancos funcionam todos em circuito fechado, em que uns emprestam aos outros, o dinheiro fictício criado pelos bancos é tomado como bom pelos outros bancos e vice-versa.

Até ao dia em que tudo falha.

Imaginemos então que numa bela manhã uma dúzia de importantes clientes do seu banco vai à falência. Deixa de pagar a divida. Se deixa de pagar a divida, o seu banco deixa de receber. E se deixa de receber, fica sem lucro e sem dinheiro, porque o dinheiro que o seu banco tem é apenas a confiança de que o devedor pagará a sua dívida. Isto é, se as notas vão parar ao colchão, esse dinheiro, que não passa de divida, desaparece do circuito. Ora, uma quebra nos vasos comunicantes provoca a interrupção na troca de títulos de divida – que são as notas, moedas, cheques, etc… Conclusão, a quebra de fornecimento de dívida deixa o seu banco em pânico. Se não receber sobre o dinheiro que emprestou e quem pediu o empréstimo desaparece sem qualquer activo – uma casa, um carro, maquinaria ou terrenos -, não há qualquer hipótese de aplicar a dívida a um bem.

Quando qualquer pessoa pede a um banco um empréstimo sobre a compra de uma casa já sabemos que o dinheiro para a compra dessa casa não existe; mas a casa sim, tem existência física e pode ser “resgatada” como valor de dívida pelo banco – a pessoa fica sem a casa mas paga com a mesma a dívida contraída.

Ora, quando não se trata de uma casa mas sim de uma empresa financeira ou de serviços, o que vale no negócio é a capacidade de endividamento dessas empresas e os seus contratos e clientes. Mais grave, para estes clientes aquela capacidade do banco inventar dinheiro passa de 9:1 para 30:1 ou mais. Isto é, basta um depósito de 1000 para emprestar 30 mil. O banco afunda-se e o mercado financeiro vai abaixo. Tudo porque o dinheiro inventado pelo banco, à confiança do pagamento das dívidas, desaparece numa falência. Assim, o enorme monstro da dívida, que é o sustento de todo o dinheiro que existe, engole com tranquilidade e sem possibilidade de apelo as empresas, os bancos e as instituições de crédito, como seguradoras e imobiliárias.

Nos Estados Unidos da América o que tem acontecido é isto mesmo: as empresas imobiliárias Fannie Mae e Freddy Mac faliram porque os seus clientes não pagaram as prestações das casas e as próprias habitações caíram de valor. Os bancos como o Lehman Brothers faliram porque estavam só a tentar compensar perdas de juros e não tinham mais capacidade de endividamento. Outras empresas, como a gigante dos seguros AIG, também deixaram de ter liquidez.

A salvação, para grande alívio dos mercados, parece estar naqueles 1111 euros que estão, obrigatoriamente, de parte. É da Reserva Federal norte-americana, do Banco Central Europeu e do Banco Central do Japão que têm saído os milhares de milhões para salvar algumas empresas. Caso contrário, com a fragilidade dos mercados, um espirro em Wall Street, Nova Iorque, significava a morte certa de milhares de empresas em Portugal.

Referencias: Revista Focus nº 467

e http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/bancos-eua.htm

e http://radioclube.clix.pt/programacao/programas/cordodinheiro.aspx?d=22-09-2008

e http://www.thinkfn.com/wikibolsa/FDIC

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Actualização em 16-10-2008:

O Fundo de Garantia de Depósitos (FGD) passou a garantir o pagamento de depósitos no valor de até 100 mil euros, um montante quatro vezes superior ao 25 mil euros coberto até aqui. A informação consta da proposta de Orçamento do Estado para 2009.
Além da criação de uma garantia às emissões de dívida dos bancos portugueses, no valor de 20 mil milhões de euros “deu-se cumprimento ao acordado no Conselho ECOFIN sobre Fundos de Garantia de Depósitos, passando o respectivo limite de 25.000 euros para 100.000 euros e reduzindo-se os prazos dos reembolsos”, sublinha o documento.
Os ministros das Finanças da União Europeia acordaram em aumentar o limite mínimo destes fundos para 50 mil euros, deixando liberdade aos países para fixarem os valores pretendidos.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

