domingo, 8 de novembro de 2009

Nouriel Roubini, says the dollar carry trade is larger than before

In "YouTube":

Nouriel Roubini sees a U-shaped recovery post bubble bursts.
Nouriel Roubini, Chairman, RGE Monitor, says the dollar carry trade is larger than before. He sees carry trades continuing for a while as long as the Fed is on hold and keeps the volatility on the long end of the yield curve low.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

10 coisas que deve saber antes de investir em acções

In "Jornal de Negócios Online":

A crise financeira mostrou que o jogo da bolsa tem regras apertadas. Saiba quais são as mais importantes para não voltar a cair no buraco

A grande depressão do século XXI - que arrasou os portefólios accionistas da maioria dos investidores - clarificou que a economia e a bolsa se movem por ciclos, mais ou menos longos. A seguir à fartura vem sempre uma crise, que é sucedida por mais fartura. À medida que a história avança, as regras que os investidores devem seguir consolidam-se. Conheça as dez mais importantes para que não leve as mãos à cabeça da próxima vez que as acções se desvalorizarem 50% em menos de um ano.


1. São as acções que o vão tornar milionário (se não lhe sair o Euromilhões antes)
Até se percebe se já estiver a torcer o nariz: "As acções foram a classe de activos com o pior desempenho desde 1997", indicou, no início do ano, Tim Bond, responsável pela gestão de activos do Barclays, no último "Equity Gilt Study", uma publicação anual elaborada desde 1956. Todavia, é preciso não esquecer a capacidade das acções a que os estatísticos gostam de chamar de "reversão para a média". No longo prazo, os mercados accionistas teimam em ganhar 5,2 por cento acima da inflação, segundo um estudo da London Business School, que analisou 109 anos de bolsa de 17 países do mundo. Isso quer dizer que, poupando 865 euros por mês, consegue acumular um milhão de euros (a preços de hoje) ao fim de 35 anos. Graças à reversão para a média de longo prazo, Tim Bond acredita que, na próxima década, as acções vão render (o que inclui o reinvestimento de dividendos) 12 por cento por ano. Se ele tiver razão, os investidores conseguirão multiplicar o património por mais de três em 10 anos.


2. Não seja ovelha
Foi Peter Lynch, o "guru" de "Wall Street", que o disse: se não consegue explicar como a empresa ganha dinheiro em meia dúzia de rabiscos, não invista nela. A maioria dos investidores são levados pelos seus alter-egos de ovelha e vão atrás do rebanho, a maior parte das vezes sem perceber no que estão a apostar. Mesmo que o seu gestor de conta, o seu corretor, os seus amigos e os seus familiares lhe ofereçam uma dica de uma acção que vai ficar muito "quente", se não perceber (e concordar) por que é que poderá aquecer, não invista na empresa. As firmas de electrónica que apareceram após o lançamento do Sputnik, as companhias "ponto-com" que floresceram no virar do milénio e, mais recentemente, os bancos que explodiram com produtos complexos que ninguém compreendia (e poucos compreendem hoje) são só exemplos que conduziram milhares de cabeças de ovelhas para o precipício, como se fossem lemingues.


3. Tem dúvidas, fuja para os fundos
Comprar acções directamente não é para todos. A volatilidade dos mercados não é propícia aos investidores que sejam cardíacos ou que tenham crises de ansiedade. Os efeitos podem ser vastos: vício, maus hábitos alimentares, hipertensão, stresse e isolamento social são só alguns. Além disso, para os pequenos investidores, o impacto no bolso pode ser pesado, mesmo que não registem desvalorizações nas carteiras. É que, transaccionar acções comporta vários custos, em resultado das comissões de compra e venda, de guarda de títulos, de pagamentos de dividendos e dos impostos associados. Por isso, não é recomendável que invista directamente em acções se: a) o seu médico não o aconselhar; e, b) tem menos de 25 mil euros, porque não consegue diluir os custos.
Se quer estar exposto ao mercado, mas sem negociar títulos, compre fundos de acções: são baratos, geridos por profissionais, rápidos de movimentar e diversificados. A oferta é muita, mas concentre-se nos que interessam. Entre os portugueses, a Morningstar, uma firma de avaliação de fundos, prefere o BPI Europa Crescimento, o BPI Reestruturações, o BPN Acções Europa, o Raiz Poupança Acções e o Santander Euro-Futuro Acções Defensivo.


4. Não ponha os ovos todos no mesmo cesto
Esta dica é mais antiga que a Carochinha: é muito arriscado investir numa só acção. Imagine que, há um ano, estava indeciso entre comprar acções da Sonae SGPS, a dona dos hipermercados Continente e dos supermercados Modelo, ou da Alcoa, a maior produtora de alumínio dos EUA. Se tivesse apostado na Sonae teria ganho 60% sobre o seu investimento. Se se tivesse inclinado para a Alcoa, o seu portefólio estaria agora pela metade. Se tivesse investido nas duas, o seu ganho seria uns gratificantes 10%. Ao diversificar os investimentos, se um deles correr mal, o impacto na carteira é reduzido. O mal fica espalhado pelas aldeias.
Os académicos dizem que oito acções já permitem um bom nível de diversificação (desde que não sejam do mesmo sector). A diversificação é especialmente importante em épocas de crise financeira, embora Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, defenda que a diversificação é uma medida para combater a própria estupidez. Na verdade, o "guru" da bolsa tem algumas dezenas de acções na sociedade de investimento que lidera.


5. Uma carteira só de acções em exclusivo para os recém-nascidos
A porção do seu portefólio que deve estar exposto ao mercado accionista depende muito do perfil de risco, do prazo em que necessitará do capital e da dimensão da carteira. Contudo, há uma regra que pode usar como indicativa: no máximo, tenha uma percentagem igual a 100 menos a sua idade. Portanto, um investidor de 30 anos pode ter até 70% em acções, mas um reformado de 65 anos só deve ter, no limite, 35% da carteira no mercado accionista. Só os bebés é que devem ter o portefólio quase todo na bolsa. A prudência diz que não deve ter acções se faltar menos de cinco anos para a data em que necessitará de mexer no dinheiro. O ideal é retirar o capital da bolsa progressivamente ao longo de 10 anos.


6. Seja maluco q.b.
Qualquer investidor chega a uma fase da vida em que quer arriscar. Embora, em alguns casos, possa coincidir com a crise da meia-idade, os investigadores mostram que o apetite pelo risco aumenta quando a bolsa está a subir, algum tempo depois de sair da crise. Por isso, prepare-se, porque, dentro de alguns meses, pode começar a salivar com os ganhos que os seus amigos dizem que atingiram. Não há qualquer problema no risco, desde que o limite. Crie uma conta à parte para os seus impulsos menos justificados com 10% do seu portefólio - no máximo. Deixe à mão os antidepressivos para o caso de perder demasiado e os ansiolíticos para o caso de ganhar muito, porque terá ansiedade de investir mais dinheiro na próxima operação de bolsa.


