terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2008 : A Crise Financeira

Trabalho da Antena 1 de análise à crise financeira que marcou o ano de 2008

Vídeo: Jornal de Negócios:

domingo, 21 de dezembro de 2008

'Esta crise é mais profunda e durável que a dos anos 1930'

In "resistir.info":

O LEAP/E2020 prevê que em Março de 2009 a crise sistémica global venha a experimentar um novo ponto de inflexão de uma importância análoga ao de Setembro de 2008. Nossa equipe considera com efeito que este período do ano de 2009 será caracterizado por uma tomada de consciência geral da existência de três importantes processos desestabilizadores da economia mundial, a saber:
1. A tomada de consciência da longa duração da crise
2. A explosão do desemprego no mundo inteiro
3. O risco do colapso brutal do conjunto dos sistema de pensão por capitalização.

...

Ver:  

Crise sistémica global: Novo ponto de inflexão em Março de 2009 — 'quando o mundo tomar consciência de que esta crise é pior que a dos anos 1930'

GEAB N°30 est disponible ! Crise systémique globale : Nouveau point d'inflexion en Mars 2009 'Quand le monde prend conscience que cette crise est pire que celle des années 1930'

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Concorrência multa panificadoras em 1,17 milhões de euros por combinarem preços

In "Jornal de Negócios":

pao_padaria_alimentos_peq A Autoridade da Concorrência condenou a Associação dos Industriais de Panificação de Lisboa (AIPL) ao pagamento de 1,17 milhões de euros por troca de informação sobre preços de venda de pão ao público.
A Autoridade da Concorrência concluiu, após inquérito instaurado na sequência de uma denúncia, que a AIPL adoptou uma decisão da associação de empresas com o objecto de impedir, restringir ou falsear a concorrência, através da troca de informação sobre preços, sendo-lhe aplicada uma coima no valor de 1.177.429,30 euros.   ...

Estados Unidos baixam taxa de juro para os 0,25 por cento

In "PUBLICO.PT":

A Reserva Federal norte-americana (Fed) baixou hoje em 0,75 pontos percentuais a taxa de juro de referência nos EUA, para os 0,25 por cento, uma decisão que surpreendeu os analistas.
Este corte foi maior que os 0,50 pontos percentuais esperado pelos analistas e baixa a taxa de referência dos EUA para um mínimo histórico.    ...

Ver:   Fed reduz juros para um intervalo entre os 0% e 0,25%

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Banco de Portugal está a apurar eventual impacto interno da fraude de Bernard Madoff

In "PUBLICO.PT":

O Banco de Portugal está a averiguar o grau de exposição do sistema bancário português à fraude de 50 mil milhões de dólares (37,5 mil milhões de euros) cometida pelo conhecido investidor de Nova Iorque Bernard Madoff.

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Ver:   Ex-presidente do Nasdaq acusado de fraude estimada em 50 mil milhões de dólares

Fraude de Madoff atinge Portugal

Santander tem exposição de 2300 M€ à fraude de Madoff

El fraude de Madoff alcanza ya a varios países europeos

Solbes cree que el 'caso Madoff' perjudicará la credibilidad de los bancos

BBVA reconoce pérdidas de 300 millones por la estafa de Madoff

Cien años de 'timo piramidal' o cien años de codicia humana

A Dona Banca

BES com exposição indirecta de 15 milhões de euros a Madoff

Veja aqui a lista das empresas afectadas pela fraude de Madoff, compilada pela Bloomberg

Actualização em 17-12-2008:

Multimilionária espanhola Alicia Koplowitz perde 10 milhões com escândalo Madoff:

A multimilionária espanhola Alicia Koplowitz, uma das mulheres mais ricas de Espanha, poderá ter perdido 10 milhões de euros devido ao escândalo Madoff. Koplowitz entregou este dinheiro a Madoff através da sua empresa de investimento Omega Capital e chegou a pedi-lo de volta em Setembro,  mas este nunca lhe foi devolvido.

IATA prevê perdas de US$2,5 mil milhões em 2009 – A pior perda de receitas da aviação mundial em 50 anos

In "resistir.info":

GENEBRA – A International Air Transport Association (IATA) anunciou a sua previsão para 2009: ela mostra uma perda de US$2,5 mil milhões para a indústria aeronáutica. Espera-se que todas as regiões, excepto os EUA, apresentem em 2009 perdas maiores do que em 2008.
A previsões a destacar são:

  • Espera-se um declínio de US$501 mil milhões nas receitas da indústria. Isto representa uma queda de US$35 mil milhões em relação às receitas de US$536 mil milhões previstas para 2008. Esta queda de receitas é a primeira desde os dois anos de declínio consecutivo verificados em 2001 e 2002.
  • Os rendimentos declinarão em 3,0% (5,3% quando ajustados às taxas de câmbio e inflação).
  • Espera-se um declínio de 3% no tráfego de passageiros , a seguir ao crescimento de 2% em 2008.
  • Espera-se um declínio de 5% no tráfego de carga , a seguir a uma queda de 2% em 2008. Antes de 2008, a última vez que o tráfego de carga declinou foi em 2001 quando se registou uma queda de 6%.
  • Espera-se que o preço do petróleo ronde os US$60 por barril (Brent) para uma factura total de US$142 mil milhões. Isto é US$32 mil milhões inferior a 2008, quando o preço médio foi de US$100 por barril (Brent).

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Ver:   TAP teve prejuízos de 170 milhões até Outubro

Preços da electricidade vão subir em média 4,9 por cento em 2009

In "PUBLICO.PT":

As tarifas de electricidade vão subir em média 4,9 por cento no próximo ano, com os consumidores domésticos a ter um aumento médio de 4,3 por cento, de acordo com a proposta aprovada pelo Conselho Tarifário da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos).

Ver:   Remuneração dos novos investimentos da REN será de 9,05% em 2009

Tarifas da electricidade sobem 4,9% em Janeiro

Défice tarifário supera os 2 mil milhões de euros em 2008

REN vai explorar energia das ondas

CMVM detectou "inside trading" com acções do BCP

In "Jornal de Negócios":

carlostavares_cmvm_m A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários detectou um caso de “inside trading” com acções do Banco Comercial Português, no âmbito das investigações efectuadas ao banco, tendo este caso sido denunciado ao Ministério Público.
De acordo com o comunicado com as deliberações do último Conselho Directivo, o regulador decidiu “denunciar ao Ministério Público indícios de um caso de abuso de informação privilegiada com acções do BCP”.
Este é assim mais um caso, no âmbito das investigações ao BCP, que originou já uma acusação por parte do Banco de Portugal, a três ex-presidentes e quatro antigos gestores do BCP.
A entidade presidida por Carlos Tavares deliberou ainda comunicar ao Ministério Público situações de subscrição de acções próprias por parte do banco. Esta prática estará relacionada com o facto de o BCP, alegadamente, ter comprado acções do banco com recurso a “off-shores” que recorriam a empréstimos do banco.
Na sexta-feira o BCP foi notificado da acusação decidida pela CMVM, também no Conselho Directivo de sexta-feira, no caso da prestação de informação financeira falsa ao mercado. Além do banco, o supervisor irá ainda fazer acusações individuais, prevendo-se que esta componente do processo fique concluída esta semana. Em causa está a possível inibição de funções de gestão de intermediários financeiros, uma pena acessória prevista no Código de Valores Mobiliários.

Ver:   BdP acusa três ex-presidentes e quatro antigos gestores do BCP

Banco de Portugal acusa três ex-presidentes e quatro ex-gestores do BCP

CMVM comunica à Procuradoria abuso de informação privilegiada

Banco de Portugal acusa sete ex-líderes do BCP de gestão ilícita

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ex-presidente do Nasdaq acusado de fraude estimada em 50 mil milhões de dólares

In "PUBLICO.PT":

nasdaq O antigo presidente da bolsa de valores Nasdaq, em Nova Iorque, foi detido ontem, acusado de ter montado um esquema financeiro fraudulento de proporções gigantescas. Bernard Madoff controlava fundos que acumulam prejuízos de 50 mil milhões de dólares (37,45 mil milhões de euros).
O gestor de 70 anos foi acusado de manter um esquema de pirâmide, em que pagava aos antigos investidores com o dinheiro que recebia das novas empresas que investiam na bolsa.
Segundo a BBC online, o administrador tinha confidenciado a pelo menos três empregados que o problema já tinha anos. O gestor disse que estava “acabado”, que não tinha nada e que “era tudo uma grande mentira”, acrescentando que o que aconteceu foi “um esquema Ponzi [esquema da pirâmide] gigante”.
Mardoff esperava entregar-se às autoridades depois de reunir entre 200 e 300 milhões de dólares (150 a 225 milhões de euros) para pagar a alguns dos funcionários, à família e aos amigos.
O administrador, que presidiu durante vários anos ao Nasdaq, fundou em 1960 a Bernard L.Madoff Investment Securities, uma corretora que gozava de grande prestígio e ele próprio era considerado um revolucionário no mundo da nova economia. Actualmente, o fundo geria 17,1 mil milhões de dólares (12,8 mil milhões de euros).
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Actualização em 15-12-2008: 

Banco de Portugal está a apurar eventual impacto interno da fraude de Bernard Madoff 

UMA D. BRANCA À ESCALA MUNDIAL

sábado, 6 de dezembro de 2008

Documentário da BBC defende cortiça portuguesa

In "Expresso":

Será exibido no próximo dia 9 um Documentário da BBC que defende a cortiça portuguesa.

