segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Aviso de bolha

In "Expresso.pt":

Os mercados estão demasiadamente dependentes de insustentáveis estímulos dos governos. Algo terá de ceder.

"The Economist"/Expresso

11:00 Segunda-feira, 18 de Jan de 2010

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Os investidores deverão ter presente que os preços dos activos poderão ainda recuar uma grande distância

Finbarr OReilli/Reuters

 

O resultado gerado pelo dinheiro gratuito é extraordinário. Há um ano, os investidores entravam em pânico e falava-se de uma nova Grande Depressão. Agora o índice mundial MSCI dos preços globais das acções está acima de 70% em relação ao seu mínimo registado em Março de 2009, em grande parte devido às taxas de juro de 1% ou inferiores prevalecentes na América, Japão, Reino Unido e zona euro, o que persuadiu os investidores a retirar os seus fundos dos depósitos bancários para comprar activos de risco.

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Apesar do grande pânico do ano passado, os valores dos activos nunca chegaram a atingir os níveis baixos que marcaram outros mínimos de anteriores mercados em queda, a ponto de a corrida actual fazer parecer caros os diversos mercados. No mercado imobiliário americano, onde teve início a crise, os preços da habitação estão próximos do valor justo, com base nos preços dos alugueres, embora se encontrem sobrevalorizados em quase 30% no Reino Unido e em 50% na Austrália, Hong Kong e Espanha.

As bolsas de valores ainda não atingiram os seus máximos recorde na maior parte dos países, encontrando-se o mercado americano cerca de 25% abaixo do nível que atingiu em 2007, embora ainda esteja quase 50% sobrevalorizado relativamente ao melhor indicador de longo prazo, que ajusta os lucros no sentido de possibilitar o ciclo económico, encontrando-se ao mesmo nível que dois dos quatro grandes picos de valorização do século XX, em 1901 e em 1966.

Os bancos centrais consideram estas retomas dos mercados um efeito secundário positivo das suas políticas. Em 2008, os mercados em queda provocaram um círculo vicioso de incumprimentos no pagamento de dívidas e de liquidações por parte dos investidores, pressionando os preços dos activos para valores ainda mais baixos. Foi necessária a recuperação do mercado para estabilizar as economias no ano passado, existindo no entanto actualmente o perigo de estarem a ser criadas bolhas.

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Formação constante de bolhas?

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O PROBLEMA NÃO É APENAS QUE AS VALORIZAÇÕES PARECEM DEMASIADO ELEVADAS À LUZ DOS NÍVEIS HISTÓRICOS, MAS QUE A COMBINAÇÃO ACTUAL DE PREÇOS ELEVADOS DOS ACTIVOS, TAXAS DE JURO BAIXAS E DÉFICES FISCAIS ELEVADÍSSIMOS É INSUSTENTÁVEL SE OS MERCADOS TIVEREM RAZÃO E A ACTUAL RETOMA FOR SUSTENTÁVEL, ENTÃO OS GOVERNOS REAGIRÃO CORTANDO O FORNECIMENTO DE DINHEIRO BARATO MAIS PARA O FINAL DO ANO

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Não bate certo

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O PROBLEMA NÃO É APENAS QUE AS VALORIZAÇÕES PARECEM DEMASIADO ELEVADAS À LUZ DOS NÍVEIS HISTÓRICOS, MAS QUE A COMBINAÇÃO ACTUAL DE PREÇOS ELEVADOS DOS ACTIVOS, TAXAS DE JURO BAIXAS E DÉFICES FISCAIS ELEVADÍSSIMOS É INSUSTENTÁVEL SE OS MERCADOS TIVEREM RAZÃO E A ACTUAL RETOMA FOR SUSTENTÁVEL, ENTÃO OS GOVERNOS REAGIRÃO CORTANDO O FORNECIMENTO DE DINHEIRO BARATO MAIS PARA O FINAL DO ANO

Ver:

Aviso de bolha

Bubble warning

The danger of the bounce

Is it a blizzard?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sentimento económico sobe pelo nono mês na Europa

In "Económico":

A Comissão Europeia revelou que o indicador de sentimento económico subiu em Dezembro pelo nono mês consecutivo, quer na zona euro quer na União Europeia.

O ESI (Economic Sentiment Indicator) da zona euro avançou para 91,3 em relação aos 88,8 pontos de Novembro, enquanto o indicador para o conjunto da União Europeia progrediu até aos 92 pontos, mais 4,1 que no mês precedente, segundo o relatório mensal divulgado hoje pelo Executivo comunitário.

