sexta-feira, 26 de junho de 2009

In-Depth Look - Roubini On The Economy - Bloomberg

Interview and discussion with Nouriel Roubini of the New York University. He talks about home sale revenues, health-care reform, and currencies. (Bloomberg News)

Roubini: New Regulations "Go in the Right Direction," But Not Far

sábado, 20 de junho de 2009

DJ Economic Sentiment Indicator

In "PROTESTE POUPANÇA":

O Economic Sentiment Indicator é

Ferramenta informática
O Dow Jones desenvolveu um programa informático que analisa semanticamente o conteúdo dos jornais e, posteriormente, reproduz um indicador, com uma escala de 0 a 100, que representa o número de artigos com sinais positivos face à totalidade de artigos observados.

Apesar de apenas ter sido publicado em Abril último, o Economic Sentiment Indicator (ESI) foi alvo de testes retrospectivos que recuam até 1990. Como resultado, conclui-se que o indicador parece suficientemente sensível para prever os grandes pontos de inflexão da situação económica. De facto, em 2001 e 2008, assinalou claramente que a economia americana se orientava para a recessão.

Evolução positiva
Ao contrário de outros indicadores, para os quais o ponto médio representa uma inflexão absoluta entre a recessão e a retoma, o ESI é analisado tendo em conta a tendência.

Com base nos dados disponíveis, observa-se que a recuperação económica está associada a um crescimento substancial e duradouro do ESI, com o aumento de três pontos a ser um forte sinal de melhoria. Foi o que ocorreu nos últimos meses.

O ESI encontrava-se no valor mais baixo de sempre em Novembro de 2008 (22,2 pontos) e subiu até aos 29 pontos em Maio. Este valor pode indicar que o pior já terá passado, mas uma recuperação consistente e duradoura não é certa devido ao nível reduzido do ESI.

Já um recuo para valores abaixo dos 50 pontos, indica-nos um claro risco de abrandamento económico.

Evolução do Dow Jones
Economic Sentiment Indicator (ESI)

O ESI passou de 22,2 pontos em Novembro de 2008 para 29 pontos em Maio de 2009, mostrando os primeiros sinais, ainda tímidos, de retoma.

Original, mas não infalível
Como outros indicadores, o ESI não é infalível. É já célebre a afirmação de Paul Paulson: “os economistas conseguiram prever correctamente nove das últimas cinco recessões”.

À semelhança de outros índices, inquéritos e barómetros, o ESI avalia o “factor humano ou intuitivo” da economia, no entanto fá-lo de uma forma original ao analisar o conteúdo dos artigos publicados nos jornais e o modo como os jornalistas os redigem.

Para saber mais, consulte a página on-line do DJ ESI.

Source: [Link]

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Roubini diz que petróleo e ouro estão sobrevalorizados

In "Jornal de Negócios Online":

roubini_grd As actuais cotações do petróleo e do ouro estão demasiado altas e não estão a reflectir os fundamentos dos mercados. Quem o diz é o economista Nouriel Roubini, que ganhou o epíteto de adivinho da pior crise económica e financeira desde a Grande Depressão depois de em 2005 ter advertido para o facto de o "boom" especulativo no mercado imobiliário norte-americano poder levar a uma crise económica.


Roubini, que é também professor na Universidade de Nova Iorque, afirmou ontem no Fórum do Panorama para o Investimento, promovido pela Reuters, que a recente escalada do petróleo, que colocou a matéria-prima em níveis de há quase oito meses, foi demasiado forte e rápida.


O economista, citado pelo “Invertia.com”, advertiu para um contexto económico com riscos deflacionistas e avisou que se o crude continuar a subir até ao patamar dos 100 dólares por barril, isso poderá resultar num “choque económico” semelhante ao que se observou no ano passado.


Recorde-se que o West Texas Intermediate, “benchmark” para os Estados Unidos, atingiu a 11 de Julho o recorde de 147,27 dólares por barril. O Brent do Mar do Norte, crude de referência para a Europa, alcançou na semana sessão um máximo histórico de 147,50 dólares por barril.


Esta forte subida deveu-se às exageradas expectativas de um aumento da procura mundial. No entanto, o segundo semestre de 2008 assistiu a uma queda drástica dos preços do crude devido à desaceleração económica mundial. Mas o cenário começa de novo a mudar.


Desde o mínimo de quatro anos atingido em Fevereiro passado, nos 32,70 dólares, o WTI já ip_08_09_petroleo_d mais do que duplicou. Os contratos de longo prazo, como é o caso dos futuros para entrega em Dezembro de 2017, já superam os 90 dólares por barril, o que demonstra que os investidores estão convictos de que os preços ainda vão subir mais, salientava o "Financial Times" na sexta-feira.


Na sexta-feira, o mercado nova-iorquino contava com 1,2 milhões de contratos de petróleo activos, representando 1,2 mil milhões de barris de crude, disse ao Negócios o presidente da WTRG Economics, James Williams.


A especulação está assim a aumentar fortemente nos mercados petrolíferos, sendo que os contratos que estão actualmente a ser negociados pressupõem a existência de petróleo... que não existe fisicamente. Ou seja, está a ser negociada uma quantidade muito maior de crude do que aquela que existe para disponibilizar.


“Os contratos de Julho do WTI representam 134.388.000 barris de crude que deveriam estar no porto de Cushing, em Oklahoma. Mas o total de crude em Cushing é de apenas 28.976.000 barris”, observou aquele analista.


Ouro também está sobreavaliado


ouro_barra_peq135 Roubini, que é presidente da empresa de estudos económicos RGE Monitor, disse ainda no Fórum da Reuters que o actual preço do ouro é exagerado, dado que é provável que a deflação supere os riscos de inflação no curto prazo.

Saliente-se que este metal precioso é um tradicional valor-refúgio dos investidores que procuram aplicações alternativas, especialmente como protecção contra a inflação.

Nos próximos dois anos, a pressão deflacionista será a dominante e converter-se-á numa bomba-relógio caso se continuem a monetizar os grandes défices, afirmou Nouriel Roubini, acrescentando que poderá ser demasiado cedo para os investidores se protegerem com ouro.


“A menos que tenhamos uma inflação alta ou outros riscos, como uma depressão, o preço do ouro parece estar demasiado elevado”, afirmou.

Ver:

Roubini says oil, gold look overpriced

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Estatuto do dólar como moeda única mundial de reserva poderá deteriorar-se

The Currency Report - U.S. Dollar, Chinese Yuan - Bloomberg:

In "Jornal de Negócios Online":

O estatuto do dólar como moeda de reserva a nível mundial poderá deteriorar-se, considera o economista americano que previu a crise financeira, Nouriel Roubini.


“Poderemos ter moedas de reserva complementares”, afirmou Roubini em conferência em Atenas, citado pela Bloomberg.


O desenvolvimento “vai diminuir o papel do dólar ao longo dos tempos”, sublinhou o economista da Stern School of Business, da Universidade de Nova Iorque.


O estatuto da moeda norte-americana está a ser questionável uma vez que os líderes do Brasil, Rússia e China ponderam substituir o dólar por outros activos num contexto de um défice orçamental norte-americano elevado, que mantém a maior economia do mundo dependente do financiamento estrangeiro.


A China detém cerca de 744 mil milhões de dólares de obrigações do Tesouro norte-americano entre as suas reservas cambiais estrangeiras no valor de dois biliões de dólares.


O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, na semana passada voltou a assinalar a necessidade de uma moeda que desafiasse o dólar.