7. Leia as instruções antes de usar
As notícias do dia-a-dia das suas empresas são fundamentais para se manter a par das novidades que afectam o seu bolso, mas há uma leitura tão importante que é negligenciada por muitos investidores: os relatórios das contas, que podem ser obtidos gratuitamente nos sítios de Internet das companhias. Normalmente, são grandes documentos (pelo menos os anuais), mas não se assuste. Num capítulo introdutório, o presidente da empresa escreve uma carta em que conta o que aconteceu no ano, os altos e baixos (quase sempre, os altos são mais que os baixos) e dá alguma "graxa" aos clientes, trabalhadores, credores, fornecedores e accionistas. De seguida, ele e os restantes administradores sintetizam a actividade, com comentários ao ambiente macroeconómico, aos vários segmentos do negócio, à "performance" financeira e das acções na bolsa e à gestão da sociedade, acabando com mais alguma "graxa".
Depois, surgem os quadros. O balanço é sempre o primeiro e resume a situação patrimonial da empresa no final do período. Do lado esquerdo está o que a empresa tem (os activos) e do lado direito o que a empresa deve (capital próprio e passivo). A demonstração de resultados, o quadro seguinte, compila todos os fluxos de dinheiro efectuados no ano. Em cima, estão os custos e perdas e, em baixo, os proveitos e ganhos. A diferença é o lucro ou prejuízo da empresa. Muitos dos elementos do balanço e da demonstração de resultados têm uma nota de rodapé, que pormenoriza a informação no anexo às demonstrações financeiras. Os revisores oficiais de contas finalizam o relatório dando a sua opinião (que nem sempre é favorável).

8. Os câmbios comem-lhe os ganhos (ou os prejuízos)
Se, em Março, tivesse comprado uma acção da farmacêutica norte-americana Pfizer, teria gasto cerca de 14,50 dólares, o que, ao câmbio da altura, representaria uma aplicação de cerca 11,27 euros. Em meados de Setembro, essa acção valia 16,36 dólares, uma valorização de 12,52%. Contudo, o câmbio euro-dólar teve um movimento desfavorável de cerca de 12 por cento, pelo que, após contabilizá-lo, o investimento em euros na Pfizer teve um resultado praticamente nulo. A aposta seria boa, se não fosse o movimento cambial. Em épocas de crise económica, a atenção aos câmbios deve ser redobrada, porque eles tendem a mexer-se com mais intensidade.

9. Qual é o segredo de Buffett?
Warren Buffett é o mago da infinita paciência, o rei do investimento de longo prazo e o marajá das décadas bolsistas. "O meu período de investimento preferido é para sempre", disse o "guru". Só assim se consegue ganhar anualmente 20,3%, como ele fez entre 1964 e 2008 através da Berkshire Hathaway, a sociedade de investimento que lidera. Mesmo nos anos mais difíceis, como 2008, nunca apresentou desvalorizações de dois dígitos. Salvo raras excepções, ele adquire acções para não as vender, o que pode parecer estranho para os investidores que têm o dedo rápido no gatilho das ordens de bolsa. Começou a comprar títulos da Coca-Cola em 1988 e, três anos depois, a sua participação já valia mais do que a capitalização bolsista da Berkshire antes de começar a fazer as compras. Hoje, é o maior accionista do famoso fabricante de refrigerantes. Uma das suas participações mais antigas é o jornal "Washington Post": começou a comprar em 1973.


10. Deixe as emoções na cama
As acções podem torná-lo num milionário, mas não corra o risco de se apaixonar. Seja frio, distanciando-se sempre que tiver de tomar uma decisão financeira. Muitos compraram acções do Banco Comercial Português perto ou acima dos quatro euros e não as vendem hoje porque isso representaria uma perda de 75%. Se encontrar uma aplicação que acredita que dará mais no seu prazo desejado, não é lógico que deve vender os títulos do banco, aguentar a perda e ganhar mais com o outro investimento? Não seja tolo: guarde as emoções para quem aprecia.

Os Mercados por Jim Rogers

In "Clubeinvest.com":

Vale a pena ganhar 13 minutos ao ver este video desta velha raposa que é o Jim Rogers. Muito bom.
" Bubbles !? I don`t see any bubbles..!"
" The Fed !? They should just dessolve...they should go away and leave us alone ! The are just a bureaucrats . They don`t know any better than you and me..."

Link-original

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Warren Buffett: Compra da Burlington Northern é uma "aposta total no futuro da economia dos EUA"

In "Jornal de Negócios Online":

warren-buffett_m A compra da Burlington Northern Santa Fe é a maior alguma vez feita pela Berkshire Hathaway. Warren Buffett pagou 44 mil milhões de dólares pela empresa de caminhos-de-ferro e classificou o negócio "como uma aposta total no futuro da economia dos Estados Unidos".
Na verdade, Buffett usou um termo do póquer para classificar esta compra, dizendo que foi uma aposta "all-in", ou seja, quando um jogador aposta tudo o que tem.
A "holding" de Buffett pagou, no total, 44 mil milhões de dólares pela Burlington Northern Santa Fe, o que torna esta compra a maior alguma vez realizada pela Berkshire Hathaway. Estes 44 mil milhões de dólares incluem 10 mil milhões de dólares de dívida.
Buffett já detinha uma participação Burlington Northern Santa Fe e hoje adquiriu 77,4% da empresa por 26 mil milhões de dólares, ou 100 dólares por acção.
Nos últimos dois anos, Buffett tem aumentado a sua participação na companhia de caminhos-de-ferro do Texas, a Fort Worth. O multimilionário acredita que os comboios vão tornar-se mais competitivos face aos camiões devido ao aumento dos preços dos combustíveis.
Este negócio fez disparar as acções da Burlington Northern mas influenciou positivamente todo o sector dos caminhos-de-ferro. As acções da Burlington Northern valorizaram 28,25% para negociaram nos 97,56 dólares.
Os títulos da Union Pacific avançaram 6,63% para os 58,71 dólares e os da CSX ganharam 5,74% para os 45,30 dólares.
A Berkshire Hathaway subiram 1,34% para os 100.070 dólares.

Ver:

Buffett's Berkshire buying Burlington Northern RR:

NEW YORK (AP) -- Warren Buffett has made bets on railroads before, but now he's all in. The billionaire investor's Berkshire Hathaway Inc. on Tuesday agreed to buy Burlington Northern Santa Fe Corp., making a $34 billion bet on the future of the U.S. economy.