Substituição das rolhas tradicionais em cortiça por vedantes alternativos nas garrafas de vinho ameaçará o ecossistema único garantido pelo montado de sobro, adverte o documentário da BBC.

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O montado de sobro é habitat de várias espécies vegetais e animais.

 

Cada vez que saca uma rolha de cortiça de uma garrafa de vinho está a contribuir para preservar um ecossistema único. Nas suas mãos, está o destino de rouxinóis, cegonhas-pretas, aves de rapina, linces e de uma das mais notáveis árvores do mundo. O que é que isto tem a ver com o vinho? Nada. Mas tem tudo a ver com a rolha. É que, ao optar pela cortiça em detrimento de outros vedantes (rolhas de plástico ou cápsulas de alumínio), está a preservar uma das mais importantes áreas de vida selvagem da Europa e uma cultura rural que dá sustento a mais de 60 mil pessoas em Portugal, defende um documentário que a BBC 2 irá exibir na próxima terça-feira.
Intitulado A Cortiça - Floresta numa garrafa, o documentário seguiu durante um ano a vida de Francisco Garrett, um alentejano cuja família colhe cortiça há cinco gerações, e mostra a importância da zona dos montados de sobro, que prosperam em solos pobres e secos. Além de ser a única árvore do mundo cujo casca pode ser removida periodicamente sem a matar (cresce novamente em nove anos), o sobreiro é local de nidificação de aves de rapina e de cegonhas-negras, propiciando ainda o desenvolvimento de algumas das raras flores selvagens da Europa.
O montado de sobro é ainda habitat de inúmeras outras espécies vegetais e animais, incluindo raridades como o lince ibérico, o felino mais ameaçado do mundo, morcegos, pequenos mamíferos, répteis, anfíbios e até uma centena de diferentes aves que ali se reproduzem.
"É este o elevado valor da cortiça colheita que tem origem nesta antiga paisagem protegida e na conservação da vida selvagem. Mas se rolhas de plástico e os revestimentos de plástico substituírem gradualmente a cortiça nas garrafas do nosso vinho, toda esta realidade pode estar prestes a mudar", alertam os autores do documentário num comunicado à imprensa. Os montados de sobro, sustentam, são não apenas vitais para um inestimável ecossistema mas também para o emprego numa região onde há poucas alternativas. "O futuro para a vida selvagem e para o povo do montado, em última instância, está dependente das escolhas que fazemos como consumidores de vinho".


Vedantes sintéticos não são perfeitos


Introduzidos em 1970, os vedantes alternativos (sobretudo cápsulas de rosca em alumínio, mas também vedantes de plástico) conquistaram já uma quota de 20 por cento de um mercado onde a cortiça era, até há poucos anos, quase hegemónica. Esta tendência tem sido alimentada sobretudo pelos produtores do "Novo Mundo" do vinho, como a Austrália, a Nova Zelândia e o Chile.
No caso dos revestimentos de alumínio, o documentário acusa-os de impedirem o vinho de "respirar" e concentrarem sulfuretos através dos quais a bebida pode adquirir o cheiro a ovo podre no momento em que a tampa é removida, um problema que afecta uma em cada 50 garrafas comercializadas no Reino Unido.
O documentário sublinha que desde 2000 que a indústria transformadora de cortiça investiu milhões de euros para eliminar o TCA, um químico que está na origem do aroma designado usualmente como o "sabor a rolha" do vinho e que tem prejudicado a reputação do vedante natural. O esforço, garantem os autores da investigação, levou a que o TCA fosse eliminado em 2006 das fábricas transformadoras, "pelo que os casos que possam persistir poderão dever-se a uma contaminação aquando do armazenamento pelos produtores e engarrafadores de vinho, e não pelo fabricante das rolhas".


A opção mais amiga do ambiente


A rolha de cortiça é também sugerida como a opção para aqueles que se preocupam com o ambiente: é a única que permite um encerramento biodegradável e com baixo consumo de energia. Estima-se ainda que os montados de sobro absorvam, por ano, 4,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Já os vedantes sintéticos, sendo derivados do petróleo e do plástico, indústrias altamente nocivas, são responsáveis pela criação de elevadas emissões de gases de efeito de estufa nos seus processos de produção e reciclagem.
Segundo um relatório do The World Wildlife Fund, três quartos das florestas de sobreiro do Mediterrâneo Ocidental poderão desaparecer num espaço de 10 anos, provocando a perda de cerca de 60 mil empregos nos países produtores de cortiça, com Portugal, o maior produtor mundial, à cabeça.
O documentário será exibido às 20h de dia 9 no programa "Natural World" (Mundo Natural) da BBC2, com repetição no domingo, dia 14, no mesmo canal. Foi produzido por Mike Salisbury e Paul Morrison, editado por Tim Martin e é narrado por Monty Don.

Alguns factos sobre a cortiça

  • Os gregos usavam cortiça há 2500 anos, mas, em Portugal, a extracção das rolhas a partir do sobreiro foi registada pela primeira vez em 1722.
  • Em Portugal, vendem-se todos os anos 15 mil milhões de rolhas de cortiça.
  • Hoje os montados de sobro cobrem 1.803.830 hectares de terras no país (32,5% do total da massa terrestre nacional)
  • Apenas 15% da cortiça colhida é utilizada em rolhas, mas estas representam quase 70% das receitas da colheita.
  • A esperança média de vida de um sobreiro é de 200 anos. Este pode ser descortiçado 15 a 18 vezes durante sua vida útil.
  • Em média um sobreiro produz o suficiente para 4000 garrafas por colheita.

    FONTE: A Cortiça - Floresta numa garrafa / BBC 2

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Petróleo em forte queda já negoceia abaixo dos 42 dólares

In "Jornal de Negócios":

petroleo_grd Os preços do petróleo acentuaram a tendência de queda e reforçaram os mínimos com o Brent a tocar em valores inferiores a 42 dólares. Esta é já a quinta sessão consecutiva em que o petróleo desvaloriza penalizado pelos receios de uma redução da procura devido à crise económica.
O West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, seguia a desvalorizar 7,05% para os 43,49 dólares e, em Londres, o Brent do mar do Norte, que serve de referência à economia portuguesa, negoceia nos 41,95 dólares, ao acumular uma queda de 7,68%.
Os dois mercados de referência reforçaram os seus valores mínimos que são, em ambos os casos, de Janeiro de 2005, acumulando já uma desvalorização superior a 70% desde que atingiu os máximos históricos superiores a 147 dólares no dia 11 de Julho deste ano.

Ver:   Petróleo deve quebrar barreira dos 25 dólares por barril em 2009

Actualização em 05-12-2008:

AIE corta previsões de procura de petróleo para 2009

Brent abaixo dos 40 dólares pela primeira vez em quatro anos

Matérias-primas no nível mais baixo desde há mais de seis anos:

