sábado, 7 de março de 2009

Predicting Crisis: Dr. Doom & the Black Swan

How to predict a financial crisis and the five signs of a bear, with Nouriel Roubini, RGE Monitor and Nassim Taleb, The Black Swan author.:

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Severe Global Economic Contraction

Interview with Nouriel Roubini of NYU Stern School of Business:

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Euro pode não sobreviver à crise se não se criar um "bad bank"

In "Jornal de Negócios":

2 A existência do euro poderá estar em perigo, caso a União Europeia (UE) não dê passos firmes para retirar do mercado os activos considerados tóxicos, afirmou o investidor multimilionário George Soros em Davos.

Se a UE não participar nos planos para retirar activos tóxicos, colocando-os num "bad bank" (banco que compra crédito malparado, à semelhança do que Obama propôs nos EUA), "o euro pode não sobreviver a esta crise", declarou Soros em entrevista ao jornal austríaco "Der Standard" concedida em Davos, citado pelo "El Economista".


"Existem grandes problemas a nível internacional. Os programas de estímulo conjuntural não são suficientes", defendeu o investidor, que há um ano afirmou que a crise era muito mais profunda do que se pensava.


George Soros, que ganhou mil milhões de dólares a apostar na queda da libra em 1992 (sendo conhecido como o homem que bateu o Banco de Inglaterra), salientou que será precisa "uma espécie de acordo sobre o capital malparado, de modo a que o fardo seja partilhado entre todos e que cada país seja parte presente". Se assim não for, mais países irão sofrer, garantiu.


Na opinião deste investidor, que nasceu na Hungria e depois nacionalizou-se americano, há também que delinear "um plano de resgate à escala mundial" para ajudar os países em desenvolvimento, que estão a sofrer os efeitos da crise financeira.


Jim Rogers diz que euro desaparecerá nos próximos 20 anos


Recorde-se que há dois meses o investidor Jim Rogers, presidente da Rogers Holdings e que co-fundou o Fundo Quantum com George Soros, disse que o euro deixará de existir no prazo de 20 anos, uma vez que os políticos vão começar a culpar a moeda única pelos problemas nos seus países.


"A moeda europeia não vai além dos próximos 15 a 20 anos”" afirmou Rogers num encontro de investidores organizado pelo ABN Amro, citado pela Bloomberg. "Infelizmente, o euro tornou-se uma moeda política em vez de uma moeda económica", referiu, acrescentando que "nunca nenhuma moeda de uma união sobreviveu".


De acordo com este investidor, que em Abril de 2006 previu – correctamente – que o preço do ouro ascenderia aos mil dólares por onça, a moeda única da Zona Euro é um bom conceito. No entanto, segundo Rogers, os políticos estão a começar a culpar o euro pelos seus problemas e poderão começar a sair da Eurolândia ou a pedirem concessões a Bruxelas.

Roubini prevê mais desgraças para a economia mundial

In "Jornal de Negócios":

untitled Na edição de 2007 do Fórum Económico Mundial, Nouriel Roubini advertiu para o facto de os lucros recorde das empresas e os bónus estarem a encobrir uma "aterragem dura" que estaria para vir. Nessa ocasião, Jacob Frenkel, ex-governador do Banco de Israel, disse que discordava veementemente.


Agora já não discorda. "Roubini foi intelectualmente corajoso e mostrou saber o que dizia", diz agora Frenkel, actualmente vice-chairman da AIG, seguradora que só sobreviveu à crise devido a empréstimos governamentais superiores a 100 mil milhões de dólares. "Ele ganhou credibilidade e merece-a", acrescentou, citado pela Bloomberg.


Esta semana, Roubini regressou a Davos com o epíteto de adivinho da pior crise económica e financeira desde a Grande Depressão – juntando-se assim à lista de outros "profetas da desgraça" que ficaram célebres por preverem rumos totalmente inesperados e que se revelaram correctos.

Roubini tem 50 anos e é professor na Universidade de Nova Iorque. Escreve também textos de opinião para o Project Syndicate, que são publicados em jornais de todo o mundo. Em Portugal, é o Negócios que detém o exclusivo dos textos de Roubini.


O economista, que está actualmente a escrever um livro sobre a crise, diz que o pior está ainda para vir. Segundo ele, os bancos têm ainda pela frente perdas muito maiores do que imaginam, relacionadas com a crise do crédito. E estima que haverá mais entidades financeiras a precisar de ser nacionalizadas e que a economia mundial continuará a registar uma contracção ao longo de 2009.


"Já há muitas pessoas a ver o mesmo que eu, mas ainda não chegaram ao mesmo ponto. Não sei o que é que algumas pessoas andam a fumar", afirmou Roubini à Bloomberg.


Em Fevereiro de 2007, Nouriel Roubini escrevia no seu blog: "em breve, a festa terá acabado". E advertia para as "penosas consequências para a economia norte-americana e mundial". Em Fevereiro do ano passado, o seu tom tornou-se mais apocalíptico, levantando o espectro de um colapso "catastrófico" que os bancos centrais não conseguiram evitar, levando à falência de grandes bancos com forte exposição a empréstimos hipotecários e a uma "forte queda" das acções.


No mês seguinte, o Bear Stearns colapsou e teve de ser salvo pelo JPMorgan Chase, num acordo apoiado pelo governo americano. Em seguida, em Setembro, o Lehman Brothers entrou em processo de falência, levando a banca a não abrir tão facilmente mão do seu dinheiro, o que privou empresas e pessoas singulares de acesso ao crédito. O governo dos EUA, entretanto, já teve que resgatar a AIG, a Fannie Mae e a Freddie Mac. O índice Standard & Poor’s 500, por seu lado, registou o pior ano desde 1937.


Leia aqui um dos mais recentes textos de opinião de Roubini.

Caso Freeport

In "Jornal de Negócios":

Um país louco

 

Que Portugal por vezes enlouquece já todos o sabemos. Mas que o faça com tanta frequência e nos momentos em que mais seria de esperar alguma racionalidade e bom senso é o que já não pode deixar de suscitar alguma perplexidade. Por estes dias, em que uma profunda crise económica avassala o planeta e portanto o nosso cantinho também,...

Por estes dias, em que uma profunda crise económica avassala o planeta e portanto o nosso cantinho também, o País envolve-se numa historieta requentada a propósito de um empreendimento comercial. E, como sempre nestes casos, depressa deixou de haver notícia para passar a dominar a histeria e a barafunda.


Assim, sem perder muito tempo com este assunto sórdido, gostaria tão-só de deixar dois comentários. O primeiro diz respeito à síndrome "Watergate" que parece afectar alguns dos nossos jornalistas. Existe a ideia de que deitar abaixo um governante, e quanto mais importante melhor, representa o máximo da demonstração do poder do jornalismo e da excelência da profissão. Assim, nalgumas destas cabeças passam frequentemente imagens ao estilo cinematográfico de Hollywood, em que a investigação se torna numa aventura e a descoberta de coisas risíveis se transformam num grande momento dramático. Desta vez o alvo é o primeiro-ministro, o que seguramente excita acima do normal muita redacção e a clientela de uns quantos bares de Lisboa. Em consequência os atropelos sucedem-se. Perseguem-se testemunhas, conseguem-se declarações de forma insidiosa ou mesmo ilegal contra a vontade expressa dos próprios, manipula-se a informação para além do já habitual. A baixeza dos métodos chega ao nível da sarjeta.


Esta gente esquece contudo a realidade dos factos. Quem deitou abaixo Nixon não foram os jornalistas, mas sim o próprio núcleo duro do poder, através da acção de um alto dirigente do FBI que de facto conduziu as operações. Os jornalistas nunca passaram de emissários úteis e totalmente manipulados.


