domingo, 30 de novembro de 2008

Procuradora Cândida Almeida diz que inquérito parlamentar ao caso BPN é negativo

 

In "PUBLICO.PT":

A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) Cândida Almeida, disse em entrevista ao “Diário de Notícias” e à TSF que o inquérito parlamentar ao caso BPN, do ponto de vista puramente técnico-jurídico, é “negativo”. A procuradora indicou ainda que a Polícia Judiciária foi afastada das investigações da Operação Furacão porque “houve situações” que obrigaram o Ministério Público a prescindir dessa colaboração.

untitled

 

O processo Operação Furacão refere-se à suspeita de fraude fiscal agravada, abuso de confiança qualificado e branqueamento de capitais que poderão ter lesado o Estado Português em mais de 200 milhões de euros.

 

 

Ver:   PJ afastada da “Operação Furacão” porque «houve problemas»

'Operação Furacão': Afastamento da PJ tem de ser explicado

BPP pagou um milhão a gestores

In "Correio da Manhã":

Os quatro administradores do Banco Privado Português (BPP), instituição bancária especializada na gestão de fortunas que atravessa uma grave crise financeira, receberam, em 2007, mais de um milhão de euros em remunerações e acções do banco atribuídas pelo próprio BPP.

Sovena planta maior olival da Europa

In "EXPRESSO assinantes":

FCAP-e016 São números pouco usuais no sector da agro-indústria em Portugal. A Sovena, do grupo familiar liderado por Jorge de Mello (dono da marca Oliveira da Serra), está a plantar 10 mil hectares de olival no Alentejo, o que fará deste projecto o maior da Europa e um dos maiores do mundo.

As plantações, maioritariamente de regadio, ficarão distribuídas por Ferreira do Alentejo, Elvas e Aviz. Mais de 3000 hectares já estão plantados e mais de 4000, comprados ou arrendados, em processo de plantação. O investimento é de €200 milhões, mas poderá aumentar à medida que se for avançando no processo. Além do olival, serão também construídos lagares em cada um dos pólos de produção. A meta dos 10 mil hectares será atingida no final do próximo ano.

Trata-se de uma mistura de olival intensivo e superintensivo, o que significa que pode ter entre 280 a 2000 oliveiras por hectare. A produtividade pode chegar aos 2000 quilos por hectare, contra os 750 no olival tradicional.

Razões para esta aposta da Sovena, que até aqui apenas embalava e comercializava azeite? “Essencialmente duas: qualidade da produção e segurança no abastecimento”, explica Luís Santos, director de marketing da empresa.

É o fecho do ciclo, com a entrada do grupo na produção, e que espera dentro de dois/três anos poder ter a marca Oliveira da Serra totalmente abastecida pelo seu próprio azeite.

Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, uma entidade que representa 95% dos azeites de marca em Portugal, confirma que de facto estamos perante um dos maiores projectos de olival do mundo. Muito maior, por exemplo, que os olivais que os grupos espanhóis Bogaris e Peinsa querem desenvolver em Portugal e no Chile, respectivamente, ambos da ordem dos 5000 hectares.

“Esta aposta na produção tem sido muito importante para nós, nomeadamente em matéria de controlo da qualidade dos azeites. Por outro lado, ficamos menos expostos a variações do preço do azeite”, nota o director de marketing da Sovena. Recorda, por exemplo, que no ano passado houve azeites a 5 euros e este ano a 2,5 “e nada nos diz que no próximo ano seja exactamente o contrário. As variações de produção podem implicar variações de qualidade e de preços e nós não queremos ser alvo disso”, acrescenta o mesmo responsável.

Investimento a longo prazo

Explica que o investimento no olival é claramente de longo prazo e que a empresa beneficia do facto de pertencer a um grupo familiar, cujo accionista demonstra “um elevado nível de alinhamento em relação à equipa de gestão”. Ou seja, há um entendimento claro e consensual quanto à estratégia a seguir.

“Eu acho que se está a passar no olival o mesmo que se passou no vinho há uns anos, nomeadamente em matéria de gestão. E a verdade é que cada vez temos mais azeites portugueses a marcar presença e a ganhar prémios em concursos internacionais”, sublinha Luís Santos.

...

sábado, 29 de novembro de 2008

Um novo fantasma ensombra a crise - A queda dos preços

In "EXPRESSO assinantes":

Inundar com dólares o sistema passou a ser a terapia.


F1-E068

 

Um novo palavrão do ‘economês’ entrou em cena: deflação. Há poucos meses, quando o petróleo e as matérias-primas fizeram disparar os preços em todo o mundo, a inflação era o inimigo público.

Só que, desde Julho, quando se iniciou o choque petrolífero ao contrário, a situação alterou-se. Nos EUA, em Outubro, o índice de preços desceu 1% - a maior queda mensal desde 1947, quando começou a série deste indicador.

Jean-Claude Trichet, BCE

A deflação passou a ser uma ameaça que levou as autoridades a reclamar a necessidade de baixar ainda mais as taxas de juro nominais, gerando uma oferta de dinheiro a taxas reais negativas. Uma terapia usada no Japão a partir de 1999 e cujos resultados foram uma estagnação prolongada.


F2-E068

O presidente da Reserva Federal (Fed) parece seguir um guião baseado num artigo científico que publicou em 2004, em que previa o uso sucessivo de diversos truques financeiros em conjugação com a baixa da taxa de referência até 0%.

Nos EUA, a consequência desta política monetária agressiva foi uma queda da taxa directora do dólar (a «fed funds rate») efectiva até valores inferiores a 0,5%, apesar da meta ser de 1%. É que, ao contrário do Banco Central Europeu (BCE), que fixa um valor para o juro a cobrar aos bancos, a Fed define um objectivo e intervém no mercado para o atingir.

Ben Bernanke, Fed

Liquidez armadilhada


Um dos perigos destas injecções maciças de liquidez e da descida dos juros é a ‘armadilha de liquidez’. Um conceito introduzido por John Keynes e que representa uma situação em que as alterações nas taxas de juro deixam de ter efeito na economia.

Richard Portes não considera a deflação uma ameaça real para EUA e Europa, mas reconhece que a política monetária pode estar a perder a eficácia, ainda que por razões diferentes do Japão. “Os bancos querem liquidez, precisam de aumentar a sua base de capital e não confiam uns nos outros - três boas razões para não emprestarem”, explica o professor da London Business School e presidente do Centre for Economic Policy Research (CEPR).

Também Paul de Grauwe considera o risco de deflação na Europa e EUA “relativamente baixo”, mas avisa que “não pode ser completamente excluído”. Para o economista belga, a zona euro está já a viver uma armadilha de liquidez: “Tem a forma de bancos sentados numa pilha de liquidez e a não a usarem para aumentar o crédito. A melhor maneira de a ver é o facto da base monetária (a liquidez criada pelo banco central) aumentar muito rapidamente enquanto a massa monetária (M1 - moeda e depósitos) não se alterar”.

 

Dinheiro a rodos nos EUA


A Fed já induziu um salto no crédito total jamais observado: de uma média de 885 mil milhões de dólares em Agosto para cerca de 3 biliões este mês. E as reservas nos bancos aumentaram 14 vezes nos últimos dois meses.

Mas onde pára esse dinheiro? A resposta do académico Jeremy Siegel é simples: ou foram sugados pelo buraco negro dos produtos tóxicos existentes nas contas dos bancos ou ‘dormem’ nas tais reservas. “Julgam que estão a emprestar (à economia real)? Não. os bancos estão sentados no dinheiro”, diz Siegel. O analista John Kemp adianta mais um dado: muito desse dinheiro está a ser reciclado pelos bancos re-emprestando-o à Fed.

A solução para combater a crise, principalmente com uma política monetária sem grande poder de fogo devido à fraca cooperação da banca, é trazer para o campo de batalha todos os trunfos. “A única forma de lidar com o problema é com uma combinação das políticas monetária e orçamental”, garante De Grauwe. É que a crise continua a agravar-se e não é tempo para deixar armas de política económica guardadas na gaveta.

J.S. e J.N.R.


O que é a deflação?