milho_peq A queda dos preços do petróleo, do cobre e do milho colocaram o índice CRB Reuters/Jefferies, que engloba 19 matérias-primas, no mais baixo nível desde há mais de seis anos, devido aos receios que um agravar da recessão mundial possa reduzir ainda mais o consumo.
O CRB perdeu 3,3% na sessão de hoje, para 210,78 pontos, o que corresponde ao nível mais baixo desde 9 de Agosto de 2002. Os operadores têm estado a vender matérias-primas depois de ter sido divulgado que as empresas norte-americanas reduziram 533 mil postos de trabalho em Novembro, o que constituiu a maior perda de empregos desde 1974.
O petróleo desceu para o nível mais baixo dos últimos quatro anos, o cobre fixou-se no valor mais fraco desde Maio de 2005 e o milho está ao preço mais barato desde Outubro de 2006.
As “commodities” têm vindo a cair no segundo semestre do ano, penalizadas pelos maus dados económicos, como o maior desemprego, a queda da actividade industrial e o aumento das perdas na banca – o que leva os investidores a venderem energia, cereais e metais por recearem uma diminuição do consumo.
O CRB já caiu cerca de 55% desde o máximo histórico atingido a 2 de Julho e caminha para a maior queda trimestral desde pelo menos 1956, refere a Bloomberg.
“Neste momento, todos estão a tentar sair dos mercados”, comentou à Bloomberg o presidente da Marketfield Asset Management, Michael Aronstein, que previu em Junho – acertadamente – que os preços das matérias-primas iam cair. “As pessoas estão a sair o mais depressa que podem”, acrescentou.
Em declarações recentes ao Negócios, Aronstein estimou que os preços da maioria das “commodities” não voltarão a atingir os máximos deste ano. Pelo menos durante várias décadas. “Não tenho a certeza quanto ao curto prazo, mas estou convicto de que os elevados preços deste ano provarão ser os máximos do resto deste século”, comentou.
“Os incentivos para substituir uma tecnologia com 100 anos de idade (motores de combustão interna de combustível derivado dos hidrocarbonetos) são enormes e há tanto talento e capital a dedicar-se ao problema que acredito que dentro de 10 anos vamos usar menos de 75% da gasolina que é utilizada agora e que dentro de 15 anos essa utilização provavelmente cairá para menos de 50%”, afirmou Aronstein ao Negócios.
Segundo este responsável, a produção agrícola vai expandir-se muito rapidamente e os metais industriais verão as suas reservas aumentar, uma vez que os investimentos feitos nos últimos três anos começarão a dar os seus frutos. Mas, “no futuro imediato, a procura por parte dos mercados emergentes ficará muito aquém da expectativa geral”, alertou.
Christoph Eibl, gestor da Tiberius Asset Management, considera que os investidores devem evitar matérias-primas industriais até 2010, porque a recessão global vai reduzir fortemente a procura de cobre e de energia. “Você não vai querer ter posições em nada que tenha uma elevada correlação com a economia”, afirmou à Bloomberg.

BCE anuncia a maior descida de juros de sempre para os 2,50%

In "Jornal de Negócios":

bce_jean_claude_trichet_grd O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a maior descida de juros de sempre para a Zona Euro. O corte foi de 75 pontos base, colocando o preço do dinheiro nos 2,50%. A descida acabou por superar a média das estimativas, mas foi de encontro à estimativa de vários economistas que consideravam que um corte inferior ao anunciado hoje era insuficiente para fazer face à actual conjuntura.
O BCE acabou de anunciar uma descida de juros de 75 pontos base para os 2,50%, este é o nível mais baixo desde Março de 2006, altura em que a autoridade monetária tinha em curso um ciclo de subidas de juros.
O mercado já estava a antecipar um novo corte. A média das respostas dos economistas apontava para uma descida de 50 pontos, mas o número de especialistas que antecipavam um corte de 75 pontos para os 2,5% aumentou nos últimos dias, devido aos dados económicos divulgados recentemente.
Com a taxa de inflação a cair e a economia a dar sinais de uma forte deterioração, alguns economistas esperavam que o BCE tivesse uma postura mais agressiva no que respeita ao corte de juros, o que acabou por acontecer.
O presidente da autoridade monetária, Jean-Claude Trichet, vai discursar às 13h30, hora de Lisboa. O responsável deverá revelar as novas previsões macroeconómicas para a Zona Euro, com as previsões a apontarem para revisões em baixa das estimativas da autoridade monetária.
Entre aqui para ouvir o discurso de Trichet

Ver:   Próximos cortes do BCE deverão ser de 25 pontos base

Bancos centrais cortam taxas de juro para estimular crescimento económico:

  Taxa de juro actual Taxa de juro anterior
Zona Euro 2,50% 3,25%
Estados Unidos 1% 1,5%
Reino Unido 2% 3%
Suiça 1% 2%
Noruega 4,75% 5,75%
Austrália 4,25% 5,25%
Nova Zelândia 5% 6,50%
Indonésia 9,25% 9,50%
Tailândia 2,75% 3,75%

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Estado da Califórnia a caminho da Falência...

In "Think Finance":

Se nada for feito a Califórnia poderá caminhar para a falência.
vejam aqui:
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=a25hObRoXPM8&refer=home
Dec. 1 (Bloomberg) -- California Governor Arnold Schwarzenegger, saying his state is going broke, declared a fiscal emergency and ordered the incoming class of lawmakers into a special session to fix a widening $11 billion deficit.
“Without immediate action, our state is heading for fiscal disaster,” Schwarzenegger told reporters today in Los Angeles.

...

Ver:   Re: Estado da Califórnia a caminho da Falência...

Plano para uma nova ordem financeira internacional

In "Jornal de Negócios":

Com vista a restaurar a confiança e a liquidez nos mercados bancários, os políticos tiveram de adoptar medidas decisivas, a saber: injecção de capital e garantias sobre os empréstimos interbancários.

Ironicamente, o mundo da banca encontra-se actualmente a competir numa prova que visa a obtenção de maiores rácios de capital, o que contrasta com a corrida que visou a redução dos rácios de capital e deu origem, em 1988, ao regulamento relativo aos requisitos mínimos de fundos próprios, conhecido por Basileia I. Com vista a restaurar a confiança e melhorar o posicionamento competitivo dos seus mercados financeiros internos, foram impostos rácios de capital muito maiores, primeiro, no Reino Unido, uma medida que acabou por ser seguida imediatamente pelos países da UE localizados no continente, pelos Estados Unidos da América e pela Suíça. Os líderes políticos convocaram agora uma conferência internacional com vista a estabelecer uma nova ordem financeira internacional, ao mesmo tempo que alguns defendem a constituição de uma entidade reguladora supranacional.
Tendo em conta que algumas destas questões – a adequação de fundos próprios e o regulador supranacional – já foram anteriormente analisadas, especialmente no contexto do Mercado Único Europeu criado em 1992, seria útil sintetizar primeiramente as conclusões obtidas através deste material. A seguir, deveriam ser apresentadas propostas concretas para uma nova ordem financeira internacional.
Apresentam-se seguidamente as duas principais conclusões retiradas do material em análise:


1. Adequação dos fundos próprios

2. Regulador supranacional

...

Seis bancos nacionais emprestam 450 milhões de euros ao BPP

In "Jornal de Negócios":

Um consórcio de seis instituições financeiras vai emprestar 450 milhões de euros ao Banco Privado Português (BPP). Os maiores contributos serão financiados pela CGD e pelo BCP. Em contrapartida, o Estado vai conceder uma garantia aos bancos credores e para isso vai penhorar activos do BPP no valor de 672 milhões de euros.
A informação foi divulgada pelo Banco de Portugal, que esclarece que os bancos que vão emprestar dinheiro ao BPP são a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco Comercial Português (BCP), o Banco Espírito Santo (BES), o Banco Santander Totta, o Banco BPI e o Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.

...

Ver:  Gente grada

Accionistas devem ter maior controlo sobre as remunerações dos administradores

In "Jornal de Negócios":

Carlos_Tavares_CMVM O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) defende um maior controlo dos accionistas sobre as remunerações dos administradores. Carlos Tavares diz mesmo que este é um dos domínios no qual há lições a retirar da actual crise.
O presidente do orgão regulador do mercado português recomenda que “haja um controlo muito próximo dos accionistas sobre a estrutura das remunerações e sobre os incentivos que são dados aos administradores e executivos”.
A CMVM apresentou hoje o relatório anual sobre o Governo das Sociedades Cotadas em Portugal em 2008 que conclui que existem algumas recomendações sobre o bom governo das empresas que são praticamente ignoradas.
É o caso da divulgação da remuneração individual dos membros do conselho de administração, seguida apenas por três empresas. Além disso, só 34% das cotadas submete a política de remunerações à assembleia geral de accionistas.
Carlos Tavares defendeu, à margem da conferência de apresentação do relatório um “maior controlo dos accionistas sobre as remunerações dos administradores”.
“Pensamos que há progressos a fazer nesta matéria”, disse acrescentando que “é desejável que os mecanismos de controle de riscos e de comunicação de irregularidades dentro das empresas seja melhorado”.
O presidente da CMVM acredita que são estes alguns dos domínios mais relevantes nos desencadear da crise global do sistema financeiro e avançou que o orgão regulador vai emitir novas recomendações sobre este assunto.
“Vamos desafiar a que os accionistas exerçam de facto o seu papel de controlo das sociedades”, disse
Questionado sobre se as remunerações pagas aos administradores em Portugal são demasiado elevadas, Tavare diz que a CMVM “não tem de questionar o nível das remunerações, mas sim a forma como são decididas”.

 

Ver:   Cotadas melhoram governo das sociedades

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Paul Krugman: The greatness of Keynes …

In "NYTimes.com":

ts-krugman-190   … is illustrated by the trouble people who consider themselves well informed have, to this day, in understanding the basic principles of how a depressed economy works.