Em Portugal, o indicador recuou ligeiramente para 83 pontos, face aos 83,7 verificados em Novembro, perante a deterioração da confiança dos consumidores e empresários quanto à generalidade dos sectores da economia.

"Bull Market" maduro

In "Jornal de Negócios Online":

Os índices entram na nova década como saíram da anterior: com o pé direito, estabelecendo praticamente em uníssono novos máximos relativos, excepção feita ao nosso PSI-20, ainda abaixo da fasquia dos 9.000 pontos.


Enquanto os índices insistem na sua paulatina subida, os indicadores económicos vão mostrando sinais ténues de recuperação. Provavelmente, aquele a que o público, em geral, estará mais sensível será a taxa de desemprego, precisamente dos últimos a inverter.


Enquanto, na Europa, os números da taxa de desemprego começam a estabilizar, nos EUA esta registou, em Novembro, um ligeiro retrocesso face ao mês anterior, insuficiente ainda para estabelecer uma inversão da tendência. Os "initial jobless claims", contudo, um indicador semanal que serve de "proxy" para o mercado de emprego, têm estado em queda há longas semanas e encontram--se agora em valores a que já não assistíamos desde 2008, bem abaixo dos 500 mil e aproximando-se da sua média de longo prazo. Acresce ainda a inversão do PIB no terceiro trimestre: historicamente, a inversão da taxa de desemprego para baixa tende a ocorrer um par de trimestres após o fundo do PIB. Os números de Dezembro poderão, assim, tornar mais evidente uma inversão do indicador social e económico.


No anterior ciclo, a taxa de desemprego inverteu cerca de nove meses e 30% acima do fundo do S&P 500 estabelecido em Outubro de 2002, já após a fase mais violenta da recuperação dos índices - irreverências próprias da juventude - mas ainda com muito "Bull Market" pela frente.


S&P 500 subiu 30%
antes da inversão no desemprego
Evolução do índice norte-americano no anterior "Bull market"


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Ciclo "Bear/Bull" anterior, onde poderemos traçar algum paralelismo com o momento actual, especialmente se se vier a confirmar uma inversão da taxa de desemprego em Dezembro/Janeiro.


S&P 500 a caminho de nova resistência
Evolução do índice norte-americano desde 2008


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O S&P vai reforçando a quebra da sua segunda grande resistência na caminhada ascendente que vem percorrendo desde Março ao estabelecer novos máximos relativos assim que entra em 2010.


Nota: as análises apresentadas constituem opiniões do autor, não devendo ser entendidas como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.

EDP Renováveis é a preferida do banco Jefferies na geração de energia eólica

In "Jornal de Negócios Online":

copenhagaambienteenergiaeolica1grd A EDP Renováveis é a "top pick" do banco de investimento Jefferies International, no segmento do desenvolvimento de energia eólica.


O Jefferies diz na sua última nota de “research”, citada pelo “Environmental Finance Online News”, que os investidores devem evitar o sector solar nos primeiros meses deste ano, podendo as empresas de energia eólica ser uma boa aposta, já que se espera que as encomendas aumentem.


“Estamos muito ‘bullish’ no sector eólico em 2010 e sentimos que os investidores podem encontrar oportunidades atractivas tanto no segmento de desenvolvimento de energia eólica como no de fornecimento de turbinas”, refere a nota de análise daquele banco elaborada pelos analistas Michael McNamara e James Harris.


Para o desenvolvimento de energia eólica, a “top pick” do Jefferies é a EDP Renováveis, ao passo que a dinamarquesa Vestas e a espanhola Gamesa são as escolhas preferidas para o sector das turbinas.


“Tendo em conta as actuais avaliações, estamos convencidos que a Hansen Transmission, a Nordez e a EDF Energies Nouvelles são menos atractivas do que as suas congéneres, ao passo que a Terna Energy oferece um enorme potencial mas como liquidez limitada e exposição ao risco soberano da Grécia, o que preocupa alguns investidores”, diz a nota de “research” citada pelo “Environmental Finance Online News”.


Apesar do aumento generalizado da procura de energia solar, os analistas do Jefferies prevêem que este mercado continue sobrefornecido, acrescentando que a norueguesa Q-Cells e a alemã Solon são duas acções a evitar este ano. Para os investidores que precisam de manter exposição ao sector solar, os analistas sugerem a PV Crysalox, cotada na bolsa londrina.
Segundo McNamara e Harris, o sector eólico vai ter um melhor desempenho, à medida que as encomendas de turbinas forem aumentando, especialmente por parte dos Estados Unidos, onde as empresas de geração de energia eólica têm construções planeadas para este ano, para se qualificarem para subsídios do governo norte-americano. Os menores custos de construção e o preço estável da electricidade significam que os geradores de energia eólica também terão melhores retornos, conclui a nota de “research”.