Chama-se deflação a um processo de descida dos preços ou, o que é equivalente, de taxa de inflação negativa. É um fenómeno que está normalmente associado a fases recessivas do ciclo económico em que existe excesso de capacidade produtiva mas pode também ser causado por falta de oferta de moeda. Um exemplo clássico é o Japão entre 1995 e 2005, depois do colapso dos valores dos activos em 1991 e 1992 e da entrada em crise anunciada por um célebre discurso de Akio Morita, que ficou conhecido como o «choque Morita». A política de descida das taxas de juro até próximo dos 0% foi iniciada em 1999 e as injecções de liquidez a partir de 2001. O resultado foi a estagnação económica e a saída da deflação só se verificou em 2006. Recentemente, o Banco do Japão teve de mexer na taxa de juro, baixando-a para 0,3%, o que já não acontecia desde 2005. Como a inflação na terra do Sol Nascente ainda é de 2,4%, isso significa que o dinheiro está a ser emprestado a taxa negativa.

Monges do Templo de Shaolin rendem-se à economia de mercado

In "PUBLICO.PT":

Numa iniciativa arrojada, considerando que tem origem num mítico templo budista, os monges de Shaolin tomaram em mãos a gestão de quatro templos de Kunming, na província de Yunnan, por um período de 20 anos, aproveitando as vantagens da economia de mercado.

249603

“O avançado sistema de gestão de Shaolin deve alargar-se a mais templos da China para ajudar a promover o budismo zen”, afirmou Shi Yongxin, o abade chefe do mosteiro. Yongxin, que foi estudante de gestão, é também conhecido como “Shaolin CEO” (abade director executivo, em português).
Fundado em 477, o templo situa-se em Song Shan, umas das cinco montanhas sagradas do Taoísmo, na província de Henan, a cerca de 600 quilómetros de Pequim. Shaolin significa “floresta jovem”, um nome cuja origem está relacionada com um incêndio que destruiu a floresta à volta do templo, a qual foi replantada mais tarde.
...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Caso BPN: Balcão em Aguiar da Beira é em antiga casa do pai de Dias Loureiro

In "DN Online":

aaaa

Nacionalização. "Só foi boa porque não estávamos a conceder crédito e agora a situação normalizou", admite fonte do banco
Os clientes do Banco Português de Negócios (BPN), no interior do País, estão a deixar vencer o prazo dos depósitos para depois efectuarem o levantamento das poupanças, apurou o DN. Entre os depósitos, estão aplicações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), e se no início houve "uma corrida para tentar o seu resgate, nesta altura as pessoas já perceberam que isso não é possível e terão que esperar", disse ao DN fonte oficial do banco. A excepção parece ser Aguiar da Beira, onde Dias Loureiro é presença assídua e terra onde a palavra "tem valor". Aqui "não houve corridas, apenas espanto".
A vila é, no interior do País, a maior praça do BPN. O banco ocupa a antiga casa do pai de Dias Loureiro e foi também aqui que abriu uma das primeiras sucursais. O pai de Loureiro faleceu e a casa é agora ocupada pela D. Miquinhas, a forma como na localidade se referem a Maria da Luz Loureiro, mãe do antigo ministro.
"Os mexericos correm mas não há corridas desesperadas ao banco", conta Fernando Andrade, actual presidente da câmara e que entre 1997 e 2005 teve Dias Loureiro como presidente da Assembleia Municipal. Desde que Loureiro esteve no governo tudo é novo: quartéis da GNR e dos bombeiros, câmara e biblioteca. O BPN "é o grande patrocinador da terra: ajudou na compra da carrinha da biblioteca, ambulâncias e até a misericórdia", afirma Manuel Dias, proprietário de um café na vila. Os familiares de Loureiro "são em grande número, mas mantém-se no recato. Confiam nele mas não gostam de falar disso", comenta um taxista com praça no concelho. Loureiro, nascido na vila, é figura grada e esse facto fez com que a carteira de clientes do banco seja "elevada, mas as pessoas estão serenas e informadas. Sabem que não vão perder os depósitos", conclui Andrade.
Já nos balcões de Viseu, o dinheiro "vai sendo levantado à medida que termina o prazo de carência dos depósitos", afirma a citada fonte. Para as empresas "emprestamos dinheiro e continuamos a fazê-lo", revela. A nacionalização "só foi boa porque não estávamos a conceder crédito e agora a situação normalizou. Os processos estão mais rápidos e as aprovações são em maior número. Antes havia falta de liquidez", contou a mesma fonte. A grande corrida "aconteceu quando surgiram as primeiras notícias. Tínhamos taxas elevadas e geríamos aplicações, muitas delas em obrigações da SLN. As pessoas bem as tentaram resgatar mas o contrato impedia". De acordo com a fonte ouvida pelo DN "já depois da cisão BPN/SLN esta última enviou um comunicado a afirmar isso mesmo". Quanto aos depósitos a prazo "depois de vencidos os particulares escolhem outro banco da praça". Também as empresas da SLN "têm no BPN o canal de venda e continuam com as mesmas condições como a Rentilusa".
Em Fornos de Algodres, onde o BPN apareceu ligado a transferências suspeitas oriundas dos Estados Unidos e que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária, "tem havido alguns levantamentos mas nada de substancial", diz uma fonte do balcão. Entre os que têm acorrido ao BPN "estão pequenos empresários com poucas somas depositadas, entre os dois e os 10 mil euros", adianta o bancário.
Apesar do corte umbilical entre banco e SLN, "as empresas detidas pelo BPN continuam à venda". Um dado importante. Em Viseu, o banco é dono da concessão automóvel mais antiga do país e de várias caves de vinhos. Emprega algumas centenas de pessoas e para essas "a dúvida do emprego mantém-se", conta um funcionário da Murganheira.

Ver:   Comissão de inquérito vai investigar gestão do BPN

José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido por suspeita de burla agravada e fraude fiscal

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A monetarização poderá ter começado, nos EUA

In "Think Finance":

Pelo menos não existe um sinal de que este novo programa seja coberto pela emissão de dívida pública ou consista num empréstimo da FED, parece simplesmente "A FED compra...".


Fed to Buy $600 Billion of GSE Debt, Set Up ABS Loan Program


http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=alCncP3b8qYY&refer=home

...

Re: A monetarização poderá ter começado, nos EUA:

Boa noite vamos lá enquadrar o problema :
Até aqui todos os anos se criou uma infinidade de dinheiro através de uma tomada de dívidas sem precedentes. toda esta bolha de dívida inflaccionou activos e desvalorizou USD.
A Bolha da dívida rebenta e com ela a fonte que jorrava USD e alimentava a espiral inflaccionista de uma série de activos.
Os motivos para a valorização do USD terminaram. porque simplesmente se sabia que bastava reduzir fortemente o processo de tomada de dívida para que mais tarde ou mais cedo aparecesse deflacção, contracção económica e evidentemente valorização do USD.
No entanto parece que se levanta uma vaga de economistas a defenderem a " a impressão pura e dura de papel " para evitar a tal aterragem ao estilo de 1929 na economia. Se houver impressão pura e dura de papel é bom para quem apostar na desvalorização do USD numa primeira fase, mas não é garantidamente bom para quem aposta em acções.
Não é liquido numa economia que podemos caracterizar por "excesso de oferta " as empresas possam passar para o mercado todas os aumentos que sofram nos seus custos de produção.
Para já não havendo "impressão pura e dura " o cenário de valorização do usd continua  válido. Estancar a fonte gigantesca de criação de USD ( através de divida ) é suficiente para desinchar activos e fortalecer o USD.

...