'Auto-regulação', dizem eles

In "Jornal de Notícias":

Os fiéis do Deus-mercado parecem ter descoberto de repente as virtudes do Estado Social, devidamente adaptado aos valores da religião do lucro a qualquer preço, e que, em vez de apoiar os pobres, subsidia os ricos. Já tem um Papa. Chama-se Henry Paulson e cabe-lhe a duvidosa glória de ser um dos inventores do capitalismo de casino que agora bateu no fundo provocando a crise financeira que abala a Terra Prometida e arredores.

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U.S. House Rejects $700 Billion Financial-Rescue Plan

In "bloomberg.com":

Capitol Hill    Sept. 29 (Bloomberg) -- The financial-rescue plan intended to restore confidence in the U.S. banking system collapsed in partisan wrangling as the House of Representatives voted down the proposal backed by the Bush administration and congressional leaders of both parties.

Markets plunged as the House rejected, by a vote of 228 to 205, the $700 billion measure to authorize the biggest government intervention in the markets since the Great Depression. The Dow Jones Industrial Average fell 564 points, or 5 percent to 10,579, at 3:05 p.m. New York time.

The defeat of the legislation set off a scramble among the plan's backers for additional support before another vote, which likely won't come until later in the week.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Cavaco Silva abre sessão em Wall Street

In "NYSE, New York Stock Exchange":

NEW YORK, Sept. 25, 2008 – The New York Stock Exchange today welcomed His Excellency, Prof. Aníbal Cavaco Silva, President of the Portuguese Republic, to meet with NYSE Euronext executive management and ring The Opening BellSM at the New York Stock Exchange.

“We are honored to welcome His Excellency Aníbal Cavaco Silva to the New York Stock Exchange,”  said NYSE Euronext CEO Duncan Niederauer.  “Lisbon and Portugal are an important part of NYSE Euronext and Portugal is very much a part of our present and our future.”

...

NYSE Euronext markets are home to 55 listed issuers from Portugal with a total global market capitalization of approximately 158 billion euros (233.3 billion dollars) (as of Aug. 31, 2008).

Background about NYSE Euronext and non-US companies:
• As the world’s largest exchange group by number of listings and market capitalization, NYSE Euronext is home to over 6,400 listed issues representing a combined $26.7 / 17.1€ trillionin total global market capitalization, approximately four times that of any other exchange group.

71 of the world’s 100 largest companies listed on NYSE Euronext's markets.

• The NYSE is the premier U.S. listing venue for non-U.S. companies with 422 companies from 45 countries with a global market capitalization of $9.1 trillion. (As of Aug. 31, 2008)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Para que a próxima crise não seja pior

In "Jornal de Negócios Online":

A notícia da morte do capitalismo é bastante exagerada. O mercado financeiro está a ser violentamente atacado por um vírus e pode regressar mais forte, nem que seja porque todos o conhecemos agora melhor, incluindo aqueles que inventaram os novos activos ditos "tóxicos".

