sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Roubini prevê mais desgraças para a economia mundial

In "Jornal de Negócios":

untitled Na edição de 2007 do Fórum Económico Mundial, Nouriel Roubini advertiu para o facto de os lucros recorde das empresas e os bónus estarem a encobrir uma "aterragem dura" que estaria para vir. Nessa ocasião, Jacob Frenkel, ex-governador do Banco de Israel, disse que discordava veementemente.


Agora já não discorda. "Roubini foi intelectualmente corajoso e mostrou saber o que dizia", diz agora Frenkel, actualmente vice-chairman da AIG, seguradora que só sobreviveu à crise devido a empréstimos governamentais superiores a 100 mil milhões de dólares. "Ele ganhou credibilidade e merece-a", acrescentou, citado pela Bloomberg.


Esta semana, Roubini regressou a Davos com o epíteto de adivinho da pior crise económica e financeira desde a Grande Depressão – juntando-se assim à lista de outros "profetas da desgraça" que ficaram célebres por preverem rumos totalmente inesperados e que se revelaram correctos.

Roubini tem 50 anos e é professor na Universidade de Nova Iorque. Escreve também textos de opinião para o Project Syndicate, que são publicados em jornais de todo o mundo. Em Portugal, é o Negócios que detém o exclusivo dos textos de Roubini.


O economista, que está actualmente a escrever um livro sobre a crise, diz que o pior está ainda para vir. Segundo ele, os bancos têm ainda pela frente perdas muito maiores do que imaginam, relacionadas com a crise do crédito. E estima que haverá mais entidades financeiras a precisar de ser nacionalizadas e que a economia mundial continuará a registar uma contracção ao longo de 2009.


"Já há muitas pessoas a ver o mesmo que eu, mas ainda não chegaram ao mesmo ponto. Não sei o que é que algumas pessoas andam a fumar", afirmou Roubini à Bloomberg.


Em Fevereiro de 2007, Nouriel Roubini escrevia no seu blog: "em breve, a festa terá acabado". E advertia para as "penosas consequências para a economia norte-americana e mundial". Em Fevereiro do ano passado, o seu tom tornou-se mais apocalíptico, levantando o espectro de um colapso "catastrófico" que os bancos centrais não conseguiram evitar, levando à falência de grandes bancos com forte exposição a empréstimos hipotecários e a uma "forte queda" das acções.


No mês seguinte, o Bear Stearns colapsou e teve de ser salvo pelo JPMorgan Chase, num acordo apoiado pelo governo americano. Em seguida, em Setembro, o Lehman Brothers entrou em processo de falência, levando a banca a não abrir tão facilmente mão do seu dinheiro, o que privou empresas e pessoas singulares de acesso ao crédito. O governo dos EUA, entretanto, já teve que resgatar a AIG, a Fannie Mae e a Freddie Mac. O índice Standard & Poor’s 500, por seu lado, registou o pior ano desde 1937.


Leia aqui um dos mais recentes textos de opinião de Roubini.

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