segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Resultados anuais da REN

In "Jornal de Negócios":

No mercado há pouco mais de sete meses, a REN tem desde o início como principal catalisador em Bolsa o seu estatuto de título refúgio, que a apresentar como uma aposta de segurança em momentos de maior instabilidade e incerteza, como os que actualmente se vivem nos mercados accionistas. Além disso, as alteração ao nível da regulação, que são esperadas no sector, são também encaradas pelos analistas como um ponto forte a favor da empresa.

Privatizada em Julho do ano passado, a empresa é encarada pelos analistas como um título que não é susceptível de obter elevadas valorizações a curto prazo, sendo encarada mais numa perspectiva a longo prazo e de crescimento gradual. O facto de praticamente não estar exposta ao risco, com um fluxo de receitas mais previsível, uma vez que está dependente da regulação, é considerado outro aspecto positivo. Também a forte política de remuneração da REN, uma das melhores do mercado, tem seduzido os investidores, que procuram retornos certos.

“A REN é uma empresa com um ‘core business’ bastante estável, pois sendo uma ‘utility’, mesmo que a economia abrande os consumidores continuarão a necessitar de electricidade no seu dia-a-dia”, realça Sara Amaral. A analista da Lisbon Brokers considera ainda que o facto da REN ser uma empresa com um negócio regulado “origina uma grande estabilidade de receitas e proveitos operacionais, o que acrescentando a um dividendo de 4,7% [rentabilidade], torna a empresa bastante atractiva em momentos de maior volatilidade”.

As receitas da REN são definidas pelo sistema regulatório, o que torna os resultados da companhia estáveis durante um período de três anos. Para João Carlos Mateus, analista do Millennium bcp, as perspectivas de mudança na regulação, com vista a uma maior integração no mercado ibérico, só podem ser positivas para a empresa. “O sistema português é um dos piores da Europa e o espanhol um dos melhores, por isso será sempre o português a melhorar, o que tem um impacto positivo para o valor da REN”, explicou.

Porém, o sistema regulatório funciona como uma faca de dois gumes. Se por um lado garante estabilidade nas receitas, por outro a taxa pode ficar desactualizada. Na opinião do analista do BCP, “se houvesse uma actualização à inflação da  base de activos, isso teria um impacto fortemente positivo na avaliação” da empresa liderada por José Penedos.

2007 marcou ainda a entrada da empresa no mercado do gás. No ano passado, a companhia lançou-se neste sector, num investimento que poderá impulsionar os títulos, visto que se trata de um mercado em crescimento, ao contrário da electricidade, onde Sara Amaral acredita que há algumas “limitações de crescimento”.

Apesar da Oferta Pública de Venda (OPV) das acções da REN ter sido um sucesso, a empresa não escapa ao sentimento negativo e em 2008 acumula uma desvalorização de 6,08%. Ainda assim, desde a sua privatização, valoriza mais de 23%.

REN

O Estado controla 31% da empresa
Estrutura accionista da REN

As acções caíram mais de 6% em 2008
Evolução dos títulos desde o início do ano

Fonte: REN. Fonte: Bloomberg.

Desde que entrou em bolsa, em Julho do ano passado, a empresa acumula uma valorização de mais de 23%. Ainda assim, a REN não conseguiu escapar ao sentimento negativo vivido pelo mercado em 2008 e perde 6,08% desde o início do ano, registando o 7º melhor desempenho do PSI-20. O elevado dividendo que deverá pagar aos accionistas e as perspectivas de alterações na regulação podem levar a uma valorização das acções da empresa.

 

A empresa deverá pagar um dividendo de 13 cêntimos.

Os resultados dos primeiros nove meses do ano passado não são comparáveis com o período homólogo de 2006, devido à integração do negócio do gás no terceiro trimestre de 2007.

Fonte: Bloomberg e REN.
Os primeiros seis indicadores são referentes aos primeiros nove meses de 2007.

Ver artigo completo em: http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=312018

Sem comentários:

 
View My Stats