segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Seis acções para lucrar com a crise

In "Jornal de Negócios":

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As seis empresas melhor colocadas em cada um dos indicadores utilizados na análise

1.
PT

A mais atractiva

- A operadora é das mais baratas face aos resultados operacionais e tem uma elevada rentabilidade dos capitais;
- Tem a segunda melhor rentabilidade do dividendo;
- O risco é inferior ao do mercado.

2.
Semapa

Potencial de valorização

- É a que tem maior potencial de valorização face ao preço-alvo médio de 14,9 euros. Face ao preço de fecho a quinta-feira, o “upside” é de 90%; l O rácio entre a cotação e os lucros por acção é dos mais baixos do PSI-20.

3.
BPI

Rentabilidade do dividendo

- A forte queda nas cotações tornou o BPI na cotada do PSI-20 com a rentabilidade do dividendo mais atractiva: 5,67%;
- Com um preço-alvo médio de 6,13 euros, o banco tem um poten-cial de valorização de 84,6%.

4.
BES

Baixo risco, boa remuneração

- O banco tem uma rentabilidade do dividendo superior à média; l Com um beta de 0,825, o BES é dos títulos com menos risco; l É, também, o banco com o melhor rácio de eficiência entre os três do PSI-20.

5.
Portucel

Barata e com potencial

- A empresa de pasta e papel tem um rácio entre a cotação e os lucros baixo, de 10 vezes, muito inferior ao do sector: 31,9 vezes;
- A Portucel tem sido uma das empresas mais penalizadas em bolsa. Resultado: a cotação está 80% abaixo do preço-alvo.

6.
Cimpor

Uma aposta na consistência

- A cimenteira não lidera em nenhum dos indicadores, mas consegue uma classificação honrosa em quase todos;  
- A rentabilidade de 4,06% do dividendo faz da empresa uma boa aposta em tempos de maior turbulência.

A escolha das empresas teve por base a utilização de seis indicadores, que combinam diferentes perspectivas de análise. A relação entre a cotação e os lucros por acção e o EV/EBITDA permitem perceber se a cotação da empresa está “cara”, enquanto a rentabilidade dos capitais próprios fala sobre a sua eficiência. Dado o presente contexto de turbulência, foi também considerado o risco (beta), bem como a remuneração aos accionistas. A análise inclui, ainda, o potencial de valorização, tendo em conta os preços-alvo médios. De forma a privilegiar os títulos mais representativos, foram apenas utilizadas as empresas do índice PSI-20. Para os bancos, foi ainda utilizado o rácio de eficiência – embora ele não surja nas tabelas –, uma vez que o EV/EBITDA não se aplica. Para encontrar as vencedoras, foi atribuída uma pontuação de 1 (piores) a 5 (melhores) nos vários critérios. Os indicadores têm todos a mesma ponderação.

PER: Quem tem os lucros mais baratos

Os líderes no potencial de valorização

O “preço” dos resultados operacionais

Altri e BPI têm o PER mais baixo

Sonae Índústria tem o maior “upside”

Semapa é a que tem o EBITDA mais barato

O PER (’price earnings ratio’) é um dos indicadores mais utilizados para aferir se uma acção está atractiva. Corresponde à divisão da cotação pelos lucros por acção nos últimos 12 meses, obtendo-se o número de vezes que o preço em bolsa excede os resultados. Por exemplo, uma acção que tenha uma cotação de 10 euros e um lucro por acção de 0,5 cêntimos, significa que tem um PER de 20. Outra empresa com o mesmo resultado líquido, mas que transaccione a 5 euros, tem um PER de 10. Logo, a segunda empresa está mais “barata” do que a primeira. Os analistas utilizam a análise fundamental para definir a avaliação de uma empresa. Esta tem em conta indicadores financeiros correntes como o valor dos activos e a dívida, mas também a evolução esperada dos resultados da empresa. Esta avaliação é, normalmente, expressa num preço por acção, o chamado preço-alvo. A tabela ao lado utiliza os preços-alvo médios das casas de investimento que cobrem cada uma das empresas. A queda das cotações deixou várias empresas muito longe do valor fundamental. O Enterprise Value/EBITDA é mais um indicador que permite perceber se uma empresa está “cara” ou “barata”. Este rácio divide o “enterprise value” pelo EBITDA gerado nos últimos 12 meses. A maneira mais simples de chegar ao “enterprise value” é somar a capitalização bolsista com a dívida líquida. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) espelha o desempenho operacional da empresa. Quanto mais baixo for este rácio, mais atractiva está a empresa.

Diz quanto me pagas,
dir-te-ei quanto vales

Beta: medida de risco das acções

ROE: A melhor rentabilidade dos capitais

BPI tem o “dividend yield” mais atractivo

Brisa e PTM têm o risco mais baixo

REN e PT no topo da eficiência

A remuneração aos accionistas  ganha maior importância em tempos de incerteza. A medida habitualmente usada para aferir as empresas mais generosas é a rentabilidade do dividendo (’dividend yield’). Este equivale ao rácio entre a cotação e o dividendo por acção, multiplicado por 100. Quanto mais baixo o preço (cotação) e mais alto o dividendo, mais elevada será a rentabilidade deste. Na prática, pode ser comparado ao “juro” que uma empresa oferece, independentemente da variação das cotações. O beta é uma medida de risco, que permite aferir a sensibilidade da variação da cotação de uma empresa em relação ao índice de referência do mercado onde está cotada. Assim, um beta de 1 significa que o preço das acções varia na mesma proporção que o índice. Se o beta for superior a 1, estamos perante uma empresa mais volátil que o mercado, enquanto se for inferior, trata-se de uma empresa menos arriscada. Numa altura de maior turbulência nas acções, a ponderação deste indicador permite diminuir o risco da carteira. Este é um indicador que permite aferir a eficiência de uma empresa na utilização dos seus capitais próprios (o capital social acrescido dos lucros passados e correntes). A forma mais simples de calcular o rácio (’Return on Equity’ - ROE) é através da divisão  dos resultados líquidos pelos capitais próprios. Quanto mais alto, mais valor a empresa está a conseguir com os seus capitais, logo, mais valor está a criar para os accionistas. Além da comparação com o mercado, a análise pode incluir as empresas do sector em que se insere.

Fonte: Bloomberg, bancos de investimento e cálculos Jornal de Negócios.
Os dados são referentes a quinta-feira, dia 31 de Janeiro.

Ver artigo completo em: http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=310718

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