Re: A monetarização poderá ter começado, nos EUA:

Continuo a achar que a estupidez desta administração está a condicionar toda a estratégia ( que estratégia ? ) a dupla Paulson Bernanke é demasiado esquizófrenica para um problema deste tipo, não tiveram todo o tempo do mundo para actuar , mas convenhamos que tiveram muito tempo, não nos podemos esquecer que isto começou à vários anos mas desde o verão 07 todos tínhamos percebido que não era possível continuar era preciso actuar.
Até ao episódio triste da aprovação do plano dos 700 bilioes andaram alegremente a disfarçar com uns bailouts pontuais mas sem nenhum apoio à economia real para além do estimulo de 150 bilioes que visto à distancia é ridículo quando só para a AIG esse montante não chega.
Chegados a este ponto francamente o que vemos é que a crise se desenrola de forma violenta à dois meses e terão sido disponibilizados cerca de 2TU$ quase 20% do PIB americano! Resultados ? Poucos e um grande descrédito a única coisa que ouço dizer é que querem obrigar os bancos a emprestar, a quem ? pessoas sem emprego que não conseguem pagar sequer aquilo que devem?
Existe um brutal excesso de capacidade instalada em algumas industrias é necessário acelerar a regeneração e as falências são vitais para isso, para regenerar e seleccionar os mais capazes se assim não for caímos na típica economia socialista as industrias produzem porque sim , os clientes não querem comprar mas nós obrigamos .
Isto vai provocar desemprego , claro que sim é exactamente como no vale do ave industria desadequada por muitos anos de inacção logo o choque é violento mas não é possível sustentar industria inviável , que mina a economia do país durante a transição as pessoas tem de ser apoiadas e a sua função reconvertida.
Não há soluções milagrosas nem automáticas de facto é muito mais fácil pedir um cheque de 700 bilioes nomear um grupo de amigos e fazer de pai natal com o dinheiro dos outros, durante este tempo que como já vimos não é tão pouco como isso podiam ter lançado um gigantesco programa de obras publicas , visto que as infraestruturas estão em estado de pré ruptura ( se tivessem começado á uma ano já estavam em marcha e alguns construtores poderiam estar a fazer coisas úteis em vez de casas que ninguém quer ou pode comprar.
Forte apoio á industria aeronáutica para a renovação da frota altamente envelhecida e pouco eficiente, aposta clara no caminho de ferro com programas maciços de investimentos em material circulante.
Aposta no sistema Medicare com apoio publico para que os 50% dos americanos que não tem seguro possam ter acesso ( estimulava a industria de equipamentos médicos bem como farmacêuticas )
Aposta no sistema educativo principalmente no básico e high school onde as classes mais pobres não tem acesso no requipamento de escolas e formação de professores.
Investimento maciço na rede das utilities ou já nos esquecemos dos apagões de alguns anos.
Isto leva tempo a por a andar ,claro que sim mas se tivessem começado à um ano se calhar já estávamos a ver alguma coisa.
Enfim não é preciso inventar nada eles tem o que a  maior parte dos outros países não tem , dinheiro para pôr a economia a funcionar, mas parece que desde o 11 de Setembro com o imbecil do Bush que a sociedade americana evoluiu para a estupidez e trafulhice, vamos ver se com o Obama melhora se bem que pelos sinais de aposta na continuidade deixa-me algumas dúvidas .

 

...

damocles-lg

Ver:    Re: A monetarização poderá ter começado, nos EUA -----^

A monetarização poderá ter começado, nos EUA  

A finitude dos recursos explica a crise financeira

Peritos alertam que erradicação do nemátodo do pinheiro "já é impossível"

In "PUBLICO.PT":

viewimages

O nemátodo da madeira do pinheiro é uma doença causada por um verme microscópico transportado por um insecto.

 

A erradicação do nemátodo do pinheiro em Portugal "já não será possível" e na região Centro estão afectados mais de cem mil hectares, foram ideias hoje defendidas no âmbito de um seminário, em Coimbra.


Na opinião do presidente da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais, Vasco Campos, a situação "é muito preocupante e não tem merecido a devida atenção".


"Na região Centro (onde foram detectados dois novos focos), são centenas de milhares de árvores, seguramente mais de cem mil hectares", declarou Vasco Campos aos jornalistas, após intervir no seminário sobre "Nemátodo da Madeira do Pinheiro -- Que futuro para a floresta de pinho em Portugal".


O nemátodo da madeira do pinheiro é uma doença causada por um verme microscópico transportado por um insecto que contamina as árvores por onde passa, afectando sobretudo a copa e os ramos.


Em Portugal, existe um plano de combate da doença mas, diz Vasco Campos, "precisa de ajustes" e as medidas que estão a ser tomadas "não chegam" para combater a situação.


"Temos de agir de uma forma muito mais rápida, concertada e clara, o que se está a passar na região Centro é demasiado grave para que não se tome uma acção a sério de corte de árvores infectadas", disse.


Vasco Campos defende que a acção do Estado deve ter em conta as particularidades da floresta do pinheiro na região Centro, caracterizada por "proprietários ausentes, propriedades abandonadas, micro-parcelas e organizações de propriedades florestais ainda pouco fortes".


A situação chegou a um ponto em que "já não se conseguirá erradicar" o nemátodo de Portugal, defendeu, por sua vez, Edmundo Sousa, engenheiro florestal do Instituto Nacional dos Recursos Biológicos, que abordou a questão na perspectiva da investigação.


"Podemos erradicar focos muito pontuais, manter uma situação de controlo da doença para limites ínfimos, mas erradicar de todo o país já não será possível", afirmou, à margem do encontro.


Para o investigador, "a grande acção" que deve ser tomada é "cortar as árvores afectadas enquanto o insecto ainda se encontra dentro delas, ou seja, durante o período do Inverno".


"Mas não basta cortar as árvores, é preciso destruir também os sobrantes, o que fica no local, que é onde existe o insecto", alertou.


Edmundo Sousa considera que, na região Centro, "o grande problema é operacional", sendo necessário reforçar os apoios aos proprietários.


"Temos de ir muito mais para o campo, apoiar mais os proprietários, têm de ser os gabinetes das próprias câmaras municipais ou as associações florestais a desenvolver mecanismos para destruir os sobrantes", disse.


Também Luís Dias, dirigente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que abordou "a visão dos proprietários", reclamou mais apoios para os produtores, nomeadamente financeiros.


"Tem havido sempre uma discriminação negativa dos proprietários florestais, em muitos casos vistos como parte do problema, mas são os mais prejudicados", afirmou.


Os produtores "têm de ter uma gestão activa na erradicação das árvores afectadas e poder actuar ao nível da reflorestação", sustentou.


"Há instrumentos no âmbito da União Europeia (para apoios financeiros) que, ao nível do Estado português não estão acessíveis", referiu.


O novo PRODER - Programa de Desenvolvimento Rural "não pode ser um emaranhado burocrático em que não se consegue de nenhuma forma ter acesso", criticou.


De acordo com Telma Ferreira, da Autoridade Florestal Nacional, no âmbito do combate da doença do pinheiro, este ano foram "realizadas 2608 análises", das quais "70 deram resultados positivos", situando-se "a maior parte (60) na região Centro".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Economia portuguesa será a mais lenta da Zona Euro a recuperar da crise

In "Jornal de Negócios":

No rescaldo da crise financeira e do seu rápido contágio a vários sectores da economia real, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu hoje em forte baixa as suas previsões para o crescimento económico nas principais economias desenvolvidas, e Portugal não escapou às "tesouradas".
Num contexto em que se projecta que a Zona Euro crescerá 1% neste ano, -0,6% no próximo e 1,2% em 2010, a OCDE prevê que Portugal consiga em 2009, pela primeira vez em quase uma década, não fazer pior do que a média dos parceiros europeus, sofrendo uma retracção menos cavada.
Em contrapartida, porém, a recuperação muito ligeira projectada para 2010 em toda a Europa, chegará a Portugal com menos força.
Nos novos cálculos, hoje divulgados, a economia portuguesa será mesmo, no conjunto da Zona Euro, a mais lenta a recuperar da crise e, em 2010, regressará à rota de divergência face à Europa, iniciada no virar do século.
A organização sedeada em Paris antecipa uma expansão do PIB português de 0,5% neste ano (em linha com a Comissão Europeia e o Banco de Portugal), seguida de uma contracção de 0,2% em 2009 e de uma muito moderada recuperação em 2010, com o PIB a crescer 0,6%. Em relação ao próximo ano, os números da OCDE são os mais pessimistas até agora divulgados. A Comissão Europeia prevê uma estagnação de 0,1%, igual à projectada pelo FMI.
Estas previsões deverão obrigar o Governo a rever os seus números. Elaborado por ocasião da apresentação do Orçamento do Estado, numa altura em que ainda era difícil de antecipar a tremenda amplitude assumida pela actual crise, o cenário macroeconómico do Executivo antecipa um crescimento de 0,8% neste ano seguido de 0,6% em 2009.


Veja aqui o mapa das projecções para os países da OCDE

Ver:   OCDE prevê regresso em força do desemprego

Inflação baixará para 1,3% em 2009

Défice poderá romper os 3% em 2010

Quais os objectivos de um Bretton Woods II?

In "Jornal de Negócios":

Para aqueles que há muito dizem que a arquitectura financeira internacional tem de ser profundamente reformada, o apelo a um "Bretton Woods II" é bem vindo. Houve apelos semelhantes após as crises asiática e russa de 1997-1998, mas não foram levados a sério pelos países industrializados mais ricos. Agora que esses países estão no meio da tempestade, talvez levem os apelos de forma mais empenhada.