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nouriel Roubini Too Much, Too Soon, Too Fast CNBC

Nouriel Roubini (Dr. Doom) lay out his arguments for a U-shaped recovery instead of a quick snap back V:

Ouro dispara para máximos históricos com receios de subida da inflação

In "Jornal de Negócios Online":

ouro_materias_primas_pq Os preços do ouro atingiram hoje um novo recorde, ao tocarem pela primeira vez nos 1.038 dólares por onça, impulsionados pela especulação que a inflação vai acelerar e retirar valor ao dólar, com os investidores a buscarem protecção nos metais preciosos.


Os futuros do ouro seguiam a ganhar 1,86% para os 1.036,70 dólares por onça no mercado de Nova Iorque, depois de já terem tocado nos 1.038,00 dólares por onça durante a sessão, acima dos máximos registados em Março do ano passado, quando o metal precioso atingiu pela primeira vez os 1.033,90 dólares por onça.


O ouro caminha assim para o nono ano consecutivo de ganhos, a maior série de valorizações desde 1948.
A animar as matérias-primas está a desvalorização do dólar face ao euro, um movimento que aumenta o interesse pelas “commodities”.


“O ouro está a agir como a última moeda”, afirmou Chip Hanlon, presidente da Delta Global Advisors Inc, questionado pela Bloomberg, adiantando que “os bancos centrais estão a seguir o mesmo caminho monetário e a tentar estimular e inflacionar o seu caminho de regresso ao crescimento. Toda a gente está preocupada com o dólar”.

Bruxelas prepara "Via Verde" europeia

In "Jornal de Negócios Online":

A Comissão Europeia aprovou hoje um conjunto de especificações e de requisitos técnicos que servirão de base ao lançamento de um “serviço electrónico europeu de portagem (SEEP)” que deverá estar operacional dentro de três anos para os veículos pesados ou de transporte de nove ou mais passageiros. Para os restantes, 2015 é o horizonte provável.


Em preparação está uma espécie de “Via Verde” à escala europeia que permitirá aos viajantes efectuar o pagamento electrónico das portagens em todo o território da União Europeia (UE), mediante “a celebração de um só contrato de adesão com um fornecedor de serviços e um único equipamento de bordo”, explica a Comissão, em comunicado.


“A falta de interoperabilidade entre sistemas de portagem rodoviária prejudica especialmente os transportes rodoviários internacionais. Por exemplo, para efectuar uma viagem entre Portugal e a Dinamarca, poderá ser necessário instalar cinco ou mais equipamentos de bordo no painel de instrumentos do veículo, cada um deles coberto por um contrato específico celebrado com um gestor rodoviário específico”, exemplifica Bruxelas.


O SEEP estará disponível no prazo de três anos para todos os veículos rodoviários com mais de 3,5 toneladas ou autorizados a transportar mais de nove passageiros, incluindo o condutor. Para os restantes veículos, estará disponível dentro de cinco anos. As portagens pagas utilizando o SEEP não poderão ser superiores às portagens nacionais ou locais correspondentes, precisa a Comissão Europeia.

O fim do dólar pode começar no petróleo

In "Expresso.pt":

dolar11-d1ba Segundo a edição de hoje do jornal inglês The Independent , terão decorrido, ou ainda estarão a decorrer, negociações secretas entre os países exportadores de petróleo do Golfo com a Rússia, Japão, China, Brasil e França para a hipótese de criação de um cabaz de divisas, até 2018, que suporte a negociação do crude originário do Médio Oriente, substituindo o papel único do dólar, divisa em que é fixado o preço daquela commodity.

O cabaz incluiria, além do dólar, o euro, o iene japonês, o yuan chinês, uma nova divisa única dos países que formam o Conselho de Cooperação do Golfo (que reúne a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Kuwait e o Qatar), e ainda o ouro.

Risco de colapso

Esta notícia (não confirmada pelos países envolvidos) traz, de novo, para a ribalta a questão da actual fragilidade do dólar, um problema crítico que a crise financeira iniciada em 2007 voltou a destapar. Por isso, vários analistas têm vindo a falar de um cenário provável de colapso da moeda americana que se tem mantido, ultimamente, valendo menos de 70 cêntimos de euro. Desde o pico mais recente em Junho de 2001, quando o dólar atingiu um índice de 119,03, que já desvalorizou 36% face a um cabaz de seis divisas.

Num registo mais longo, segundo o índice seguido pela Reserva Federal, avaliando o dólar em relação às divisas dos principais parceiros comerciais, a divisa americana caiu 18% em relação a 1973, altura do primeiro "choque petrolífero", e 31% em relação ao máximo histórico de Março de 1985 (128,48). No entanto, o dólar está (88,2) ainda a quatro pontos acima dos mínimos históricos de Julho de 1995 (84,1516) e Outubro de 1978 (84,1620) e a três pontos acima dos níveis mais baixos recentes, entre Fevereiro e Julho de 2008.

Mas o risco de um tsunami monetário é hoje agitado por muitos, já que 66 países estão ancorados no dólar ou vivem mesmo dolarizados.

Mas a crise trouxe um aspecto político novo: várias grandes potências começaram abertamente a falar dos malefícios da 'nota verde' continuar a ser a divisa internacional de referência e apontaram a necessidade de uma estratégia de diversificação.

Um privilégio exorbitante

Os chineses e os russos foram os mais sonoros, com o governador do Banco central chinês a dar inclusive uma lição "teórica" sobre o assunto em Março passado. Mas até o presidente francês Sarkozy se pronunciou criticamente, em Agosto, sobre a hegemonia do dólar argumentando a necessidade de "traduzir" para o sistema monetário internacional um alegado multipolarismo na geopolítica, trazendo na manga um maior protagonismo para o euro. Para maior dor de cabeça dos americanos, a poucas semanas da cimeira do G20, até um organismo das Nações Unidas (a UNCTAD) declarou que há "uma fraqueza no sistema internacional de reservas por se usar uma divisa nacional como activo de reserva".

Esse seria o pecado original da solução que tem governado o mundo desde meados dos anos 1940. Um economista de origem belga, da Universidade americana de Yale, demonstrou, já nos anos 1960, que um sistema deste tipo seria instável por natureza. O problema que ele expôs ficou conhecido como o "dilema de Triffin". De seu nome Robert Triffin, acabaria por regressar à Europa em 1977 envolvendo-se no desenvolvimento da integração monetária europeia.

