terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"As casas serão mais pequenas e tudo será mais eficiente" em 2025

In "Jornal de Negócios Online":

petroleo_energia_grd Os furacões, um corte de produção da OPEP ou perturbações em regiões produtoras, como Arábia Saudita, Venezuela, Nigéria, Iraque ou Irão, são os factores que mais poderão impulsionar os preços do petróleo no próximo ano, disse hoje o presidente da consultora energética WTRG Economics, James Williams, no primeiro de um ciclo de seminários "Pré-Sal na Universidade de São Paulo", no Brasil.


Neste primeiro seminário, que tem como tema “O contexto energético, as perspectivas do pré-sal e o modelo de organização da indústria de petróleo no Brasil”, aquele analista norte-americano referiu também que factores poderão fazer cair os preços do crude em 2010, como a recessão nos EUA e Europa, uma maior capacidade dos membros da OPEP ou não-OPEP, bem como uma maior eficiência energética e uma maior aposta nos biocombustíveis e nuclear, além de uma transição do carvão e do gás natural para os combustíveis líquidos.


James Williams apontou igualmente um cenário energético para 2015-2025, salientando a importância da energia solar, eólica, geotérmica e das marés, bem como as melhores baterias e a geração de combustível a partir de algas marinhas. Tudo em detrimento das energias poluentes, onde se inclui o petróleo, o carvão e o gás natural.


Além disso, o responsável da WTRG declarou que os carros alimentados a gasolina vão perder quota de mercado a favor da electricidade e do gás natural. Por outro lado, as casas serão mais pequenas e tudo será mais eficiente, sublinhou.


Aquele analista previu ainda, para esse período, uma “des-suburbanização”, o que levará a que se ande menos de carro, e apontou o predomínio do aproveitamento passivo da energia solar no aquecimento dos edifícios de escritórios e habitacionais.


Contratos de futuros têm ditado tendência do mercado "spot"


James Williams declarou, durante a sua intervenção, que a procura de contratos de futuros no mercado petrolífero tem tido um maior impacto nos preços do que a procura física.


Os operadores de fundos de índices, de ETF (Exchange Traded Funds – replicam a evolução de um índice) e de “swaps” têm estado frequentemente isentados de limitação no número de contratos que podem deter, sublinhou o presidente da WTRG Economics. E esta especulação tem sido fortemente responsável pela escalada das cotações, pelo que as autoridades norte-americanas estejam a delinear nova regulação que contrarie este cenário.
“No final de Setembro, os futuros e opções detidos por este grupo de operadores representavam o equivalente a metade de todos os contratos negociados no NYMEX [mercado nova-iorquino de mercadorias, onde é negociado o crude de referência dos EUA, o West Texas Intermediate]. Tratam-se de compradores com posições longas, que correspondem a um terço de todos os contratos de futuros”, referiu.


Assim, esta maior procura de futuros, e não de petróleo físico, fez subir os preços dos futuros, o que acabou por ter impacto no preço “spot” (mercado à vista), comentou ainda James Williams.


O ciclo de 13 seminários de análise sobre temas relacionados com o pré-sal no Brasil teve início ontem na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Os próximos 12 seminários vão focalizar-se em temas específicos, estando previstos “workshops” com especialistas do sector para se explorar os referidos temas mais em profundidade.


O ciclo abordará, assim, grandes linhas temáticas, entre as quais se destacam as questões relacionadas com a geopolítica e estratégia, a geologia e exploração, a tecnologia de produção e logística, a segurança, tutela marinha, meio ambiente e repercussões sociais.


O seminário de encerramento decorre a 4 de Junho de 2010, dia em que serão apresentadas as conclusões dos seminários temáticos.


No seminário de hoje, onde se fala da energia no mundo actual e no pré-sal do sector petrolífero brasileiro, bem como nos modelos de organização desta indústria, o encerramento é feito por José Sérgio Gabrielli de Azevedo, presidente da Petrobras.

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