The key to Keynes’s contribution was his realization that liquidity preference — the desire of individuals to hold liquid monetary assets — can lead to situations in which effective demand isn’t enough to employ all the economy’s resources. When you don’t understand that principle, you end up writing stuff like this:

Obama’s “rescue plan for the middle class” includes a tax credit for businesses “for each new employee they hire” in America over the next two years. The assumption is that businesses will create jobs that would not have been created without the subsidy. If so, the subsidy will suffuse the economy with inefficiencies — labor costs not justified by value added.

That is, if the private sector wouldn’t have created a job on its own, that job shouldn’t have been created — whereas the real choice is between having workers doing something and being uselessly, destructively unemployed.

From the same article, we have this:

In a forthcoming paper, Ohanian argues that “much of the depth of the Depression” is explained by Hoover’s policy — a precursor of the New Deal mentality — of pressuring businesses to keep nominal wages fixed.

I’ve already pointed out how Keynes disposed of the money-wage argument, way back in 1936.

Why do people still fail to get Keynes, after all these years? Keynes might have said that it’s the inherent difficulty of the concepts:

For—though no one will believe it—economics is a technical and difficult subject.

But there’s also the Upton Sinclair theorem:

It is difficult to get a man to understand something, when his salary depends upon his not understanding it.

OS CÚMPLICES, OS HOMENS DE MÃO E OS INOCENTES SEDUZIDOS

In "O Jumento":

Oliveira e Costa não é o primeiro banqueiro preso em Portugal, nem o segundo, se contarmos com a banqueira do povo. O primeiro banqueiro a ser preso e, posteriormente, condenado foi Artur Virgílio Alves Reis. Em Dezembro de 1925, na sequência da descoberta de notas com numeração duplicada na filial do Porto do Banco Angola e Metrópole, Alves Reis foi detido no barco em que regressava de uma triunfal digressão por Angola onde, em nome do seu banco, celebrara diversos contratos de investimento, inclusive com o alto-comissário Rego Chaves.

...[Público assinantes]

domingo, 30 de novembro de 2008

Procuradora Cândida Almeida diz que inquérito parlamentar ao caso BPN é negativo

 

In "PUBLICO.PT":

A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) Cândida Almeida, disse em entrevista ao “Diário de Notícias” e à TSF que o inquérito parlamentar ao caso BPN, do ponto de vista puramente técnico-jurídico, é “negativo”. A procuradora indicou ainda que a Polícia Judiciária foi afastada das investigações da Operação Furacão porque “houve situações” que obrigaram o Ministério Público a prescindir dessa colaboração.

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O processo Operação Furacão refere-se à suspeita de fraude fiscal agravada, abuso de confiança qualificado e branqueamento de capitais que poderão ter lesado o Estado Português em mais de 200 milhões de euros.

 

 

Ver:   PJ afastada da “Operação Furacão” porque «houve problemas»

'Operação Furacão': Afastamento da PJ tem de ser explicado

BPP pagou um milhão a gestores

In "Correio da Manhã":

Os quatro administradores do Banco Privado Português (BPP), instituição bancária especializada na gestão de fortunas que atravessa uma grave crise financeira, receberam, em 2007, mais de um milhão de euros em remunerações e acções do banco atribuídas pelo próprio BPP.

Sovena planta maior olival da Europa

In "EXPRESSO assinantes":

FCAP-e016 São números pouco usuais no sector da agro-indústria em Portugal. A Sovena, do grupo familiar liderado por Jorge de Mello (dono da marca Oliveira da Serra), está a plantar 10 mil hectares de olival no Alentejo, o que fará deste projecto o maior da Europa e um dos maiores do mundo.

As plantações, maioritariamente de regadio, ficarão distribuídas por Ferreira do Alentejo, Elvas e Aviz. Mais de 3000 hectares já estão plantados e mais de 4000, comprados ou arrendados, em processo de plantação. O investimento é de €200 milhões, mas poderá aumentar à medida que se for avançando no processo. Além do olival, serão também construídos lagares em cada um dos pólos de produção. A meta dos 10 mil hectares será atingida no final do próximo ano.

Trata-se de uma mistura de olival intensivo e superintensivo, o que significa que pode ter entre 280 a 2000 oliveiras por hectare. A produtividade pode chegar aos 2000 quilos por hectare, contra os 750 no olival tradicional.

Razões para esta aposta da Sovena, que até aqui apenas embalava e comercializava azeite? “Essencialmente duas: qualidade da produção e segurança no abastecimento”, explica Luís Santos, director de marketing da empresa.

É o fecho do ciclo, com a entrada do grupo na produção, e que espera dentro de dois/três anos poder ter a marca Oliveira da Serra totalmente abastecida pelo seu próprio azeite.

Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, uma entidade que representa 95% dos azeites de marca em Portugal, confirma que de facto estamos perante um dos maiores projectos de olival do mundo. Muito maior, por exemplo, que os olivais que os grupos espanhóis Bogaris e Peinsa querem desenvolver em Portugal e no Chile, respectivamente, ambos da ordem dos 5000 hectares.

“Esta aposta na produção tem sido muito importante para nós, nomeadamente em matéria de controlo da qualidade dos azeites. Por outro lado, ficamos menos expostos a variações do preço do azeite”, nota o director de marketing da Sovena. Recorda, por exemplo, que no ano passado houve azeites a 5 euros e este ano a 2,5 “e nada nos diz que no próximo ano seja exactamente o contrário. As variações de produção podem implicar variações de qualidade e de preços e nós não queremos ser alvo disso”, acrescenta o mesmo responsável.

Investimento a longo prazo

Explica que o investimento no olival é claramente de longo prazo e que a empresa beneficia do facto de pertencer a um grupo familiar, cujo accionista demonstra “um elevado nível de alinhamento em relação à equipa de gestão”. Ou seja, há um entendimento claro e consensual quanto à estratégia a seguir.

“Eu acho que se está a passar no olival o mesmo que se passou no vinho há uns anos, nomeadamente em matéria de gestão. E a verdade é que cada vez temos mais azeites portugueses a marcar presença e a ganhar prémios em concursos internacionais”, sublinha Luís Santos.

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sábado, 29 de novembro de 2008

Um novo fantasma ensombra a crise - A queda dos preços

In "EXPRESSO assinantes":

Inundar com dólares o sistema passou a ser a terapia.


F1-E068

 

Um novo palavrão do ‘economês’ entrou em cena: deflação. Há poucos meses, quando o petróleo e as matérias-primas fizeram disparar os preços em todo o mundo, a inflação era o inimigo público.

Só que, desde Julho, quando se iniciou o choque petrolífero ao contrário, a situação alterou-se. Nos EUA, em Outubro, o índice de preços desceu 1% - a maior queda mensal desde 1947, quando começou a série deste indicador.

Jean-Claude Trichet, BCE

A deflação passou a ser uma ameaça que levou as autoridades a reclamar a necessidade de baixar ainda mais as taxas de juro nominais, gerando uma oferta de dinheiro a taxas reais negativas. Uma terapia usada no Japão a partir de 1999 e cujos resultados foram uma estagnação prolongada.


F2-E068

O presidente da Reserva Federal (Fed) parece seguir um guião baseado num artigo científico que publicou em 2004, em que previa o uso sucessivo de diversos truques financeiros em conjugação com a baixa da taxa de referência até 0%.

Nos EUA, a consequência desta política monetária agressiva foi uma queda da taxa directora do dólar (a «fed funds rate») efectiva até valores inferiores a 0,5%, apesar da meta ser de 1%. É que, ao contrário do Banco Central Europeu (BCE), que fixa um valor para o juro a cobrar aos bancos, a Fed define um objectivo e intervém no mercado para o atingir.

Ben Bernanke, Fed

Liquidez armadilhada


Um dos perigos destas injecções maciças de liquidez e da descida dos juros é a ‘armadilha de liquidez’. Um conceito introduzido por John Keynes e que representa uma situação em que as alterações nas taxas de juro deixam de ter efeito na economia.

Richard Portes não considera a deflação uma ameaça real para EUA e Europa, mas reconhece que a política monetária pode estar a perder a eficácia, ainda que por razões diferentes do Japão. “Os bancos querem liquidez, precisam de aumentar a sua base de capital e não confiam uns nos outros - três boas razões para não emprestarem”, explica o professor da London Business School e presidente do Centre for Economic Policy Research (CEPR).