Ora isto introduz o segundo comentário e aquele que me parece ser a única questão realmente relevante desta história do Freeport. Na nossa polícia ou no Ministério Público existe gente que sistematicamente quebra as regras do segredo de justiça fornecendo aos jornalistas pistas, informações e documentos restritos. Basta ver como nas televisões e nos jornais se exibem cópias de documentos apreendidos, cuja proveniência só pode vir da investigação. Basta pensar como uma carta enviada pela polícia inglesa para a polícia portuguesa vai parar às redacções dos jornais sem que isso parece preocupar ninguém.


Que a Procuradoria da República não se impressione com esta realidade, que o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, sempre muito ofendido com a mínima crítica, não se perturbe com a evidência de tão flagrantes faltas da sua corporação, eis o que devia suscitar um debate alargado e a indignação dos cidadãos.


A acrescentar à morosidade da justiça e à incongruência das suas decisões em casos reais, existe hoje um legítimo descrédito sobre a integridade da condução das investigações. São demasiado frequentes os atropelos à presunção da inocência, à devassa da vida privada, à manipulação da opinião pública. E isto sim, devia preocupar o sistema, desde os próprios agentes à classe política, passando naturalmente pelo comum do cidadão.


O próprio Partido Socialista, perante mais este ataque raivoso contra o primeiro-ministro – como lhe chamou e bem Freitas do Amaral –, não soube responder à altura refugiando-se em desculpas de pormenor sem ir direito ao assunto. Não são os procedimentos que estão em causa, já que isso diz respeito, no pior dos casos, a questões administrativas. Mas sim o facto de com toda a impunidade, nas televisões e nalguma imprensa, se insinuar que o então ministro José Sócrates marcou uma reunião no ministério, com um desconhecido, para combinar o pagamento de luvas. É preciso topete, para continuar a citar Freitas do Amaral.


Definitivamente o país ensandeceu. E na pior altura. Quando seria preciso um impulso energético, positividade e espírito de iniciativa, tudo o que se vê é o habitual queixume, o ódio, a intriga e um negativismo fomentado pelos principais agentes sociais e partidários. Assim Portugal não vai lá

 

Ver:

Em defesa da defesa de Sócrates:

... Se o processo está descontrolado, a manipulação parece controlada. O primeiro-ministro pode sair mal ou, até, sair vítima deste processo. Mas pisa terreno minado. Como disse César, que tinha uma mulher que tinha de parecer o que era, "é impossível não acabar sendo como os outros acreditam que você é".

Estratégia manhosa:

... Bem, que mais terão para lançar nos jornais depois de todas as manobras falhadas? Esta é a dúvida e uma pista para a resposta está na estratégia já ensaiada e que vai tendo eco nalguns blogues e mesmo na boca de Miguel Sousa Tavares, agora há que tentar afastar a procuradora encarregue do processo? A verdade é que essa procuradora tem vários processos importantes, como o BPN ou a Operação Furacão, e parece que a sua equipa não está feita com fugas ao segredo de justiça, daqueles processo nada transpirou para a comunicação social.

Não é difícil de adivinhar que agora vão tentar afastar a procuradora, o ideal seria a investigação ser feita com o objectivo de obter novos elementos para mandar para os jornais de forma a esvaziar a justiça e fazer um julgamento público, ainda antes das eleições, de ser feita qualquer acusação e da intervenção de qualquer tribunal. É Assim a justiça dos fascistas, ainda sem qualquer acusação, sem que alguém tenha sido constituído arguido reuniu-se um tribunal plenário onde alguns jornalistas decidiram fazer o papel de juízes dos tribunais plenários dos fascistas. Com uma pequena diferença, quem lhes leu a acusação nem teve a coragem de dar a cara como faziam os agentes da Pide, estes são ainda mais cobardes.

O mais grave é que vejo por aí muita gente que é democrata e que a troca de poder chegar ao poder se esquecem dos princípios e alinham na encenação.

 

Ex-director da Judiciária demitido por este Governo diz ter dado prioridade à investigação do caso Freeport

Santos Silva indignado contra "continuação de campanha política" 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Obama anuncia medidas para aumentar eficiência energética e reduzir dependência do petróleo

In "PÚBLICO.PT":

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Obama instruiu o Departamento de Transportes a apresentar, até Março de 2011, novos padrões de eficiência energética para os automóveis, estando previsto que a indústria comece a aplicar as novas regras nos 18 meses seguintes.
Em causa, está a agilização e regulamentação de uma lei de 2007, segundo a qual, em 2020, os automóveis produzidos no país deveriam ter um consumo médio de um galão por cada 35 milhas (cerca de 15 quilómetros por litro) – valores semelhante à média dos veículos que circulam na Europa.

...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Site particular permite saber tudo o que o portal das compras públicas não mostra

In "PUBLICO.PT":

Conhecer e escrutinar as compras por ajuste directo de toda e qualquer entidade pública passou a estar, desde terça-feira, ao alcance de todos os cidadãos. Este passo de gigante na transparência da administração pública não resulta directamente de uma medida do Estado, mas da iniciativa da Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL).
Se se quiser saber, por exemplo, que compras é que uma junta de freguesia fez, a quem e por quanto, não há qualquer problema. Basta aceder ao site http://transparencia-pt.org/, escrever o nome da autarquia no campo “pesquisa” e clicar. No monitor do computador surgem então todas as aquisições de bens e serviços efectuadas por ajuste directo por aquele entidade, desde Agosto de 2007, com indicação da data, do nome do fornecedor, do objecto da aquisição e do preço.
Clicando sobre o preço ou o objecto abre-se imediatamente a janela do portal oficial dos contratos públicos (http://www.base.gov.pt/), criado no Verão no âmbito do ministério das Obras Públicas e onde constam os dados mais detalhados daquele negócio. Se se clicar em cima do nome da entidade adjudicada (empresa fornecedora) surge a informação disponível sobre a mesma no site publicacões on line do Ministério da Justiça (http://publicacoes.mj.pt). Neste site, que desde 1 de Janeiro de 2006 publica todos os registos a que as sociedades comerciais estão obrigadas, e que até então saíam na terceira série do Diário da República, extinta no quadro do programa Simplex, encontram-se, entre outros, todos os elementos relativos à identidade dos sócios e dos gerentes, e às partes de capital de cada sócio, registados depois daquela data.
As possibilidades de pesquisa oferecidas pelo site “Transparência na AP” incluem, para lá do nome da entidade adjudicante, o tipo de fornecimento contratado. Torna-se assim possível procurar todas as compras de vinho, papel higiénico ou quaisquer outros bens efectuadas pelas cerca de 12 mil entidades públicas sujeitas a registo obrigatório das suas aquisições por ajuste directo, da mesma forma que se localizam as contratações de empreitadas, consultorias, ou quaisquer outros serviços. A pesquisa pelo nome dos fornecedores também está disponível.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sete temas a que os investidores devem estar atentos em 2009

In "Jornal de Negócios":

fundos30f Num ano em que a crise vai continuar a centrar as atenções, são vários os temas a que os investidores devem estar sobretudo atentos. O Activobank7 seleccionou sete, considerando que a deflação é o maior risco e a descida dos juros para mínimos históricos a maior certeza. Veja aqui todos os temas e a análise na integra.
Numa análise divulgada hoje, o banco online do Millennium bcp identifica os sete temas que deverão marcar os mercados accionistas em 2009.
Entre os temas seleccionados, o banco refere que a maior certeza está na descida das taxas de juro para mínimos históricos e a deflação representa o maior risco. Já o factor mais crucial será a confiança.
Assumindo que a recessão económica é inevitável e que o desemprego vai aumentar substancialmente, o banco questiona se “haverá alguma razão para estar optimista” e se “poderão os mercados financeiros antecipar a recuperação económica ainda este ano”.
“A presente conjuntura de mercado representa um significativo teste aos nervos, paciência e disciplina dos investidores. Mas, com frequência, as melhores oportunidades surgem nas conjunturas mais adversas”, conclui o Activobank7.

Em baixo segue análise completa do Activobank 7:

1. Taxas de juro em mínimos históricos

A variável económica que terá um efeito mais notório no “bolso” dos investidores (e dos cidadãos em geral) em 2009 será o nível de taxas de juro.