Mas, apesar de se saber deste problema congénito, o assunto foi ignorado, inclusive oficialmente, agora, na última cimeira do G20 em Pittsburgh. Por razões óbvias: a solução tem permitido aos Estados Unidos - donos dessa divisa - beneficiar do que o presidente francês Charles De Gaulle chamava, nos anos 1960, "um privilégio exorbitante" e que tecnicamente se designa por "prémio de liquidez". Esse "prémio", entre 1980 e 2005, teria permitido um desconto de 1,5 pontos percentuais nos empréstimos contraídos pelo hegemonista, que acumulou, nesse período, uma dívida de 10 biliões de dólares.

Consenso resignado

Entre os economistas americanos parece formar-se um consenso resignado. "Já não há dúvidas de que o dólar declinará, o que não é claro é como vai ocorrer a sua substituição", diz-nos Mauro Guillen, director do The Lauder Institute of Management and International Studies, ligado à Wharton School, de Filadélfia, que, no entanto, não antevê nos seus cenários um colapso do dólar. "Isso não seria no interesse de ninguém", argumenta. Barry Eichengreen, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, sublinha-nos inclusive que "o dólar continua a ser a alternativa menos má", apesar " de muita pose política contra", ironiza.

Por isso, a rejeição de uma passagem automática de uma divisa hegemónica para outra (como poderia ser o euro) é, também, consensual. "Convém lembrar, diz-nos Mauro Guillen, que durou várias décadas e passou uma guerra mundial para que a libra fosse substituída pelo dólar".

Analisando as alternativas ao dólar, Barry Eichengreen sublinhou, num artigo publicado na revista Foreign Affairs ('The Dollar Dilemma', edição de Setembro/Outubro 2009), que a capacidade de projecção do euro não ultrapassará os espaços contíguos, como o Mediterrâneo e eventualmente a própria Rússia (que já terá mais reservas em euros do que dólares). A moeda chinesa - o renminbi - está, também, distante. Os próprios chineses apontam para 2020 como altura em que a sua moeda poderá ser uma divisa de reserva mundial e Xangai um centro financeiro de referência, mas provavelmente regional. Por ora, inclusive a moeda chinesa é inconvertível.

O regresso a antes dos anos 1920

Eichengreen crê, assim, que entraremos num período similar ao imediatamente anterior à 1ª Guerra Mundial em que co-habitavam várias divisas de reserva face ao declínio paulatino da libra esterlina; a que se seguiu, depois, nos anos 1920, uma liderança bicéfala pela libra e o dólar, até que este, em Bretton Woods (1944), deu o golpe mortal na divisa do Império britânico.

Os chineses são tidos como os mais aflitos. Eichengreen considera-os prisioneiros da sua própria estratégia de acumulação de reservas em dólares (as maiores do mundo), pelo que terão de ser prudentes.

Por isso surgiu da sombra algo "neutro", uma unidade de conta do Fundo Monetário Internacional que estava literalmente morta: os direitos de saque especiais (SDR, no acrónimo em inglês) criados em 1969. John Williamson, do Peterson Institute for International Economics, não acha, contudo, que os SDR sejam uma mera solução transitória. "São parte de uma solução de longo prazo", frisa-nos. Williamson desenvolveu um estudo em que mostra que para os Estados Unidos, profundamente endividados, pode ser "atractivo" o papel dos SDR. E alega que a China perderá "menos" ao desviar uma parte das suas reservas para SDR, do que ficar olhando uma desvalorização do dólar que lhe corrói as reservas gigantes de que dispõe.

Em virtude de toda esta diversidade política de forças, Jeffrey Frankel, da Harvard Kennedy School, sublinha-nos que "a direcção mais provável não é nem para um sistema de reservas unipolar (baseado no dólar), nem bipolar (dólar e euro), mas um multipolar, envolvendo o dólar, o euro, o iene, o renminbi (ou yuan), o ouro e os direitos de saque especiais". Note-se que a libra esterlina e o franco suíço são eclipsados do cabaz, não lhes deixando grande margem de manobra futura.

No fundo, Frankel fala de uma tendência política da moda, "um sistema mais fragmentado". Ora, da última vez, que o mundo viveu numa situação dessas, o prémio, no final, não foi famoso: saiu na lotaria dos 11 dias de Outubro de 1929 que abalaram o mundo.

Artigo actualizado e ampliado publicado originalmente na edição impressa de 25 de Setembro

domingo, 27 de setembro de 2009

Pilotos com prémio chorudo na reforma

In "Correio da Manhã":

tap Cada piloto da TAP que se reformou em 2007, quando a idade da reforma era 60 anos, recebeu um prémio de jubilação, uma espécie de plano poupança reforma atribuído pela companhia, com o valor médio de 160 mil euros. O prémio, que é atribuído desde o início da década de 80, custou à TAP, nesse ano, mais de 2,2 milhões de euros. Para fazer face à despesa com este benefício a curto prazo, a empresa já constituiu uma provisão de 2,5 milhões de euros.

O prémio de jubilação dos pilotos da TAP, que hoje iniciam uma greve de dois dias em defesa de aumentos salariais, foi eliminado em 2008 para os pilotos admitidos a partir de 1 de Junho de  2007, mas, segundo o CM apurou, cerca de 300 dos actuais 800 pilotos da TAP ainda têm direito a este benefício no momento de passarem à aposentação por velhice.

Tanto assim é que o relatório e contas da TAP de 2008 deixa claro que, nos termos do Acordo de Empresa celebrado entre a companhia aérea e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) em 2007, cada piloto admitido até 31 de Maio de 2007 “terá direito, na idade normal de reforma, a um capital de 16 vezes o último salário declarado”. Por isso, a companhia constituiu uma provisão de 2,5 milhões de euros para fazer face aos encargos com o prémio de jubilação dos pilotos nos próximos anos.

Para já, nem a TAP, presidida por Fernando Pinto, nem o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), liderado por Hélder Silva, fazem quaisquer  comentários sobre este assunto. Certo é que o prémio de jubilação é financiado, segundo explica o relatório e contas da companhia aérea do ano passado, por “capitais acumulados num seguro de capitalização colectiva constituído pela empresa [TAP] em nome dos pilotos”.

A idade de reforma dos pilotos subiu dos 60 para os 65 anos a 28 de Setembro de 2007.

AUMENTO DE SALÁRIOS EM CAUSA

Os pilotos da TAP marcaram uma greve de dois dias para hoje e amanhã para defender aumentos salariais. O SPAC alega que nos últimos anos os ordenados reais unitários dos pilotos caíram pelo menos 23 por cento. E diz que as reivindicações implicam aumentos salariais brutos de 600 euros por mês. A TAP contrapõe que a subida será de mil euros por mês.