Também Paul de Grauwe considera o risco de deflação na Europa e EUA “relativamente baixo”, mas avisa que “não pode ser completamente excluído”. Para o economista belga, a zona euro está já a viver uma armadilha de liquidez: “Tem a forma de bancos sentados numa pilha de liquidez e a não a usarem para aumentar o crédito. A melhor maneira de a ver é o facto da base monetária (a liquidez criada pelo banco central) aumentar muito rapidamente enquanto a massa monetária (M1 - moeda e depósitos) não se alterar”.

 

Dinheiro a rodos nos EUA


A Fed já induziu um salto no crédito total jamais observado: de uma média de 885 mil milhões de dólares em Agosto para cerca de 3 biliões este mês. E as reservas nos bancos aumentaram 14 vezes nos últimos dois meses.

Mas onde pára esse dinheiro? A resposta do académico Jeremy Siegel é simples: ou foram sugados pelo buraco negro dos produtos tóxicos existentes nas contas dos bancos ou ‘dormem’ nas tais reservas. “Julgam que estão a emprestar (à economia real)? Não. os bancos estão sentados no dinheiro”, diz Siegel. O analista John Kemp adianta mais um dado: muito desse dinheiro está a ser reciclado pelos bancos re-emprestando-o à Fed.

A solução para combater a crise, principalmente com uma política monetária sem grande poder de fogo devido à fraca cooperação da banca, é trazer para o campo de batalha todos os trunfos. “A única forma de lidar com o problema é com uma combinação das políticas monetária e orçamental”, garante De Grauwe. É que a crise continua a agravar-se e não é tempo para deixar armas de política económica guardadas na gaveta.

J.S. e J.N.R.


O que é a deflação?

Chama-se deflação a um processo de descida dos preços ou, o que é equivalente, de taxa de inflação negativa. É um fenómeno que está normalmente associado a fases recessivas do ciclo económico em que existe excesso de capacidade produtiva mas pode também ser causado por falta de oferta de moeda. Um exemplo clássico é o Japão entre 1995 e 2005, depois do colapso dos valores dos activos em 1991 e 1992 e da entrada em crise anunciada por um célebre discurso de Akio Morita, que ficou conhecido como o «choque Morita». A política de descida das taxas de juro até próximo dos 0% foi iniciada em 1999 e as injecções de liquidez a partir de 2001. O resultado foi a estagnação económica e a saída da deflação só se verificou em 2006. Recentemente, o Banco do Japão teve de mexer na taxa de juro, baixando-a para 0,3%, o que já não acontecia desde 2005. Como a inflação na terra do Sol Nascente ainda é de 2,4%, isso significa que o dinheiro está a ser emprestado a taxa negativa.

Monges do Templo de Shaolin rendem-se à economia de mercado

In "PUBLICO.PT":

Numa iniciativa arrojada, considerando que tem origem num mítico templo budista, os monges de Shaolin tomaram em mãos a gestão de quatro templos de Kunming, na província de Yunnan, por um período de 20 anos, aproveitando as vantagens da economia de mercado.

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“O avançado sistema de gestão de Shaolin deve alargar-se a mais templos da China para ajudar a promover o budismo zen”, afirmou Shi Yongxin, o abade chefe do mosteiro. Yongxin, que foi estudante de gestão, é também conhecido como “Shaolin CEO” (abade director executivo, em português).
Fundado em 477, o templo situa-se em Song Shan, umas das cinco montanhas sagradas do Taoísmo, na província de Henan, a cerca de 600 quilómetros de Pequim. Shaolin significa “floresta jovem”, um nome cuja origem está relacionada com um incêndio que destruiu a floresta à volta do templo, a qual foi replantada mais tarde.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Caso BPN: Balcão em Aguiar da Beira é em antiga casa do pai de Dias Loureiro

In "DN Online":

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Nacionalização. "Só foi boa porque não estávamos a conceder crédito e agora a situação normalizou", admite fonte do banco
Os clientes do Banco Português de Negócios (BPN), no interior do País, estão a deixar vencer o prazo dos depósitos para depois efectuarem o levantamento das poupanças, apurou o DN. Entre os depósitos, estão aplicações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), e se no início houve "uma corrida para tentar o seu resgate, nesta altura as pessoas já perceberam que isso não é possível e terão que esperar", disse ao DN fonte oficial do banco. A excepção parece ser Aguiar da Beira, onde Dias Loureiro é presença assídua e terra onde a palavra "tem valor". Aqui "não houve corridas, apenas espanto".
A vila é, no interior do País, a maior praça do BPN. O banco ocupa a antiga casa do pai de Dias Loureiro e foi também aqui que abriu uma das primeiras sucursais. O pai de Loureiro faleceu e a casa é agora ocupada pela D. Miquinhas, a forma como na localidade se referem a Maria da Luz Loureiro, mãe do antigo ministro.
"Os mexericos correm mas não há corridas desesperadas ao banco", conta Fernando Andrade, actual presidente da câmara e que entre 1997 e 2005 teve Dias Loureiro como presidente da Assembleia Municipal. Desde que Loureiro esteve no governo tudo é novo: quartéis da GNR e dos bombeiros, câmara e biblioteca. O BPN "é o grande patrocinador da terra: ajudou na compra da carrinha da biblioteca, ambulâncias e até a misericórdia", afirma Manuel Dias, proprietário de um café na vila. Os familiares de Loureiro "são em grande número, mas mantém-se no recato. Confiam nele mas não gostam de falar disso", comenta um taxista com praça no concelho. Loureiro, nascido na vila, é figura grada e esse facto fez com que a carteira de clientes do banco seja "elevada, mas as pessoas estão serenas e informadas. Sabem que não vão perder os depósitos", conclui Andrade.
Já nos balcões de Viseu, o dinheiro "vai sendo levantado à medida que termina o prazo de carência dos depósitos", afirma a citada fonte. Para as empresas "emprestamos dinheiro e continuamos a fazê-lo", revela. A nacionalização "só foi boa porque não estávamos a conceder crédito e agora a situação normalizou. Os processos estão mais rápidos e as aprovações são em maior número. Antes havia falta de liquidez", contou a mesma fonte. A grande corrida "aconteceu quando surgiram as primeiras notícias. Tínhamos taxas elevadas e geríamos aplicações, muitas delas em obrigações da SLN. As pessoas bem as tentaram resgatar mas o contrato impedia". De acordo com a fonte ouvida pelo DN "já depois da cisão BPN/SLN esta última enviou um comunicado a afirmar isso mesmo". Quanto aos depósitos a prazo "depois de vencidos os particulares escolhem outro banco da praça". Também as empresas da SLN "têm no BPN o canal de venda e continuam com as mesmas condições como a Rentilusa".
Em Fornos de Algodres, onde o BPN apareceu ligado a transferências suspeitas oriundas dos Estados Unidos e que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária, "tem havido alguns levantamentos mas nada de substancial", diz uma fonte do balcão. Entre os que têm acorrido ao BPN "estão pequenos empresários com poucas somas depositadas, entre os dois e os 10 mil euros", adianta o bancário.
Apesar do corte umbilical entre banco e SLN, "as empresas detidas pelo BPN continuam à venda". Um dado importante. Em Viseu, o banco é dono da concessão automóvel mais antiga do país e de várias caves de vinhos. Emprega algumas centenas de pessoas e para essas "a dúvida do emprego mantém-se", conta um funcionário da Murganheira.

Ver:   Comissão de inquérito vai investigar gestão do BPN

José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido por suspeita de burla agravada e fraude fiscal

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A monetarização poderá ter começado, nos EUA

In "Think Finance":

Pelo menos não existe um sinal de que este novo programa seja coberto pela emissão de dívida pública ou consista num empréstimo da FED, parece simplesmente "A FED compra...".


Fed to Buy $600 Billion of GSE Debt, Set Up ABS Loan Program


http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=alCncP3b8qYY&refer=home

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Re: A monetarização poderá ter começado, nos EUA:

Boa noite vamos lá enquadrar o problema :
Até aqui todos os anos se criou uma infinidade de dinheiro através de uma tomada de dívidas sem precedentes. toda esta bolha de dívida inflaccionou activos e desvalorizou USD.
A Bolha da dívida rebenta e com ela a fonte que jorrava USD e alimentava a espiral inflaccionista de uma série de activos.
Os motivos para a valorização do USD terminaram. porque simplesmente se sabia que bastava reduzir fortemente o processo de tomada de dívida para que mais tarde ou mais cedo aparecesse deflacção, contracção económica e evidentemente valorização do USD.
No entanto parece que se levanta uma vaga de economistas a defenderem a " a impressão pura e dura de papel " para evitar a tal aterragem ao estilo de 1929 na economia. Se houver impressão pura e dura de papel é bom para quem apostar na desvalorização do USD numa primeira fase, mas não é garantidamente bom para quem aposta em acções.
Não é liquido numa economia que podemos caracterizar por "excesso de oferta " as empresas possam passar para o mercado todas os aumentos que sofram nos seus custos de produção.
Para já não havendo "impressão pura e dura " o cenário de valorização do usd continua  válido. Estancar a fonte gigantesca de criação de USD ( através de divida ) é suficiente para desinchar activos e fortalecer o USD.