Pode ser cedo para tirar conclusões, mas uma é possível. O mercado adoeceu, mas não morreu. A sua nova vitalidade dependerá muito do que se fizer neste processo de salvação de quem se inebriou com a inovação financeira e de redesenho da regulação.
Não é uma visão optimista. As crises amadurecem os sistemas, e esta crise tem condições para fortalecer o funcionamento do mercado financeiro. Ficámos a conhecer melhor os seus limites e falhas. Ficaremos, por isso, a perceber melhor o que deve ser mais ou menos regulamentado e regulado. Os investidores passam a saber que têm de perguntar qual é o activo que estão efectivamente a comprar, quando digitam uma transferência para um qualquer fundo de investimento. E tão cedo não veremos olhar com desprezo para quem se fica pelo depósito a prazo ou pelo certificado de aforro.
Para já, os vencedores são aqueles que mantiveram regulações consideradas ultrapassadas e não se inebriaram pela elegância e sofisticação matemática de produtos financeiros que, afinal, poucos ou nenhuns conheciam bem. Países conservadores, como a Alemanha, estão hoje reforçados face aos Estados Unidos e ao Reino Unido.
Ninguém tinha percebido, até hoje, com quem ficava o risco do credor da banca não pagar, nas famosas operações de titularização. O banco vendia a carteira de crédito que tinha concedido para as famílias comprarem a sua casa ou irem até às Caraíbas. Dizia-nos – e os supervisores acreditavam – que o risco de incumprimento tinha ficado com quem tinha comprado, em regra bancos de investimento. Estes transformavam estes créditos em produtos de investimento e vendiam a quem tinha poupanças. Quem pode perder o dinheiro? Obviamente, quem aplica a sua poupança nesses produtos. Mas, sendo preciso convencê-los de que não havia risco, comprava-se um seguro que cobrisse o risco de incumprimento. Quem estava cheio desses seguros? Nem mais nem menos que a seguradora de dimensão global AIG. Estava, afinal, tudo, ou boa parte, pendurado na AIG. Caindo a AIG, tudo cairia, o que explica a decisão norte-americana de a salvar.
Que o mercado fique entregue ao mercado nos bons e maus momentos? A dimensão do colapso seria tal que se tornou impossível deixar o mercado entregue a si próprio. Todos, e especialmente os norte-americanos, tiveram demasiado presente a sua experiência na Grande Depressão. O seu presidente Hoover optou pelo "deixa cair" e lançou a economia dos Estados Unidos e o mundo na maior crise de que há memória.
Entre deixar cair e salvar de qualquer maneira vai uma grande distância. O Plano Paulson ou outra qualquer acção de salvamento não pode nacionalizar apenas os prejuízos e os activos tóxicos. Tem de ficar, como Paul Krugman defende, com activos rentáveis que possa depois vender e assim reduzir a pesada factura que vai cair sobre os contribuintes. Já que não o puderam condenar à falência, é preciso tudo fazer para entregar a factura ao infractor. Caso contrário, a próxima crise será ainda pior que esta.

Ver ainda: Sobre Mercado e regulação   e   Mercado e regulação(2)

Comissão Barroso - a avestruz de cabeça enterrada ...no casino

Sobre Off-shores: os infernos fiscais

Portugal quer "cluster" para a energia das ondas

In "PUBLICO.PT":

Se há 15 anos atrás a utilização da energia do vento era uma aventura no seu início, e a fileira eólica uma miragem longíqua, hoje há um cluster instalado, milhares postos de trabalho criados e 40 por cento da electricidade consumida é proveniente de fontes de energia renováveis.
“Esperemos que, daqui a 15 anos possamos estar a dizer o mesmo do aproveitamento da energia das ondas que hoje aqui começa”, vaticinou o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, na visita à plataforma instalada ao largo da Póvoa de Varzim, que ontem foi inaugurada.
Os empresários portugueses não estiveram à espera do repto ministerial e, ontem mesmo, a EDP e a Efacec anunciaram uma parceria para o desenvolvimento de projectos experimentais na área da energia das ondas, e a criação do consórcio Ondas de Portugal (detido em 45 por cento pela EDP, 35 por cento pela Enersis, e os restantes 20 por cento pela Efacec).

...

A segunda fase do Parque das Ondas prevê um investimento global de 70 milhões de euros, para a construção e colocação de mais 25 Pelamis, cuja capacidade de produção instalada poderá chegar aos 21 MW e abastecer 15 mil famílias. A intenção é a de que, nesta fase, 40 por cento da estrutura necessária já possa ser construída em Portugal, estando a Efacec na linha de frente para o realizar.

Artigo completo em: http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1343740

George Soros fala de uma "superbolha"

In "WSJ.com JUNE 21, 2008":

No seu ultimo livro, "The New Paradigm for Financial Markets" ele diz que nos últimos 25 anos desenvolveu-se uma "superbolha" que agora está a entrar em colapso.