Actualização em 01-07-2009:

O significado da pressão chinesa por uma nova divisa mundial de reserva:

Ontem, depois de a China apelar a uma divisa supra-soberana , o dólar deslizou quando os investidores começaram a ver os números no painel da parede. Especificamente, o Banco Popular da China disse que o Fundo Monetário Internacional deveria administrar parte das reservas cambiais estrangeiras dos seus membros. Ver isto :
"Para impedir as deficiências na principal divisa de reserva, há necessidade de criar uma nova divisa que seja desligada das economias dos emissores", disse o Banco Popular da China (BPC) numa revisão da economia em 2008 hoje divulgada. Em Março, o BPC instara o FMI a expandir operações dos seus Direitos Especiais de Saque (DES) e a avançar rumo a uma "divisa de reserva supra-soberana".
O BPC argumenta que a frequência e a intensidade das crises financeiras que se seguiram ao colapso do sistema de Bretton Woods sugere que os custos do sistema baseado no dólar podem exceder os seus benefícios e que os DES poderiam assumir um papel chave global.
A declaração do BPC vem um dia depois de um alto chefe de investigação do Partido Comunista ter dito que a China deveria comprar ouro e propriedade imobiliária nos EUA ao invés de Títulos do Tesouro.
Responsáveis americanos e comentaristas ocos tentaram minimizar a importância da tendência irreversível do dólar a enfraquecer como a divisa de reserva do mundo . Eles têm argumentado que a China está numa armadilha do dólar. Com milhões de milhões de dólares, argumentam, a China não pode deixar o dólar afundar.
Mas, como destacou Marc Faber, 2 milhões de milhões de dólares nas reservas não é realmente tanto assim para um país muito populoso como a China. E a China há muito indicou que estava gradualmente a sair dos dólares. Os sinais vieram na forma de: (1) a China a sair de títulos do Tesouro longos rumo àqueles com duração de três anos ou menos, e (2) a China a utilizar as suas reservas para comprar commodities, ao invés de mais dólares.
Nouriel Roubini argumenta :

O processo que levará – no médio prazo – a um desafio ao US dólar como a principal divisa global de reserva começou. Os credores dos EUA – os BRICs, os estados do Golfo e outros – estão a ficar cada vez mais alarmados com a perspectiva de que os EUA venham a tratar do seu caminho fiscal insustentável através da inflação e da degradação do valor do dólar através da desvalorização. Assim, eles não sentarão passivamente à espera de que isto aconteça: já começaram a diversificar em ouro, recursos (como as compras da China de minas e energia, minerais e commodities por todo o mundo).

E o economista senior do Federal Reserve Bank of Cleveland argumentou no mês passado:
Se bem que os DESs possam hoje ser declarados oficialmente um activo internacional de reserva, eles provavelmente não se tornarão a divisa internacional chave do mundo em qualquer tempo próximo.
Por outras palavras, como explicou Nouriel Roubini, os economistas do Fed acreditam que os DES possam ser declarados divisa de reserva mundial, mas a actual utilidade do dólar como um meio de troca internacional altamente líquido significa que ele não será substituído no futuro próximo como a unidade chave do comércio internacional.
Seria o DES uma divisa de reserva melhor do que o dólar?
Dado o historial do FMI de impor medidas draconianas, destrutivas e anti-democráticas a países do terceiro mundo, não estou seguro de que a designação do FMI como o emissor da divisas mundial de reserva seja uma grande ideia.
Mas para entender o grande quadro dos DESs, dólares e outras potenciais divisas de reservas e meios de troca, temos de dar um passo atrás e verificar o que o dinheiro realmente é.
Deveria ser recordado que o dinheiro em si próprio não tem de ser uma mercadoria valiosa. Obviamente, o ouro é uma mercadoria valiosa e pode servir como dinheiro. E, sob muitos aspectos, ter uma divisa apoiada pelo ouro é melhor do que ter uma divisa fiduciária.
Mas na sua essência, a divisa é unicamente um meio de manter registo das trocas de bens e serviços. Por outras palavras, o dinheiro é simplesmente um meio de manter a contagem, um placard, um sistema de manter registos.
Como tal, o dinheiro poderia ser ligado simplesmente a qualquer coisa objectiva, tal como o índice de preço no consumidor (desde que ele inclua alimentos e energia) ou – como a China propôs – um cabaz de 30 ou mais commodities.
De facto, não há necessidade de os EUA ou qualquer outro país cederem a sua soberania a um grupo de banqueiros internacionais. Por outro lado, não há necessidade para o resto do mundo de ficar obrigado à ditadura unilateral inerente à utilização do dólar como a divisa de reserva mundial.
Ao invés disso, o dinheiro pode ser devolvido à sua função mais minimalista de ser uma fita métrica neutra para medir bens e serviços intercambiados. Por outras palavras, ao invés de ser um instrumento de guerra financeira e opressão, o dinheiro pode retornar à sua função simplesmente como um contador objectivo de quem deve a quem o que pelos bens e serviços que proporcionaram.
Como explica Ellen Brown no seu livro A Teia da Dívida (resumido por Stephen Lendman):

Uma divisa global é outra proposta –que cria mais problemas do que resolve. O mundo "não é uma nação ou uma região" e quem deverá ser o patrão e ficar como responsável? Além disso, se todos os governos emitirem a mesma divisa, "a oferta monetária global (seria) vulnerável a governos irresponsáveis que emitissem demasiado". Os fortes acabariam por dominar os fracos e a soberania nacional seria enfraquecida, talvez finalizada. Um mundo "plenamente dolarizado" é uma receita para a perturbação suficiente para por a escassez "na ordem do dia".
Ao invés de uma divisa, é necessária "uma fita métrica única" contra a qual governos possam avaliar as suas divisas – alguma medida independente através da qual os comerciantes possam negociar os seus contratos e terem certeza de obter o que negociaram"...
As divisas nacionais "tornar-se-iam aquilo que sempre deveriam ter sido – (contratos) ou promessa(s) de retornar bens e serviços de um certo valor, medidos com uma fita métrica universalmente reconhecida para a sua determinação".

O original encontra-se em www.washingtonsblog.com/2009/06/china-pushes-for-move-away-from-dollar.html e http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14139

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Rebentos verdes" e viçosos ou "ervas daninhas" secas e amareladas?

In "Jornal de Negócios Online":

Os dados mais recentes sugerem que o ritmo de contracção da economia mundial poderá estar a abrandar. No entanto, as esperanças de que possam estar a despontar "green shots" ("rebentos verdes") de recuperação viram-se frustradas por muitas "ervas daninhas" amareladas.

...

... os "rebentos verdes" da estabilização poderão ser substituídos pelas "ervas daninhas" da estagnação se uma série de factores de médio prazo restringir a capacidade da economia global de reentrar na via do crescimento sustentado. Se estas debilidades estruturais não forem solucionadas, a economia mundial poderá crescer em 2010-2011, mas a um ritmo anémico.

Dez erros que deve evitar (desta vez)

In "Jornal de Negócios Online":

A crise financeira que emergiu nos Estados Unidos há dois anos trouxe bons exemplos do que não se deve fazer. Por agora, estes ensinamentos estão bem frescos na memória, mas é preciso que não sejam esquecidos quando o mercado recuperar. Por isso, aprenda com os erros e saiba como se posicionar para o novo "bull market", sem ser apanhado desprevenido.


Como preparar-se para o novo mercado touro


1 - Diversifique risco e invista globalmente
Diminuir o risco, através da diversificação é um conselho já antigo, mas que nem por isso perde pertinência. "Compor uma carteira com activos diferentes, cujas rendibilidades e riscos não sejam previsivelmente afectados da mesma forma por diferentes eventos, confere ao investidor uma protecção face a depreciações pontuais e extraordinárias que ocorram", realça a direcção de investimento do banco Best. Por outro lado, os investidores tendem a olhar apenas para o mercado doméstico, o que é um erro. "O mercado português, embora ofereça o conforto de um investimento em empresas conhecidas de todos, não permite cobrir uma grande parte dos sectores de actividade e apresenta características de um mercado pouco líquido", lembra o administrador da Opimize, Diogo Teixeira, recomendando a aposta também em outras bolsas.


2 - Evite investir nos sectores mais aquecidos
Regra geral, quando um mercado ou um determinado sector já subiu muito, o potencial de valorização está esgotado e existe um risco sério de correcção. Logo, por mais tentador que possa parecer, evite os comportamentos em massa e afaste-se dessas acções. "Quando um sector se torna muito comentado no mercado e pela comunicação social devido a ter oferecido retornos espectaculares aos investidores, de uma maneira geral já é demasiado tarde para investir nesse sector. Isto porque, o chamado "easy money" já foi feito por investidores que se posicionaram logo no início e agora provavelmente já estão a vender", alerta o gestor da F&C, Vítor Santos. Portanto, deve tentar aproveitar os momentos em que as cotações transaccionam em níveis mais baixos, para depois rentabilizar as mais valias no futuro. A paciência é uma virtude.


