domingo, 30 de novembro de 2008

Sovena planta maior olival da Europa

In "EXPRESSO assinantes":

FCAP-e016 São números pouco usuais no sector da agro-indústria em Portugal. A Sovena, do grupo familiar liderado por Jorge de Mello (dono da marca Oliveira da Serra), está a plantar 10 mil hectares de olival no Alentejo, o que fará deste projecto o maior da Europa e um dos maiores do mundo.

As plantações, maioritariamente de regadio, ficarão distribuídas por Ferreira do Alentejo, Elvas e Aviz. Mais de 3000 hectares já estão plantados e mais de 4000, comprados ou arrendados, em processo de plantação. O investimento é de €200 milhões, mas poderá aumentar à medida que se for avançando no processo. Além do olival, serão também construídos lagares em cada um dos pólos de produção. A meta dos 10 mil hectares será atingida no final do próximo ano.

Trata-se de uma mistura de olival intensivo e superintensivo, o que significa que pode ter entre 280 a 2000 oliveiras por hectare. A produtividade pode chegar aos 2000 quilos por hectare, contra os 750 no olival tradicional.

Razões para esta aposta da Sovena, que até aqui apenas embalava e comercializava azeite? “Essencialmente duas: qualidade da produção e segurança no abastecimento”, explica Luís Santos, director de marketing da empresa.

É o fecho do ciclo, com a entrada do grupo na produção, e que espera dentro de dois/três anos poder ter a marca Oliveira da Serra totalmente abastecida pelo seu próprio azeite.

Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite, uma entidade que representa 95% dos azeites de marca em Portugal, confirma que de facto estamos perante um dos maiores projectos de olival do mundo. Muito maior, por exemplo, que os olivais que os grupos espanhóis Bogaris e Peinsa querem desenvolver em Portugal e no Chile, respectivamente, ambos da ordem dos 5000 hectares.

“Esta aposta na produção tem sido muito importante para nós, nomeadamente em matéria de controlo da qualidade dos azeites. Por outro lado, ficamos menos expostos a variações do preço do azeite”, nota o director de marketing da Sovena. Recorda, por exemplo, que no ano passado houve azeites a 5 euros e este ano a 2,5 “e nada nos diz que no próximo ano seja exactamente o contrário. As variações de produção podem implicar variações de qualidade e de preços e nós não queremos ser alvo disso”, acrescenta o mesmo responsável.

Investimento a longo prazo

Explica que o investimento no olival é claramente de longo prazo e que a empresa beneficia do facto de pertencer a um grupo familiar, cujo accionista demonstra “um elevado nível de alinhamento em relação à equipa de gestão”. Ou seja, há um entendimento claro e consensual quanto à estratégia a seguir.

“Eu acho que se está a passar no olival o mesmo que se passou no vinho há uns anos, nomeadamente em matéria de gestão. E a verdade é que cada vez temos mais azeites portugueses a marcar presença e a ganhar prémios em concursos internacionais”, sublinha Luís Santos.

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