Segundo George Soros, a queda dos preços dos imóveis será mais acentuado e irá além do que as pessoas esperam actualmente. Um dos possíveis cenários em que ele acredita é que poderá haver uma longa recessão mundial. Ele não imagina uma repetição do que aconteceu nos anos 30. Mas podemos ter uma repetição do cenário Japonês, de 10 anos de estagnação.

Preços das Casas, nos USA, estão a cair mais rápido do que na Grande Depressão

In "The Economist May 29th 2008":

A última edição do índice S&P/Case-Shiller (S&P/Case-Shiller national house-price index) mostrou uma queda de 14,1% no primeiro trimestre deste ano. Esta foi a maior queda nos 20 anos de publicação do índice.

Robert Shiller, um economista da Universidade de Yale e co-inventor do índice, elaborou uma projecção do índice para um século atrás. Isto mostra que a última queda, nos preços nominais, já é muito maior do que a queda de 10,5% em 1932, o pior ponto da Depressão. Durante o ano passado os preços das propriedades caíram 18% em termos reais.

Fed alerta para perigo de recessão

In "Agência Financeira":

EUA apresentaram hoje o plano de emergência no valor de 700 mil milhões.

O presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA, Ben Bernanke, alertou esta tarde para o risco da economia entrar em recessão, caso os mercados de crédito não comecem a funcionar correctamente.

«Acredito que se os mercados de crédito não estiverem funcionais, que postos de trabalho vão ser perdidos, a taxa de desemprego vai aumentar, mais hipotecas vão ser executadas, o PIB vai contrair-se, que a economia não será capaz de recuperar», afirmou Bernanke perante o Comité do Senado, avançou a «Bloomberg».

Recorde-se que, foi apresentado esta terça-feira o plano de emergência no valor de 700 mil milhões de dólares para estabilizar o sistema bancário dos EUA.

«O meu interesse é somente o fortalecimento e a recuperação da economia dos EUA», conclui.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Wall Street em forte alta com intervenção governamental

In "DiarioEconomico.com":

Os principais índices bolsistas norte-americanos seguem em alta, acentuando a maior subida em dois dias desde 1970, impulsionados pela limitação das operações de 'short-selling' imposta pelos reguladores britânico e norte-americano, bem como pelas medidas do Governo de George W. Bush para travar a crise do mercado de crédito.

Também o nosso  

PSI 20 teve hoje a melhor prestação de sempre

A confiança regressou à praça portuguesa, com os investidores eufóricos, a reagirem às medidas anunciadas pela Administração Bush para salvar o sistema financeiro e estabilizar os mercados accionistas. O índice de referência nacional valorizou 8,03%, o maior ganho diário de sempre. Teixeira Duarte, EDP, Zon, BES e BCP subiram mais de 10%.

Maior valorização até hoje, no PSI, foi de 7,19% em 1997.

O PSI 20 fechou a subir 8,03% para os 8316,61 pontos, em linha com os pares europeus, impulsionados pelas medidas anunciadas pelos Estados Unidos da América. O Secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o presidente da Reserva Federal (Fed) do país, Ben Bernanke, em conjunto com os líderes do Congresso, estão a desenhar um plano contra a maior crise financeira desde a Grande Depressão. O objectivo é limpar o balanço das instituições financeiras de Wall Street. Ao mesmo tempo, os reguladores norte-americano e britânico limitaram as operações de 'short selling', venda de instrumentos que ainda não se detêm na expectativa de queda das cotações, num esforço para acalmar a turbulência nos mercados, depois da falência do Lehman e do salvamento da American Internacional Group (AIG).

Em Lisboa, a EDP valorizou em 11,81% para os 3,021 euros, enquanto a Galp cresceu 7,39% para os 11,91 euros, com os preços do petróleo em alta.

Na  Banca, o BES subiu 10,16% para os 8,677 euros, acompanhado na subida pelo BPI, que disparou 9,75% para os 2,195 euros, e pelo BCP, que somou 10,03% para os 1,294 euros.