3 - Opte por uma gestão profissional
Para se investir é necessário conhecer bem o mercado e as empresas onde se está a apostar. "Adquirir posições em activos ou instrumentos financeiros que não sejam percebidos pelo investidor, pode conduzir à tomada de decisões erradas, bem como à percepção errada dos riscos a que está sujeito", destaca o banco Best a este respeito. Portanto, para evitar decisões erradas que podem pesar na sua carteira, muitas vezes, o melhor mesmo é entregar a gestão das suas poupanças a profisssionais, que acompanham diariamente os mercados e sabem o que poderá determinar a direcção dos seus investimentos. "De uma maneira geral, as pessoas não têm tempo, nem meios para analisar empresas e sectores, por isso devem investir no mercado de acções através de uma equipa de profissionais que estão no mercado a tempo inteiro", considera Vítor Santos.


4 - Invista apenas o que não vai precisar
A crise do "subprime" colocou muitas pessoas numa situação difícil, com todas as suas poupanças perdidas na crise. Portanto, antes de decidir alocar o seu capital em determinados activos de investimento, deve fixar objectivos claros do que está disposto a ganhar e a perder. É fundamental não esquecer: investir acarreta sempre riscos e tanto se pode ganhar, como perder. Além disso, "um investimento com vista a uma poupança para reforma deverá ser diferente daquele que é efectuado com objectivo de trocar de casa ou de investir para fins mais especulativos", lembra o Best. Assim sendo, o investidor deve fixar limites de perdas e de ganhos antes de comprar, para evitar surpresas decepcionantes. Quando o seu investimento atingir os limites estipulados antecipadamente, deve sair, de modo a cumprir o seu plano de investimento.


5 - Evite os produtos pouco transparentes
Um dos grandes erros cometidos que resultou na crise do crédito de alto risco foi justamente a aposta em produtos complexos e que praticamente ninguém percebia como funcionavam. Passados quase dois anos do maior tumulto financeiro desde a Grande Depressão, as instituições financeiras de todo o mundo continuam a tentar limpar dos seus balanços os chamados activos "tóxicos". Deste modo, o investimento em activos pouco transparentes é meio caminho andado para ser apanhado no meio de um tumulto. "Esta crise revelou o tipo de toxicidade que podia estar escondida em produtos 'demasiado bem empacotados'", realça Diogo Teixeira. O mesmo responsável destaca ainda que "a opacidade e a falta de liquidez dos produtos estruturados (com ou sem garantia de capital) e dos 'hedge funds' devem ser evitados a todo o custo".


6 - Saiba onde está aplicado o seu dinheiro
O investimento exige, antes de mais, confiança. E, a confiança nem sempre foi resguardada nesta crise financeira. Escândalos como o esquema piramidal do ex-presidente do Nasdaq, Bernard Madoff, ou do bilionáro R. Allen Stanford vieram abalar ainda mais a já ténue confiança dos investidores nos mercados accionistas. Num momento em que é fundamental recuperar a confiança, para voltar a acreditar nos mercados, não se esqueça de acompanhar sempre os movimentos efectuados com as suas poupanças. Não tenha medo de perguntar e saiba exactamente o que está a ser decidido com o seu dinheiro e onde é que ele está a ser aplicado. Mas, acompanhar a evolução das suas poupanças não significa não investir. Sem estar no mercado, não poderá beneficiar com uma eventual recuperação das acções.


7 - Fuja dos produtos "garantidos"
Ao contrário de outros activos, que podem oferecer rentabilidades mais elevadas, apesar do risco ser maior, os produtos de capital garantido rendem actualmente retornos muito baixos. Para Diogo Teixeira, administrador da gestora de activos Optimize, "a queda acentuada das taxas de curto prazo não permite que os produtos 'garantidos' ofereçam um rendimento significativo". Para o responsável, os investidores devem evitar estes produtos, acrescentando que "devem ser reservados às poupanças de curto prazo ou a investidores muito avessos ao risco". Embora garantam protecção de capital, estes activos não são imunes ao risco e também sofrem variações de cotação. Ou seja, mesmo que uma parte do capital não seja sujeita à flutuação das cotações, normalmente há outra parte, mais pequena, que é aplicada a um determinado investimento.


8 - Aposte numa lógica a longo prazo
Uma das melhores formas de minimizar risco, além da diversificação, é o investimento a longo prazo. Tal como Diogo Teixeira lembra, "um 'bull market' não é um mercado sem riscos", pelo que os activos estão sempre sujeitos a variações de preços e é possível que haja desvalorizações. Ao investir num período de tempo mais alargado, o investidor diminui os riscos de eventuais correcções ao longo do investimento, tendo maiores probabilidades de registar mais valias no momento em que encerrar as suas apostas. "Qualquer investimento em acções tem de ser considerado como um investimento de médio-longo prazo: os potenciais períodos de queda só poderão ser recuperados caso se fique investido", salienta o administrador da Optimize. Assim, o Best aconselha: não tome decisões com base em sentimentos de pânico ou euforia, onde as emoções dominam a razão.


9 - Escolha as obrigações de empresas
Com a aversão ao risco em níveis elevados, nos últimos meses os investidores refugiaram-se na dívida de governos, colocando as rentabilidades das notas de tesouro em valores praticamente nulos, devido à subida dos preços. Pelo contrário, as obrigações de empresas negoceiam em níveis muito atractivos, com retornos bastante interessantes. "O diferencial de rendimento entre obrigações dos Estados e dívida de empresas continua em níveis historicamente elevados, oferecendo uma boa rendibilidade com um nível de risco moderado", explicou Diogo Teixeira. Com as empresas a descontarem níveis de falência da Grande Depressão, as companhias têm sido obrigadas a colocar dívida no mercado, com retornos mais elevados. Analise os fundamentais das empresas antes de investir e garanta que está a financiar uma companhia capaz de pagar os valores prometidos.


10 - Atenção ao sector financeiro
No centro do tumulto financeiro que emergiu no Verão "quente" de 2007, o sector financeiro continua a lidar com os problemas deixados pela crise do crédito. Apesar dos níveis de valorização do sector financeiro continuarem relativamente deprimidos, face ao potencial de valorização que apresentam, o que poderá possibilitar ganhos significativos, o investimento neste segmento continua a exigir cautela, devido aos riscos. "Deverão ser privilegiadas as seguradoras e os bancos relativamente menos expostos aos produtos de crédito (ao consumo e imobiliário), nomeadamente fora da península Ibérica", detalha Diogo Teixeira. No primeiro trimestre, os maiores bancos mundiais apresentaram resultados positivos, o que trouxe alguma confiança ao mercado. No entanto, as instituições poderão ainda reportar más notícias.

Portugueses dão cartas no estrangeiro (Prémio Empreendedorismo Inovador)

In "Jornal de Notícias":

O maior produtor e distribuidor de batata-doce da Califórnia e o criador da Ebuddy são alguns exemplos de empreendedores portugueses no mundo. Dois casos de sucesso distinguidos nos Prémios COTEC.

Filho de uma família modesta de agricultores, Manuel Eduardo Vieira deixou cedo os Açores e emigrou para os Estados Unidos, onde integrou a empresa do tio que se dedicava à cultura de batata-doce na Califórnia. Mais tarde adquiriu a A.V. Thomas Produce, que ocupa a liderança na distribuição naquele país, e é o maior produtor e distribuidor de batata-doce biológica do mundo.

"Hoje, 47 anos mais tarde, era impossível imaginar que estaria a receber um prémio das mãos do presidente da República do meu país. É um momento inesquecível", afirmou o vencedor do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, entregue, ontem, em Lisboa.

Considerado o "rei da batata-doce", aos 63 anos, emprega 700 trabalhadores e tem um volume de negócios de 36 milhões de euros. Com 1300 hectares de terreno, a A.V. Thomas tem uma capacidade de produção na ordem dos 50 mil quilos de batata-doce por ano.

"São homens e mulheres desta fibra, que tocados pela cultura lusitana, têm alargado a grandeza do nome de Portugal por toda a parte", frisou Cavaco Silva, acrescentando que é seu "firme propósito continuar a contribuir para que os portugueses residentes no estrangeiro e os luso-descendentes possam reforçar os laços que os unem a Portugal".