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Re: A monetarização poderá ter começado, nos EUA:

Continuo a achar que a estupidez desta administração está a condicionar toda a estratégia ( que estratégia ? ) a dupla Paulson Bernanke é demasiado esquizófrenica para um problema deste tipo, não tiveram todo o tempo do mundo para actuar , mas convenhamos que tiveram muito tempo, não nos podemos esquecer que isto começou à vários anos mas desde o verão 07 todos tínhamos percebido que não era possível continuar era preciso actuar.
Até ao episódio triste da aprovação do plano dos 700 bilioes andaram alegremente a disfarçar com uns bailouts pontuais mas sem nenhum apoio à economia real para além do estimulo de 150 bilioes que visto à distancia é ridículo quando só para a AIG esse montante não chega.
Chegados a este ponto francamente o que vemos é que a crise se desenrola de forma violenta à dois meses e terão sido disponibilizados cerca de 2TU$ quase 20% do PIB americano! Resultados ? Poucos e um grande descrédito a única coisa que ouço dizer é que querem obrigar os bancos a emprestar, a quem ? pessoas sem emprego que não conseguem pagar sequer aquilo que devem?
Existe um brutal excesso de capacidade instalada em algumas industrias é necessário acelerar a regeneração e as falências são vitais para isso, para regenerar e seleccionar os mais capazes se assim não for caímos na típica economia socialista as industrias produzem porque sim , os clientes não querem comprar mas nós obrigamos .
Isto vai provocar desemprego , claro que sim é exactamente como no vale do ave industria desadequada por muitos anos de inacção logo o choque é violento mas não é possível sustentar industria inviável , que mina a economia do país durante a transição as pessoas tem de ser apoiadas e a sua função reconvertida.
Não há soluções milagrosas nem automáticas de facto é muito mais fácil pedir um cheque de 700 bilioes nomear um grupo de amigos e fazer de pai natal com o dinheiro dos outros, durante este tempo que como já vimos não é tão pouco como isso podiam ter lançado um gigantesco programa de obras publicas , visto que as infraestruturas estão em estado de pré ruptura ( se tivessem começado á uma ano já estavam em marcha e alguns construtores poderiam estar a fazer coisas úteis em vez de casas que ninguém quer ou pode comprar.
Forte apoio á industria aeronáutica para a renovação da frota altamente envelhecida e pouco eficiente, aposta clara no caminho de ferro com programas maciços de investimentos em material circulante.
Aposta no sistema Medicare com apoio publico para que os 50% dos americanos que não tem seguro possam ter acesso ( estimulava a industria de equipamentos médicos bem como farmacêuticas )
Aposta no sistema educativo principalmente no básico e high school onde as classes mais pobres não tem acesso no requipamento de escolas e formação de professores.
Investimento maciço na rede das utilities ou já nos esquecemos dos apagões de alguns anos.
Isto leva tempo a por a andar ,claro que sim mas se tivessem começado à um ano se calhar já estávamos a ver alguma coisa.
Enfim não é preciso inventar nada eles tem o que a  maior parte dos outros países não tem , dinheiro para pôr a economia a funcionar, mas parece que desde o 11 de Setembro com o imbecil do Bush que a sociedade americana evoluiu para a estupidez e trafulhice, vamos ver se com o Obama melhora se bem que pelos sinais de aposta na continuidade deixa-me algumas dúvidas .

 

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damocles-lg

Ver:    Re: A monetarização poderá ter começado, nos EUA -----^

A monetarização poderá ter começado, nos EUA  

A finitude dos recursos explica a crise financeira

Peritos alertam que erradicação do nemátodo do pinheiro "já é impossível"

In "PUBLICO.PT":

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O nemátodo da madeira do pinheiro é uma doença causada por um verme microscópico transportado por um insecto.

 

A erradicação do nemátodo do pinheiro em Portugal "já não será possível" e na região Centro estão afectados mais de cem mil hectares, foram ideias hoje defendidas no âmbito de um seminário, em Coimbra.


Na opinião do presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais, Vasco Campos, a situação "é muito preocupante e não tem merecido a devida atenção".


"Na região Centro (onde foram detectados dois novos focos), são centenas de milhares de árvores, seguramente mais de cem mil hectares", declarou Vasco Campos aos jornalistas, após intervir no seminário sobre "Nemátodo da Madeira do Pinheiro -- Que futuro para a floresta de pinho em Portugal".


O nemátodo da madeira do pinheiro é uma doença causada por um verme microscópico transportado por um insecto que contamina as árvores por onde passa, afectando sobretudo a copa e os ramos.


Em Portugal, existe um plano de combate da doença mas, diz Vasco Campos, "precisa de ajustes" e as medidas que estão a ser tomadas "não chegam" para combater a situação.


"Temos de agir de uma forma muito mais rápida, concertada e clara, o que se está a passar na região Centro é demasiado grave para que não se tome uma acção a sério de corte de árvores infectadas", disse.


Vasco Campos defende que a acção do Estado deve ter em conta as particularidades da floresta do pinheiro na região Centro, caracterizada por "proprietários ausentes, propriedades abandonadas, micro-parcelas e organizações de propriedades florestais ainda pouco fortes".


A situação chegou a um ponto em que "já não se conseguirá erradicar" o nemátodo de Portugal, defendeu, por sua vez, Edmundo Sousa, engenheiro florestal do Instituto Nacional dos Recursos Biológicos, que abordou a questão na perspectiva da investigação.


"Podemos erradicar focos muito pontuais, manter uma situação de controlo da doença para limites ínfimos, mas erradicar de todo o país já não será possível", afirmou, à margem do encontro.


Para o investigador, "a grande acção" que deve ser tomada é "cortar as árvores afectadas enquanto o insecto ainda se encontra dentro delas, ou seja, durante o período do Inverno".


"Mas não basta cortar as árvores, é preciso destruir também os sobrantes, o que fica no local, que é onde existe o insecto", alertou.


Edmundo Sousa considera que, na região Centro, "o grande problema é operacional", sendo necessário reforçar os apoios aos proprietários.


"Temos de ir muito mais para o campo, apoiar mais os proprietários, têm de ser os gabinetes das próprias câmaras municipais ou as associações florestais a desenvolver mecanismos para destruir os sobrantes", disse.


Também Luís Dias, dirigente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que abordou "a visão dos proprietários", reclamou mais apoios para os produtores, nomeadamente financeiros.


"Tem havido sempre uma discriminação negativa dos proprietários florestais, em muitos casos vistos como parte do problema, mas são os mais prejudicados", afirmou.


Os produtores "têm de ter uma gestão activa na erradicação das árvores afectadas e poder actuar ao nível da reflorestação", sustentou.


"Há instrumentos no âmbito da União Europeia (para apoios financeiros) que, ao nível do Estado português não estão acessíveis", referiu.


O novo PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural "não pode ser um emaranhado burocrático em que não se consegue de nenhuma forma ter acesso", criticou.


De acordo com Telma Ferreira, da Autoridade Florestal Nacional, no âmbito do combate da doença do pinheiro, este ano foram "realizadas 2608 análises", das quais "70 deram resultados positivos", situando-se "a maior parte (60) na região Centro".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Economia portuguesa será a mais lenta da Zona Euro a recuperar da crise

In "Jornal de Negócios":

No rescaldo da crise financeira e do seu rápido contágio a vários sectores da economia real, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em forte baixa as suas previsões para o crescimento económico nas principais economias desenvolvidas, e Portugal não escapou às "tesouradas".
Num contexto em que se projecta que a Zona Euro crescerá 1% neste ano, -0,6% no próximo e 1,2% em 2010, a OCDE prevê que Portugal consiga em 2009, pela primeira vez em quase uma década, não fazer pior do que a média dos parceiros europeus, sofrendo uma retracção menos cavada.
Em contrapartida, porém, a recuperação muito ligeira projectada para 2010 em toda a Europa, chegará a Portugal com menos força.
Nos novos cálculos, hoje divulgados, a economia portuguesa será mesmo, no conjunto da Zona Euro, a mais lenta a recuperar da crise e, em 2010, regressará à rota de divergência face à Europa, iniciada no virar do século.
A organização sedeada em Paris antecipa uma expansão do PIB português de 0,5% neste ano (em linha com a Comissão Europeia e o Banco de Portugal), seguida de uma contracção de 0,2% em 2009 e de uma muito moderada recuperação em 2010, com o PIB a crescer 0,6%. Em relação ao próximo ano, os números da OCDE são os mais pessimistas até agora divulgados. A Comissão Europeia prevê uma estagnação de 0,1%, igual à projectada pelo FMI.
Estas previsões deverão obrigar o Governo a rever os seus números. Elaborado por ocasião da apresentação do Orçamento do Estado, numa altura em que ainda era difícil de antecipar a tremenda amplitude assumida pela actual crise, o cenário macroeconómico do Executivo antecipa um crescimento de 0,8% neste ano seguido de 0,6% em 2009.