No sector das Telecomunicações, a Portugal Telecom subiu 5,06% para os 7,35 euros, a Zon aumentou 10,19% para os 5,245 euros e a Sonaecom cresceu 3,67% para os 1,7510 euros.

A liderar as subidas esteve no entanto a Teixeira Duarte, que avançou 14,03% para os 1,0320 euros, enquanto a Cimpor cresceu 8,54% para os 4,613 euros.

O volume total de negócios ascendeu aos 496 milhões de euros.

Convêm referir ainda que as Bolsas europeias registam ganhos recorde:

A bolsa russa registou uma forte valorização, com o principal índice do país, Micex, a ganhar mais de 25%.
Mas este desempenho foi seguido por todos as praças europeias.
O índice pan-europeu Stoxx50, que engloba as 50 maiores empresas europeias, encerrou a ganhar 9,32% para os 2.809,04 pontos.
O índice francês CAC40 foi o que encerrou com um maior ganho ao avançar 9,27% para os 4.324,87 pontos, seguido do Foostie inglês que ganhou 8,84% para os 5.311,30 pontos.
O IBEX espanhol valorizou 8,71% para os 11.557,90 pontos, o AEX em Amesterdão avançou 8,58% para os 381,83 pontos enquanto o DAX foi o índice que menos valorizou entre os principais índices europeus. Ainda assim, o índice alemão encerrou a negociação a ganhar 5,56% para os 6.189,53 pontos.

Sector bancário europeu impulsiona e ganha mais de 17%

Quanto ao Ouro regista maior queda desde 1980:

As medidas anunciadas pela Reserva Federal norte-americana e o Tesouro acalmaram os receios de falta de liquidez no mercado e levaram o ouro, que tem funcionado como investimento de refúgio, a registar a maior queda desde 1980.
Os futuros sobre o metal precioso para entrega em Dezembro caíram 7,6% para 828,50 dólares a onça, em Nova Iorque, o que representa a maior queda em quase 28 anos.
“O preço do ouro tem estado extremamente volátil nas semanas recentes, sendo empurrado para cima ou para baixo pelos movimentos dramáticos no mercado cambial, financeiro e de acções”, explicou um operador à Bloomberg.
Na passada quarta-feira o ouro tinha registado a maior subida em oito anos, para os 841,1 dólares a onça.

 

 

Artigo completo em: http://www.diarioeconomico.iol.pt/edicion/diarioeconomico/internacional/mercados/pt/desarrollo/1166821.html

e http://www.diarioeconomico.iol.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/mercados/pt/desarrollo/1166795.html

e http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=332064

e http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=332070

e http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=331996

A Nacionalização Salva o Capitalismo

In "FT.com":  "o fim do capitalismo americano tal como o conhecíamos":

'The US Federal Reserve announced that it will lend AIG up to $85bn in emergency funds in return for a government stake of 79.9 per cent and effective control of the company - an extraordinary step meant to stave off a collapse of the giant insurer that plays a crucial role in the global financial system. Under the plan, the existing management of the company will be replaced and new executives will be appointed. It also gives the US government veto power over major decisions at the company'.

85.000.000.000 de  dólares, é o valor do financiamento de emergência da Reserva Federal norte-americana à American Internacional Group, para evitar a falência da mesma, ficando o governo dos US com 79.9% da companhia.

Como defender as suas poupanças

In "DiarioEconomico.com":