Mais um português que dá cartas lá fora, é Paulo Taylor de Carvalho. Um jovem de 32 anos, que deixou a universidade para trás e partiu para a Holanda. Fruto da solidão em que se encontrava, começou por brincar ao instalar num telemóvel um MSN. Em 2004, fundou a Ebuddy, que tem 40 trabalhadores, factura cerca de dois milhões de euros em publicidade e conta com mais de 70 milhões de utilizadores. Com escritórios em Londres e São Francisco, o também vencedor do Prémio COTEC deixou uma mensagem: "O importante é gostar daquilo que se faz e não parar de sonhar", frisou.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Conheça as opções das Câmaras Municipais na devolução do IRS

In "Jornal de Negócios":

Este é o primeiro ano em que os contribuintes vão sentir no bolso os efeitos da nova Lei das Finanças Locais, que veio permitir às câmaras baixarem o IRS aos seus moradores, através de uma devolução que pode ir até 5% do imposto.
Os efeitos começam a sentir-se por estes dias, com o envio das notas de liquidação por parte do Fisco, mas, na realidade, são muito poucos os contribuintes que vão ser surpreendidos com uma factura de IRS mais baixa.
Entre os 308 municípios que existem no País, só 44 decidiram devolveram parte do IRS aos seus moradores. E nenhum deles é da grande área metropolitana de Lisboa.
Se a autarquia da capital tivesse decidido deitar mão deste instrumento de alívio fiscal às famílias, isto significaria que cada agregado poderia poupar 240 euros de imposto, em média.
Em Cascais e Oeiras, dois concelhos também densamente povoados, significaria uma poupança média aproximada de 200 euros no IRS. Mais a Norte, no Porto, de 180 euros (ver mapa ao lado). Quem tivesse reembolso a receber, beneficiaria de uma devolução maior; quem tenha IRS a pagar, gozaria de um abatimento ao valor final.
A redução do imposto apenas seduziu câmaras de pequena dimensão ou do interior, que usam este mecanismo para tentar cativar mais habitantes. Castro Marim, um dos exemplos, abdicou da totalidade da parcela de IRS (5%) e é a autarquia que mais dinheiro vai devolver aos seus contribuintes em 2009. Segue-se Manteigas, que também prescindiu dos 5% e, por isso, vai permitir acrescentar ou deduzir em média, 45 euros no IRS de cada um dos munícipes que entrega a declaração de impostos no concelho.


"Pouca gente sabe que os municípios têm grande margem"


"Estávamos à espera que os municípios mais folgados financeiramente dessem a dedução à colecta aos seus moradores. Do ponto de vista económico não tenho explicação para uma adesão tão baixa", confessa Paulo Trigo Pereira, professor no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG/UTL) e presidente da comissão a quem o Governo encomendou a revisão da Lei das Finanças Locais.
O economista admite, contudo, que do ponto de vista político haja vários factores a influenciar as escolhas dos autarcas. Nos grandes centros urbanos, "houve decisões colectivas para de não baixar os impostos, por exemplo, na área metropolitana de Lisboa, porque politicamente é mais fácil para todos se ninguém baixar. O ónus passa a ser de todos". Nos meios mais pequenos, Paulo Trigo Pereira admite que ainda haja alguma falta de informação por parte dos autarcas, nuns casos, e alguma tentativa de aproveitamento eleitoralista para o próximo escrutínio - Açores e Madeira encontram-se na situação particular de não poderem desagravar o IRS por não terem ainda regulamentado um aspecto fundamental da Lei das Finanças Regionais.
Falta de informação é também a explicação para a pouca pressão pública que existe sobre os autarcas. "Agora os municípios têm muito mais margem de liberdade na área fiscal mas pouca gente o sabe. A opinião pública tem de ser sensibilizada e forçar à discussão destes temas durante a próxima campanha eleitoral para as autárquicas" remata o economista.
mapa_portugal_concelhos_ok
A vermelho estão assinaladas as câmaras que não fizeram desconto no IRS. A verde as que vão devolver IRS aos moradores. Os valores, médios, estão assinalados em euros.


Da amostra de 20 das 44 autarquias que desceram o IRS, conclui-se que a maioria é do interior. A devolução é relativamente modesta porque se trata de concelhos onde os salários, sendo mais baixos, significam menos IRS a pagar.
Em cima (a vermelho), estão 20 das 264 autarquias que resolveram não devolver IRS aos seus moradores. Segundo simulações feitas pelo Negócios, isso representa uma perda média de 240 euros em Lisboa e de 200 em Cascais e Oeiras.

sábado, 7 de março de 2009

Predicting Crisis: Dr. Doom & the Black Swan

How to predict a financial crisis and the five signs of a bear, with Nouriel Roubini, RGE Monitor and Nassim Taleb, The Black Swan author.:

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Severe Global Economic Contraction

Interview with Nouriel Roubini of NYU Stern School of Business:

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Euro pode não sobreviver à crise se não se criar um "bad bank"

In "Jornal de Negócios":

2 A existência do euro poderá estar em perigo, caso a União Europeia (UE) não dê passos firmes para retirar do mercado os activos considerados tóxicos, afirmou o investidor multimilionário George Soros em Davos.

Se a UE não participar nos planos para retirar activos tóxicos, colocando-os num "bad bank" (banco que compra crédito malparado, à semelhança do que Obama propôs nos EUA), "o euro pode não sobreviver a esta crise", declarou Soros em entrevista ao jornal austríaco "Der Standard" concedida em Davos, citado pelo "El Economista".


"Existem grandes problemas a nível internacional. Os programas de estímulo conjuntural não são suficientes", defendeu o investidor, que há um ano afirmou que a crise era muito mais profunda do que se pensava.


George Soros, que ganhou mil milhões de dólares a apostar na queda da libra em 1992 (sendo conhecido como o homem que bateu o Banco de Inglaterra), salientou que será precisa "uma espécie de acordo sobre o capital malparado, de modo a que o fardo seja partilhado entre todos e que cada país seja parte presente". Se assim não for, mais países irão sofrer, garantiu.


Na opinião deste investidor, que nasceu na Hungria e depois nacionalizou-se americano, há também que delinear "um plano de resgate à escala mundial" para ajudar os países em desenvolvimento, que estão a sofrer os efeitos da crise financeira.


Jim Rogers diz que euro desaparecerá nos próximos 20 anos


Recorde-se que há dois meses o investidor Jim Rogers, presidente da Rogers Holdings e que co-fundou o Fundo Quantum com George Soros, disse que o euro deixará de existir no prazo de 20 anos, uma vez que os políticos vão começar a culpar a moeda única pelos problemas nos seus países.


"A moeda europeia não vai além dos próximos 15 a 20 anos”" afirmou Rogers num encontro de investidores organizado pelo ABN Amro, citado pela Bloomberg. "Infelizmente, o euro tornou-se uma moeda política em vez de uma moeda económica", referiu, acrescentando que "nunca nenhuma moeda de uma união sobreviveu".


De acordo com este investidor, que em Abril de 2006 previu – correctamente – que o preço do ouro ascenderia aos mil dólares por onça, a moeda única da Zona Euro é um bom conceito. No entanto, segundo Rogers, os políticos estão a começar a culpar o euro pelos seus problemas e poderão começar a sair da Eurolândia ou a pedirem concessões a Bruxelas.

Roubini prevê mais desgraças para a economia mundial

In "Jornal de Negócios":

untitled Na edição de 2007 do Fórum Económico Mundial, Nouriel Roubini advertiu para o facto de os lucros recorde das empresas e os bónus estarem a encobrir uma "aterragem dura" que estaria para vir. Nessa ocasião, Jacob Frenkel, ex-governador do Banco de Israel, disse que discordava veementemente.


Agora já não discorda. "Roubini foi intelectualmente corajoso e mostrou saber o que dizia", diz agora Frenkel, actualmente vice-chairman da AIG, seguradora que só sobreviveu à crise devido a empréstimos governamentais superiores a 100 mil milhões de dólares. "Ele ganhou credibilidade e merece-a", acrescentou, citado pela Bloomberg.


Esta semana, Roubini regressou a Davos com o epíteto de adivinho da pior crise económica e financeira desde a Grande Depressão – juntando-se assim à lista de outros "profetas da desgraça" que ficaram célebres por preverem rumos totalmente inesperados e que se revelaram correctos.

Roubini tem 50 anos e é professor na Universidade de Nova Iorque. Escreve também textos de opinião para o Project Syndicate, que são publicados em jornais de todo o mundo. Em Portugal, é o Negócios que detém o exclusivo dos textos de Roubini.


