sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Devemos aproveitar esta crise para "construir um mundo novo"

In "Jornal de Negócios":

A actual crise financeira deve ser aproveitada para construir um mundo novo. Um mundo onde as instituições financeiras serão globais, e não nacionais, e as economias abertas, em vez de fechadas, defendeu o primeiro-ministro britânico num artigo de opinião no "Washington Post".
"2008 será recordado não só como o ano da crise mas como o ano em que começamos a construir um novo mundo", escreveu Gordon Brown no jornal norte-americano. Os líderes europeus estabeleceram, esta semana, os princípios que devem reger esta nova era: transparência, responsabilidade, integridade, um sistema bancário saudável e uma liderança global.
Estes são, segundo Gordon Brown, os pressupostos de um novo mundo, onde as instituições financeiras serão globais, e não nacionais, e as economia abertas, em vez de fechadas.
Esta nova era exige a existência de uma supervisão transfronteiriça, de padrões partilhados de regulação, remunerações que recompensem o trabalho árduo e não a irresponsabilidade e de um sistema de alerta que salvaguardem a economia mundial, defende Brown.
As medidas anunciadas nas últimas semanas, no sentido de salvar o sistema bancário, demonstram que os países estão disponíveis para travar a actual crise financeira. Gordon Brown refere-se, neste caso, às injecções de capital que muitos países, incluindo a Grã-Bretanha, têm realizado nos seus sistemas bancários, de forma a evitar que muitos bancos entrem em colapso.
“Assim, 2008 será recordado não só como o ano da crise mas como o ano em que começamos a construir um novo mundo”, concluiu.
Gordon Brown é por muitos considerado um dos principais responsáveis pelos planos de salvamento do sistema financeiro europeus, pois as medidas adoptadas pelos líderes da UE seguiram as adoptadas pelo Reino Unido.

In "Telegraph": (13 Oct 2008)

O primeiro ministro inglês defendeu uma ampla reforma do sistema financeiro internacional na lógica de Bretton Woods.

Assinados em 1944 pelos países mais industrializados na época, os acordos conhecidos como Bretton Woods (cidade americana que foi cenário das negociações) estabeleceram as regras para as relações comerciais e financeiras internacionais.

Para Gordon Brown, os governos necessitam agora de «coragem» e «visão» para «reformar e renovar o sistema financeiro internacional», que deve ser feito com base num «acordo de princípio partilhado por todos os países, transparência, integridade e cooperação além fronteiras».

O primeiro ministro britânico afirmou ainda que é necessário definir regras para um mundo de circulação global de capitais, ao «construir um novo Bretton Woods, uma nova arquitectura financeira para os dias que se seguem».

O primeiro ministro britânico disse mesmo que «esta crise demonstra que o mercado de capitais global requer uma cooperação global mais forte e com uma maior supervisão».

In "Executive Intelligence Review Edição de Agosto 2002":  Ver: "Cinco olhares sobre a crise":

A NECESSIDADE DE UM NOVO BRETTON WOODS

Bush-Filho está imitando não o pai mas o ex-presidente Hoover do tempo da Grande Depressão e Alan Greenspan é o principal responsável financeiro da situação a que a economia empresarial e o sistema financeiro americanos chegaram. A recomendação deste escritor radical é que se regresse às políticas que permitiram sair da depressão nos EUA e relançar a economia mundial nos anos 40, no pós-guerra. A ideia de um Novo Bretton Woods é provavelmente a mais emblemática. John Hoefle gerou polémica recentemente ao publicar em Agosto um artigo sugestivamente intitulado "Dois anos da pior crise financeira da História [americana]". Nesse artigo, ele recordava nos anos 30, que desde o "crash" do Dow Jones em 29 de Outubro de 1929 correram quase três anos até à batida no fundo em Junho de 1932 e que a bolsa só recuperou em 1947 e só voltou aos níveis de 1929 em 1954, 26 anos depois. As "sereias" que falam de um regresso altista nas bolsas a curto prazo esquecem a história.

John Paul Hoefle, de 51 anos, é um analista económico desde 1980 para a Executive Intelligence Review, uma revista semanal fundada pelo ex-candidato presidencial norte-americano Lyndon LaRouche, uma espécie de radical não alinhado que se inspira nas políticas do "New Deal" dos Estados Unidos no período de Franklin Delano Roosevelt e do seu mago financeiro, Alexander Hamilton, depois da queda de Hoover, em 1932. Roosevelt que morreu em 1945 foi também o responsável e anfitrião da Conferência de Bretton Woods (no Novo Hampshire) em 1944 realizada pelos 44 aliados contra o eixo nazi-nipónico, onde nasceu o FMI e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento.

Sem comentários:

 
View My Stats