segunda-feira, 4 de abril de 2011

O aumento da dívida pública é devido ao bpn, ao bpp e às empresas de transportes...

In "resistir.info":

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Os dados oficiais seguintes dão uma informação mais verdadeira sobre divida actual do Estado.


Quadro 1- PIB, Divida Pública, Juros, Investimentos e Transferências do OE para SNS-2007/2011

ANOS
PIB (INE)


Milhões euros
Divida Pública Bruta Consolidada segundo INE
Milhões euros
Divida Pública Consolidada segundo Governo-PEC-4
Milhões euros
Juros
segundo INE

Milhões euros
Juros
se taxa for de 8%

Milhões euros
Investimento público
segundo INE

Milhões euros
SNS (*) (Transferências OE)

Milhões euros
2010 172.546 159.433 142.178 5.195 12.755 4.782

8.699

2011 173.477 168.793 152.486 6.327 13.503 3.807

8.140

Fonte: Procedimento Défices Excessivos -2011- INE; PEC-4 do governo: pág. 38; (*) Relatório OE-2011

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A divida pública disparou, em 2010, para 159.433 milhões € (92,4% do PIB) segundo o INE, ou seja, mais 17.255 milhões € do que o constante do PEC-4 do governo, e a previsão da divida pública feita pelo INE para 2011 atinge 168.793 milhões € (97,3% do PIB), ou seja, mais 16.307 milhões € do que o previsto pelo governo no PEC-4. Este aumento tão significativo da Divida Pública fará aumentar os juros a pagar, o que acabará por determinar mais cortes nas despesas com as funções sociais do Estado (por ex., prestações sociais, pensões, SNS, etc), com consequências sociais e económicas desastrosas, se a actual politica de obsessão do défice e de juros especulativos se se mantiver.


Em 2010, a taxa de juros média ponderada foi 3,3% e a prevista pelo INE para 2011 é de 3,7%, o que fará subir a despesa do Estado com juros em 22%, pois passará de 5.195 milhões € para 6.327 milhões €. O valor de juros previstos pelo INE para 2011, é já superior a todo o investimento público previsto pelo INE para este ano, e representa 77,6% das transferências do OE para o SNS que, entre 2010 e 2011, diminuíram já de 8.699 milhões e para 8.140 milhões €. No entanto, Portugal já está a pagar pelos empréstimos que contrai taxas de juros muito superiores a 3,7%, que variam entre 5,7% (empréstimos a um ano) e mais de 9% (empréstimos a 3,5, 6 e 7 anos).

Admitindo uma taxa de 8%, pela divida de 168.783 milhões €, Portugal teria de suportar uma despesa anual só com juros estimada em 13.500 milhões €, o que é incomportável. E com uma taxa de juros de 6%, que é a que a Irlanda esta a pagar ao FMI e à União Europeia, daria uma despesa anual de 10127,6 milhões €, o que continuaria a ser incomportável para um País que vai entrar em recessão económica prolongada como consequência da politica contraccionista que Sócrates e Passos Coelho pretendem seguir, pois foi esse o compromisso que ambos já assumiram perante a União Europeia e Merkel.


É certo que este ano, a substituição da divida antiga mais a divida nova soma cerca de 45.000 milhões €, e é só esta que estará sujeita a estas taxas, mas com o tempo e a substituição gradual de toda a divida, Portugal acabará por suportar juros especulativos incomportáveis. Para além disso, os bancos cobram ao Estado Português taxas entre 5,7% e 9%, e depois vendem essa mesma divida ao BCE pagando uma taxa de juros entre 1% e 1,75%, obtendo lucros especulativos à custa dos contribuintes portugueses, e o Estado português continua a não se poder financiar junto do BCE. Só aquela diferença de juros permite à banca obter, para 45.000 milhões €, um lucro de 2.500 milhões € extra.

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Ver:

Estes PECs não são nem necessários nem inevitáveis

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