O economista, que está actualmente a escrever um livro sobre a crise, diz que o pior está ainda para vir. Segundo ele, os bancos têm ainda pela frente perdas muito maiores do que imaginam, relacionadas com a crise do crédito. E estima que haverá mais entidades financeiras a precisar de ser nacionalizadas e que a economia mundial continuará a registar uma contracção ao longo de 2009.


"Já há muitas pessoas a ver o mesmo que eu, mas ainda não chegaram ao mesmo ponto. Não sei o que é que algumas pessoas andam a fumar", afirmou Roubini à Bloomberg.


Em Fevereiro de 2007, Nouriel Roubini escrevia no seu blog: "em breve, a festa terá acabado". E advertia para as "penosas consequências para a economia norte-americana e mundial". Em Fevereiro do ano passado, o seu tom tornou-se mais apocalíptico, levantando o espectro de um colapso "catastrófico" que os bancos centrais não conseguiram evitar, levando à falência de grandes bancos com forte exposição a empréstimos hipotecários e a uma "forte queda" das acções.


No mês seguinte, o Bear Stearns colapsou e teve de ser salvo pelo JPMorgan Chase, num acordo apoiado pelo governo americano. Em seguida, em Setembro, o Lehman Brothers entrou em processo de falência, levando a banca a não abrir tão facilmente mão do seu dinheiro, o que privou empresas e pessoas singulares de acesso ao crédito. O governo dos EUA, entretanto, já teve que resgatar a AIG, a Fannie Mae e a Freddie Mac. O índice Standard & Poor’s 500, por seu lado, registou o pior ano desde 1937.


Leia aqui um dos mais recentes textos de opinião de Roubini.

Caso Freeport

In "Jornal de Negócios":

Um país louco

 

Que Portugal por vezes enlouquece já todos o sabemos. Mas que o faça com tanta frequência e nos momentos em que mais seria de esperar alguma racionalidade e bom senso é o que já não pode deixar de suscitar alguma perplexidade. Por estes dias, em que uma profunda crise económica avassala o planeta e portanto o nosso cantinho também,...

Por estes dias, em que uma profunda crise económica avassala o planeta e portanto o nosso cantinho também, o País envolve-se numa historieta requentada a propósito de um empreendimento comercial. E, como sempre nestes casos, depressa deixou de haver notícia para passar a dominar a histeria e a barafunda.


Assim, sem perder muito tempo com este assunto sórdido, gostaria tão-só de deixar dois comentários. O primeiro diz respeito à síndrome "Watergate" que parece afectar alguns dos nossos jornalistas. Existe a ideia de que deitar abaixo um governante, e quanto mais importante melhor, representa o máximo da demonstração do poder do jornalismo e da excelência da profissão. Assim, nalgumas destas cabeças passam frequentemente imagens ao estilo cinematográfico de Hollywood, em que a investigação se torna numa aventura e a descoberta de coisas risíveis se transformam num grande momento dramático. Desta vez o alvo é o primeiro-ministro, o que seguramente excita acima do normal muita redacção e a clientela de uns quantos bares de Lisboa. Em consequência os atropelos sucedem-se. Perseguem-se testemunhas, conseguem-se declarações de forma insidiosa ou mesmo ilegal contra a vontade expressa dos próprios, manipula-se a informação para além do já habitual. A baixeza dos métodos chega ao nível da sarjeta.


Esta gente esquece contudo a realidade dos factos. Quem deitou abaixo Nixon não foram os jornalistas, mas sim o próprio núcleo duro do poder, através da acção de um alto dirigente do FBI que de facto conduziu as operações. Os jornalistas nunca passaram de emissários úteis e totalmente manipulados.


Ora isto introduz o segundo comentário e aquele que me parece ser a única questão realmente relevante desta história do Freeport. Na nossa polícia ou no Ministério Público existe gente que sistematicamente quebra as regras do segredo de justiça fornecendo aos jornalistas pistas, informações e documentos restritos. Basta ver como nas televisões e nos jornais se exibem cópias de documentos apreendidos, cuja proveniência só pode vir da investigação. Basta pensar como uma carta enviada pela polícia inglesa para a polícia portuguesa vai parar às redacções dos jornais sem que isso parece preocupar ninguém.


Que a Procuradoria da República não se impressione com esta realidade, que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, sempre muito ofendido com a mínima crítica, não se perturbe com a evidência de tão flagrantes faltas da sua corporação, eis o que devia suscitar um debate alargado e a indignação dos cidadãos.


A acrescentar à morosidade da justiça e à incongruência das suas decisões em casos reais, existe hoje um legítimo descrédito sobre a integridade da condução das investigações. São demasiado frequentes os atropelos à presunção da inocência, à devassa da vida privada, à manipulação da opinião pública. E isto sim, devia preocupar o sistema, desde os próprios agentes à classe política, passando naturalmente pelo comum do cidadão.


O próprio Partido Socialista, perante mais este ataque raivoso contra o primeiro-ministro – como lhe chamou e bem Freitas do Amaral –, não soube responder à altura refugiando-se em desculpas de pormenor sem ir direito ao assunto. Não são os procedimentos que estão em causa, já que isso diz respeito, no pior dos casos, a questões administrativas. Mas sim o facto de com toda a impunidade, nas televisões e nalguma imprensa, se insinuar que o então ministro José Sócrates marcou uma reunião no ministério, com um desconhecido, para combinar o pagamento de luvas. É preciso topete, para continuar a citar Freitas do Amaral.


Definitivamente o país ensandeceu. E na pior altura. Quando seria preciso um impulso energético, positividade e espírito de iniciativa, tudo o que se vê é o habitual queixume, o ódio, a intriga e um negativismo fomentado pelos principais agentes sociais e partidários. Assim Portugal não vai lá

 

Ver:

Em defesa da defesa de Sócrates:

... Se o processo está descontrolado, a manipulação parece controlada. O primeiro-ministro pode sair mal ou, até, sair vítima deste processo. Mas pisa terreno minado. Como disse César, que tinha uma mulher que tinha de parecer o que era, "é impossível não acabar sendo como os outros acreditam que você é".

Estratégia manhosa:

... Bem, que mais terão para lançar nos jornais depois de todas as manobras falhadas? Esta é a dúvida e uma pista para a resposta está na estratégia já ensaiada e que vai tendo eco nalguns blogues e mesmo na boca de Miguel Sousa Tavares, agora há que tentar afastar a procuradora encarregue do processo? A verdade é que essa procuradora tem vários processos importantes, como o BPN ou a Operação Furacão, e parece que a sua equipa não está feita com fugas ao segredo de justiça, daqueles processo nada transpirou para a comunicação social.

Não é difícil de adivinhar que agora vão tentar afastar a procuradora, o ideal seria a investigação ser feita com o objectivo de obter novos elementos para mandar para os jornais de forma a esvaziar a justiça e fazer um julgamento público, ainda antes das eleições, de ser feita qualquer acusação e da intervenção de qualquer tribunal. É Assim a justiça dos fascistas, ainda sem qualquer acusação, sem que alguém tenha sido constituído arguido reuniu-se um tribunal plenário onde alguns jornalistas decidiram fazer o papel de juízes dos tribunais plenários dos fascistas. Com uma pequena diferença, quem lhes leu a acusação nem teve a coragem de dar a cara como faziam os agentes da Pide, estes são ainda mais cobardes.

O mais grave é que vejo por aí muita gente que é democrata e que a troca de poder chegar ao poder se esquecem dos princípios e alinham na encenação.

 

Ex-director da Judiciária demitido por este Governo diz ter dado prioridade à investigação do caso Freeport

Santos Silva indignado contra "continuação de campanha política" 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Obama anuncia medidas para aumentar eficiência energética e reduzir dependência do petróleo

In "PÚBLICO.PT":

...

Obama instruiu o Departamento de Transportes a apresentar, até Março de 2011, novos padrões de eficiência energética para os automóveis, estando previsto que a indústria comece a aplicar as novas regras nos 18 meses seguintes.
Em causa, está a agilização e regulamentação de uma lei de 2007, segundo a qual, em 2020, os automóveis produzidos no país deveriam ter um consumo médio de um galão por cada 35 milhas (cerca de 15 quilómetros por litro) – valores semelhante à média dos veículos que circulam na Europa.