Nos primeiros meses do ano deveremos continuar a assistir a decisões das autoridades monetárias no sentido de reduzirem as taxas de juro para mínimos históricos.
Nos EUA, onde as taxas de referência já estão próximas de zero, a política monetária deverá ser de natureza quantitativa, nomeadamente através da recompra de dívida pública de longo prazo por parte da Reserva Federal (Fed), procurando reduzir dessa forma as taxas juro de longo prazo e dessa forma diminuir os encargos financeiros dos particulares e empresas.

Na Zona Euro, os responsáveis têm sido mais moderados nas suas declarações, mas espera-se que a taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE) possa descer pelo menos até 1,5%, abaixo do anterior mínimo de 2%, num contexto de forte abrandamento da inflação (estimativa de 1,6% em Dezembro de 2008).
Este cenário irá:
-aliviar de forma significativa as prestações de crédito com taxa indexada (a generalidade do crédito à habitação em Portugal está indexado a taxas Euribor). Num empréstimo de 100.000 € a 30 anos, as prestações mensais poderão baixar em mais de 200 €, aumentando desta forma o rendimento disponível;

- colocar um desafio aos investidores que privilegiam depósitos a prazo e certificados de aforro, uma vez que as taxas de juro nominais deverão atingir mínimos históricos, nomeadamente quando forem ultrapassados os bloqueios que ainda persistem no mercado monetário interbancário.
A curto prazo, as obrigações do Tesouro poderão ainda beneficiar com a descida das taxas de juro e a aversão ao risco, em particular na Zona Euro, em que a margem de redução é maior. Sendo as suas taxas fixas a longo prazo, a atractividade da dívida pública aumenta neste período, o que faz aumentar a sua procura e os seus preços, ainda que os mesmos possam já ser considerados historicamente caros na actualidade.

2. O risco da deflação

O risco de deflação na generalidade das principais economias é real, pela primeira vez desde a Grande Depressão dos anos 30.
O cenário de deflação (quebra generalizada dos preços) é o pior possível para a economia, na medida em que desincentiva o consumo e o investimento, de forma permanente. Se as famílias e as empresas sabem que os preços irão estar mais baixos no futuro, vão adiando as decisões de consumir e investir. Mesmo com taxas de juro zero, não compensa pedir crédito, já que quanto maior a deflação, maior o custo real do crédito.

A serem enraizadas expectativas deflacionistas por parte dos agentes económicos, as implicações para os investidores são vastas. Deverão ser evitados os activos que dependam do sector privado (ex. acções) ou activos reais como matérias-primas, e privilegiadas as obrigações do Tesouro de qualidade mais elevada, na medida em que o valor real do capital investido e dos juros recebidos aumenta com a descida de preços na economia.
Para combater este risco, as autoridades estão a adoptar medidas sem precedentes, não só por via monetária (taxas de juro) como por via de pacotes de estímulo orçamental, que deverão chegar aos 1.500 mil milhões de euros na União Europeia, EUA, Japão e China.
Estas medidas sem precedentes colocam, elas próprias, alguns riscos: o excesso de oferta monetária pode implicar fortes níveis de inflação quando se iniciar a recuperação económica, enquanto os pacotes de estímulo económico implicam o aumento dos défices orçamentais (para mais de 4% em 2010, segundo a OCDE) e a emissão massiva de dívida pública. Se actualmente existe procura suficiente para as novas Obrigações do Tesouro com baixas taxas de juro, quando diminuir a aversão ao risco o financiamento público poderá tornar-se mais caro e difícil.

O regresso dos dados fundamentais
Obrigações corporate estão a preços mínimos históricos
Nem todos os mercados emergentes são iguais

Em 2008, as emoções terão sido o principal determinante dos preços de mercado. O enorme processo de desalavancagem (venda de activos financeiros para liquidação de operações de crédito) gerou anomalias significativas ao nível dos preços e poderá ter criado raras oportunidades de investimento de longo prazo.
Ao longo do ano de 2009, os preços dos activos financeiros (em particular os das acções e das obrigações de empresas) poderão basear-se menos em sentimento e vendas forçadas, e mais em dados fundamentais como os resultados, os dividendos, o valor contabilístico, ou os níveis de incumprimento das empresas.


3. Obrigações corporate

Bill Gross, um dos maiores especialistas mundiais em obrigações, tem afirmado repetidamente que “as acções estão valorizadas para um cenário de Recessão e as obrigações corporate para um cenário de Depressão”.
É relativamente consensual que, aos preços actuais no mercado de obrigações de empresas, os investidores antecipam uma recessão económica mais profunda do que a Grande Depressão dos anos 30. As obrigações corporate terão sido as principais vítimas do processo de desalavancagem dos hedge funds (que ainda não terá terminado, aliás), atendendo à falta de liquidez destes mercados.
Aos preços actuais, a diferença (spread) entre a rendibilidade até à maturidade (yield) das obrigações corporate de bom risco e da dívida pública de prazo equivalente é de 5,75% nos EUA e 4,53% na Zona Euro, largamente acima da média histórica de 1,50% e 0,88%, respectivamente. As obrigações high yield, de risco superior, apresentam um spread de quase 20%, em ambos os lados do Atlântico!
Ao contrário das acções, cujo valor depende da expectativa de crescimento dos resultados futuros (que ainda é negativa em 2009), no segmento de obrigações corporate a única questão chave é saber se as empresas irão sobreviver até à maturidade da sua dívida (geralmente de curto e médio prazo), em condições de reembolsarem o capital e pagarem os juros. Note-se que em caso de falência, o detentor das obrigações encontra-se à frente dos accionistas na hierarquia da liquidação da empresa.
A acreditar que as medidas de política económica produzirão efeitos positivos, evitando um cenário de depressão e deflação, as yields actualmente disponíveis nos mercados de crédito, em muitos casos de dois dígitos, parecem representar uma boa oportunidade de investimento.
Também as obrigações indexadas à inflação (inflation linked), que incorporam actualmente um cenário de deflação, poderão ser uma boa oportunidade de investimento no caso de ser evitado este cenário.


4. Nem todos os mercados emergentes são iguais


Depois de se mostrarem muito resilientes nos primeiros meses de 2008, os mercados accionistas emergentes acumularam perdas de superiores a 50% entre Maio e Outubro, num contexto de forte quebra dos preços das matérias-primas, de agravamento da crise económica global e sobretudo de extrema aversão ao risco e de fuga dos investidores estrangeiros. Esta quebra foi relativamente indiferenciada.
Contudo, nem todos os países emergentes entraram para esta crise com as mesmas armas. 2009 poderá ser o ano em que os investidores irão "separar o trigo do joio":
- regressando aos mercados mais resilientes (como parece ser o caso do Brasil, pouco dependente de exportações, com baixo endividamento e um Banco Central credível; ou da China, que poderá beneficiar do baixo preço das matérias-primas, do enorme pacote de estímulo económico já anunciado, ou do facto das suas exportações serem compostas por produtos de baixo custo);
- continuando a penalizar os mercados mais frágeis, cujo crescimento era muito dependente de financiamento externo, como acontecia em muitos países da Europa de Leste.
Para determinar os “vencedores” em 2009 é fundamental acompanhar também a evolução do preço das matérias-primas, que em 2008 registaram a maior quebra (36%) dos últimos 50 anos, segundo o índice Reuters/Jefferies CRB.
A Agência Internacional de Energia estima uma contracção de 450 mil barris por dia no consumo de petróleo em 2009, com um preço médio de 51 dólares. Para estancar a forte quebra no preço do “ouro negro” nos últimos meses, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que controla 40% da produção mundial, já reduziu a sua produção diária em cerca de 15% desde Setembro.

Sectores chave na evolução da crise económica
Imobiliário
Automóvel

Se todas as atenções estiveram concentradas no sector financeiro em 2008, no ano que agora se inicia outros 2 sectores serão decisivos para a evolução da crise económica: o imobiliário e o automóvel.