Veja aqui o mapa das projecções para os países da OCDE

Ver:   OCDE prevê regresso em força do desemprego

Inflação baixará para 1,3% em 2009

Défice poderá romper os 3% em 2010

Quais os objectivos de um Bretton Woods II?

In "Jornal de Negócios":

Para aqueles que há muito dizem que a arquitectura financeira internacional tem de ser profundamente reformada, o apelo a um "Bretton Woods II" é bem vindo. Houve apelos semelhantes após as crises asiática e russa de 1997-1998, mas não foram levados a sério pelos países industrializados mais ricos. Agora que esses países estão no meio da tempestade, talvez levem os apelos de forma mais empenhada.

Existem dois problemas fundamentais com o apelo à reforma. Em primeiro lugar, falta-lhe conteúdo: não está muito claro qual será o debate em torno de um Bretton Woods II. Em segundo lugar, o processo começou da forma errada, ao excluir a maioria dos países das conversações. É obviamente positivo para os membros do G-7 ou de um subgrupo do G-7 mostrarem liderança, mas não pode dar-se uma reforma fundamental sem um processo inclusivo que dê ouvidos tanto aos países industrializados como em desenvolvimento, tanto pequenos como grandes. São as instituições globais, e não grupos "ad hoc" de países, que devem estar no centro desta iniciativa de reforma.
A questão mais clara, de momento, é corrigir o défice de regulamentação prudencial que caracteriza os mercados financeiros mundiais. O debate deve começar por acordar os princípios regulatórios, sendo evidente que as regulamentações devem ser abrangentes, de forma a evitar as sérias insuficiências que conduziram à actual crise.
As regulamentações devem ser também de natureza anti-cíclica, de forma a evitar o excessivo recurso ao endividamento (alavancagem). Além disso, devem prever os aumentos de capital e das provisões (reservas) em períodos de expansão, impedindo que as bolhas dos preços dos activos levem a mais pedidos de crédito. É de descartar a confiança nos modelos internos de avaliação de risco das instituições financeiras, que constituem o ponto mais importante do acordo de Basileia II sobre regulação bancária. Essa estratégia revelou-se perigosa, pois a utilização de modelos de risco semelhantes por parte das instituições financeiras pode levar a uma maior instabilidade.
Qualquer novo sistema regulatório deveria basear-se numa rede – que funcionasse bem - de autoridades nacionais e regionais (que ainda falta na União Europeia) e incluir uma verdadeira supervisão internacional das instituições financeiras com uma abrangência global. A maioria das pessoas concorda que o Fundo Monetário Internacional não deveria estar no centro do sistema regulatório. O Banco de Pagamentos Internacionais e o Comité de Basileia estão em melhor posição para assumirem este papel, mas é necessária uma reforma profunda para alargarem o seu número de membros e para evitarem um dos principais problemas do Comité de Basileia: a falta de representação dos países em desenvolvimento.
Três elementos centrais da reforma do FMI deveriam ser incluídos na agenda. O primeiro é a necessidade de uma reserva em divisas verdadeiramente mundial, talvez baseada nos Direitos Especiais de Saque do FMI. Isto contribuiria para ultrapassar as desigualdades e a instabilidade que é inerente a um sistema mundial de reservas baseado numa moeda nacional. O actual sistema caracteriza-se por ciclos de confiança e de desconfiança no dólar e por choques periódicos resultantes das políticas norte-americanas impostas ao mundo e que são adoptadas sem terem em conta as suas consequências globais.
O segundo elemento é a necessidade de colocar o FMI, e não o G-7 – ou qualquer outro "G" -, no cento da coordenação da política macroeconómica à escala mundial. É a única maneira de dar a voz adequada aos países em desenvolvimento. A supervisão multilateral dos desequilíbrios mundiais, que foi lançada pelo FMI em 2006, constituiu um interessante passo nesta direcção, mas as diferentes partes não se empenharam o suficiente, pelo que faltou eficácia ao dispositivo.
O terceiro elemento prende-se com a maior exigência por parte dos países em desenvolvimento. O FMI deveria conceder rapidamente empréstimos durante as crises de balanças de pagamentos, sem condições demasiado draconianas, nomeadamente quando a crise é provocada por uma brusca reversão dos fluxos de capital ou por uma forte deterioração das trocas comerciais. Isto aproximaria o funcionamento do FMI ao de um banco central, injectando liquidez de forma rápida, tal como os bancos centrais dos países avançados o fizeram recentemente em larga escala. No caso do FMI, o financiamento da liquidez necessária poderia provir de emissões cíclicas de Direitos Especiais de Saque.
Nestes três domínios, o FMI deve recorrer mais às instituições regionais. Há já uma década que proponho que o FMI do futuro seja considerado como o vértice de uma rede de fundos de reserva regionais – ou seja, um sistema mais próximo, em termos conceptuais, do Banco Central Europeu ou da Reserva Federal norte-americana.
Uma mesma concepção institucional poderia aplicar-se às políticas prudenciais. Uma rede institucional mais densa parece adaptar-se melhor à heterogeneidade da comunidade internacional e será certamente mais eficaz na prestação de serviços e dará uma voz mais forte aos países mais pequenos.
Por último, uma grande deficiência da actual arquitectura financeira internacional está na ausência de uma estrutura internacional – isto é, um tribunal semelhante aos que foram criados a nível nacional para gerir as falências – para gerir o excessivo endividamento a nível internacional. O actual sistema baseia-se em mecanismos "ad hoc", que normalmente intervêm demasiado tarde, quando o elevado endividamento já provocou efeitos devastadores. O único verdadeiro mecanismo institucional é o Clube de Paris, que lida exclusivamente com o financiamento estatal. O Bretton Woods II deveria resolver este problema, através da criação de um tribunal internacional da dívida.
A actual crise financeira tornou bastante clara a necessidade de uma reforma da arquitectura financeira internacional. Mas qualquer apelo a uma conferência "Bretton Woods II" deve ser concreto em termos de conteúdo. Há assuntos que têm de estar na agenda: um sistema global de regulação e supervisão prudencial; um FMI renovado, capaz de gerir uma reserva mundial de divisas, de coordenar uma política macroeconómica a nível global e de conceder linhas de crédito com suficiente agilidade; e a criação de um tribunal internacional da dívida.  [José Antonio Ocampo]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido por suspeita de burla agravada e fraude fiscal

In "Jornal de Negócios":

oliveira_e_costa_bpn_sln_m José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido hoje na sequência de duas buscas domiciliárias feitas a uma quinta que possui na zona do Cartaxo e a uma residência em Lisboa, por suspeita de burla agravada, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais numa das investigações pendentes no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
O arguido vai ser apresentado ainda hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal em Lisboa para primeiro interrogatório judicial e fixação das respectivas medidas de coacção, noticiou esta tarde o “Público online”.
Esta informação já foi confirmada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que emitiu um comunicado onde revela que Oliveira e Costa "foi constituído arguido" e que deverá prestar declarações perante o Tribunal Central Instrução Criminal, "para primeiro interrogatório e aplicação de medidas de coacção".
Devido à sua idade (73 anos), Oliveira e Costa já não deverá ser alvo de prisão preventiva uma vez que, de acordo com as mais recentes regras do código penal, a idade pode ser considerada pelo juiz como um atenuante.
O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de um dos governos de Cavaco Silva possuía quase 4% do capital do Banco Português de Negócios (BPN), tendo sido presidente do conselho de administração da instituição entre 1997 e Fevereiro deste ano.
A detenção de Oliveira Costa foi feita no âmbito da investigação que o Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, anunciou estar pendente no DCIAP, que terá sido aberta com base em informações transmitidas ao Banco de Portugal pelo Banco de Cabo Verde, bem como em factos apurados na auditoria efectuada por iniciativa do ex-presidente do BPN, Miguel Cadilhe, avançou esta tarde o “Público online”.

 

Ver:  Governo avança com nacionalização do BPN

Ex-gestor do BPN José Oliveira e Costa detido após buscas

Medidas de coacção para Oliveira e Costa só devem ser conhecidas amanhã

Actualização em 21-11-2008:   BPN: Mulher do Ex-presidente fica com bens do casal

 Interrogatório de José Oliveira e Costa já terminou

José Oliveira e Costa fica em prisão preventiva.