AS CARTAS DE FERNANDO PINTO

Fernando Pinto, líder da TAP, tentou a todo o custo evitar a greve de hoje, e enviou inclusive duas cartas aos pilotos. A última foi enviada na terça-feira, e diz: 'Convido todos os colegas a reflectirem sobre a conveniência de, antes de esgotados os esforços, manterem o actual movimento de paralisação. Creio que ele apenas poderá tornar mais difícil qualquer entendimento futuro, pois introduz um total e indesejado desequilíbrio nas negociações.'

ACESSOR POR 630 MIL EUROS

Um associado do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) interpôs uma acção em tribunal para impugnar a decisão de contratar a empresa do assessor económico e financeiro do sindicato, Paulo Rodrigues, por 630 mi l euros (valor do contracto com o IVA). A reunião da assembleia geral do Sindicato em que esta decisão foi tomada e que o associado pretende impugnar realizou-se a 28 de Janeiro de 2009.

Ao que o CM apurou, o piloto que apresenta a queixa critica o facto de a assembleia ter decidido que o preço dos serviços a prestar pela empresa do assessor, que é também piloto e sócio do SPAC, fosse suportado pelos associados sob forma de 'quotização extraordinária', e alega que o mesmo órgão não tem competência para este tipo de deliberações.

Na queixa refere ainda que não compareceram à reunião todos os associados (estiveram cerca de 50 por cento) e que, dos representados, a larga maioria subscreveu procurações que não conferem poderes para aprovar qualquer aditamento à ordem do dia, como a votação da referida contratação.

Além disso, o piloto considera o valor excessivo, uma vez que Paulo Rodrigues apenas dará 'um mero apoio à definição pela direcção do Sindicato de uma estratégia negocial com a TAP e à negociação a levar a cabo com esta entidade em sede de revisão do Acordo de Empresa'. No mesmo documento, entregue ao tribunal, é referido que o SPAC tem mais contratos do género com o mesmo assessor.

Quanto ao facto de o Sindicato afirmar que os serviços prestados serão desenvolvidos 'nos períodos livres de voo' do piloto, é referido na queixa que Paulo Rodrigues não terá mais de dez dias livres por mês.

PRESIDENTE DO SPAC DE FOLGA

O presidente do SPAC, Hélder Silva, tem folgas marcadas para hoje e amanhã. Já estavam marcadas quando foi determinada a greve, mas mesmo assim outros pilotos não lhe poupam críticas. 'É um belo exemplo. Imagine que um general mandava as tropas irem para a guerra e depois tirava férias no Hawai', diz fonte do sindicato. O CM tentou contactar Hélder Silva, mas até ao fecho desta edição não foi possível.

REGALIAS

COMPLEMENTO

Os colaboradores admitidos no quadro permanente até 31 de Maio de 1993 recebem um complemento de reforma e ainda têm um esquema para compensar a uniformização da idade da reforma aos 65 anos.

SUBSÍDIO PARA OS FILHOS

Os colaboradores que tenham filhos com necessidades de educação especiais recebem um subsídio de reeducação. Há ainda subsídio para material escolar atribuído aos filhos dos colaboradores e infantário 24 horas por dia, 365 dias por ano, para crianças até aos cinco anos.

SEGURO DE VIDA

Com cobertura dos riscos de morte e invalidez total e permanente.

PLANO DE SAÚDE

Plano de saúde com acesso a serviços médicos a uma taxa reduzida. Têm uma Unidade de Cuidados de Saúde nos dias úteis até às 20h00. Fora deste horário, têm assistência médica domiciliária e aconselhamento médico por telefone 24 horas por dia.

FUNDO DE SOLIDARIEDADE

Há ainda um Fundo de Solidariedade para concessão de empréstimos monetários reembolsáveis em casos de carência.

NÚMEROS

800

é neste momento o número de pilotos da TAP. Ao todo, a companhia aérea tem cerca de sete mil funcionários.

8600

euros por mês foi o saláriomédio recebido por cada piloto nos primeiros sete meses deste ano.

65

milhões de euros foi o prejuízo da TAP entre Janeiro e Julho deste ano. Mesmo assim, é uma melhoria face a igual período de 2008. No ano passado, a empresa registou um prejuízo de 285 milhões.

MÁRIO LINO: INTERVENÇÃO

Foram conhecidas as várias intervenções do Governo, nomeadamente do ministro das Obras Públicas e Transportes, Mário Lino, nas negociações com sindicatos para evitar outras greves.

PILOTOS: QUEIXA À TUTELA

A direcção do SPAC enviou ontem ao ministro da tutela, Mário Lino, e ao provedor de Justiça uma carta a denunciar a substituição dos trabalhadores em greve com recurso à contratação externa

ACT: AUTO DE NOTÍCIA CONTRA A TAP

A  TAP substituiu os trabalhadores na greve nacional de 23 de Outubro de 2007. Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) levantou  um auto de notícia e fez participação criminal

Ver:

TAP: Pilotos têm salário médio de 8.600 euros:

O aumento de 9% pedido pelos pilotos custaria à TAP mais de 11,5 milhões de euros.

sábado, 19 de setembro de 2009

Siga os indicadores certos

In "Jornal de Negócios Online":

A avaliação de empresas é muito complexa, a não ser que opte pela avaliação relativa: só precisa dos mapas contabilísticos, de uma cotação recente e de fazer alguma aritmética.
Quem o diz é Warren Buffett, um dos maiores investidores de bolsa: "É muito melhor comprar uma empresa maravilhosa a um preço aceitável do que uma empresa aceitável a um preço maravilhoso." É difícil discordar do segundo homem mais rico do mundo, segundo a revista "Forbes", que ganhou cerca de 20% por ano em pouco mais de quatro décadas. Mas como se sabe que o preço é aceitável?
Há várias maneiras de avaliar uma sociedade, inclusive algumas bastante complexas, mas é provável que a avaliação relativa seja a mais simples. Este tipo de avaliação concentra-se no cálculo de rácios, que normalmente comparam alguma medida dos quadros contabilísticos com o valor de mercado da firma.
bussolagr A simplicidade da avaliação relativa não quer dizer que ela serve para pouco. Aliás, são muitos os gurus da bolsa que começam o seu trabalho com uma mão-cheia de rácios de mercado. Martin Zweig, um analistas e comentador que previu o "crash" de 1987, diz, no seu livro "Martin Zweig's Winning on Wall Street", que não é preciso estudar uma firma ao pormenor para saber se vale a pena comprá-la. Zweig é autor de uma estratégia que, segundo a Associação Americana de Investidores Individuais, rendeu mais de 1.300% desde 1998, que conta com indicadores como o rácio preço-lucros. Os especialistas alertam, no entanto, que os investidores não devem decidir a compra ou a venda de uma acção apenas pela análise de um ou dois rácios de mercado. Como perceberá mais à frente, estes indicadores estão longe de serem perfeitos.
Os indicadores mais usados na bolsa são fáceis de computar: basta que tenha os mapas das contas, uma cotação recente e, de preferência, uma calculadora. Todavia, se quiser ser ainda mais rápido na sua avaliação relativa de acções, pode ir ao sítio na Internet do Negócios (www.negocios.pt) e optar por "Análise Fundamental" no menu. Aí, encontrará vários indicadores sobre as acções nacionais.
Para lhe poupar trabalho, o Negócios, além de lhe explicar como funcionam os principais indicadores, apresenta-lhe as acções cujos rácios são extremos. A investigação foi realizada nos índices mais restritos das praças mais acessíveis aos investidores nacionais: Lisboa, Madrid, Paris, Bruxelas, Amesterdão, Frankfurt, Londres e Nova Iorque.