Existem dois problemas fundamentais com o apelo à reforma. Em primeiro lugar, falta-lhe conteúdo: não está muito claro qual será o debate em torno de um Bretton Woods II. Em segundo lugar, o processo começou da forma errada, ao excluir a maioria dos países das conversações. É obviamente positivo para os membros do G-7 ou de um subgrupo do G-7 mostrarem liderança, mas não pode dar-se uma reforma fundamental sem um processo inclusivo que dê ouvidos tanto aos países industrializados como em desenvolvimento, tanto pequenos como grandes. São as instituições globais, e não grupos "ad hoc" de países, que devem estar no centro desta iniciativa de reforma.
A questão mais clara, de momento, é corrigir o défice de regulamentação prudencial que caracteriza os mercados financeiros mundiais. O debate deve começar por acordar os princípios regulatórios, sendo evidente que as regulamentações devem ser abrangentes, de forma a evitar as sérias insuficiências que conduziram à actual crise.
As regulamentações devem ser também de natureza anti-cíclica, de forma a evitar o excessivo recurso ao endividamento (alavancagem). Além disso, devem prever os aumentos de capital e das provisões (reservas) em períodos de expansão, impedindo que as bolhas dos preços dos activos levem a mais pedidos de crédito. É de descartar a confiança nos modelos internos de avaliação de risco das instituições financeiras, que constituem o ponto mais importante do acordo de Basileia II sobre regulação bancária. Essa estratégia revelou-se perigosa, pois a utilização de modelos de risco semelhantes por parte das instituições financeiras pode levar a uma maior instabilidade.
Qualquer novo sistema regulatório deveria basear-se numa rede – que funcionasse bem - de autoridades nacionais e regionais (que ainda falta na União Europeia) e incluir uma verdadeira supervisão internacional das instituições financeiras com uma abrangência global. A maioria das pessoas concorda que o Fundo Monetário Internacional não deveria estar no centro do sistema regulatório. O Banco de Pagamentos Internacionais e o Comité de Basileia estão em melhor posição para assumirem este papel, mas é necessária uma reforma profunda para alargarem o seu número de membros e para evitarem um dos principais problemas do Comité de Basileia: a falta de representação dos países em desenvolvimento.
Três elementos centrais da reforma do FMI deveriam ser incluídos na agenda. O primeiro é a necessidade de uma reserva em divisas verdadeiramente mundial, talvez baseada nos Direitos Especiais de Saque do FMI. Isto contribuiria para ultrapassar as desigualdades e a instabilidade que é inerente a um sistema mundial de reservas baseado numa moeda nacional. O actual sistema caracteriza-se por ciclos de confiança e de desconfiança no dólar e por choques periódicos resultantes das políticas norte-americanas impostas ao mundo e que são adoptadas sem terem em conta as suas consequências globais.
O segundo elemento é a necessidade de colocar o FMI, e não o G-7 – ou qualquer outro "G" -, no cento da coordenação da política macroeconómica à escala mundial. É a única maneira de dar a voz adequada aos países em desenvolvimento. A supervisão multilateral dos desequilíbrios mundiais, que foi lançada pelo FMI em 2006, constituiu um interessante passo nesta direcção, mas as diferentes partes não se empenharam o suficiente, pelo que faltou eficácia ao dispositivo.
O terceiro elemento prende-se com a maior exigência por parte dos países em desenvolvimento. O FMI deveria conceder rapidamente empréstimos durante as crises de balanças de pagamentos, sem condições demasiado draconianas, nomeadamente quando a crise é provocada por uma brusca reversão dos fluxos de capital ou por uma forte deterioração das trocas comerciais. Isto aproximaria o funcionamento do FMI ao de um banco central, injectando liquidez de forma rápida, tal como os bancos centrais dos países avançados o fizeram recentemente em larga escala. No caso do FMI, o financiamento da liquidez necessária poderia provir de emissões cíclicas de Direitos Especiais de Saque.
Nestes três domínios, o FMI deve recorrer mais às instituições regionais. Há já uma década que proponho que o FMI do futuro seja considerado como o vértice de uma rede de fundos de reserva regionais – ou seja, um sistema mais próximo, em termos conceptuais, do Banco Central Europeu ou da Reserva Federal norte-americana.
Uma mesma concepção institucional poderia aplicar-se às políticas prudenciais. Uma rede institucional mais densa parece adaptar-se melhor à heterogeneidade da comunidade internacional e será certamente mais eficaz na prestação de serviços e dará uma voz mais forte aos países mais pequenos.
Por último, uma grande deficiência da actual arquitectura financeira internacional está na ausência de uma estrutura internacional – isto é, um tribunal semelhante aos que foram criados a nível nacional para gerir as falências – para gerir o excessivo endividamento a nível internacional. O actual sistema baseia-se em mecanismos "ad hoc", que normalmente intervêm demasiado tarde, quando o elevado endividamento já provocou efeitos devastadores. O único verdadeiro mecanismo institucional é o Clube de Paris, que lida exclusivamente com o financiamento estatal. O Bretton Woods II deveria resolver este problema, através da criação de um tribunal internacional da dívida.
A actual crise financeira tornou bastante clara a necessidade de uma reforma da arquitectura financeira internacional. Mas qualquer apelo a uma conferência "Bretton Woods II" deve ser concreto em termos de conteúdo. Há assuntos que têm de estar na agenda: um sistema global de regulação e supervisão prudencial; um FMI renovado, capaz de gerir uma reserva mundial de divisas, de coordenar uma política macroeconómica a nível global e de conceder linhas de crédito com suficiente agilidade; e a criação de um tribunal internacional da dívida.  [José Antonio Ocampo]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido por suspeita de burla agravada e fraude fiscal

In "Jornal de Negócios":

oliveira_e_costa_bpn_sln_m José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido hoje na sequência de duas buscas domiciliárias feitas a uma quinta que possui na zona do Cartaxo e a uma residência em Lisboa, por suspeita de burla agravada, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais numa das investigações pendentes no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
O arguido vai ser apresentado ainda hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal em Lisboa para primeiro interrogatório judicial e fixação das respectivas medidas de coacção, noticiou esta tarde o “Público online”.
Esta informação já foi confirmada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que emitiu um comunicado onde revela que Oliveira e Costa "foi constituído arguido" e que deverá prestar declarações perante o Tribunal Central Instrução Criminal, "para primeiro interrogatório e aplicação de medidas de coacção".
Devido à sua idade (73 anos), Oliveira e Costa já não deverá ser alvo de prisão preventiva uma vez que, de acordo com as mais recentes regras do código penal, a idade pode ser considerada pelo juiz como um atenuante.
O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de um dos governos de Cavaco Silva possuía quase 4% do capital do Banco Português de Negócios (BPN), tendo sido presidente do conselho de administração da instituição entre 1997 e Fevereiro deste ano.
A detenção de Oliveira Costa foi feita no âmbito da investigação que o Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, anunciou estar pendente no DCIAP, que terá sido aberta com base em informações transmitidas ao Banco de Portugal pelo Banco de Cabo Verde, bem como em factos apurados na auditoria efectuada por iniciativa do ex-presidente do BPN, Miguel Cadilhe, avançou esta tarde o “Público online”.

 

Ver:  Governo avança com nacionalização do BPN

Ex-gestor do BPN José Oliveira e Costa detido após buscas

Medidas de coacção para Oliveira e Costa só devem ser conhecidas amanhã

Actualização em 21-11-2008:   BPN: Mulher do Ex-presidente fica com bens do casal

 Interrogatório de José Oliveira e Costa já terminou

José Oliveira e Costa fica em prisão preventiva.

Oliveira e Costa em prisão preventiva

Dias Loureiro imune à justiça??

"nunca perguntes pelo passado de um heroi!"

Actualização em 22-11-2008:  Mentiras e intrigas no Caso BPN:

António Marta e Dias Loureiro com versões diferentes.

Ex-vice governador do Banco de Portugal desmente Dias Loureiro

BPN: grupo parlamentar do PS viabiliza comissão de inquérito parlamentar

Dias Loureiro deve ser ouvido, no lugar próprio, no âmbito do inquérito parlamentar que acaba de ser aprovado sobre a gestão do escabroso dossier da SLN e do BPN

Oliveira e Costa planeou cuidadosamente a partilha e salvaguarda do seu património pessoal, avaliado em 6,5 milhões de euros. Partilhas realizadas numa semana.