...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Site particular permite saber tudo o que o portal das compras públicas não mostra

In "PUBLICO.PT":

Conhecer e escrutinar as compras por ajuste directo de toda e qualquer entidade pública passou a estar, desde terça-feira, ao alcance de todos os cidadãos. Este passo de gigante na transparência da administração pública não resulta directamente de uma medida do Estado, mas da iniciativa da Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL).
Se se quiser saber, por exemplo, que compras é que uma junta de freguesia fez, a quem e por quanto, não há qualquer problema. Basta aceder ao site http://transparencia-pt.org/, escrever o nome da autarquia no campo “pesquisa” e clicar. No monitor do computador surgem então todas as aquisições de bens e serviços efectuadas por ajuste directo por aquele entidade, desde Agosto de 2007, com indicação da data, do nome do fornecedor, do objecto da aquisição e do preço.
Clicando sobre o preço ou o objecto abre-se imediatamente a janela do portal oficial dos contratos públicos (http://www.base.gov.pt/), criado no Verão no âmbito do ministério das Obras Públicas e onde constam os dados mais detalhados daquele negócio. Se se clicar em cima do nome da entidade adjudicada (empresa fornecedora) surge a informação disponível sobre a mesma no site publicacões on line do Ministério da Justiça (http://publicacoes.mj.pt). Neste site, que desde 1 de Janeiro de 2006 publica todos os registos a que as sociedades comerciais estão obrigadas, e que até então saíam na terceira série do Diário da República, extinta no quadro do programa Simplex, encontram-se, entre outros, todos os elementos relativos à identidade dos sócios e dos gerentes, e às partes de capital de cada sócio, registados depois daquela data.
As possibilidades de pesquisa oferecidas pelo site “Transparência na AP” incluem, para lá do nome da entidade adjudicante, o tipo de fornecimento contratado. Torna-se assim possível procurar todas as compras de vinho, papel higiénico ou quaisquer outros bens efectuadas pelas cerca de 12 mil entidades públicas sujeitas a registo obrigatório das suas aquisições por ajuste directo, da mesma forma que se localizam as contratações de empreitadas, consultorias, ou quaisquer outros serviços. A pesquisa pelo nome dos fornecedores também está disponível.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sete temas a que os investidores devem estar atentos em 2009

In "Jornal de Negócios":

fundos30f Num ano em que a crise vai continuar a centrar as atenções, são vários os temas a que os investidores devem estar sobretudo atentos. O Activobank7 seleccionou sete, considerando que a deflação é o maior risco e a descida dos juros para mínimos históricos a maior certeza. Veja aqui todos os temas e a análise na integra.
Numa análise divulgada hoje, o banco online do Millennium bcp identifica os sete temas que deverão marcar os mercados accionistas em 2009.
Entre os temas seleccionados, o banco refere que a maior certeza está na descida das taxas de juro para mínimos históricos e a deflação representa o maior risco. Já o factor mais crucial será a confiança.
Assumindo que a recessão económica é inevitável e que o desemprego vai aumentar substancialmente, o banco questiona se “haverá alguma razão para estar optimista” e se “poderão os mercados financeiros antecipar a recuperação económica ainda este ano”.
“A presente conjuntura de mercado representa um significativo teste aos nervos, paciência e disciplina dos investidores. Mas, com frequência, as melhores oportunidades surgem nas conjunturas mais adversas”, conclui o Activobank7.

Em baixo segue análise completa do Activobank 7:

1. Taxas de juro em mínimos históricos

A variável económica que terá um efeito mais notório no “bolso” dos investidores (e dos cidadãos em geral) em 2009 será o nível de taxas de juro.

Nos primeiros meses do ano deveremos continuar a assistir a decisões das autoridades monetárias no sentido de reduzirem as taxas de juro para mínimos históricos.
Nos EUA, onde as taxas de referência já estão próximas de zero, a política monetária deverá ser de natureza quantitativa, nomeadamente através da recompra de dívida pública de longo prazo por parte da Reserva Federal (Fed), procurando reduzir dessa forma as taxas juro de longo prazo e dessa forma diminuir os encargos financeiros dos particulares e empresas.

Na Zona Euro, os responsáveis têm sido mais moderados nas suas declarações, mas espera-se que a taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE) possa descer pelo menos até 1,5%, abaixo do anterior mínimo de 2%, num contexto de forte abrandamento da inflação (estimativa de 1,6% em Dezembro de 2008).
Este cenário irá:
-aliviar de forma significativa as prestações de crédito com taxa indexada (a generalidade do crédito à habitação em Portugal está indexado a taxas Euribor). Num empréstimo de 100.000 € a 30 anos, as prestações mensais poderão baixar em mais de 200 €, aumentando desta forma o rendimento disponível;

- colocar um desafio aos investidores que privilegiam depósitos a prazo e certificados de aforro, uma vez que as taxas de juro nominais deverão atingir mínimos históricos, nomeadamente quando forem ultrapassados os bloqueios que ainda persistem no mercado monetário interbancário.
A curto prazo, as obrigações do Tesouro poderão ainda beneficiar com a descida das taxas de juro e a aversão ao risco, em particular na Zona Euro, em que a margem de redução é maior. Sendo as suas taxas fixas a longo prazo, a atractividade da dívida pública aumenta neste período, o que faz aumentar a sua procura e os seus preços, ainda que os mesmos possam já ser considerados historicamente caros na actualidade.

2. O risco da deflação

O risco de deflação na generalidade das principais economias é real, pela primeira vez desde a Grande Depressão dos anos 30.
O cenário de deflação (quebra generalizada dos preços) é o pior possível para a economia, na medida em que desincentiva o consumo e o investimento, de forma permanente. Se as famílias e as empresas sabem que os preços irão estar mais baixos no futuro, vão adiando as decisões de consumir e investir. Mesmo com taxas de juro zero, não compensa pedir crédito, já que quanto maior a deflação, maior o custo real do crédito.

A serem enraizadas expectativas deflacionistas por parte dos agentes económicos, as implicações para os investidores são vastas. Deverão ser evitados os activos que dependam do sector privado (ex. acções) ou activos reais como matérias-primas, e privilegiadas as obrigações do Tesouro de qualidade mais elevada, na medida em que o valor real do capital investido e dos juros recebidos aumenta com a descida de preços na economia.
Para combater este risco, as autoridades estão a adoptar medidas sem precedentes, não só por via monetária (taxas de juro) como por via de pacotes de estímulo orçamental, que deverão chegar aos 1.500 mil milhões de euros na União Europeia, EUA, Japão e China.
Estas medidas sem precedentes colocam, elas próprias, alguns riscos: o excesso de oferta monetária pode implicar fortes níveis de inflação quando se iniciar a recuperação económica, enquanto os pacotes de estímulo económico implicam o aumento dos défices orçamentais (para mais de 4% em 2010, segundo a OCDE) e a emissão massiva de dívida pública. Se actualmente existe procura suficiente para as novas Obrigações do Tesouro com baixas taxas de juro, quando diminuir a aversão ao risco o financiamento público poderá tornar-se mais caro e difícil.

O regresso dos dados fundamentais
Obrigações corporate estão a preços mínimos históricos
Nem todos os mercados emergentes são iguais

Em 2008, as emoções terão sido o principal determinante dos preços de mercado. O enorme processo de desalavancagem (venda de activos financeiros para liquidação de operações de crédito) gerou anomalias significativas ao nível dos preços e poderá ter criado raras oportunidades de investimento de longo prazo.
Ao longo do ano de 2009, os preços dos activos financeiros (em particular os das acções e das obrigações de empresas) poderão basear-se menos em sentimento e vendas forçadas, e mais em dados fundamentais como os resultados, os dividendos, o valor contabilístico, ou os níveis de incumprimento das empresas.