Coroa britânica anuncia amanhã se EDPR ganhou parque na Escócia


A EDP Renováveis, liderada por Ana Maria Fernandes, esteve no início desta semana a ser sustentada em bolsa pela notícia de que deverá ganhar o licenciamento para o desenvolvimento do parque eólico escocês de Moray Firth, em parceria com a Sea Energy.


O governo britânico anunciará amanhã que empresas obterão os direitos para nove grandes projectos de parques eólicos “offshore”, uma “revolução verde” no valor de 100 mil milhões de libras (112.000 milhões de euros).


A EDP Renováveis encerrou a sessão de hoje a corrigir dos ganhos recentes, terminando com uma cedência de 0,93% para os 6,935 euros.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Jim Cramer sobre Earnings Season












Matérias-primas abrem ano com fortes ganhos

In "Jornal de Negócios Online":

milho_agricultura_materias-primas_commoditiesagricolas_cereais_selo A generalidade das matérias-primas segue em alta na primeira sessão do ano, com o petróleo perto dos 82 dólares por barril, o ouro a negociar em máximos de dois meses e o cobre nos valores mais altos dos últimos 16 meses.


O índice Reuters/Jefferies CRB (RJ/CRB) - que negoceia em Nova Iorque um cabaz de 19 mercadorias, divididas em seis grandes grupos de “commodities” – atingiu um máximo de 14 meses, liderado pelo sumo de laranja e pelo gás natural. O índice segue a subir 1,6%, para 287,78 pontos.


O RJ/CRB teve em 2009 o melhor ano desde 1979 e as previsões apontam para que a tendência de subida do índice se mantenha em 2010, devido ao projectado crescimento económico mundial.


Os preços do sumo de laranja dispararam devido a uma vaga de frio na Florida, região que é a segunda maior produtora de laranjas do mundo. Se as baixas temperaturas se mantiverem, a colheita de citrinos daquela região poderá ficar comprometida.


A frente fria que está a assolar grande parte do território norte-americano está também a contribuir para a forte subida das cotações do gás natural e do combustível para aquecimento, já que a procura destes produtos aumenta com o frio.


Crude em máximos de seis semanaspetroleo_poco_extraccao_selo


O mesmo acontece com o petróleo. A descida das temperaturas nos EUA e a desvalorização da nota verde – que torna mais atractivas as “commodities” denominadas em dólares - estão a contribuir para impulsionar o “ouro negro”, que está a caminho dos 82 dólares por barril nos Estados Unidos. O máximo de 2009 foi precisamente de 82 dólares, valor que foi atingido a 21 de Outubro.


O contrato de Fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), “benchmark” para os EUA, segue a valorizar 2,65% no mercado nova-iorquino, para 81,46 dólares por barril, tendo estado já a negociar nos 81,68 dólares, máximos desde 23 de Outubro passado. Face aos valores de há um ano, o WTI ganha 75%.


Em Londres, o contrato para entrega em Fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, avança 2,67%, para 80,01 dólares por barril. Estes futuros do Brent chegaram hoje a transaccionar a 80,13 dólares, o valor mais alto desde 18 de Novembro.


No entanto, esta escalada do petróleo poderá deter-se no patamar dos 82 dólares por barril, uma vez que o índice de solidez relativa desta matérias-prima mostra que os ganhos têm sido excessivos, segundo uma análise técnica da MF Global, citada pela Bloomberg.


Entretanto, ainda no sector energético, o contrato de Fevereiro do combustível para aquecimento segue em alta de 3,1%, para 2,1818 dólares por galão, no mercado nova-iorquino.


Metais brilham maismetais_preciosos_ouro_selo


No segmento dos metais, o cobre está a negociar em máximos de 16 meses, sustentado pelo forte crescimento da actividade industrial na China e pela greve numa mina chilena da Codelco.


Os trabalhadores da mina da Codelco em Chuquicamata, segunda maior mina do mundo, iniciaram uma greve no dia 31 de Dezembro, devido o desacordo quanto aos salários. A Codelco é a maior produtora de cobre do mundo.


O ouro, por seu lado, regista a subida mais acentuada dos últimos dois meses, fortemente impulsionado pela desvalorização do dólar face ao euro.


No campo dos cereais e oleaginosas, o trigo, a soja e o milho estão igualmente a negociar no verde, também animados pela queda da nota verde face à moeda única da Zona Euro.


O algodão, por seu turno, segue em máximos de 18 meses em Nova Iorque, devido a sinais de retoma económica – o que anima a procura.