Actualização em 25-11-2008:  Dias Loureiro não vai renunciar ao cargo de conselheiro de Estado

Dias Loureiro garantiu ao Presidente não ter cometido irregularidades

Sociedade "off-shore" do BPN foi utilizada para ocultar ganho de 129,5 milhões com negócio no Brasil:

O BPN ocultou 129,5 milhões de euros da venda da empresa brasileira ERGI, em 2006, através de uma sociedade 'off-shore' controlada pelo grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), apurou a Lusa com base nos registos oficiais.
Segundo os registos da Junta Comercial de São Paulo, a ERGI Empreendimentos era detida em 20 por cento pelo BPN e em 80 por cento pela Swiss Finance, uma 'off-shore' que o Banco de Portugal, numa carta remetida em Junho à administração do BPN, a que a Lusa teve acesso, identifica como pertencente à SLN (a proprietária do banco). Um antigo responsável da SLN, que pediu para não ser identificado, confirmou à Lusa que a Swiss Finance é, de facto, uma das várias sociedades 'off-shore' controladas pelo grupo.
A ERGI foi vendida em Dezembro de 2006 ao grupo brasileiro WTorre, por 135 milhões de euros. Mas no relatório e contas desse ano, a administração do BPN refere um encaixe de apenas 5,5 milhões de euros com a operação, o que significa que os restantes 129,5 milhões de euros não foram incluídos nas contas do banco.
Além deste valor, entre 2003 e 2006 o BPN injectou um total de 242,2 milhões de euros na ERGI Empreendimentos, na forma de empréstimos concedidos pelo Banco Insular de Cabo Verde, uma instituição 'off-shore' que a SLN controlou de forma clandestina durante vários anos.
Os empréstimos concedidos à ERGI não chegaram a ser liquidados, pelo que deverão fazer parte dos cerca de 407 milhões de euros em crédito malparado que, segundo o Banco de Portugal, consta do balanço do Insular.
Segundo a Junta Comercial de São Paulo, o administrador da ERGI na altura da venda à WTorre era Jorge Vieira Lobo de Sousa, um cidadão português com residência em São Paulo. A Lusa tentou obter esclarecimentos junto do responsável, mas não foi possível.
Contactada pela Lusa, fonte oficial do BPN não quis fazer comentários.

Dias Loureiro vogal da SLN até 2007:

O conselheiro de Estado Dias Loureiro manteve relações com a Sociedade Lusa de Negócios SGPS até 2007, altura em que ocupava o cargo de vogal do conselho de administração (não remunerado), apurou o CM.

A polémica em torno da relação entre Dias Loureiro e o Banco Português de Negócios (BPN), recentemente nacionalizado pelo Estado, levou ontem o ex-deputado do PSD a afirmar à TSF que 'se sentir, que a actual situação causa o mínimo incómodo ao Presidente da República, tomarei as providências necessárias', acrescentando que admite suspender o mandato como conselheiro de Estado.

Ontem mesmo, ao ser confrontado com a questão de manter a confiança em Dias Loureiro, o Presidente da República remeteu os jornalistas para a legislação existente. 'É bom estudar a legislação que rege os membros do Conselho de Estado', recomendou Cavaco Silva.

Segundo o Artigo 14 do Estatuto do Conselho de Estado, os conselheiros só podem cessar funções por decisão própria, morte ou incapacidade permanente ou por deliberação do órgão, ainda que sejam levados a julgamento em processo-crime.

O Presidente afirmou não poder 'pactuar com insinuações ou mentiras', justificando assim a nota oficial em que se demarca de qualquer ligação ao BPN. Ao fim do dia, Dias Loureiro disse à Lusa que não vê 'razões' para sair do Conselho de Estado, que não cometeu ilegalidades e que foi a Belém explicar tudo a Cavaco Silva.

NUNO MORAIS SARMENTO QUER AFASTAMENTO

Nuno Morais Sarmento, presidente do Conselho Nacional de Jurisdição do PSD, afirmou ontem que Manuel Dias Loureiro, seu colega de partido, deveria abandonar o cargo de conselheiro de Estado.

'Tanto barulho ele [Dias Loureiro] fez que, depois desta poeira toda levantada, vejo com dificuldade que ele se possa manter no Conselho de Estado. É uma opinião pessoal. Eu, no lugar de Dias Loureiro, sairia por uma questão: para dignificar o Conselho de Estado e defender o Presidente da República', declarou o dirigente do PSD no programa ‘Falar Claro’, da Rádio Renascença.

Já a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, não tem a mesma opinião e diz que é um assunto do 'foro pessoal' de Dias Loureiro.

PRISÃO SEM TRATAMENTO VIP

Isolado na cela, sem se misturar com os outros reclusos e sem tratamento VIP. É assim que José de Oliveira e Costa tem passado os últimos dias nos calabouços da Polícia Judiciária, em Lisboa, apurou o CM junto de fonte próxima do banqueiro detido na passada quinta-feira. 'Está claramente fora do mundo dele, mas calmo e expectante. Pensa que é uma passagem rápida pela prisão e que brevemente será restituído à liberdade. Mas isso pensaram Vale e Azevedo, Braga Gonçalves e até Paulo Pedroso, que acabaram por estar detidos durante meses', adiantou a mesma fonte.

O CM sabe que Oliveira e Costa ainda não recebeu visitas, nem entregou aos serviços prisionais a lista com os nomes – apenas familiares directos – que o poderão visitar. O único contacto com o mundo exterior tem sido através do seu advogado e dos jornais a que tem acesso na biblioteca. 'Ainda nem há televisão na cela, onde tem permanecido quase todo o tempo a ler.'

Apenas no domingo ficou a conhecer os espaços comuns a que estará confinado nos próximos tempos, tendo como cicerone Rui Pinto, outro detido no estabelecimento prisional que também está relacionado com o mundo financeiro.

É na cela de 15 m2 que Oliveira e Costa tem comido as refeições distribuídas pelos serviços. 'Come o mesmo que os outros. Bacalhau à brás, cozido à portuguesa, empadão, etc.'

'TEMOS SIDO ALVO DE CALÚNIAS'

O governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio, afirmou ontem na RTP que sentia que o BdP e ele próprio eram alvo de 'acusações caluniosas, injustas' devido ao desconhecimento do que é a supervisão. Mais, 'em muitos países tem havido fraudes muito maiores do que esta [...] e em nenhum deles foram feitos processos e espécie de linchamentos públicos como em Portugal se tem tentado fazer', declarou, esclarecendo ainda que Dias Loureiro 'não denunciou nada de concreto' quando foi ao BdP. Sobre o BPN, acrescentou que nenhum outro banco foi tão supervisionado desde 2001.

BANCO PAGAVA GRANDE PARTE DO RENDIMENTO

De acordo com o relatório e contas do BPN, Manuel Joaquim Dias Loureiro assumiu funções de administrador do BPN SGPS a 30 de Novembro de 2001. Até 2005, o BPN e a SLN foram responsáveis por grande parte dos rendimentos declarados por Dias Loureiro. Em 2004, o conselheiro de Estado declarou 287 mil euros de rendimento anual. Em 2005 esse montante subiu para 290 mil. Para além do BPN, a Jerónimo Martins e a Inapal são algumas das empresas que pagaram rendimentos a Dias Loureiro.

Actualização em 26-11-2008: 

Demitam-se, sff:

No caso do BPN comecemos pelos primeiros culpados, as sucessivas administrações deste banco. Parece que a procissão ainda nem sequer saiu da igreja, mas o que se conhece já é de meter medo ao Adamastor. Já foi detido o ex-presidente e esperemos que o processo seja concluído num prazo decente e que tenhamos decisões judiciais inteligíveis e "entendíveis" como justas.

Ângelo Correia diz que “nunca pediria” demissão de Dias Loureiro

BPN tem ligações a deputados do PSD da Madeira:

249346

Zona Franca da Madeira: alguns negócios do BPN passaram por aqui.

Comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN discutida dia 3 de Dezembro

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Petróleo toca mínimo de quase dois anos com reservas acima do esperado

In "Jornal de Negócios":

O preço do petróleo desceu para o nível mais baixo desde Janeiro de 2007, em Nova Iorque, depois de ter sido divulgado que os inventários de crude dos EUA aumentaram mais do que o previsto na semana passada.
O crude negociado em Nova Iorque caiu 2% para 53,30 dólares, depois da divulgação das reservas nos EUA, tocando no nível mais baixo em quase 2 anos. Entretanto, atenuou a queda e seguia a perder 0,99% para 53,85 dólares.
Em Londres, o “brent” também inverteu a tendência de ganhos seguindo a descer 0,35% para 51,66 dólares.
Os fornecimentos de crude nos EUA aumentaram em 1,6 milhões para os 313,5 milhões de barris na semana que terminou dia 14 de Novembro, quando os analistas consultados pela Bloomberg esperavam um ganho de apenas um milhão de barris.
Já os inventários de gasolina subiram em 593 mil barris e os destilados caíram em 1,47 milhões de barris.

Venda do Banco Privado Português está a ser negociada

In "Jornal de Negócios":

A venda do Banco Privado Português (BPP), liderado por João Rendeiro, está a ser negociada, confirmou o Negócios junto de fonte da instituição. Ao que o Negócios apurou, há várias opções em aberto.
Algumas fontes admitem que a instituição, que opera no negócio de “private banking”, pode ser absorvida pelo BCP, informação que o conselho de administração do banco liderado por Carlos Santos Ferreira desmentiu formalmente, através de fonte oficial da instituição.
A agência de notação financeira Moody’s reviu em baixa, a semana passada, o “rating” de crédito do Banco Privado Português, devido à elevada dependência do banco liderado por João Rendeiro do mercado de capitais.
Num comunicado, o Privado Holding, que controla o BPP, referiu que esta revisão no “rating” do banco seguiu-se a alterações recentes efectuadas à classificação da dívida de outros bancos internacionais, como o Barclays, Lloyds, Santander, entre outros.
Quanto aos indicadores do BPP, o banco salientou que o rácio de solvabilidade regulamentar do banco ascende em Setembro a 15,03% e o Tier I a 14,72%, “muito acima dos valores mínimos exigíveis”.
Ao nível de resultados, o Privado Holding obteve lucros de 8,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, enquanto o BPP atingiu resultados líquidos positivos de 5,5 milhões de euros.

Ver:  BPP (Banco Privado Português) - Análise

Banco Privado Português foi a primeira instituição a recorrer à garantia do Estado

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O mito do Short-Selling (análise put-call ratio)...

In "Jornal de Negócios-Caldeirão de Bolsa":

...

O shortselling não existe apenas durante o Bear Market, ele também está presente durante o Bull Market e - imagine-se - os volumes negociados nem são assim tão diferentes. Na verdade, o pico de negociação dos Puts deu-se durante o Bull Market.
CBOE_P_C_Ratio
O Put/Call Ratio Total está (e tem estado) com valores comparáveis ao de diversos períodos do Bull Market mas se formos verificar o Put/Call Ratio nos índices até está actualmente com valores mais baixos do que os verificados durante o Bull Market.
Como é evidente, a existência de Shorts que não impediu um Bull Market de cerca de 5 anos não pode ser agora a culpada por um Bear Market de cerca de um ano quando nem sequer os volumes são significativamente diferentes.
Outro gráfico extremamente interessante e igualmente bastante esclaredor - eventualmente até mais importante - é o que compara o Put/Call Open Interest no S&P100 e a respectiva evolução do índice.
Com se pode ver e como já tinha referido atrás, nos índices os valores actuais de exposição Short até são bastante baixos e a tendência tem sido de descida ao longo do Bear Market (nas acções a situação é um pouco diferente):
P_C_O_Interest
Mas há algo que é comum nos dois casos (índices e acções) e ainda mais importante: se notarem é bem evidente que o Open Interest aumenta durante as subidas e baixa durante as descidas. Isto o que é que quer dizer?
Que quando os índices estão a cair os Shorts estão a fechar posições e a travar as quedas, não a alimenta-las como julga o senso-comum!
Sem Short-selling o mercado estaria pior: no Bull Market teríamos subido mais e no Bear Market estariamos a cair de forma ainda mais desamparada e violenta.

Ver: Jornal de Negócios-Caldeirão de Bolsa

A Economia do Japão, a Segunda Maior Economia do Mundo, está em Recessão

In "NYTimes.com":

TOKYO — Japan, the world’s second-largest economy, has officially slipped into recession, hurt by weak export growth and steep cuts in corporate spending amid the worsening global slowdown.

Japan’s gross domestic product shrank at an annual rate of 0.4 percent from July to September after declining a revised 3.7 percent in the previous quarter, the government said Monday. It was the first time since 2001 that Japan’s economy has contracted for two consecutive quarters, the definition of a recession.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Multimilionário alemão aposta na queda da VW e perde centenas de milhares de euros

In "Jornal de Negócios":

Em tempos de crise os mercados bolsistas são imprevisíveis. A volatilidade que têm registado nos últimos meses provoca, muitas vezes, situações inesperadas. Pelo menos, para o alemão Adolf Merckle, um dos homens mais ricos do país e o 44º do mundo. Merckle apostou na queda das acções da Volkswagen e perdeu centenas de milhares de euros. Merckle procura, agora, um banco que lhe conceda um empréstimo.
Em plena crise dos mercados bolsistas, a VW contrariou tudo o que era esperado e registou fortes subidas na bolsa de Frankfurt, devido ao interesse da Porsche em reforçar no capital da empresa. Este desempenho apanhou os investidores de surpresa, principalmente, quem tinha apostado na queda das acções, como aconteceu com Adolf Merckle.
Merckle, membro de uma família com larga tradição empresarial cujas empresas dão emprego a 100 mil pessoas, perdeu centenas de milhares de euros ao apostar na queda das acções da VW e está agora em negociações com, pelo menos, 40 bancos para conseguir um empréstimo.
Uma das empresas detidas por Merckle é a HeidelbergCement, a maior cimenteira do país, que hoje perdeu mais de 23%, a maior queda dos últimos 19 anos, devido aos receios de que Merckle tenha que vender as suas acções na empresa.

EUA não deverão sair da recessão antes do segundo trimestre de 2009

In "DiarioEconomico.com":

A economia norte-americana encontra-se em recessão e esta deverá arrastar-se até meados do próximo ano, enquanto que a taxa de desemprego deverá atingir os 7,7% no quarto trimestre de 2009, com base no último relatório da Fed de Filadélfia.

Segundo noticia o jornal espanhol 'Expansión' na sua página online, a maioria dos 51 economistas inquiridos pela Reserva Federal de Filadélfia partilha da opinião que "os EUA entraram em recessão em Abril de 2008 e que esta irá prolongar-se durante pelo menos catorze meses."

Foi hoje divulgado mais um indicador negativo nos Estados Unidos, confirmando esta teoria de que a recessão no país será pior do que o esperado. O índice da Reserva Federal que acompanha a produção industrial do estado de Nova Iorque caiu em Novembro para os -25,4 pontos, o valor mais baixo de sempre, sendo que qualquer leitura abaixo de zero pontos indica uma contracção do sector.

Ver:  Jornal de Negócios:

Depois de crescer 1,4% este ano, a economia norte-americana deverá contrair 0,2% em 2009, segundo as estimativas dos economistas consultados pelo NABE, que acreditam ainda que o Reino Unido, a Zona Euro, o Japão, o Canadá e o México, já estão ou vão entrar em recessão económica nos próximos tempos, de acordo com a Bloomberg.
“Os economistas tornaram-se decisivamente mais negativos no que diz respeita ‘outlook’ económico para os próximos trimestres como resultado da intensificação do ‘stress’ no mercado de crédito”, referiu Chris Varvares, presidente dos conselheiros macroeconómicos do NABE, em comunicado citado pela agência noticiosa norte-americana.
O pessimismo em relação ao mercado accionista, ao preço dos imóveis, à construção e ao mercado laboral significa que as despesas dos consumidores vão continuar a abrandar, nos EUA.
A taxa de desemprego, na maior economia do mundo, que se encontra actualmente no valor mais elevado dos últimos 14 anos ao tocar nos 6,5%, deverá crescer para os 7,5% até ao final de 2009, segundo as estimativas dos analistas. As perspectivas anteriores apontavam para que esta taxa atingisse um pico máximo de 6,4% a meio de 2009.
Também o mercado automóvel sofreu uma revisão em baixa das estimativas uma vez que anteriormente os economistas aguardavam um estabilização ao longo do próximo ano e agora estimam a continuação da queda das vendas.
No que diz respeito ao mercado imobiliário, os economistas acreditam que em 2009, os preços deverão cair 3,5%, depois de terem perdido 6% do seu valor este ano.

sábado, 15 de novembro de 2008

A CRIAÇÃO DO DINHEIRO

In "resistir.info":

Quem cria o dinheiro? A resposta está em Money as Debt , filme de 47 minutos de Paul Grignon.  Para assistir ao filme dobrado em castelhano clique em Diñero es Deuda .