3. Obrigações corporate

Bill Gross, um dos maiores especialistas mundiais em obrigações, tem afirmado repetidamente que “as acções estão valorizadas para um cenário de Recessão e as obrigações corporate para um cenário de Depressão”.
É relativamente consensual que, aos preços actuais no mercado de obrigações de empresas, os investidores antecipam uma recessão económica mais profunda do que a Grande Depressão dos anos 30. As obrigações corporate terão sido as principais vítimas do processo de desalavancagem dos hedge funds (que ainda não terá terminado, aliás), atendendo à falta de liquidez destes mercados.
Aos preços actuais, a diferença (spread) entre a rendibilidade até à maturidade (yield) das obrigações corporate de bom risco e da dívida pública de prazo equivalente é de 5,75% nos EUA e 4,53% na Zona Euro, largamente acima da média histórica de 1,50% e 0,88%, respectivamente. As obrigações high yield, de risco superior, apresentam um spread de quase 20%, em ambos os lados do Atlântico!
Ao contrário das acções, cujo valor depende da expectativa de crescimento dos resultados futuros (que ainda é negativa em 2009), no segmento de obrigações corporate a única questão chave é saber se as empresas irão sobreviver até à maturidade da sua dívida (geralmente de curto e médio prazo), em condições de reembolsarem o capital e pagarem os juros. Note-se que em caso de falência, o detentor das obrigações encontra-se à frente dos accionistas na hierarquia da liquidação da empresa.
A acreditar que as medidas de política económica produzirão efeitos positivos, evitando um cenário de depressão e deflação, as yields actualmente disponíveis nos mercados de crédito, em muitos casos de dois dígitos, parecem representar uma boa oportunidade de investimento.
Também as obrigações indexadas à inflação (inflation linked), que incorporam actualmente um cenário de deflação, poderão ser uma boa oportunidade de investimento no caso de ser evitado este cenário.


4. Nem todos os mercados emergentes são iguais


Depois de se mostrarem muito resilientes nos primeiros meses de 2008, os mercados accionistas emergentes acumularam perdas de superiores a 50% entre Maio e Outubro, num contexto de forte quebra dos preços das matérias-primas, de agravamento da crise económica global e sobretudo de extrema aversão ao risco e de fuga dos investidores estrangeiros. Esta quebra foi relativamente indiferenciada.
Contudo, nem todos os países emergentes entraram para esta crise com as mesmas armas. 2009 poderá ser o ano em que os investidores irão "separar o trigo do joio":
- regressando aos mercados mais resilientes (como parece ser o caso do Brasil, pouco dependente de exportações, com baixo endividamento e um Banco Central credível; ou da China, que poderá beneficiar do baixo preço das matérias-primas, do enorme pacote de estímulo económico já anunciado, ou do facto das suas exportações serem compostas por produtos de baixo custo);
- continuando a penalizar os mercados mais frágeis, cujo crescimento era muito dependente de financiamento externo, como acontecia em muitos países da Europa de Leste.
Para determinar os “vencedores” em 2009 é fundamental acompanhar também a evolução do preço das matérias-primas, que em 2008 registaram a maior quebra (36%) dos últimos 50 anos, segundo o índice Reuters/Jefferies CRB.
A Agência Internacional de Energia estima uma contracção de 450 mil barris por dia no consumo de petróleo em 2009, com um preço médio de 51 dólares. Para estancar a forte quebra no preço do “ouro negro” nos últimos meses, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que controla 40% da produção mundial, já reduziu a sua produção diária em cerca de 15% desde Setembro.

Sectores chave na evolução da crise económica
Imobiliário
Automóvel

Se todas as atenções estiveram concentradas no sector financeiro em 2008, no ano que agora se inicia outros 2 sectores serão decisivos para a evolução da crise económica: o imobiliário e o automóvel.


5. O fim da quebra de preços no imobiliário?


A actual crise económica começou por ser uma crise financeira, com origem na quebra de preços do mercado imobiliário norte-americano (e agravada por práticas negligentes na concessão de crédito). Parece lógico assumir que o factor que esteve na origem da crise também poderá ajudar ao seu fim.
A eventual interrupção do ciclo de quebras de preços no mercado imobiliário em 2009 seria importante para estabilizar as estimativas de perdas do sector financeiro com a actual crise, aumentando a liquidez (e eventualmente o preço) dos denominados "activos tóxicos" que ainda continuam a fragilizar o balanço de muitas instituições financeiras, melhorando também a vontade e capacidade destas em retomarem uma actividade creditícia normal.


6. A sobrevivência da indústria automóvel


A indústria automóvel foi uma das vítimas mais notórias da forte quebra de confiança dos consumidores, acentuada a partir de Setembro de 2008. As vendas nos EUA caíram 36% em Dezembro e na Europa 26% em Novembro, em ambos os casos a maior quebra mensal da última década, mesmo num cenário de descida do preço dos combustíveis.
A Toyota, maior construtor japonês, que nunca registou prejuízos na sua história de 70 anos, anunciou recentemente que prevê o seu primeiro resultado anual negativo. Os automóveis são o bem de consumo mais caro, logo aquele cuja compra é mais fácil de adiar quando não existe confiança no futuro da economia.
Ainda que não seja tão decisiva para a estabilidade económica como o sector financeiro (havendo por isso menos disponibilidade das autoridades públicas para a apoiar), a indústria automóvel tem um peso significativo no emprego das principais economias mundiais, tanto por via directa como indirecta (fornecedores). As duas principais empresas exportadoras de Portugal (Qimonda e Auto Europa) dependem, no todo ou em parte significativa, da saúde desta indústria.
Na sua primeira conferência de imprensa como Presidente eleito dos EUA, Barrack Obama qualificou o sector automóvel como a coluna vertebral da indústria norte-americana, defendendo a aprovação de um pacote de ajudas de 17,5 mil milhões de dólares a 2 dos maiores construtores do país: General Motors e Chrysler.
Uma análise recente do Deutsche Bank concluiu que o processo de reestruturação associado à eventual falência dos “Big 3” (que inclui também a Ford) implicaria o corte da produção automóvel para metade, o que teria um impacto directo de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) e implicaria a perda de 2,5 a 3 milhões de empregos directos e indirectos nos EUA.
Assim, será importante acompanhar a evolução desta indústria ao longo de 2009, em particular qual o nível de apoios públicos disponibilizados para evitar a falência de alguns dos principais construtores mundiais (nomeadamente nos EUA) que, doutra forma, parece inevitável.

O factor mais crucial em 2009: a confiança


7. O regresso da confiança?

Deixámos para último o factor que nos parece mais importante para o desfecho final do ano de 2009: em que medida a actual falta de confiança pode ser ultrapassada.
- a falta de confiança (dos particulares e das empresas) tornará mais provável o temível cenário de deflação, que poderá transformar a recessão em depressão;
- a falta de confiança retirará força às medidas sem precedentes tomadas pelas autoridades no estímulo da economia, já que todo o rendimento disponível adicional será poupado e não consumido ou investido;
- a falta de confiança fará com que os Bancos depositem toda a liquidez adicional no Banco Central, não chegando às famílias e empresas através do mecanismo de transmissão do crédito.
Neste sentido, será muito importante acompanhar os principais inquéritos à confiança dos consumidores e dos empresários, na medida em que estes são bons indicadores avançados do nível de crescimento económico, da mesma forma que as cotações no mercado accionista.

Em conclusão

A recente evolução dos mercados financeiros fez desviar de forma significativa as rendibilidades das principais classes de activos das suas médias de longo prazo. Na última década, em particular, os activos de menor risco, como as obrigações do Tesouro, obtiveram retornos claramente superiores à média, enquanto os activos de maior risco, como as acções e as obrigações de empresas, registaram retornos reais nulos ou mesmo negativos.
Se acreditarmos num processo de reversão para a média, 2009 poderá representar o início de um novo ciclo de mercado, em que os activos de maior risco poderão retomar progressivamente o seu lugar natural no topo da escala de rendibilidades, ainda que o momento exacto de inflexão seja muito difícil de determinar.
É verdade que o caminho está repleto de desafios. Ainda não existe confiança. A presente conjuntura de mercado representa um significativo teste aos nervos, paciência e disciplina dos investidores. Mas, com frequência, as melhores oportunidades surgem nas conjunturas mais adversas.