5. O fim da quebra de preços no imobiliário?


A actual crise económica começou por ser uma crise financeira, com origem na quebra de preços do mercado imobiliário norte-americano (e agravada por práticas negligentes na concessão de crédito). Parece lógico assumir que o factor que esteve na origem da crise também poderá ajudar ao seu fim.
A eventual interrupção do ciclo de quebras de preços no mercado imobiliário em 2009 seria importante para estabilizar as estimativas de perdas do sector financeiro com a actual crise, aumentando a liquidez (e eventualmente o preço) dos denominados "activos tóxicos" que ainda continuam a fragilizar o balanço de muitas instituições financeiras, melhorando também a vontade e capacidade destas em retomarem uma actividade creditícia normal.


6. A sobrevivência da indústria automóvel


A indústria automóvel foi uma das vítimas mais notórias da forte quebra de confiança dos consumidores, acentuada a partir de Setembro de 2008. As vendas nos EUA caíram 36% em Dezembro e na Europa 26% em Novembro, em ambos os casos a maior quebra mensal da última década, mesmo num cenário de descida do preço dos combustíveis.
A Toyota, maior construtor japonês, que nunca registou prejuízos na sua história de 70 anos, anunciou recentemente que prevê o seu primeiro resultado anual negativo. Os automóveis são o bem de consumo mais caro, logo aquele cuja compra é mais fácil de adiar quando não existe confiança no futuro da economia.
Ainda que não seja tão decisiva para a estabilidade económica como o sector financeiro (havendo por isso menos disponibilidade das autoridades públicas para a apoiar), a indústria automóvel tem um peso significativo no emprego das principais economias mundiais, tanto por via directa como indirecta (fornecedores). As duas principais empresas exportadoras de Portugal (Qimonda e Auto Europa) dependem, no todo ou em parte significativa, da saúde desta indústria.
Na sua primeira conferência de imprensa como Presidente eleito dos EUA, Barrack Obama qualificou o sector automóvel como a coluna vertebral da indústria norte-americana, defendendo a aprovação de um pacote de ajudas de 17,5 mil milhões de dólares a 2 dos maiores construtores do país: General Motors e Chrysler.
Uma análise recente do Deutsche Bank concluiu que o processo de reestruturação associado à eventual falência dos “Big 3” (que inclui também a Ford) implicaria o corte da produção automóvel para metade, o que teria um impacto directo de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) e implicaria a perda de 2,5 a 3 milhões de empregos directos e indirectos nos EUA.
Assim, será importante acompanhar a evolução desta indústria ao longo de 2009, em particular qual o nível de apoios públicos disponibilizados para evitar a falência de alguns dos principais construtores mundiais (nomeadamente nos EUA) que, doutra forma, parece inevitável.

O factor mais crucial em 2009: a confiança


7. O regresso da confiança?

Deixámos para último o factor que nos parece mais importante para o desfecho final do ano de 2009: em que medida a actual falta de confiança pode ser ultrapassada.
- a falta de confiança (dos particulares e das empresas) tornará mais provável o temível cenário de deflação, que poderá transformar a recessão em depressão;
- a falta de confiança retirará força às medidas sem precedentes tomadas pelas autoridades no estímulo da economia, já que todo o rendimento disponível adicional será poupado e não consumido ou investido;
- a falta de confiança fará com que os Bancos depositem toda a liquidez adicional no Banco Central, não chegando às famílias e empresas através do mecanismo de transmissão do crédito.
Neste sentido, será muito importante acompanhar os principais inquéritos à confiança dos consumidores e dos empresários, na medida em que estes são bons indicadores avançados do nível de crescimento económico, da mesma forma que as cotações no mercado accionista.

Em conclusão

A recente evolução dos mercados financeiros fez desviar de forma significativa as rendibilidades das principais classes de activos das suas médias de longo prazo. Na última década, em particular, os activos de menor risco, como as obrigações do Tesouro, obtiveram retornos claramente superiores à média, enquanto os activos de maior risco, como as acções e as obrigações de empresas, registaram retornos reais nulos ou mesmo negativos.
Se acreditarmos num processo de reversão para a média, 2009 poderá representar o início de um novo ciclo de mercado, em que os activos de maior risco poderão retomar progressivamente o seu lugar natural no topo da escala de rendibilidades, ainda que o momento exacto de inflexão seja muito difícil de determinar.
É verdade que o caminho está repleto de desafios. Ainda não existe confiança. A presente conjuntura de mercado representa um significativo teste aos nervos, paciência e disciplina dos investidores. Mas, com frequência, as melhores oportunidades surgem nas conjunturas mais adversas.

A história das origens da sociedade anónima de responsabilidade limitada é uma enciclopédia da fraude

In "Jornal de Negócios":

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A história das origens da sociedade anónima de responsabilidade limitada é uma enciclopédia da fraude, cujos pontos altos foram a Companhia do Mississípi e a Companhia dos Mares do Sul. Com tanta trapaça, o Parlamento inglês decretou a sua proibição em 1720.
Adam Smith condenava em 1776 as sociedades anónimas por concederem a uma clique a possibilidade de manipular a maioria dos investidores e conquistar um poder desmesurado sobre a economia e o Estado. Como conseguiram então sobreviver e disseminar-se elas apesar de um currículo tão negativo e de opositores tão influentes? A má razão é que isso interessava aos poderosos endinheirados; a boa, que, fora o Estado, só elas estão em condições de canalizar pequenas poupanças para volumosos investimentos em actividades que beneficiam de grandes economias de escala.
De modo que uma espécie de contrato social instituiu a tolerância da sociedade anónima a troco da sua sujeição a uma regulamentação apertada. Ainda assim, foi só em 1900 que, por entre acusações de socialismo, a lei inglesa impôs, por exemplo, a obrigatoriedade de apresentação aos accionistas de contas auditadas.

Os sucessos recentes na Islândia recordam-nos que, ainda hoje, é possível os desmandos de aventureiros descontrolados levarem um país à ruína. Mas os estudantes de economia são poupados ao conhecimento de eventos como o relatado, não vá dar-se o caso de ficar abalada a sua confiança nas teorias muito limpinhas que lhes explicam como as economias funcionam. É muito mais conveniente fazê-los crer que tudo se resume a encontrar o ponto de intersecção da oferta e da procura, ignorando a importância das relações de poder na determinação do resultado final.
Sabemos há séculos que as sociedades anónimas se prestam a toda a espécie de abusos quando a sua actuação não é convenientemente regulada. Em casos extremos, podem semear a miséria e arruinar países. Mas foi preciso chegarmos junto ao abismo para esta verdade ser recuperada e reconhecida.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Multimilionário alemão Merckle suicidou-se

In "Jornal de Negócios":

adolf_merckle_milionario_pq O multimilionário alemão Adolf Merckle, que perdeu centenas de milhões de euros ao apostar na queda das acções da Volkswagen (VW), faleceu onde à noite, depois de ter se ter atirado para a frente de um comboio na sua cidade natal.
A família de Mercke já confirmou, num email citado pela Bloomberg, que se tratou de suicídio.
A notícia, divulgada pelo jornal alemão “Die Welt”, dá conta que Adolf Merckle morreu ontem à noite em Blaubeuren.

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Ver: 

 HeidelbergCement afunda em bolsa com suicídio de Merckle

Merckle "ficou destroçado com a sua incapacidade de lidar" com as perdas na VW

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

2008 : A Crise Financeira

Trabalho da Antena 1 de análise à crise financeira que marcou o ano de 2008

Vídeo: Jornal de Negócios:

domingo, 21 de dezembro de 2008

'Esta crise é mais profunda e durável que a dos anos 1930'

In "resistir.info":

O LEAP/E2020 prevê que em Março de 2009 a crise sistémica global venha a experimentar um novo ponto de inflexão de uma importância análoga ao de Setembro de 2008. Nossa equipe considera com efeito que este período do ano de 2009 será caracterizado por uma tomada de consciência geral da existência de três importantes processos desestabilizadores da economia mundial, a saber:
1. A tomada de consciência da longa duração da crise
2. A explosão do desemprego no mundo inteiro
3. O risco do colapso brutal do conjunto dos sistema de pensão por capitalização.