Cinco pontos cardeais para avaliar as acções


Para se orientar entre os milhares de acções que podem fazer crescer o dinheiro, é preciso
que conheça algumas ferramentas que podem ajudar a tomar boas decisões.
1. Preço-Lucros – O que todos procuram
Este é o indicador mais usado nos mercados accionistas em todo o mundo, porque combina as duas coisas mais importantes para os investidores: o preço das acções e o lucro alcançado pela empresa. O rácio preço-lucros (em inglês, "price-earnings ratio", PER ou P/E) resulta da divisão da cotação pelo lucro da empresa que corresponde a cada acção, isto é, o preço de mercado a dividir pelo lucro por acção. Tradicionalmente, o lucro por acção aplicado na divisão é o obtido nos últimos quatro trimestres fiscais. Há muitas maneiras de interpretar o P/L, mas a mais comum é como o número de anos necessários para o accionista receber o que gastou na compra da acção se os lucros se mantiverem e se a sociedade os distribuir na totalidade como dividendos. Logo, se mede o número de anos para recuperar o investimento (sob determinadas condições), pretende-se um P/L baixo. Como é um múltiplo desse número de anos, muitas vezes o resultado da divisão é acompanhado por um "x".
Robert Shiller, professor da Universidade de Yale, ficou conhecido quando o seu livro "Irrational Exuberance", publicado no pico da "bolha tecnológica", em Março de 2000, alertava para a queda do mercado. O P/L foi o seu principal indicador. "Os investidores de longo prazo são bem aconselhados, individualmente, a baixar a exposição ao mercado accionista quando [o rácio entre o preço e o resultados] está alto (...) e a entrar no mercado quando está baixo", escreveu Shiller na actualização de 2005 do livro. Actualmente, o P/L médio das principais bolsas está alguns pontos abaixo da média de longo prazo.
É preciso cuidado ao analisar o P/L, especialmente se for de uma só acção e não do mercado como um todo. O maior problema está no denominador: os lucros são bastante manipuláveis, o que pode alterar significativamente a leitura do rácio. Por isso, alguns investidores e agências de informação financeira realizam correcções ao P/L, subtraindo, por exemplo, resultados extraordinários aos lucros. Outro risco é o de o preço, que está no numerador, estar deprimido por a firma estar em maus lençóis. Se uma empresa estiver próxima da falência, a sua cotação tenderá para zero, bem como o P/L. É por isso que alguns gurus da bolsa não compram acções com rácios inferiores a cinco.
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2. Preço-valor contabilístico - Avaliar pelas contas A relação entre o preço e o valor contabilístico das acções é tão antiga como o rácio anterior, entre o preço e os lucros. Benjamin Graham, o pai da análise fundamental de acções, e o seu colega David Dodd escreveram em "Security Analysis", publicado em 1934, que a comparação entre o valor de mercado e o valor contabilístico da empresa é uma medida a manter debaixo de olho na selecção de acções. O rácio P/VC (em inglês, "price-book value" ou P/BV) resulta da divisão da cotação pelos capitais próprios por acção. Graham defendia que a maioria dos investidores não deve comprar acções cujo valor de mercado ultrapasse em mais de 20% o valor contabilístico, ou seja, o seu P/VC máximo deve ser de 1,2. Em vez de usarem os capitais próprios como referência para o cálculo do P/VC, alguns investidores extraem o imobilizado não tangível do denominador do rácio, defendendo que assim não é possível manipulá-lo.
Apesar de ser usado por muitos grandes investidores desde a década de 1930, pelo menos, o mundo académico só abraçou o rácio P/VC em 1980, quando Dennis Stattman, actualmente gestor do fundo BlackRock Global Allocation, o estudou na sua tese de mestrado da Universidade de Chicago. Desde então, os académicos apontam este rácio como o melhor para separar boas acções para investir. É inclusivamente melhor que o P/L, estimam. Uma empresa a negociar com um P/VC baixo, em particular quando comparado com o seu sector e com os seus concorrentes, é indicada como estando subavaliada. Pode ser uma oportunidade de compra única. Contudo, um P/VC baixo também pode assinalar que os investidores estão pessimistas em relação ao futuro da companhia, deprimindo a sua cotação, ou que a sociedade tem um activo intangível desproporcional no seu balanço. Nesse caso, é preciso evitá-la.
Muitas vezes, as empresas cotadas apresentam P/VC inferiores à unidade, o que pode parecer estranho: o mercado está a avaliá-las abaixo do seu valor contabilístico. Contudo, isso acontece porque a cotação incorpora mais informação do que os valores introduzidos pelos contabilistas, como sejam as expectativas de resultados futuros e a avaliação da administração. Além disso, "o valor contabilístico é uma opinião [dos contabilistas] e não um facto", revela Aswath Damodaran, professor da Universidade de Nova Iorque, no seu livro "Investment Fables", em que desconstrói os mitos dos rácios financeiros.
contabilistico
3 . Preço-vendas - À prova de manipulação Um dos problemas principais na avaliação das empresas está em encontrar informação credível. Há manuais que ensinam exclusivamente a fazer ajustamentos aos mapas contabilísticos de modo a evitar ser-se enganado pelos administradores. Na avaliação relativa, há um indicador que consegue transpor as limitações das manipulações: o rácio preço-vendas ("price-sales" ou P/S, em inglês), que resulta da divisão da cotação pelas vendas por acção. As vendas são o elemento contabilístico mais difícil de "dourar" pelos administradores, logo, conseguem contribuir melhor para uma métrica mais estável.
Kenneth Fisher, o gestor de activos que lidera a Fisher Investments, filho do guru da bolsa Philip Fisher, foi pioneiro ao introduzir o rácio P/V, seguindo os ensinamentos do pai.
