segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Como ganhar depois da crise!

In "Jornal de Negócios":

...Nos últimos meses o sector tem vindo a colher as tempestades que ajudou a semear. Os bancos americanos fizeram empréstimos com taxas de juro baixas a clientes com um risco de incumprimento elevado (os créditos do segmento “subprime” - abaixo do “prime”). Em cima disso, as instituições financeiras de todo o mundo investiram em produtos correlacionados com aquelas dívidas, cujo valor caiu a pique quando as famílias deixaram de pagar os empréstimos. O problema alastrou a outros segmentos do mercado de crédito, provocando perdas de muitos milhares de milhões de euros nos bancos, descapitalizando-os. Como se não bastasse, algumas instituições de referência na Europa, como o Société Générale e o Credit Suisse, foram abaladas por fraudes milionárias praticadas pelos seus corretores...

Bancos em queda há sete meses

Evolução do índice europeu DJ Stoxx Banks Fonte: Bloomberg.

 

 

Cinco acções para ganhar depois da crise

1º BBVA - Espanha

Grupo de serviços financeiros com um sólido posicionamento em Espanha e forte presença internacional, em 32 países.
É dos bancos mais eficientes da Europa, além de ser também dos mais baratos, face à média.
As casas de investimento atribuem um potencial de subida de 43,4% às acções do BBVA. O “target” médio é de 19,63 euros.

2º Santander - Espanha

É o maior banco da Península Ibérica e um dos maiores do mundo, com forte presença na América Latina.
Tem um rácio de eficiência acima da média, sendo a rentabilidade do dividendo uma das mais atractivas do sector.
Os analistas recomendam comprar acções, esperando um retorno de 41,9%, face ao “target” médio de 16,67 euros.

3º Allied Irish Bank - Irlanda

Banco comercial e de investimento, com presença no Reino Unido, na Polónia e nos Estados Unidos da América.
Apresenta a melhor rentabilidade face ao dividendo estimado para 2008 entre todos os bancos europeus.
O preço-alvo médio do AIB é de 18,67 euros, o que confere aos títulos do banco um potencial de subida de 35,2%.

4º Anglo Irish Bank - Irlanda

Portugal é um dos países onde o AIB está presente a nível internacional, além do Reino Unido, Suiça, Áustria e EUA.
É o mais eficiente da Europa e dos mais baratos do sector, ainda que seja dos menos generosos para os accionistas.
Excluindo o BPI, o Anglo Irish é o banco que oferece maior potencial de subida. O “target” médio é de 13,7 euros.

5º HBOS - Escócia

É líder na concessão de crédito à habitação e nos depósitos no Reino Unido e actua na banca de investimento e seguros.
O banco escocês é dos mais baratos face aos resultados e conta com uma remuneração accionista atractiva.
O potencial das acções é de 28%, tendo em conta que a média das avaliações aponta para um valor de 849 pences.

...

PER: os lucros do banco sustentam a cotação?

O “Price Earnings Ratio”, ou PER, é o indicador preferido do mercado para definir se a acção de uma cotada está barata ou cara, tendo por base os resultados líquidos da empresa. Este rácio corresponde à divisão da cotação pelos lucros por acção, obtendo-se o número de vezes que o valor dos títulos excede os resultados da empresa. Quanto menor é o número de vezes que a cotação é superior aos lucros por acção, mais atractiva está a cotada.
Analistas e o potencial de subida das acções

As avaliações dos analistas, que têm por base os dados fundamentais das empresas resultam no habitual “preço-alvo”. Este valor, a doze meses, representa a expectativa das casas de investimento para o retorno das acções das cotadas. Comparando este “target” com a cotação actual de mercado encontra-se o potencial de valorização que, no caso do BPI, é o mais elevado, dado o desempenho negativo este ano.
Qual o mais generoso para o accionista?

A remuneração accionista é um dos aspectos mais relevantes para muitos investidores. Em momentos mais conturbados de mercado, os títulos que oferecem maior rentabilidade do dividendo tendem a ser preferidos pelos investidores. O “dividend yield” divide o valor do dividendo pela cotação. Ter um “dividend yield” de 5%, por exemplo, significa que o accionista recebe cinco euros em dividendos por cada 100 euros investidos em acções.
Identifique os bancos mais eficientes

O “cost to income” é o rácio utilizado para medir a eficiência da banca: quantas receitas conseguem gerar com aqueles custos? Este indicador afere o peso dos custos na obtenção das receitas (produto bancário), dando uma medida da eficácia do banco. Quanto mais alto for o peso, menos proveitos o banco liberta. Os bancos eleitos têm um rácio de eficiência inferior à média, destacando-se o desempenho das instituições espanholas.
EPS: quanto vão crescer os lucros?

O “earnings per share” (EPS) representa os lucros por acção divulgados pelo banco nos últimos 12 meses (valor dos lucros dividido pelo número de acções emitidas). Na análise foi utilizada a estimativa dos analistas para o crescimento deste indicador este ano, o que permite perceber que bancos vão criar mais valor para os accionistas. O BCP surge entre os cinco bancos com a previsão de subida dos lucros mais elevada.
“Core Capital”: quão saudável está o banco?

O rácio “core capital”, ou “core Tier 1” é a medida de solvabilidade das instituições financeiras mais importante, avaliando de forma ponderada pelo risco o peso dos créditos e outros activos nos capitais próprios (capital e lucros de exercícios passados não distribuídos aos accionistas). Ou seja, permite aos investidores perceber o quão saudável está o banco e qual a sua capacidade de crescimento.

Fonte: Bloomberg, bancos de investimento e cálculos Jornal de Negócios.
Os dados são referentes a quinta-feira, dia 21 de Fevereiro.

Ver os varios artigos em: http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_InvestidorPrivado&CpContentId=312030

e http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=312022

e http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=312026

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