quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Bull Market" maduro

In "Jornal de Negócios Online":

Os índices entram na nova década como saíram da anterior: com o pé direito, estabelecendo praticamente em uníssono novos máximos relativos, excepção feita ao nosso PSI-20, ainda abaixo da fasquia dos 9.000 pontos.


Enquanto os índices insistem na sua paulatina subida, os indicadores económicos vão mostrando sinais ténues de recuperação. Provavelmente, aquele a que o público, em geral, estará mais sensível será a taxa de desemprego, precisamente dos últimos a inverter.


Enquanto, na Europa, os números da taxa de desemprego começam a estabilizar, nos EUA esta registou, em Novembro, um ligeiro retrocesso face ao mês anterior, insuficiente ainda para estabelecer uma inversão da tendência. Os "initial jobless claims", contudo, um indicador semanal que serve de "proxy" para o mercado de emprego, têm estado em queda há longas semanas e encontram--se agora em valores a que já não assistíamos desde 2008, bem abaixo dos 500 mil e aproximando-se da sua média de longo prazo. Acresce ainda a inversão do PIB no terceiro trimestre: historicamente, a inversão da taxa de desemprego para baixa tende a ocorrer um par de trimestres após o fundo do PIB. Os números de Dezembro poderão, assim, tornar mais evidente uma inversão do indicador social e económico.


No anterior ciclo, a taxa de desemprego inverteu cerca de nove meses e 30% acima do fundo do S&P 500 estabelecido em Outubro de 2002, já após a fase mais violenta da recuperação dos índices - irreverências próprias da juventude - mas ainda com muito "Bull Market" pela frente.


S&P 500 subiu 30%
antes da inversão no desemprego
Evolução do índice norte-americano no anterior "Bull market"


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Ciclo "Bear/Bull" anterior, onde poderemos traçar algum paralelismo com o momento actual, especialmente se se vier a confirmar uma inversão da taxa de desemprego em Dezembro/Janeiro.


S&P 500 a caminho de nova resistência
Evolução do índice norte-americano desde 2008


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O S&P vai reforçando a quebra da sua segunda grande resistência na caminhada ascendente que vem percorrendo desde Março ao estabelecer novos máximos relativos assim que entra em 2010.


Nota: as análises apresentadas constituem opiniões do autor, não devendo ser entendidas como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.

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