No 25º aniversário da sua coluna mensal na revista "Forbes", Ken Fisher relembrou a sua estratégia: "Evite pagar em excesso. Use várias métricas de avaliação - não apenas o rácio preço-lucros mas também o rácio preço-vendas e preço-valor contabilístico. Compare uma empresa com o mercado como um todo e com os seus concorrentes. Compre qualidade barata." Os artigos de Fisher podem ser lidos "on-line" em forbes.com/fisher.
A estratégia de Ken Fisher passa por fazer uma selecção inicial das acções com P/V mais baixos e, posteriormente, usar outros indicadores (como o crescimento dos lucros e rácios de endividamento) para desvendar as melhores compras, segundo os seus livros. O P/V permite desvendar títulos esquecidos pelos investidores, mas que têm um forte potencial de crescimento.
Como o rácio P/V indica o valor que o mercado atribuiu a cada euro de volume de negócios por acção, é importante fazer comparações que façam sentido. Não é justo comparar o P/V de uma fabricante de automóveis, que têm baixas perspectivas de crescimento da facturação, com um companhia de energia eólica, como a EDP Renováveis ou a Iberdrola Renovables, cujas perspectivas de aumento das vendas é elevado. Firmas como a PSA Peugeot Citroën, Ford Motor e BMW têm P/V inferiores a 0,50, enquanto as produtoras de energias alternativas apresentam rácios superiores a cinco.
vendas
4. Taxa de dividendos - O que os investidores realmente querem No limite, o que os investidores querem é dividendos. É verdade que muitos negoceiam acções apenas com o intuito de fazer mais-valias. Contudo, para uma acção subir sustentadamente é preciso que haja uma estimativa, mesmo que seja muito remota, de fazer um pagamento de dividendos. Ninguém pensa que a Google, a dona do motor de busca homónimo, irá pagar dividendos nos próximos tempos, porque precisa do dinheiro que gera para alimentar o seu crescimento. Contudo, quando a Microsoft foi para a bolsa, em 1986, também ninguém esperava dividendos nos anos seguintes, mas agora a maior casa de "software" do mundo paga bons dividendos.
"De 1871 a 2003, 97% da acumulação acima da inflação das acções [norte-americanas] veio do reinvestimento dos dividendos. Apenas 3% teve origem em ganhos de capital", estima Jeremy Siegel, professor da Universidade da Pensilvânia, no livro "The Future for Investors". A taxa de dividendos, que se obtém dividindo os dividendos por acção dos últimos 12 meses pela cotação do título, é o indicador mais usado na selecção de bons pagadores. Esta taxa (na terminologia britânica, "dividend yield") indica a rendibilidade anual do investimento nas acções à conta do recebimento dos dividendos, assumindo que a empresa mantém o fluxo de pagamentos nos próximos anos. Contudo, não é garantido que o sociedade pague os mesmos dividendos nos próximos exercícios, nem é garantido que pague um cêntimo, uma vez que não há qualquer obrigação legal para o fazer. Em Julho de 2004, a Microsoft fez um anúncio importante: além de ir pagar os oito cêntimos de dólar por acção, como tentava habituar os accionistas até então, iria distribuir três dólares adicionais. Ora, esse dividendo especial representava uma taxa de dividendo superior a 10%, o que os investidores não deveriam tomar como fosse provável de se repetir. Antes de mergulhar numa acção pela sua taxa de dividendo, convém verificar se a empresa que o distribuiu tem condições para continuar a fazê-lo.
dividendos
5. Rendibilidade do capital próprio - Tripla medida A rendibilidade do capital próprio é um dos indicadores mais simples que se podem usar: basta retirar um elemento da demonstração de resultados, outro do balanço e dividir o primeiro pelo segundo. A RCP (em inglês, "return on equity" ou ROE) resulta da divisão do resultado líquido de um ano pelo capital próprio dos accionistas.
Para fazer cálculos mais actuais, o resultado líquido que normalmente se usa obtém-se da soma dos últimos quatro lucros trimestrais e o capital próprio é uma média ao longo desse ano. Isto quer dizer que o indicador diz quantos euros de lucro foram gerados no último ano por cada euro de capitais próprios, logo, quanto maior, melhor. Por exemplo, uma RCP de 20% indica que, ao longo dos últimos 12 meses, a empresa conseguiu produzir 20 euros de resultados líquidos a partir de cada 100 euro de capitais. É importante relembrar que o capital próprio não é mais do que a diferença contabilística entre o valor dos activos e das dívidas.
Embora seja apenas uma percentagem, a RCP tem um vasto poder, porque sintetiza a capacidade de receitas do negócio, a gestão dos activos e o endividamento. O número final reflecte como os administradores estão a equilibrar este três elementos - algo muito importante para os investidores. "A alocação do capital ao longo do tempo determina o valor dos accionistas. Decidir o que fazer com os resultados da empresa - reinvestir no negócio ou devolvê-los aos accionistas - é, na cabeça de Buffett, um exercício de lógica e racionalidade", conta Robert Hagstrom, no seu livro "Warren Buffett e as Estratégias de um Grande Investidor". A RCP reflecte exactamente se os administradores decidiram bem em reinvestir o dinheiro dos accionistas, em vez de o devolver.
A desvantagem do RCP quando se está a investir em acções está na falta de ligação directa ao mercado, isto é, o indicador não incorpora uma comparação ao preço de mercado, ao contrário das quatro medidas anteriores. É por isso que nunca deve ser usado isoladamente na selecção de títulos, embora faça parte de estratégias internacionalmente reconhecidas, como a "Hidden Gems" (o que pode ser traduzido em "Perólas Escondidas") dos norte-americanos da Motley Fool, uma sociedade de aconselhamento financeiro multimédia.
roe