...

Ver:  

Crise sistémica global: Novo ponto de inflexão em Março de 2009 — 'quando o mundo tomar consciência de que esta crise é pior que a dos anos 1930'

GEAB N°30 est disponible ! Crise systémique globale : Nouveau point d'inflexion en Mars 2009 'Quand le monde prend conscience que cette crise est pire que celle des années 1930'

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Concorrência multa panificadoras em 1,17 milhões de euros por combinarem preços

In "Jornal de Negócios":

pao_padaria_alimentos_peq A Autoridade da Concorrência condenou a Associação dos Industriais de Panificação de Lisboa (AIPL) ao pagamento de 1,17 milhões de euros por troca de informação sobre preços de venda de pão ao público.
A Autoridade da Concorrência concluiu, após inquérito instaurado na sequência de uma denúncia, que a AIPL adoptou uma decisão da associação de empresas com o objecto de impedir, restringir ou falsear a concorrência, através da troca de informação sobre preços, sendo-lhe aplicada uma coima no valor de 1.177.429,30 euros.   ...

Estados Unidos baixam taxa de juro para os 0,25 por cento

In "PUBLICO.PT":

A Reserva Federal norte-americana (Fed) baixou hoje em 0,75 pontos percentuais a taxa de juro de referência nos EUA, para os 0,25 por cento, uma decisão que surpreendeu os analistas.
Este corte foi maior que os 0,50 pontos percentuais esperado pelos analistas e baixa a taxa de referência dos EUA para um mínimo histórico.    ...

Ver:   Fed reduz juros para um intervalo entre os 0% e 0,25%

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Banco de Portugal está a apurar eventual impacto interno da fraude de Bernard Madoff

In "PUBLICO.PT":

O Banco de Portugal está a averiguar o grau de exposição do sistema bancário português à fraude de 50 mil milhões de dólares (37,5 mil milhões de euros) cometida pelo conhecido investidor de Nova Iorque Bernard Madoff.

...

Ver:   Ex-presidente do Nasdaq acusado de fraude estimada em 50 mil milhões de dólares

Fraude de Madoff atinge Portugal

Santander tem exposição de 2300 M€ à fraude de Madoff

El fraude de Madoff alcanza ya a varios países europeos

Solbes cree que el 'caso Madoff' perjudicará la credibilidad de los bancos

BBVA reconoce pérdidas de 300 millones por la estafa de Madoff

Cien años de 'timo piramidal' o cien años de codicia humana

A Dona Banca

BES com exposição indirecta de 15 milhões de euros a Madoff

Veja aqui a lista das empresas afectadas pela fraude de Madoff, compilada pela Bloomberg

Actualização em 17-12-2008:

Multimilionária espanhola Alicia Koplowitz perde 10 milhões com escândalo Madoff:

A multimilionária espanhola Alicia Koplowitz, uma das mulheres mais ricas de Espanha, poderá ter perdido 10 milhões de euros devido ao escândalo Madoff. Koplowitz entregou este dinheiro a Madoff através da sua empresa de investimento Omega Capital e chegou a pedi-lo de volta em Setembro,  mas este nunca lhe foi devolvido.

IATA prevê perdas de US$2,5 mil milhões em 2009 – A pior perda de receitas da aviação mundial em 50 anos

In "resistir.info":

GENEBRA – A International Air Transport Association (IATA) anunciou a sua previsão para 2009: ela mostra uma perda de US$2,5 mil milhões para a indústria aeronáutica. Espera-se que todas as regiões, excepto os EUA, apresentem em 2009 perdas maiores do que em 2008.
A previsões a destacar são:

  • Espera-se um declínio de US$501 mil milhões nas receitas da indústria. Isto representa uma queda de US$35 mil milhões em relação às receitas de US$536 mil milhões previstas para 2008. Esta queda de receitas é a primeira desde os dois anos de declínio consecutivo verificados em 2001 e 2002.
  • Os rendimentos declinarão em 3,0% (5,3% quando ajustados às taxas de câmbio e inflação).
  • Espera-se um declínio de 3% no tráfego de passageiros , a seguir ao crescimento de 2% em 2008.
  • Espera-se um declínio de 5% no tráfego de carga , a seguir a uma queda de 2% em 2008. Antes de 2008, a última vez que o tráfego de carga declinou foi em 2001 quando se registou uma queda de 6%.
  • Espera-se que o preço do petróleo ronde os US$60 por barril (Brent) para uma factura total de US$142 mil milhões. Isto é US$32 mil milhões inferior a 2008, quando o preço médio foi de US$100 por barril (Brent).

...

Ver:   TAP teve prejuízos de 170 milhões até Outubro

Preços da electricidade vão subir em média 4,9 por cento em 2009

In "PUBLICO.PT":

As tarifas de electricidade vão subir em média 4,9 por cento no próximo ano, com os consumidores domésticos a ter um aumento médio de 4,3 por cento, de acordo com a proposta aprovada pelo Conselho Tarifário da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos).

Ver:   Remuneração dos novos investimentos da REN será de 9,05% em 2009

Tarifas da electricidade sobem 4,9% em Janeiro

Défice tarifário supera os 2 mil milhões de euros em 2008

REN vai explorar energia das ondas

CMVM detectou "inside trading" com acções do BCP

In "Jornal de Negócios":

carlostavares_cmvm_m A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários detectou um caso de “inside trading” com acções do Banco Comercial Português, no âmbito das investigações efectuadas ao banco, tendo este caso sido denunciado ao Ministério Público.
De acordo com o comunicado com as deliberações do último Conselho Directivo, o regulador decidiu “denunciar ao Ministério Público indícios de um caso de abuso de informação privilegiada com acções do BCP”.
Este é assim mais um caso, no âmbito das investigações ao BCP, que originou já uma acusação por parte do Banco de Portugal, a três ex-presidentes e quatro antigos gestores do BCP.
A entidade presidida por Carlos Tavares deliberou ainda comunicar ao Ministério Público situações de subscrição de acções próprias por parte do banco. Esta prática estará relacionada com o facto de o BCP, alegadamente, ter comprado acções do banco com recurso a “off-shores” que recorriam a empréstimos do banco.
Na sexta-feira o BCP foi notificado da acusação decidida pela CMVM, também no Conselho Directivo de sexta-feira, no caso da prestação de informação financeira falsa ao mercado. Além do banco, o supervisor irá ainda fazer acusações individuais, prevendo-se que esta componente do processo fique concluída esta semana. Em causa está a possível inibição de funções de gestão de intermediários financeiros, uma pena acessória prevista no Código de Valores Mobiliários.

Ver:   BdP acusa três ex-presidentes e quatro antigos gestores do BCP

Banco de Portugal acusa três ex-presidentes e quatro ex-gestores do BCP

CMVM comunica à Procuradoria abuso de informação privilegiada

Banco de Portugal acusa sete ex-líderes do BCP de gestão ilícita

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ex-presidente do Nasdaq acusado de fraude estimada em 50 mil milhões de dólares

In "PUBLICO.PT":

nasdaq O antigo presidente da bolsa de valores Nasdaq, em Nova Iorque, foi detido ontem, acusado de ter montado um esquema financeiro fraudulento de proporções gigantescas. Bernard Madoff controlava fundos que acumulam prejuízos de 50 mil milhões de dólares (37,45 mil milhões de euros).
O gestor de 70 anos foi acusado de manter um esquema de pirâmide, em que pagava aos antigos investidores com o dinheiro que recebia das novas empresas que investiam na bolsa.
Segundo a BBC online, o administrador tinha confidenciado a pelo menos três empregados que o problema já tinha anos. O gestor disse que estava “acabado”, que não tinha nada e que “era tudo uma grande mentira”, acrescentando que o que aconteceu foi “um esquema Ponzi [esquema da pirâmide] gigante”.
Mardoff esperava entregar-se às autoridades depois de reunir entre 200 e 300 milhões de dólares (150 a 225 milhões de euros) para pagar a alguns dos funcionários, à família e aos amigos.
O administrador, que presidiu durante vários anos ao Nasdaq, fundou em 1960 a Bernard L.Madoff Investment Securities, uma corretora que gozava de grande prestígio e ele próprio era considerado um revolucionário no mundo da nova economia. Actualmente, o fundo geria 17,1 mil milhões de dólares (12,8 mil milhões de euros).
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Actualização em 15-12-2008: 

Banco de Portugal está a apurar eventual impacto interno da fraude de Bernard Madoff 

UMA D. BRANCA À ESCALA MUNDIAL

sábado, 6 de dezembro de 2008

Documentário da BBC defende cortiça portuguesa

In "Expresso":

Será exibido no próximo dia 9 um Documentário da BBC que defende a cortiça portuguesa.

