terça-feira, 18 de março de 2008

As Bolsas já bateram no fundo?

In "Jornal de Negócios":

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Os bancos perderam confiança uns nos outros e já não emprestam dinheiro entre si. Com a queda do Bear Stearns, são os cidadãos que começam a ficar com dúvidas. Até porque a crise da liquidez espalhou-se como um vírus que ameaça fazer uma mutação para uma estirpe mais inteligente: uma crise de solvabilidade. Ou seja, a própria saúde de muitos bancos pode estar em causa, em cima de balanços em que os activos já não equilibram passivos. E a esses sintomas já não há descidas de juros nem injecções de liquidez que sirvam de analgésico.


As Bolsas já bateram no fundo? Ninguém sabe responder. Nem o economista-chefe do BCE, que em entrevista ao Jornal de Negócios deixa claro que as economias vão ficar pior antes de ficar melhor.


As autoridades estão a mostrar as suas fragilidades. A norte-americana Fed vai gastando as munições das descidas de taxas de juro e não tarda fica com a cartucheira vazia, sem mais nada que possa fazer. George W. Bush garantiu ontem que as autoridades estão a controlar a situação com a mesma convicção de um bombeiro rodeado de labaredas. Em vez de uma promessa de salvação, o presidente soou a “salve-se quem puder”.


É nesta altura que aparecem os catastrofistas apontando para o apocalipse dos mercados, invocando o fim do capitalismo tal como o conhecemos. Serve de pouco. Já vimos suficientes filmes destes para sabermos que o que se segue é uma nova onda de regulamentação do sistema. Depois, novas argúcias voltarão a torpedear esses regulamentos. O touro voltará a tombar o urso e este aquele, em ciclos sucessivos que voltarão a fazer os estragos de sempre.

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Alan Greenspan, o ex-presidente do Fed, voltou ontem à "exuberância irracional" dos mercados para explicar a actual crise financeira: os períodos de euforia, associados às "bolhas", são muito difíceis de parar; só param quando a febre desaparece por si própria. Ou seja, as "bolhas" desenvolvem-se e morrem, hoje, da mesma forma como no século XVIII.

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É provável que Greenspan tenha razão. Porém, isso não nos deixa mais protegidos: a violência das crises tende a ser maior à medida que o Mundo vai ficando mais pequeno (como diz Greenspan, esta é a crise mais grave desde a II Guerra Mundial). Porque com os mercados ligados por vasos comunicantes, as tempestades deixam de ser locais e ganham dimensão planetária. Tal como agora.

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e http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=313564

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