Oliveira e Costa em prisão preventiva

Dias Loureiro imune à justiça??

"nunca perguntes pelo passado de um heroi!"

Actualização em 22-11-2008:  Mentiras e intrigas no Caso BPN:

António Marta e Dias Loureiro com versões diferentes.

Ex-vice governador do Banco de Portugal desmente Dias Loureiro

BPN: grupo parlamentar do PS viabiliza comissão de inquérito parlamentar

Dias Loureiro deve ser ouvido, no lugar próprio, no âmbito do inquérito parlamentar que acaba de ser aprovado sobre a gestão do escabroso dossier da SLN e do BPN

Oliveira e Costa planeou cuidadosamente a partilha e salvaguarda do seu património pessoal, avaliado em 6,5 milhões de euros. Partilhas realizadas numa semana.

Actualização em 25-11-2008:  Dias Loureiro não vai renunciar ao cargo de conselheiro de Estado

Dias Loureiro garantiu ao Presidente não ter cometido irregularidades

Sociedade "off-shore" do BPN foi utilizada para ocultar ganho de 129,5 milhões com negócio no Brasil:

O BPN ocultou 129,5 milhões de euros da venda da empresa brasileira ERGI, em 2006, através de uma sociedade 'off-shore' controlada pelo grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), apurou a Lusa com base nos registos oficiais.
Segundo os registos da Junta Comercial de São Paulo, a ERGI Empreendimentos era detida em 20 por cento pelo BPN e em 80 por cento pela Swiss Finance, uma 'off-shore' que o Banco de Portugal, numa carta remetida em Junho à administração do BPN, a que a Lusa teve acesso, identifica como pertencente à SLN (a proprietária do banco). Um antigo responsável da SLN, que pediu para não ser identificado, confirmou à Lusa que a Swiss Finance é, de facto, uma das várias sociedades 'off-shore' controladas pelo grupo.
A ERGI foi vendida em Dezembro de 2006 ao grupo brasileiro WTorre, por 135 milhões de euros. Mas no relatório e contas desse ano, a administração do BPN refere um encaixe de apenas 5,5 milhões de euros com a operação, o que significa que os restantes 129,5 milhões de euros não foram incluídos nas contas do banco.
Além deste valor, entre 2003 e 2006 o BPN injectou um total de 242,2 milhões de euros na ERGI Empreendimentos, na forma de empréstimos concedidos pelo Banco Insular de Cabo Verde, uma instituição 'off-shore' que a SLN controlou de forma clandestina durante vários anos.
Os empréstimos concedidos à ERGI não chegaram a ser liquidados, pelo que deverão fazer parte dos cerca de 407 milhões de euros em crédito malparado que, segundo o Banco de Portugal, consta do balanço do Insular.
Segundo a Junta Comercial de São Paulo, o administrador da ERGI na altura da venda à WTorre era Jorge Vieira Lobo de Sousa, um cidadão português com residência em São Paulo. A Lusa tentou obter esclarecimentos junto do responsável, mas não foi possível.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do BPN não quis fazer comentários.

Dias Loureiro vogal da SLN até 2007:

O conselheiro de Estado Dias Loureiro manteve relações com a Sociedade Lusa de Negócios SGPS até 2007, altura em que ocupava o cargo de vogal do conselho de administração (não remunerado), apurou o CM.

A polémica em torno da relação entre Dias Loureiro e o Banco Português de Negócios (BPN), recentemente nacionalizado pelo Estado, levou ontem o ex-deputado do PSD a afirmar à TSF que 'se sentir, que a actual situação causa o mínimo incómodo ao Presidente da República, tomarei as providências necessárias', acrescentando que admite suspender o mandato como conselheiro de Estado.

Ontem mesmo, ao ser confrontado com a questão de manter a confiança em Dias Loureiro, o Presidente da República remeteu os jornalistas para a legislação existente. 'É bom estudar a legislação que rege os membros do Conselho de Estado', recomendou Cavaco Silva.

Segundo o Artigo 14 do Estatuto do Conselho de Estado, os conselheiros só podem cessar funções por decisão própria, morte ou incapacidade permanente ou por deliberação do órgão, ainda que sejam levados a julgamento em processo-crime.

O Presidente afirmou não poder 'pactuar com insinuações ou mentiras', justificando assim a nota oficial em que se demarca de qualquer ligação ao BPN. Ao fim do dia, Dias Loureiro disse à Lusa que não vê 'razões' para sair do Conselho de Estado, que não cometeu ilegalidades e que foi a Belém explicar tudo a Cavaco Silva.

NUNO MORAIS SARMENTO QUER AFASTAMENTO

Nuno Morais Sarmento, presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do PSD, afirmou ontem que Manuel Dias Loureiro, seu colega de partido, deveria abandonar o cargo de conselheiro de Estado.

'Tanto barulho ele [Dias Loureiro] fez que, depois desta poeira toda levantada, vejo com dificuldade que ele se possa manter no Conselho de Estado. É uma opinião pessoal. Eu, no lugar de Dias Loureiro, sairia por uma questão: para dignificar o Conselho de Estado e defender o Presidente da República', declarou o dirigente do PSD no programa ‘Falar Claro’, da Rádio Renascença.

Já a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, não tem a mesma opinião e diz que é um assunto do 'foro pessoal' de Dias Loureiro.

PRISÃO SEM TRATAMENTO VIP

Isolado na cela, sem se misturar com os outros reclusos e sem tratamento VIP. É assim que José de Oliveira e Costa tem passado os últimos dias nos calabouços da Polícia Judiciária, em Lisboa, apurou o CM junto de fonte próxima do banqueiro detido na passada quinta-feira. 'Está claramente fora do mundo dele, mas calmo e expectante. Pensa que é uma passagem rápida pela prisão e que brevemente será restituído à liberdade. Mas isso pensaram Vale e Azevedo, Braga Gonçalves e até Paulo Pedroso, que acabaram por estar detidos durante meses', adiantou a mesma fonte.

O CM sabe que Oliveira e Costa ainda não recebeu visitas, nem entregou aos serviços prisionais a lista com os nomes – apenas familiares directos – que o poderão visitar. O único contacto com o mundo exterior tem sido através do seu advogado e dos jornais a que tem acesso na biblioteca. 'Ainda nem há televisão na cela, onde tem permanecido quase todo o tempo a ler.'

Apenas no domingo ficou a conhecer os espaços comuns a que estará confinado nos próximos tempos, tendo como cicerone Rui Pinto, outro detido no estabelecimento prisional que também está relacionado com o mundo financeiro.

É na cela de 15 m2 que Oliveira e Costa tem comido as refeições distribuídas pelos serviços. 'Come o mesmo que os outros. Bacalhau à brás, cozido à portuguesa, empadão, etc.'

'TEMOS SIDO ALVO DE CALÚNIAS'

O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, afirmou ontem na RTP que sentia que o BdP e ele próprio eram alvo de 'acusações caluniosas, injustas' devido ao desconhecimento do que é a supervisão. Mais, 'em muitos países tem havido fraudes muito maiores do que esta [...] e em nenhum deles foram feitos processos e espécie de linchamentos públicos como em Portugal se tem tentado fazer', declarou, esclarecendo ainda que Dias Loureiro 'não denunciou nada de concreto' quando foi ao BdP. Sobre o BPN, acrescentou que nenhum outro banco foi tão supervisionado desde 2001.

BANCO PAGAVA GRANDE PARTE DO RENDIMENTO

De acordo com o relatório e contas do BPN, Manuel Joaquim Dias Loureiro assumiu funções de administrador do BPN SGPS a 30 de Novembro de 2001. Até 2005, o BPN e a SLN foram responsáveis por grande parte dos rendimentos declarados por Dias Loureiro. Em 2004, o conselheiro de Estado declarou 287 mil euros de rendimento anual. Em 2005 esse montante subiu para 290 mil. Para além do BPN, a Jerónimo Martins e a Inapal são algumas das empresas que pagaram rendimentos a Dias Loureiro.

Actualização em 26-11-2008: 

Demitam-se, sff:

No caso do BPN comecemos pelos primeiros culpados, as sucessivas administrações deste banco. Parece que a procissão ainda nem sequer saiu da igreja, mas o que se conhece já é de meter medo ao Adamastor. Já foi detido o ex-presidente e esperemos que o processo seja concluído num prazo decente e que tenhamos decisões judiciais inteligíveis e "entendíveis" como justas.

Ângelo Correia diz que “nunca pediria” demissão de Dias Loureiro

BPN tem ligações a deputados do PSD da Madeira:

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Zona Franca da Madeira: alguns negócios do BPN passaram por aqui.

Comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN discutida dia 3 de Dezembro

 
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