Substituição das rolhas tradicionais em cortiça por vedantes alternativos nas garrafas de vinho ameaçará o ecossistema único garantido pelo montado de sobro, adverte o documentário da BBC.

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O montado de sobro é habitat de várias espécies vegetais e animais.

 

Cada vez que saca uma rolha de cortiça de uma garrafa de vinho está a contribuir para preservar um ecossistema único. Nas suas mãos, está o destino de rouxinóis, cegonhas-pretas, aves de rapina, linces e de uma das mais notáveis árvores do mundo. O que é que isto tem a ver com o vinho? Nada. Mas tem tudo a ver com a rolha. É que, ao optar pela cortiça em detrimento de outros vedantes (rolhas de plástico ou cápsulas de alumínio), está a preservar uma das mais importantes áreas de vida selvagem da Europa e uma cultura rural que dá sustento a mais de 60 mil pessoas em Portugal, defende um documentário que a BBC 2 irá exibir na próxima terça-feira.
Intitulado A Cortiça - Floresta numa garrafa, o documentário seguiu durante um ano a vida de Francisco Garrett, um alentejano cuja família colhe cortiça há cinco gerações, e mostra a importância da zona dos montados de sobro, que prosperam em solos pobres e secos. Além de ser a única árvore do mundo cujo casca pode ser removida periodicamente sem a matar (cresce novamente em nove anos), o sobreiro é local de nidificação de aves de rapina e de cegonhas-negras, propiciando ainda o desenvolvimento de algumas das raras flores selvagens da Europa.
O montado de sobro é ainda habitat de inúmeras outras espécies vegetais e animais, incluindo raridades como o lince ibérico, o felino mais ameaçado do mundo, morcegos, pequenos mamíferos, répteis, anfíbios e até uma centena de diferentes aves que ali se reproduzem.
"É este o elevado valor da cortiça colheita que tem origem nesta antiga paisagem protegida e na conservação da vida selvagem. Mas se rolhas de plástico e os revestimentos de plástico substituírem gradualmente a cortiça nas garrafas do nosso vinho, toda esta realidade pode estar prestes a mudar", alertam os autores do documentário num comunicado à imprensa. Os montados de sobro, sustentam, são não apenas vitais para um inestimável ecossistema mas também para o emprego numa região onde há poucas alternativas. "O futuro para a vida selvagem e para o povo do montado, em última instância, está dependente das escolhas que fazemos como consumidores de vinho".


Vedantes sintéticos não são perfeitos


Introduzidos em 1970, os vedantes alternativos (sobretudo cápsulas de rosca em alumínio, mas também vedantes de plástico) conquistaram já uma quota de 20 por cento de um mercado onde a cortiça era, até há poucos anos, quase hegemónica. Esta tendência tem sido alimentada sobretudo pelos produtores do "Novo Mundo" do vinho, como a Austrália, a Nova Zelândia e o Chile.
No caso dos revestimentos de alumínio, o documentário acusa-os de impedirem o vinho de "respirar" e concentrarem sulfuretos através dos quais a bebida pode adquirir o cheiro a ovo podre no momento em que a tampa é removida, um problema que afecta uma em cada 50 garrafas comercializadas no Reino Unido.
O documentário sublinha que desde 2000 que a indústria transformadora de cortiça investiu milhões de euros para eliminar o TCA, um químico que está na origem do aroma designado usualmente como o "sabor a rolha" do vinho e que tem prejudicado a reputação do vedante natural. O esforço, garantem os autores da investigação, levou a que o TCA fosse eliminado em 2006 das fábricas transformadoras, "pelo que os casos que possam persistir poderão dever-se a uma contaminação aquando do armazenamento pelos produtores e engarrafadores de vinho, e não pelo fabricante das rolhas".


A opção mais amiga do ambiente


A rolha de cortiça é também sugerida como a opção para aqueles que se preocupam com o ambiente: é a única que permite um encerramento biodegradável e com baixo consumo de energia. Estima-se ainda que os montados de sobro absorvam, por ano, 4,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Já os vedantes sintéticos, sendo derivados do petróleo e do plástico, indústrias altamente nocivas, são responsáveis pela criação de elevadas emissões de gases de efeito de estufa nos seus processos de produção e reciclagem.
Segundo um relatório do The World Wildlife Fund, três quartos das florestas de sobreiro do Mediterrâneo Ocidental poderão desaparecer num espaço de 10 anos, provocando a perda de cerca de 60 mil empregos nos países produtores de cortiça, com Portugal, o maior produtor mundial, à cabeça.
O documentário será exibido às 20h de dia 9 no programa "Natural World" (Mundo Natural) da BBC2, com repetição no domingo, dia 14, no mesmo canal. Foi produzido por Mike Salisbury e Paul Morrison, editado por Tim Martin e é narrado por Monty Don.

Alguns factos sobre a cortiça

  • Os gregos usavam cortiça há 2500 anos, mas, em Portugal, a extracção das rolhas a partir do sobreiro foi registada pela primeira vez em 1722.
  • Em Portugal, vendem-se todos os anos 15 mil milhões de rolhas de cortiça.
  • Hoje os montados de sobro cobrem 1.803.830 hectares de terras no país (32,5% do total da massa terrestre nacional)
  • Apenas 15% da cortiça colhida é utilizada em rolhas, mas estas representam quase 70% das receitas da colheita.
  • A esperança média de vida de um sobreiro é de 200 anos. Este pode ser descortiçado 15 a 18 vezes durante sua vida útil.
  • Em média um sobreiro produz o suficiente para 4000 garrafas por colheita.

    FONTE: A Cortiça - Floresta numa garrafa / BBC 2

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Petróleo em forte queda já negoceia abaixo dos 42 dólares

In "Jornal de Negócios":

petroleo_grd Os preços do petróleo acentuaram a tendência de queda e reforçaram os mínimos com o Brent a tocar em valores inferiores a 42 dólares. Esta é já a quinta sessão consecutiva em que o petróleo desvaloriza penalizado pelos receios de uma redução da procura devido à crise económica.
O West Texas Intermediate (WTI), em Nova Iorque, seguia a desvalorizar 7,05% para os 43,49 dólares e, em Londres, o Brent do mar do Norte, que serve de referência à economia portuguesa, negoceia nos 41,95 dólares, ao acumular uma queda de 7,68%.
Os dois mercados de referência reforçaram os seus valores mínimos que são, em ambos os casos, de Janeiro de 2005, acumulando já uma desvalorização superior a 70% desde que atingiu os máximos históricos superiores a 147 dólares no dia 11 de Julho deste ano.

