quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Petróleo em forte queda já negoceia abaixo dos 42 dólares

In "Jornal de Negócios":

petroleo_grd Os preços do petróleo acentuaram a tendência de queda e reforçaram os mínimos com o Brent a tocar em valores inferiores a 42 dólares. Esta é já a quinta sessão consecutiva em que o petróleo desvaloriza penalizado pelos receios de uma redução da procura devido à crise económica.
O West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, seguia a desvalorizar 7,05% para os 43,49 dólares e, em Londres, o Brent do mar do Norte, que serve de referência à economia portuguesa, negoceia nos 41,95 dólares, ao acumular uma queda de 7,68%.
Os dois mercados de referência reforçaram os seus valores mínimos que são, em ambos os casos, de Janeiro de 2005, acumulando já uma desvalorização superior a 70% desde que atingiu os máximos históricos superiores a 147 dólares no dia 11 de Julho deste ano.

Ver:   Petróleo deve quebrar barreira dos 25 dólares por barril em 2009

Actualização em 05-12-2008:

AIE corta previsões de procura de petróleo para 2009

Brent abaixo dos 40 dólares pela primeira vez em quatro anos

Matérias-primas no nível mais baixo desde há mais de seis anos:

milho_peq A queda dos preços do petróleo, do cobre e do milho colocaram o índice CRB Reuters/Jefferies, que engloba 19 matérias-primas, no mais baixo nível desde há mais de seis anos, devido aos receios que um agravar da recessão mundial possa reduzir ainda mais o consumo.
O CRB perdeu 3,3% na sessão de hoje, para 210,78 pontos, o que corresponde ao nível mais baixo desde 9 de Agosto de 2002. Os operadores têm estado a vender matérias-primas depois de ter sido divulgado que as empresas norte-americanas reduziram 533 mil postos de trabalho em Novembro, o que constituiu a maior perda de empregos desde 1974.
O petróleo desceu para o nível mais baixo dos últimos quatro anos, o cobre fixou-se no valor mais fraco desde Maio de 2005 e o milho está ao preço mais barato desde Outubro de 2006.
As “commodities” têm vindo a cair no segundo semestre do ano, penalizadas pelos maus dados económicos, como o maior desemprego, a queda da actividade industrial e o aumento das perdas na banca – o que leva os investidores a venderem energia, cereais e metais por recearem uma diminuição do consumo.
O CRB já caiu cerca de 55% desde o máximo histórico atingido a 2 de Julho e caminha para a maior queda trimestral desde pelo menos 1956, refere a Bloomberg.
“Neste momento, todos estão a tentar sair dos mercados”, comentou à Bloomberg o presidente da Marketfield Asset Management, Michael Aronstein, que previu em Junho – acertadamente – que os preços das matérias-primas iam cair. “As pessoas estão a sair o mais depressa que podem”, acrescentou.
Em declarações recentes ao Negócios, Aronstein estimou que os preços da maioria das “commodities” não voltarão a atingir os máximos deste ano. Pelo menos durante várias décadas. “Não tenho a certeza quanto ao curto prazo, mas estou convicto de que os elevados preços deste ano provarão ser os máximos do resto deste século”, comentou.
“Os incentivos para substituir uma tecnologia com 100 anos de idade (motores de combustão interna de combustível derivado dos hidrocarbonetos) são enormes e há tanto talento e capital a dedicar-se ao problema que acredito que dentro de 10 anos vamos usar menos de 75% da gasolina que é utilizada agora e que dentro de 15 anos essa utilização provavelmente cairá para menos de 50%”, afirmou Aronstein ao Negócios.
Segundo este responsável, a produção agrícola vai expandir-se muito rapidamente e os metais industriais verão as suas reservas aumentar, uma vez que os investimentos feitos nos últimos três anos começarão a dar os seus frutos. Mas, “no futuro imediato, a procura por parte dos mercados emergentes ficará muito aquém da expectativa geral”, alertou.
Christoph Eibl, gestor da Tiberius Asset Management, considera que os investidores devem evitar matérias-primas industriais até 2010, porque a recessão global vai reduzir fortemente a procura de cobre e de energia. “Você não vai querer ter posições em nada que tenha uma elevada correlação com a economia”, afirmou à Bloomberg.

Sem comentários:

 
View My Stats