O mesmo acontece com o café e com o açúcar. O açúcar refinado está neste momento a negociar no mercado londrino no nível mais alto das duas últimas décadas, impulsionado pela probabilidade de uma menor produção no Brasil.


Matérias-primas: uma boa apostasugar_peq2


Recorde-se que a Bloomberg divulgou hoje, com base nas suas sondagens e nos analistas que fizeram previsões mais acertadas em 2009, que as matérias-primas poderão gerar retornos acima dos activos financeiros pela primeira vez em três anos, devido à retoma da economia.
O petróleo, o milho, o ouro e o paládio irão subir 17% este ano, de acordo com as estimativas dos analistas.


Segundo o Goldman Sachs Group, o índice avançado de retorno total S&P GSCI – que agrupa 24 “commodities” – ganhará 17,5% em 2010. Se assim for, esse desempenho será superior ao do índice S&P 500, que se prevê que suba 11%, referiu a Bloomberg.


Prevê-se assim que as matérias-primas suplantem este ano a “performance” das obrigações e das acções.
“As matérias-primas são uma óptima aposta para se obter exposição ao crescimento proveniente dos mercados emergentes”, comentou à Bloomberg um gestor da Huntington Asset Advisors, Peter Sorrentino.

Acções de mercados emergentes podem prolongar subidas em 2010

In "Jornal de Negócios Online":

As acções de mercados emergentes podem valorizar mais de 20% este ano, prolongando a maior subida anual de que há registo e impulsionadas pela recuperação económica dos Estados Unidos, dizem os analistas do Crédit Suisse, segundo a Bloomberg.


O índice MSCI Emerging Markets avançou 0,6% para um máximo de 17 meses, nos 995,37 pontos, prolongando a subida de 75% no ano passado. O índice pode subir mais 21%, para 1.200 pontos, um valor em que negociou em Junho pela última vez em Junho de 2008, de acordo com a Bloomberg, que cita uma nota de análise do Credit Suisse.


As acções dos mercados de países em desenvolvimento subiram 16% desde que o índice de compras pela indústria, subiu acima dos 50 pontos em Agosto, segundo os analistas, que avançam, que esta valorização compara com uma subida de 41% em 12 meses, nas últimas três vezes que este índice subiu e se manteve acima dos 50 pontos.


“Estamos particularmente encorajados pelo facto de a recuperação dos Estados Unidos ter sido mais alargada do que a recuperação dos inventários das empresas e do estímulo fiscal ao consumo, imobiliário e despesas de capital”, escreveram os analistas na nota citada pela Bloomberg.

 
O Crédit Suisse estima que a economia norte-americana pode ter crescido 4,5% no quarto trimestre de 2009, e que poderá crescer 4% na primeira metade do 2010, acrescenta a Bloomberg.


Os mercados da Turquia, Brasil, Indonésia e Coreia do Sul são os preferidos entre os mercados de países em desenvolvimento, segundo a mesma nota de investimento. Os mercados da Turquia, Brasil e Rússia são “historicamente”, os que têm melhor desempenho quando o índice de Compras da Indústria está acima dos 50 pontos, segundo o banco de investimento.

Nova recessão nos EUA em 2010 com probabilidade de 30 a 40%

In "Jornal de Negócios Online":

A probabilidade de a economia norte-americana registar nova recessão em 2010 é agora menor, mas ainda assim o Nobel da Economia, Paul Krugman, atribui uma probabilidade de 30 a 40% a este cenário.


PAUL_KRUGMAN_m“Não é um cenário de baixa probabilidade. As hipóteses são de 30 a 40%”, disse Paul Krugman em entrevista à Bloomberg.


O Nobel da Economia admite que a maior economia do mundo pode voltar a entrar em recessão na segunda metade deste ano, caso se desvaneçam os apoios fiscais e de política monetária.


Para Krugman, são elevadas as probabilidades de o crescimento económico não ser suficientemente robusto para impedir um novo aumento do desemprego.


O Nobel da Economia, também professor na Universidade de Princeton, acredita que a Reserva Federal vai cancelar o programa de compra de títulos hipotecários, o que irá provocar uma subida nos juros do crédito à habitação, e em resultado pressionar em baixa as vendas e os preços das casas.


Os últimos indicadores apontam para um crescimento sustentado da economia norte-americana, mas muitos economistas temem ainda que a recuperação possa ocorrer em W (duas recessões quase consecutivas) e não em V (recuperação sustentada após a recessão). Para Krugman, a probabilidade de ocorrer o primeiro cenário é ainda elevada.

 
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