O Diário Económico deixa-lhe algumas regras de ouro, para que o seu dinheiro consiga sobreviver à crise.
1. Reduza as despesas e  não aumente a dívida
Com a subida dos juros, pedir um empréstimo está mais caro. Sabendo que a melhor maneira de proteger o seu dinheiro é ter as suas finanças equilibradas, não continue a aumentar a sua divida. Deverá antes reduzir as suas despesas. Identifique os encargos desnecessários e elimine-os.
2. Aproveite para amortizar os créditos
Se tiver algum dinheiro de parte aproveite para amortizar os créditos, começando pelos que têm o juro mais elevado. Isto porque, mesmo que esteja a ganhar 4% ao ano num depósito, se tiver uma dívida com juros de 20%, está a perder dinheiro, uma vez que está a pagar um juro mais elevado do que o banco o remunera a si.
3. Crie um fundo de emergência
Deverá estar prevenido para situações imprevistas. O ideal é que consiga obter “uma margem entre três a seis salários brutos. Este dinheiro não deverá estar investido num produto com risco e, além disso, deve estar sempre disponível, ou seja, ter liquidez”, explicou João Sousa, economista da Deco.
4. Diversifique os seus investimentos
Diversificar a carteira de investimento é uma forma de reduzir o risco. O mesmo é dizer “não colocar os ovos todos no mesmo cesto”. Deve aplicar o seu dinheiro em vários activos, de diferentes sectores e regiões.
5. Invista a pensar no longo prazo
“Esta não é uma boa altura para investir no mercado accionista, a não ser que o faça num óptica de longo prazo. Ou seja, no mínimo cinco anos”, adiantou João Sousa. Isto porque, o tempo tende a diluir o risco. O responsável da Deco explicou ainda que, “historicamente as acções dão mais no longo prazo do que o rendimento fixo”.
6. Não entre em pânico
Numa altura em que reina um clima de desconfiança e de incerteza nos mercados, o receio de um efeito ‘tsunami’ amedronta os investidores. Daí que os especialistas recomendem “calma”. E foi essa a mensagem transmitida pelo presidente da Euronext Lisboa, Miguel Athayde Marques esta semana: “Temos de evitar momentos de pânico”.
7. Compare  e não invista  sem conhecer
Uma pesquisa cuidada é um dos truques. Comparar cartões, créditos ou instrumentos de poupança, e só depois optar pelos que oferecem as condições mais atractivas é o primeiro passo para ser bem sucedido.
8. Não corra atrás do mercado
Se entrar em pânico, o mais natural é que corra a vender acções, mesmo quando o mercado está a cair. Não se precipite. Nesta altura, vender não diminui os prejuízos.
9. Conheça o seu perfil de risco
Conhecer o seu perfil de risco significa saber qual a sua disponibilidade para assumir perdas. “O investidor deve ter a noção que para ter mais rendimentos tem de assumir mais risco”, disse João Sousa. Normalmente, o ADN do investidor classifica-se como: conservador, moderado ou  arriscado.
10. Planifique antes de agir
Quer se trate de um investimento ou da gestão do orçamento, a planificação é essencial. Nos investimentos, poderá começar por definir o horizonte, montantes e a liquidez do produto. No orçamento mensal, há que estipular quais os objectivos, seja para a reforma ou para a entrada de uma casa. É importante que anote diariamente as suas receitas e despesas.

Empresas de "catering" lesaram Estado em 172 milhões de euros

In "Jornal de Negócios":

É o maior cartel de sempre apanhado em Portugal. Sete empresas de 'catering' que fornecem refeições preparadas a escolas e hospitais terão lesado o Estado em 172,6 milhões de euros. Entre elas, cozinhavam os preços a apresentar nos concursos, trocavam informações comerciais e desta forma asseguravam dois terços do mercado de prestação de serviços de fornecimento de refeições.
A suspeita é da Autoridade da Concorrência (AdC), que iniciou as investigações em Fevereiro de 2007 e agora formalizou a acusação, a que o Negócios teve acesso. Segundo a acusação, o cartel era formado pela Gertal e Itau (ambas do grupo Trivalor), ICA e Nordigal (com os mesmos sócios), Eurest, Uniself e Sodexho.
Este caso representa o mais elevado ganho económico ilícito - mais de 172 milhões de euros - em resultado do cartel detectado pela AdC. Mas além disso, é também o primeiro processo em que, além das empresas, os próprios gestores são arguidos e podem vir a ser condenados ao pagamento de multas.
O caso ser pioneiro ainda porque a AdC pode determinar a aplicação, em simultâneo com a multa, da inibição das empresas condenadas em processos de cartelização de participarem em concursos públicos durante o prazo máximo de dois anos. Uma possibilidade aberta em Julho, com a entrada em vigor do Código dos Contratos Públicos.

 
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