Ver:   Petróleo deve quebrar barreira dos 25 dólares por barril em 2009

Actualização em 05-12-2008:

AIE corta previsões de procura de petróleo para 2009

Brent abaixo dos 40 dólares pela primeira vez em quatro anos

Matérias-primas no nível mais baixo desde há mais de seis anos:

milho_peq A queda dos preços do petróleo, do cobre e do milho colocaram o índice CRB Reuters/Jefferies, que engloba 19 matérias-primas, no mais baixo nível desde há mais de seis anos, devido aos receios que um agravar da recessão mundial possa reduzir ainda mais o consumo.
O CRB perdeu 3,3% na sessão de hoje, para 210,78 pontos, o que corresponde ao nível mais baixo desde 9 de Agosto de 2002. Os operadores têm estado a vender matérias-primas depois de ter sido divulgado que as empresas norte-americanas reduziram 533 mil postos de trabalho em Novembro, o que constituiu a maior perda de empregos desde 1974.
O petróleo desceu para o nível mais baixo dos últimos quatro anos, o cobre fixou-se no valor mais fraco desde Maio de 2005 e o milho está ao preço mais barato desde Outubro de 2006.
As “commodities” têm vindo a cair no segundo semestre do ano, penalizadas pelos maus dados económicos, como o maior desemprego, a queda da actividade industrial e o aumento das perdas na banca – o que leva os investidores a venderem energia, cereais e metais por recearem uma diminuição do consumo.
O CRB já caiu cerca de 55% desde o máximo histórico atingido a 2 de Julho e caminha para a maior queda trimestral desde pelo menos 1956, refere a Bloomberg.
“Neste momento, todos estão a tentar sair dos mercados”, comentou à Bloomberg o presidente da Marketfield Asset Management, Michael Aronstein, que previu em Junho – acertadamente – que os preços das matérias-primas iam cair. “As pessoas estão a sair o mais depressa que podem”, acrescentou.
Em declarações recentes ao Negócios, Aronstein estimou que os preços da maioria das “commodities” não voltarão a atingir os máximos deste ano. Pelo menos durante várias décadas. “Não tenho a certeza quanto ao curto prazo, mas estou convicto de que os elevados preços deste ano provarão ser os máximos do resto deste século”, comentou.
“Os incentivos para substituir uma tecnologia com 100 anos de idade (motores de combustão interna de combustível derivado dos hidrocarbonetos) são enormes e há tanto talento e capital a dedicar-se ao problema que acredito que dentro de 10 anos vamos usar menos de 75% da gasolina que é utilizada agora e que dentro de 15 anos essa utilização provavelmente cairá para menos de 50%”, afirmou Aronstein ao Negócios.
Segundo este responsável, a produção agrícola vai expandir-se muito rapidamente e os metais industriais verão as suas reservas aumentar, uma vez que os investimentos feitos nos últimos três anos começarão a dar os seus frutos. Mas, “no futuro imediato, a procura por parte dos mercados emergentes ficará muito aquém da expectativa geral”, alertou.
Christoph Eibl, gestor da Tiberius Asset Management, considera que os investidores devem evitar matérias-primas industriais até 2010, porque a recessão global vai reduzir fortemente a procura de cobre e de energia. “Você não vai querer ter posições em nada que tenha uma elevada correlação com a economia”, afirmou à Bloomberg.

BCE anuncia a maior descida de juros de sempre para os 2,50%

In "Jornal de Negócios":

bce_jean_claude_trichet_grd O Banco Central Europeu (BCE) anunciou a maior descida de juros de sempre para a Zona Euro. O corte foi de 75 pontos base, colocando o preço do dinheiro nos 2,50%. A descida acabou por superar a média das estimativas, mas foi de encontro à estimativa de vários economistas que consideravam que um corte inferior ao anunciado hoje era insuficiente para fazer face à actual conjuntura.
O BCE acabou de anunciar uma descida de juros de 75 pontos base para os 2,50%, este é o nível mais baixo desde Março de 2006, altura em que a autoridade monetária tinha em curso um ciclo de subidas de juros.
O mercado já estava a antecipar um novo corte. A média das respostas dos economistas apontava para uma descida de 50 pontos, mas o número de especialistas que antecipavam um corte de 75 pontos para os 2,5% aumentou nos últimos dias, devido aos dados económicos divulgados recentemente.
Com a taxa de inflação a cair e a economia a dar sinais de uma forte deterioração, alguns economistas esperavam que o BCE tivesse uma postura mais agressiva no que respeita ao corte de juros, o que acabou por acontecer.
O presidente da autoridade monetária, Jean-Claude Trichet, vai discursar às 13h30, hora de Lisboa. O responsável deverá revelar as novas previsões macroeconómicas para a Zona Euro, com as previsões a apontarem para revisões em baixa das estimativas da autoridade monetária.
Entre aqui para ouvir o discurso de Trichet

Ver:   Próximos cortes do BCE deverão ser de 25 pontos base

Bancos centrais cortam taxas de juro para estimular crescimento económico:

  Taxa de juro actual Taxa de juro anterior
Zona Euro 2,50% 3,25%
Estados Unidos 1% 1,5%
Reino Unido 2% 3%
Suiça 1% 2%
Noruega 4,75% 5,75%
Austrália 4,25% 5,25%
Nova Zelândia 5% 6,50%
Indonésia 9,25% 9,50%
Tailândia 2,75% 3,75%

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Estado da Califórnia a caminho da Falência...

In "Think Finance":

Se nada for feito a Califórnia poderá caminhar para a falência.
vejam aqui:
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=a25hObRoXPM8&refer=home
Dec. 1 (Bloomberg) -- California Governor Arnold Schwarzenegger, saying his state is going broke, declared a fiscal emergency and ordered the incoming class of lawmakers into a special session to fix a widening $11 billion deficit.
“Without immediate action, our state is heading for fiscal disaster,” Schwarzenegger told reporters today in Los Angeles.

...

Ver:   Re: Estado da Califórnia a caminho da Falência...

Plano para uma nova ordem financeira internacional

In "Jornal de Negócios":

Com vista a restaurar a confiança e a liquidez nos mercados bancários, os políticos tiveram de adoptar medidas decisivas, a saber: injecção de capital e garantias sobre os empréstimos interbancários.

Ironicamente, o mundo da banca encontra-se actualmente a competir numa prova que visa a obtenção de maiores rácios de capital, o que contrasta com a corrida que visou a redução dos rácios de capital e deu origem, em 1988, ao regulamento relativo aos requisitos mínimos de fundos próprios, conhecido por Basileia I. Com vista a restaurar a confiança e melhorar o posicionamento competitivo dos seus mercados financeiros internos, foram impostos rácios de capital muito maiores, primeiro, no Reino Unido, uma medida que acabou por ser seguida imediatamente pelos países da UE localizados no continente, pelos Estados Unidos da América e pela Suíça. Os líderes políticos convocaram agora uma conferência internacional com vista a estabelecer uma nova ordem financeira internacional, ao mesmo tempo que alguns defendem a constituição de uma entidade reguladora supranacional.
Tendo em conta que algumas destas questões – a adequação de fundos próprios e o regulador supranacional – já foram anteriormente analisadas, especialmente no contexto do Mercado Único Europeu criado em 1992, seria útil sintetizar primeiramente as conclusões obtidas através deste material. A seguir, deveriam ser apresentadas propostas concretas para uma nova ordem financeira internacional.
Apresentam-se seguidamente as duas principais conclusões retiradas do material em análise:


1. Adequação dos fundos próprios

2. Regulador supranacional

...

Seis bancos nacionais emprestam 450 milhões de euros ao BPP

In "Jornal de Negócios":

Um consórcio de seis instituições financeiras vai emprestar 450 milhões de euros ao Banco Privado Português (BPP). Os maiores contributos serão financiados pela CGD e pelo BCP. Em contrapartida, o Estado vai conceder uma garantia aos bancos credores e para isso vai penhorar activos do BPP no valor de 672 milhões de euros.
A informação foi divulgada pelo Banco de Portugal, que esclarece que os bancos que vão emprestar dinheiro ao BPP são a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco Comercial Português (BCP), o Banco Espírito Santo (BES), o Banco Santander Totta, o Banco BPI e o Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.

...