A história das origens da sociedade anónima de responsabilidade limitada é uma enciclopédia da fraude

In "Jornal de Negócios":

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A história das origens da sociedade anónima de responsabilidade limitada é uma enciclopédia da fraude, cujos pontos altos foram a Companhia do Mississípi e a Companhia dos Mares do Sul. Com tanta trapaça, o Parlamento inglês decretou a sua proibição em 1720.
Adam Smith condenava em 1776 as sociedades anónimas por concederem a uma clique a possibilidade de manipular a maioria dos investidores e conquistar um poder desmesurado sobre a economia e o Estado. Como conseguiram então sobreviver e disseminar-se elas apesar de um currículo tão negativo e de opositores tão influentes? A má razão é que isso interessava aos poderosos endinheirados; a boa, que, fora o Estado, só elas estão em condições de canalizar pequenas poupanças para volumosos investimentos em actividades que beneficiam de grandes economias de escala.
De modo que uma espécie de contrato social instituiu a tolerância da sociedade anónima a troco da sua sujeição a uma regulamentação apertada. Ainda assim, foi só em 1900 que, por entre acusações de socialismo, a lei inglesa impôs, por exemplo, a obrigatoriedade de apresentação aos accionistas de contas auditadas.

Os sucessos recentes na Islândia recordam-nos que, ainda hoje, é possível os desmandos de aventureiros descontrolados levarem um país à ruína. Mas os estudantes de economia são poupados ao conhecimento de eventos como o relatado, não vá dar-se o caso de ficar abalada a sua confiança nas teorias muito limpinhas que lhes explicam como as economias funcionam. É muito mais conveniente fazê-los crer que tudo se resume a encontrar o ponto de intersecção da oferta e da procura, ignorando a importância das relações de poder na determinação do resultado final.
Sabemos há séculos que as sociedades anónimas se prestam a toda a espécie de abusos quando a sua actuação não é convenientemente regulada. Em casos extremos, podem semear a miséria e arruinar países. Mas foi preciso chegarmos junto ao abismo para esta verdade ser recuperada e reconhecida.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Multimilionário alemão Merckle suicidou-se

In "Jornal de Negócios":

adolf_merckle_milionario_pq O multimilionário alemão Adolf Merckle, que perdeu centenas de milhões de euros ao apostar na queda das acções da Volkswagen (VW), faleceu onde à noite, depois de ter se ter atirado para a frente de um comboio na sua cidade natal.
A família de Mercke já confirmou, num email citado pela Bloomberg, que se tratou de suicídio.
A notícia, divulgada pelo jornal alemão “Die Welt”, dá conta que Adolf Merckle morreu ontem à noite em Blaubeuren.

...

Ver: 

 HeidelbergCement afunda em bolsa com suicídio de Merckle

Merckle "ficou destroçado com a sua incapacidade de lidar" com as perdas na VW

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2008 : A Crise Financeira

Trabalho da Antena 1 de análise à crise financeira que marcou o ano de 2008

Vídeo: Jornal de Negócios:

domingo, 21 de dezembro de 2008

'Esta crise é mais profunda e durável que a dos anos 1930'

In "resistir.info":

O LEAP/E2020 prevê que em Março de 2009 a crise sistémica global venha a experimentar um novo ponto de inflexão de uma importância análoga ao de Setembro de 2008. Nossa equipe considera com efeito que este período do ano de 2009 será caracterizado por uma tomada de consciência geral da existência de três importantes processos desestabilizadores da economia mundial, a saber:
1. A tomada de consciência da longa duração da crise
2. A explosão do desemprego no mundo inteiro
3. O risco do colapso brutal do conjunto dos sistema de pensão por capitalização.

...

Ver:  

Crise sistémica global: Novo ponto de inflexão em Março de 2009 — 'quando o mundo tomar consciência de que esta crise é pior que a dos anos 1930'

GEAB N°30 est disponible ! Crise systémique globale : Nouveau point d'inflexion en Mars 2009 'Quand le monde prend conscience que cette crise est pire que celle des années 1930'

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Concorrência multa panificadoras em 1,17 milhões de euros por combinarem preços

In "Jornal de Negócios":

pao_padaria_alimentos_peq A Autoridade da Concorrência condenou a Associação dos Industriais de Panificação de Lisboa (AIPL) ao pagamento de 1,17 milhões de euros por troca de informação sobre preços de venda de pão ao público.
A Autoridade da Concorrência concluiu, após inquérito instaurado na sequência de uma denúncia, que a AIPL adoptou uma decisão da associação de empresas com o objecto de impedir, restringir ou falsear a concorrência, através da troca de informação sobre preços, sendo-lhe aplicada uma coima no valor de 1.177.429,30 euros.   ...

Estados Unidos baixam taxa de juro para os 0,25 por cento

In "PUBLICO.PT":

A Reserva Federal norte-americana (Fed) baixou hoje em 0,75 pontos percentuais a taxa de juro de referência nos EUA, para os 0,25 por cento, uma decisão que surpreendeu os analistas.
Este corte foi maior que os 0,50 pontos percentuais esperado pelos analistas e baixa a taxa de referência dos EUA para um mínimo histórico.    ...

Ver:   Fed reduz juros para um intervalo entre os 0% e 0,25%

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Banco de Portugal está a apurar eventual impacto interno da fraude de Bernard Madoff

In "PUBLICO.PT":

O Banco de Portugal está a averiguar o grau de exposição do sistema bancário português à fraude de 50 mil milhões de dólares (37,5 mil milhões de euros) cometida pelo conhecido investidor de Nova Iorque Bernard Madoff.

...

Ver:   Ex-presidente do Nasdaq acusado de fraude estimada em 50 mil milhões de dólares

Fraude de Madoff atinge Portugal

Santander tem exposição de 2300 M€ à fraude de Madoff

El fraude de Madoff alcanza ya a varios países europeos

Solbes cree que el 'caso Madoff' perjudicará la credibilidad de los bancos

BBVA reconoce pérdidas de 300 millones por la estafa de Madoff

Cien años de 'timo piramidal' o cien años de codicia humana

A Dona Banca

BES com exposição indirecta de 15 milhões de euros a Madoff

Veja aqui a lista das empresas afectadas pela fraude de Madoff, compilada pela Bloomberg

Actualização em 17-12-2008:

Multimilionária espanhola Alicia Koplowitz perde 10 milhões com escândalo Madoff:

A multimilionária espanhola Alicia Koplowitz, uma das mulheres mais ricas de Espanha, poderá ter perdido 10 milhões de euros devido ao escândalo Madoff. Koplowitz entregou este dinheiro a Madoff através da sua empresa de investimento Omega Capital e chegou a pedi-lo de volta em Setembro,  mas este nunca lhe foi devolvido.

IATA prevê perdas de US$2,5 mil milhões em 2009 – A pior perda de receitas da aviação mundial em 50 anos

In "resistir.info":

GENEBRA – A International Air Transport Association (IATA) anunciou a sua previsão para 2009: ela mostra uma perda de US$2,5 mil milhões para a indústria aeronáutica. Espera-se que todas as regiões, excepto os EUA, apresentem em 2009 perdas maiores do que em 2008.
A previsões a destacar são:

  • Espera-se um declínio de US$501 mil milhões nas receitas da indústria. Isto representa uma queda de US$35 mil milhões em relação às receitas de US$536 mil milhões previstas para 2008. Esta queda de receitas é a primeira desde os dois anos de declínio consecutivo verificados em 2001 e 2002.
  • Os rendimentos declinarão em 3,0% (5,3% quando ajustados às taxas de câmbio e inflação).
  • Espera-se um declínio de 3% no tráfego de passageiros , a seguir ao crescimento de 2% em 2008.
  • Espera-se um declínio de 5% no tráfego de carga , a seguir a uma queda de 2% em 2008. Antes de 2008, a última vez que o tráfego de carga declinou foi em 2001 quando se registou uma queda de 6%.
  • Espera-se que o preço do petróleo ronde os US$60 por barril (Brent) para uma factura total de US$142 mil milhões. Isto é US$32 mil milhões inferior a 2008, quando o preço médio foi de US$100 por barril (Brent).

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Ver:   TAP teve prejuízos de 170 milhões até Outubro

Preços da electricidade vão subir em média 4,9 por cento em 2009

In "PUBLICO.PT":

As tarifas de electricidade vão subir em média 4,9 por cento no próximo ano, com os consumidores domésticos a ter um aumento médio de 4,3 por cento, de acordo com a proposta aprovada pelo Conselho Tarifário da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos).

Ver:   Remuneração dos novos investimentos da REN será de 9,05% em 2009

Tarifas da electricidade sobem 4,9% em Janeiro

Défice tarifário supera os 2 mil milhões de euros em 2008

REN vai explorar energia das ondas

 
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