segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Matérias-primas abrem ano com fortes ganhos

In "Jornal de Negócios Online":

milho_agricultura_materias-primas_commoditiesagricolas_cereais_selo A generalidade das matérias-primas segue em alta na primeira sessão do ano, com o petróleo perto dos 82 dólares por barril, o ouro a negociar em máximos de dois meses e o cobre nos valores mais altos dos últimos 16 meses.


O índice Reuters/Jefferies CRB (RJ/CRB) - que negoceia em Nova Iorque um cabaz de 19 mercadorias, divididas em seis grandes grupos de “commodities” – atingiu um máximo de 14 meses, liderado pelo sumo de laranja e pelo gás natural. O índice segue a subir 1,6%, para 287,78 pontos.


O RJ/CRB teve em 2009 o melhor ano desde 1979 e as previsões apontam para que a tendência de subida do índice se mantenha em 2010, devido ao projectado crescimento económico mundial.


Os preços do sumo de laranja dispararam devido a uma vaga de frio na Florida, região que é a segunda maior produtora de laranjas do mundo. Se as baixas temperaturas se mantiverem, a colheita de citrinos daquela região poderá ficar comprometida.


A frente fria que está a assolar grande parte do território norte-americano está também a contribuir para a forte subida das cotações do gás natural e do combustível para aquecimento, já que a procura destes produtos aumenta com o frio.


Crude em máximos de seis semanaspetroleo_poco_extraccao_selo


O mesmo acontece com o petróleo. A descida das temperaturas nos EUA e a desvalorização da nota verde – que torna mais atractivas as “commodities” denominadas em dólares - estão a contribuir para impulsionar o “ouro negro”, que está a caminho dos 82 dólares por barril nos Estados Unidos. O máximo de 2009 foi precisamente de 82 dólares, valor que foi atingido a 21 de Outubro.


O contrato de Fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), “benchmark” para os EUA, segue a valorizar 2,65% no mercado nova-iorquino, para 81,46 dólares por barril, tendo estado já a negociar nos 81,68 dólares, máximos desde 23 de Outubro passado. Face aos valores de há um ano, o WTI ganha 75%.


Em Londres, o contrato para entrega em Fevereiro do Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, avança 2,67%, para 80,01 dólares por barril. Estes futuros do Brent chegaram hoje a transaccionar a 80,13 dólares, o valor mais alto desde 18 de Novembro.


No entanto, esta escalada do petróleo poderá deter-se no patamar dos 82 dólares por barril, uma vez que o índice de solidez relativa desta matérias-prima mostra que os ganhos têm sido excessivos, segundo uma análise técnica da MF Global, citada pela Bloomberg.


Entretanto, ainda no sector energético, o contrato de Fevereiro do combustível para aquecimento segue em alta de 3,1%, para 2,1818 dólares por galão, no mercado nova-iorquino.


Metais brilham maismetais_preciosos_ouro_selo


No segmento dos metais, o cobre está a negociar em máximos de 16 meses, sustentado pelo forte crescimento da actividade industrial na China e pela greve numa mina chilena da Codelco.


Os trabalhadores da mina da Codelco em Chuquicamata, segunda maior mina do mundo, iniciaram uma greve no dia 31 de Dezembro, devido o desacordo quanto aos salários. A Codelco é a maior produtora de cobre do mundo.


O ouro, por seu lado, regista a subida mais acentuada dos últimos dois meses, fortemente impulsionado pela desvalorização do dólar face ao euro.


No campo dos cereais e oleaginosas, o trigo, a soja e o milho estão igualmente a negociar no verde, também animados pela queda da nota verde face à moeda única da Zona Euro.


O algodão, por seu turno, segue em máximos de 18 meses em Nova Iorque, devido a sinais de retoma económica – o que anima a procura.


O mesmo acontece com o café e com o açúcar. O açúcar refinado está neste momento a negociar no mercado londrino no nível mais alto das duas últimas décadas, impulsionado pela probabilidade de uma menor produção no Brasil.


Matérias-primas: uma boa apostasugar_peq2


Recorde-se que a Bloomberg divulgou hoje, com base nas suas sondagens e nos analistas que fizeram previsões mais acertadas em 2009, que as matérias-primas poderão gerar retornos acima dos activos financeiros pela primeira vez em três anos, devido à retoma da economia.
O petróleo, o milho, o ouro e o paládio irão subir 17% este ano, de acordo com as estimativas dos analistas.


Segundo o Goldman Sachs Group, o índice avançado de retorno total S&P GSCI – que agrupa 24 “commodities” – ganhará 17,5% em 2010. Se assim for, esse desempenho será superior ao do índice S&P 500, que se prevê que suba 11%, referiu a Bloomberg.


Prevê-se assim que as matérias-primas suplantem este ano a “performance” das obrigações e das acções.
“As matérias-primas são uma óptima aposta para se obter exposição ao crescimento proveniente dos mercados emergentes”, comentou à Bloomberg um gestor da Huntington Asset Advisors, Peter Sorrentino.

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