Os primeiros oito minutos e vinte segundos (8:20m) do vídeo 'Money as Debt' - legendados em português:


Sobre o tema leia também:

  • O banco central dos EUA: O templo e os seus segredos sujos
  • Custos, malfeitorias e perigos do dólar
  • Segredos do dinheiro, dos juros e da inflação
  • O Seu dinheiro Não Existe
  • Ver: Um Homem das Cidades

    O DVD em inglês pode ser encomendado aqui.  No YouTube em 5 partes:

    Money As Debt (1 of 5)

    Money As Debt (2 of 5)

    Money As Debt (3 of 5)

    Money As Debt (4 of 5)

    Money As Debt (5 of 5)

    Stocks discussed on Cramer' Mad Money program, Thursday November 12

    In "Seeking Alpha":

    Technical Difficulties: Intel (INTC), Cisco (CSCO), Dell (DELL), Microsoft (MSFT), Oracle (ORCL)

    Cramer urged viewers not to be fooled by the tech rally since the recession has only just begun. The 553 point rally in the Dow was not a good enough reason to buy tech when investors should have been selling. With Intel slashing its forecasts going into the holiday seasons, there is no reason to think tech will be strong. Cisco also has made bearish comments and Cramer thinks more downgrades for the sector are on the cards. A bottom will form only when all analysts are negative on tech and when the market starts to turn around. Cramer reminded viewers that tech was hit hard in the last recession: Intel fell 82%, Dell by 71%, Microsoft by 66%, and Oracle by 84%.

    ...

    Falling Retail Sales Impact Payrolls; ForEx Effects

    In "Seeking Alpha":

    The attached chart shows the deepening implications of falling retail sales on retail sector payrolls, highlighting the deteriorating role of the US consumer, especially as Democrats dampen hopes of any additional stimulus package before year-end.
    US Retail sales fell 2.8% in October vs. expectations of a 2.1% decline, following a revised drop of 1.3%. Sales excluding autos fell 2.2% against expectations of a 1.9% decline. The sales' decline marked the fourth straight monthly decrease, a pattern not seen in at least over the last 16 years. On a year-to-year basis, the decline is second straight annual decline, and only the fourth of such decline since 1992. Todays figures would highlight the dislocation of the US consumer, which was also borne in the 11th straight monthly decline in retail payrolls, surpassing the 8-month string of consecutive losses in 2001.

    The higher than expected release of the preliminary November Univ of Michigan sentiment survey at 57.9 from Octobers 57.6 had a short-lived impact on appetite, even with the rise in the current conditions index to 61 from 58.4 and the marked decline in the 1-year inflation expectations index to a 2-year low of 2.9% from 3.9% . With stocks hovering between -2% and -1.2%, currencies are closely following the swing in risk pendulum.


    EURUSD fails to break out of its $1.2730 trend line resistance charted from the Oct 29 high through the Nov 5 high. As long as stocks deepen their reversal from Thursdays gains, EURUSD is seen extending losses towards $1.2620s. One day after German growth was revealed to have slipped into recession by showing back to back quarterly declines, France escaped the recession by growing 0.1% in Q3, following a 0.3% contraction in Q2. But French payrolls did fall by 0.1% in Q3. Spain's Q3 GDP fell 0.2% after a 0.1% rise in Q2. Italy's Q3 GDP fell 0.5% following -0.4% in Q2, pushing the nation into its third recession in a decade.

    GBPUSD retains composure after recovering from yesterdays latest 6-year lows of $1.4558, as sterling flexes its higher yielding muscle against USD, eyeing $1.4830. But the high expectations of further BoE rate cuts continue to limit sterlings gains, marking a clear resistance at $1.4920. USDJPY closely tracks equities, hovering within the 96-98 yen range, but overall resistance seen producing lower highs, limited at 98.20. Defensive flows are seen finding support at 96.60, with 96.20 providing a more solid foundation.

    In the battle of high yielders, AUDNZD
    maintains its bullish tone after the Aussie hit a 5-week high of 1.1796, partly due to golds recovery and the worse than expected declines in NZ retail sales earlier this week. These dynamics are prevailing despite Australian rates standing at 5.25% versus 6.50% in New Zealand. Prolonged gains in risk appetite are seen favoring the Aussie towards 1.1900. Prolonged selling in equities is seen dragging AUDNZD towards 1.1680.

    sexta-feira, 14 de novembro de 2008

    Carta aberta aos líderes mundiais que comparecerão à cimeira de 15 de Novembro na Casa Branca acerca dos mercados financeiros e a economia mundial

    In "resistir.info":

    Caros líderes do mundo:
    O Inverno de 2008-2009 provará ser o inverno do descontentamento económico global a marcar a rejeição da ideologia enviesada de que mercados financeiros globais não regulamentados promovem a inovação, a eficiência do mercado, o crescimento sem restrições e a prosperidade sem fim ao mesmo tempo que reduzem o risco através da sua difusão por todo o sistema. Durante mais de três décadas a corrente dominante de economistas neoliberais pregou, e os reguladores aceitaram, o mito da eficiência dos mercados não regulamentados, ignorando a lição crítica proporcionada pela análise de John Maynard Keynes da interconexão dos mercados financeiros e do sistema de pagamentos internacional.
    Aqueles que não aprendem as lições da história estão destinados a repetir as suas tragédias. Os economistas neoliberais nas últimas três décadas negaram a possibilidade de uma repetição da destruição da Grande Depressão à escala mundial após o colapso da bolha especulativa criada pelos mercados financeiros sem restrições dos EUA dos "Frenéticos anos 20". Eles enganaram-se a si próprios ao pensar que a falsa prosperidade construída sobre a dívida poderia ser sustentável com complacência monetária. Agora a história está a repetir-se, desta vez com o vírus novo e mais letal que infestou os mercados financeiros globais desregulamentados: a "inovadora" titularização de dívidas, as finanças estruturadas e as operações bancárias independentes inundadas com o excesso de liquidez libertado por bancos centrais acomodatícios. Uma maciça estrutura de riqueza fantasma foi construída sobre a areia movediça da manipulação da dívida. Esta bolha da dívida finalmente implodiu em Julho de 2007 e agora está a ameaçar deitar abaixo todo o sistema financeiro global e a provocar um colapso económico a menos que liderança política esclarecida adopte medidas correctivas numa escala global.
    O problema das hipotecas sub-prime dos EUA que começou em 2007 redundou como era de esperar num pântano que provocou a falha dos mercados financeiros interconectados e ameaçou a viabilidade de instituições financeiras à escala mundial pelo contágio propagado à velocidade electrónica através de um antiquado e disfuncional sistema internacional de pagamentos.
    Para deter o colapso financeiro global, pode-se aprender muito com a visão de Keynes de como o sistema internacional de pagamentos deveria funcionar para permitir a cada país promover uma política de pleno emprego sem ter de temer problemas de balança de pagamentos ou permitir que incidentes financeiros infectem o sistema bancário interno e sistemas financeiros não-bancários.
    Uma outra Grande Depressão pode ser evitada se os líderes mundiais reconsiderarem o sistema analítico de John Maynard Keynes que contribuiu para a era dourada do primeiro quarto de século após a Segunda Guerra Mundial. Os signatários e outros há muito advogam uma nova arquitectura financeira internacional baseada numa versão actualizada para o século XXI do Plano Keynes originalmente proposta em Bretton Woods no ano de 1944.
    Esta nova arquitectura financeira internacional tem como objectivo criar (1) um novo regime monetário global que opere sem divisa hegemónica, (2) um relacionamento do comércio global que apoie o desenvolvimento interno ao invés de retardá-lo e (3) um ambiente económico global que promova incentivos a cada país para promover o pleno emprego e aumentar os salários da sua força de trabalho.


    Atentamente,
    Paul Davidson
    Editor, Journal of Post Keynesian Economics
    Visiting Scholar
    Schwartz Center for Economic Policy Analysis,
    The New School, New York
    Henry C.K. Liu
    Visiting Professor of Global Development,
    Department of Economics,
    University of Missouri-Kansas City

    .....