Ver:  Gente grada

Accionistas devem ter maior controlo sobre as remunerações dos administradores

In "Jornal de Negócios":

Carlos_Tavares_CMVM O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) defende um maior controlo dos accionistas sobre as remunerações dos administradores. Carlos Tavares diz mesmo que este é um dos domínios no qual há lições a retirar da actual crise.
O presidente do orgão regulador do mercado português recomenda que “haja um controlo muito próximo dos accionistas sobre a estrutura das remunerações e sobre os incentivos que são dados aos administradores e executivos”.
A CMVM apresentou hoje o relatório anual sobre o Governo das Sociedades Cotadas em Portugal em 2008 que conclui que existem algumas recomendações sobre o bom governo das empresas que são praticamente ignoradas.
É o caso da divulgação da remuneração individual dos membros do conselho de administração, seguida apenas por três empresas. Além disso, só 34% das cotadas submete a política de remunerações à assembleia geral de accionistas.
Carlos Tavares defendeu, à margem da conferência de apresentação do relatório um “maior controlo dos accionistas sobre as remunerações dos administradores”.
“Pensamos que há progressos a fazer nesta matéria”, disse acrescentando que “é desejável que os mecanismos de controle de riscos e de comunicação de irregularidades dentro das empresas seja melhorado”.
O presidente da CMVM acredita que são estes alguns dos domínios mais relevantes nos desencadear da crise global do sistema financeiro e avançou que o orgão regulador vai emitir novas recomendações sobre este assunto.
“Vamos desafiar a que os accionistas exerçam de facto o seu papel de controlo das sociedades”, disse
Questionado sobre se as remunerações pagas aos administradores em Portugal são demasiado elevadas, Tavare diz que a CMVM “não tem de questionar o nível das remunerações, mas sim a forma como são decididas”.

 

Ver:   Cotadas melhoram governo das sociedades

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Paul Krugman: The greatness of Keynes …

In "NYTimes.com":

ts-krugman-190   … is illustrated by the trouble people who consider themselves well informed have, to this day, in understanding the basic principles of how a depressed economy works.

The key to Keynes’s contribution was his realization that liquidity preference — the desire of individuals to hold liquid monetary assets — can lead to situations in which effective demand isn’t enough to employ all the economy’s resources. When you don’t understand that principle, you end up writing stuff like this:

Obama’s “rescue plan for the middle class” includes a tax credit for businesses “for each new employee they hire” in America over the next two years. The assumption is that businesses will create jobs that would not have been created without the subsidy. If so, the subsidy will suffuse the economy with inefficiencies — labor costs not justified by value added.

That is, if the private sector wouldn’t have created a job on its own, that job shouldn’t have been created — whereas the real choice is between having workers doing something and being uselessly, destructively unemployed.

From the same article, we have this:

In a forthcoming paper, Ohanian argues that “much of the depth of the Depression” is explained by Hoover’s policy — a precursor of the New Deal mentality — of pressuring businesses to keep nominal wages fixed.

I’ve already pointed out how Keynes disposed of the money-wage argument, way back in 1936.

Why do people still fail to get Keynes, after all these years? Keynes might have said that it’s the inherent difficulty of the concepts:

For—though no one will believe it—economics is a technical and difficult subject.

But there’s also the Upton Sinclair theorem:

It is difficult to get a man to understand something, when his salary depends upon his not understanding it.

OS CÚMPLICES, OS HOMENS DE MÃO E OS INOCENTES SEDUZIDOS

In "O Jumento":

Oliveira e Costa não é o primeiro banqueiro preso em Portugal, nem o segundo, se contarmos com a banqueira do povo. O primeiro banqueiro a ser preso e, posteriormente, condenado foi Artur Virgílio Alves Reis. Em Dezembro de 1925, na sequência da descoberta de notas com numeração duplicada na filial do Porto do Banco Angola e Metrópole, Alves Reis foi detido no barco em que regressava de uma triunfal digressão por Angola onde, em nome do seu banco, celebrara diversos contratos de investimento, inclusive com o alto-comissário Rego Chaves.

...[Público assinantes]

domingo, 30 de novembro de 2008

Procuradora Cândida Almeida diz que inquérito parlamentar ao caso BPN é negativo

 

In "PUBLICO.PT":

A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) Cândida Almeida, disse em entrevista ao “Diário de Notícias” e à TSF que o inquérito parlamentar ao caso BPN, do ponto de vista puramente técnico-jurídico, é “negativo”. A procuradora indicou ainda que a Polícia Judiciária foi afastada das investigações da Operação Furacão porque “houve situações” que obrigaram o Ministério Público a prescindir dessa colaboração.

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O processo Operação Furacão refere-se à suspeita de fraude fiscal agravada, abuso de confiança qualificado e branqueamento de capitais que poderão ter lesado o Estado Português em mais de 200 milhões de euros.

 

 

Ver:   PJ afastada da “Operação Furacão” porque «houve problemas»

'Operação Furacão': Afastamento da PJ tem de ser explicado

BPP pagou um milhão a gestores

In "Correio da Manhã":

Os quatro administradores do Banco Privado Português (BPP), instituição bancária especializada na gestão de fortunas que atravessa uma grave crise financeira, receberam, em 2007, mais de um milhão de euros em remunerações e acções do banco atribuídas pelo próprio BPP.

Sovena planta maior olival da Europa

In "EXPRESSO assinantes":

FCAP-e016 São números pouco usuais no sector da agro-indústria em Portugal. A Sovena, do grupo familiar liderado por Jorge de Mello (dono da marca Oliveira da Serra), está a plantar 10 mil hectares de olival no Alentejo, o que fará deste projecto o maior da Europa e um dos maiores do mundo.

As plantações, maioritariamente de regadio, ficarão distribuídas por Ferreira do Alentejo, Elvas e Aviz. Mais de 3000 hectares já estão plantados e mais de 4000, comprados ou arrendados, em processo de plantação. O investimento é de €200 milhões, mas poderá aumentar à medida que se for avançando no processo. Além do olival, serão também construídos lagares em cada um dos pólos de produção. A meta dos 10 mil hectares será atingida no final do próximo ano.

Trata-se de uma mistura de olival intensivo e superintensivo, o que significa que pode ter entre 280 a 2000 oliveiras por hectare. A produtividade pode chegar aos 2000 quilos por hectare, contra os 750 no olival tradicional.

Razões para esta aposta da Sovena, que até aqui apenas embalava e comercializava azeite? “Essencialmente duas: qualidade da produção e segurança no abastecimento”, explica Luís Santos, director de marketing da empresa.

É o fecho do ciclo, com a entrada do grupo na produção, e que espera dentro de dois/três anos poder ter a marca Oliveira da Serra totalmente abastecida pelo seu próprio azeite.

Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, uma entidade que representa 95% dos azeites de marca em Portugal, confirma que de facto estamos perante um dos maiores projectos de olival do mundo. Muito maior, por exemplo, que os olivais que os grupos espanhóis Bogaris e Peinsa querem desenvolver em Portugal e no Chile, respectivamente, ambos da ordem dos 5000 hectares.

“Esta aposta na produção tem sido muito importante para nós, nomeadamente em matéria de controlo da qualidade dos azeites. Por outro lado, ficamos menos expostos a variações do preço do azeite”, nota o director de marketing da Sovena. Recorda, por exemplo, que no ano passado houve azeites a 5 euros e este ano a 2,5 “e nada nos diz que no próximo ano seja exactamente o contrário. As variações de produção podem implicar variações de qualidade e de preços e nós não queremos ser alvo disso”, acrescenta o mesmo responsável.

Investimento a longo prazo

Explica que o investimento no olival é claramente de longo prazo e que a empresa beneficia do facto de pertencer a um grupo familiar, cujo accionista demonstra “um elevado nível de alinhamento em relação à equipa de gestão”. Ou seja, há um entendimento claro e consensual quanto à estratégia a seguir.

“Eu acho que se está a passar no olival o mesmo que se passou no vinho há uns anos, nomeadamente em matéria de gestão. E a verdade é que cada vez temos mais azeites portugueses a marcar presença e a ganhar prémios em concursos internacionais”, sublinha Luís Santos.

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