    O original encontra-se em: http://henryckliu.com/page174.html

    Actualização em 15-11-2008:  G20: países querem propostas sobre regulação dos mercados até 31 de Março:

    Os dirigentes do G20 querem que os ministros das Finanças façam recomendações “concretas” e “precisas” sobre a vigilância, a regulação e a transparência dos mercados até 31 de Março de 2009.

    Os ministros deverão centrar-se em seis áreas: limitar os aspectos de regulação dos mercados que exacerbam a crise, avaliar e trabalhar as normas contabilísticas no plano mundial, melhorar a transparência dos mercados, melhorar as práticas de compensação e avaliar as necessidades de recurso a instituições financeiras internacionais.

    ...

    Actualização em 18-11-2008:  Nobel Economists Offer First Aid for Global Economy:

    In "SPIEGEL ONLINE":

    Five winners of the Nobel Prize for economics share their views on what the future global finance order should look like in exclusive essays for SPIEGEL:

    What Has Gone Wrong up until Now

    The Recession Is the More Immediate Problem

    Regulation of the Financial Market Is Important

    Global Crisis -- Made in America

    The Dynamic Moving Center

    Zona Euro entrou na primeira recessão dos últimos 15 anos

    In "DiarioEconomico.com":

    A economia da Zona Euro entrou no terceiro trimestre do ano em recessão técnica, a primeira desde 1993, ao registar entre Julho e Setembro uma contracção, depois de ter já registado um recuo entre Abril e Junho.

    O Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro recuou 0,2% entre Julho e Setembro, em relação ao trimestre anterior, quando também se contraiu em 0,2%, conforme mostram hoje as estimativas rápidas do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat).

    A zona euro entrou assim na primeira recessão técnica (que consiste na contracção do PIB por dois trimestres consecutivos), desde que a moeda única foi introduzida, há quase dez anos.

    Os especialistas notam que esta evolução abre o caminho a novos cortes dos juros por parte do Banco Central Europeu, bem como  a descidas dos impostos por parte dos Governos europeus, para tentar limitar os efeitos da pior crise financeira desde a Grande Depressão de 1929-32.

    Os mesmos dados mostram, contudo, que, em termos homólogos, o PIB dos 15 países que usam o euro cresceu 0,7%, no terceiro trimestre do ano, depois de uma expansão de 1,4% no segundo trimestre.

    quinta-feira, 13 de novembro de 2008

    Euro inverte tendência e negoceia em alta contra o dólar

    In "Jornal de Negócios":

    A moeda única da Zona Euro, que negociou em queda durante a manhã, inverteu a tendência depois de ter sido divulgado o relatório que mostrou um aumento dos pedidos de subsídios de desemprego nos EUA.
    Contra o dólar, o euro seguia a ganhar 0,5% para os 1,2569 dólares depois de ter sido estado a perder quase 1% e tocado num mínimo de duas semanas face à moeda norte-americana.
    Hoje foi conhecido que os pedidos de subsídio de desemprego aumentaram nos EUA, durante a semana passada, atingindo o valor mais alto desde 2001, numa altura em que as empresas estão a despedir mais trabalhadores devido ao abrandamento do consumo e da economia.
    Este dado levou o euro a inverter a tendência depois de ter negociado em queda durante a manhã penalizado pela entrada em recessão da economia alemã, a maior da Zona Euro.
    O instituto nacional de estatísticas alemão anunciou hoje uma queda de 0,5% no produto interno bruto (PIB) do país, no terceiro trimestre. Esta quebra segue-se a uma contracção de 0,4% no trimestre anterior. A economia alemã, a maior economia europeia, enfrenta, assim, a pior recessão em pelo menos 12 anos.
    Este indicador levou o mercado a acreditar que a autoridade monetária da região será obrigada a reduzir a sua taxa de juro de referência na reunião de 4 de Dezembro, para estimular a economia, numa altura em que a taxa de inflação está a abrandar.

    quarta-feira, 12 de novembro de 2008

    Galp quer produzir 10 mil barris por dia no "onshore" brasileiro

    In "Jornal de Negócios":

    O presidente executivo da Galp revelou hoje que o objectivo de produção “onshore” é de 10 mil barris por dia dentro de 5 anos. Em Dezembro deste ano, a petrolífera portuguesa vai começar a produzir no poço de Potiguar.
    “Está localizado no ‘onshore’ brasileiro e somos operadores com 50% do consórcio. Este poço tem algum crude, mas é sobretudo gás, com quantidade suficiente para abastecer a cidade de Lisboa”, precisou Ferreira de Oliveira.
    O gestor diz que no “onshore” os custos de investimento e operacionais “são mais baixos, assim como o risco, mas os resultados e as rentabilidades também são mais baixos”.

     

    Ver: Recursos da Galp no Brasil representam 20 anos de consumo em Portugal - Produção no Tupi arranca em Março

    e   "Não temos qualquer problema de financiamento para os projectos no Brasil"

    Agência Internacional de Energia diz que petróleo barato acabou

    In "Jornal de Negócios":

    As actuais tendências energéticas são visivelmente insustentáveis – social, ambiental e economicamente. O petróleo continua a ser a energia dominante, mas a era do petróleo barato acabou. No entanto, a volatilidade dos preços mantém-se. São estas algumas das principais conclusões do "World Energy Outlook" hoje divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE) e que faz projecções de cenários até 2030.

    A AIE não prevê um pico do petróleo até 2030, mas salienta que os fracos investimentos em infra-estruturas, numa altura em que os campos petrolíferos estão em declínio, poderão levar a problemas de produção. “Apesar de não estimarmos que produção petrolífera mundial atinja um pico até 2030, a produção convencional de crude deverá começar a diminuir em torno desse ano”, advertiu, sublinhando que as areias betuminosas do Canadá e o petróleo mais pesado terão de fazer a diferença.

    Com efeito, segundo a AIE, o mundo não está em perigo – para já – de ficar sem petróleo, mas existe o risco de que as suas reservas possam não ser exploradas com suficiente rapidez para atenderem ao crescimento da procura nos próximos anos.

    De acordo com a organização, são necessários cerca de 30 milhões de barris diários de crude extra em 2015.

    Procura aumenta menos do que o previsto pela AIE no ano passado

    Em relação à procura mundial, a AIE estima que deverá continuar a aumentar até 2030, se se mantiver a actual tendência, se bem que a um ritmo mais lento do que nas últimas duas décadas. No seu “Cenário de Referência”, que não assume quaisquer mudanças nas políticas governamentais, a procura de petróleoaumentará 1% ao ano em média, de 85 milhões de barris por dia em 2007 para 106 milhões de barris diários em 2030. Trata-se, contudo, de uma significativa revisão em baixa face ao “World Energy Outlook” do ano passado.


    A AIE refere que o mundo precisa de um investimento superior a 26 biliões de dólares nos próximos 20 anos para garantir um nível adequado de oferta de energia – um aumento de mais de quatro biliões de dólares face às projecções feitas no “World Energy Outlook” de 2007.

    A organização prevê que a oferta mundial de petróleo aumente para 106 milhões de barris por dia até 2030, contra 84 milhões no ano passado, esperando-se que o grosso desse aumento provenha dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) – cuja quota de produção global deverá passar de 44% em 2007 para 51% em 2030.

    Fora da OPEP, a produção já atingiu um pico em muitos países e deverá atingi-lo em muitos outros antes de 2030, alerta a AIE.

    Saliente-se que a teoria do pico do petróleo - ou Pico de Hubbert - proclama o inevitável declínio e subsequente fim da produção de petróleo.

    Petróleo acima dos 200 dólares em 2030

    A Agência Internacional de Energia salientou que apesar da actual queda das cotações do crude, a era do petróleo barato acabou. A AIE prevê que um barril de petróleo custe mais de 200 dólares em 2030.

    Atendendo aos elevados custos inerentes à exploração de campos para novas produções e à constante luta para que a oferta atenda à procura, a AIE considera que os consumidores pagarão uma média de 100 dólares por barril de petróleo ao longo dos próximos sete anos e mais caro a partir daí.

    A agência teve o cuidado de não prever preços, mas faz algumas estimativas nas suas avaliações, conforme sublinhou a “RTE News”. Segundo a AIE, os preços do crude estão “bearish” no curto prazo e bastante “bullish” no longo prazo.

    Além disso, prevê uma maior volatilidade dos preços, referindo que deverá começar a ser habitual assistir a pronunciadas variações de curto prazo nos preços.
     
    View My Stats