sábado, 5 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Venda de computadores em Portugal aumenta 61,4 por cento

In "PUBLICO.PT":

Empurrada pelos programas e-escolas e e-escolinhas, e em contra-ciclo com o registado no resto da Europa ocidental, a venda de computadores no mercado português cresceu 61,4 por cento no segundo semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2008.
Os dados são da analista de mercado IDC, que aponta terem sido vendidos 474.900 computadores no território português. Na Europa ocidental, o mercado caiu 2,5 por cento.
Em sintonia com o que se passa a nível global, 378.300 destes computadores são portáteis (o que se traduz num crescimento de 66,6 por cento) e apenas 96.600 são desktops (mais 43,9 por cento).
O programa e-escolinhas (que distribui os portáteis Magalhães gratuitamente ou a preços reduzidos a alunos do primeiro ciclo) e o programa e-escolas (que facilita a aquisição de portáteis por parte dos restantes alunos) estão na base do desempenho positivo do mercado português.
"A clara dinâmica de crescimento do mercado nacional de PCs manteve-se no segundo trimestre de 2009, com um forte contributo dos programas e-escolinhas, e-escolas e Plano Tecnológico da Educação”, observou, em comunicado, o director de pesquisa e consultoria da IDC Portugal, Gabriel Coimbra.
Segundo os dados mais recentes disponibilizados pelo Governo, já foram distribuídos, ao todo, 1,37 milhões de Magalhães e de portáteis do e-escolas desde o arranque da iniciativa.
A fabricante JP Sá Couto (que, para além dos Magalhães, produz os computadores de marca Tsunami) é, segundo a IDC, a empresa que lidera o sector, com uma quota de 26,1 por cento do mercado conjunto de desktops e portáteis. A empresa conseguiu um crescimento de 913,4 por cento no período em análise.
A HP (cujos modelos fazem parte do e-escolas) surge em segundo lugar, com uma fatia de 23,2 por cento. Em terceiro lugar, com 20,9 por cento, está a Toshiba, outra marca que distribui computadores ao abrigo daquela iniciativa governamental.
Tendo apenas em consideração o segmento dos portáteis, a JP Sá Couto regista um crescimento explosivo de 2027,4 por cento e detém quase um terço do mercado.

Computadores Magalhães

O Magalhães impulsionou o mercado

OCDE acredita que retoma da Zona Euro será mais cedo

In "Correio da Manhã":

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresentou esta quinta-feira a revisão intermédia da sua informação semestral onde prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro vai recuar 3,9 por cento este ano, contra os 4,8 por cento previstos em final de Junho.

A OCDE acredita que a retoma será mais rápida do que o previsto, ou seja 2009 terá uma queda menos acentuada  da economia da Zona Euro e do Japão face às previsões do início do Verão.

No entanto, mantêm-se os números iniciais para os Estados Unidos.  

A justificação desta revisão baseia-se no facto dos países da moeda única europeia estarem a sair da recessão no terceiro trimestre (mais 0,3 por cento em evolução  trimestral), tendência que se deverá confirmar no quarto trimestre (mais dois por cento).  

Relativamente ao Japão, a OCDE prevê agora uma descida de 5,6 por cento do PIB contra a quebra de 6,8 por cento avançada inicialmente. 

Os responsáveis pela revisão não alteraram os dados para os EUA, cujo PIB deverá descer 2,8 por cento em 2009, com um crescimento  de 1,6 por cento no terceiro trimestre e 2,4 por cento no quarto.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O gato que caça ratos

In "Jornal de Negócios Online":

A divergência da economia portuguesa na última década tem congregado atenções. Contudo, não é inédita em Portugal, nem uma idiossincrasia nacional. Recuando ao séc. XIX, em 1871, a vanguarda intelectual portuguesa na pessoa de Antero de Quental escrutinava a decadência lusitana dos três séculos precedentes, identificando as suas causas. Para o definhamento português apontavam: falta de "liberdade moral", responsável pela escassez de inovação e estigmatização do fracasso, condicionando o empreendorismo; ausência de "classe média" (promovida por actividades comerciais e manufactureiras), cerceando a valorização social do trabalho e empurrando a população para sob o chapéu do Estado na busca de rendas; e, finalmente, inexistência de "indústria", a principal alavanca de produtividade e crescimento sustentável do rendimento. O diagnóstico está traçado há mais de um século. Os atavismos identificados pelos "Vencidos da Vida" colam à descrição da actualidade. Não obstante, na segunda metade do séc. XX, Portugal desfruta de um período de crescimento económico pujante, integrando o conjunto das economias mais dinâmicas do mundo.


Outras economias também atravessaram e superaram períodos de decadência económica: o Reino Unido no dealbar do consulado Tatcher; a década perdida japonesa nos anos 90; a Alemanha em meados da década de 90, a Suécia após o assassinato de Olaf Palm; ou a China após o séc. XVI. O seu renascimento decorreu da confluência da ênfase na matriz cultural primordial com a execução de políticas adequadas. Apesar dos pontos de contacto, são reconhecidamente exemplos irreplicáveis, porque radicam na exploração de traços culturais únicos.


Em meados da década de 90, a posição hegemónica exportadora germânica estava ameaçada.


Contudo, no actual século, a Alemanha recuperou a liderança e reemergiu como caso de sucesso. Qual a receita seguida? Concentrou-se nas suas competências únicas, aproveitando a globalização para subcontratar fases do processo produtivo em que era menos eficiente e comprar fora bens em que era menos competitiva. Um país que, desde sempre, se destacou na construção de máquinas, aperfeiçoou essa especialização, ao mesmo tempo que prosseguia reformas dos factores inibidores das vantagens competitivas. No Japão, a emergência da China e doutros produtores no Sudoeste asiático destronou as empresas japonesas da liderança do mercado de produtos electrónicos de grande consumo. Confrontadas com a concorrência, as empresas nipónicas reinventaram o seu negócio, recentrando a sua actividade na produção de objectos de precisão e fiabilidade e no aperfeiçoamento de regras de produção minimalmente eficientes numa evolução da lógica do "just in time". Reorientaram-se para aquilo em que reside a sua excelência, reconquistando o topo. A presente deriva industrial da China tem antecedentes numa história milenar de reconhecida capacidade manufactureira: (e.g. têxtil e louça). A actual pujança industrial ancora num passado longínquo, mas caracterizador das suas valências. A despeito da impossibilidade de réplica dos casos referenciados, existe um elemento comum: a reinvenção do país em torno das suas vantagens competitivas.


Concentram-se naquilo que reconhecidamente fazem melhor que terceiros.


Esta constatação aponta um caminho de saída para o actual impasse português: identificar as suas vantagens competitivas, que deverão pertencer ao código genético português (por ex: aproveitamento da posição geográfica, de condições climatéricas privilegiadas, a facilidade de contacto com outras culturas, presença ancestral em praticamente todos os continentes, reconhecida capacidade para comerciar,…); encetar eventuais reformas necessárias para ampliá-las; e concentrar esforços na sua concretização. Pelos exemplos, constata-se que se foram buscar as raízes do sucesso a elementos definidores do DNA cultural, sendo a aplicação do receituário servida por forte pragmatismo. Este pragmatismo é cruamente ilustrado pelo comentário de Deng Xiaoping que, em 1978, marca o início do renascimento económico chinês: "Não interessa discutir se o gato é branco ou negro: o que importa é que cace ratos." Portugal tem de encontrar o seu gato: a vantagem competitiva de que dispõe e que terá de alavancar para assegurar uma dinâmica de crescimento sustentável de rendimento.

domingo, 23 de agosto de 2009

$CPCE (CBOE Options Equity Put/Call Ratio) INDX

[Source]

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Análise técnica da Informação de Mercados Financeiros (IMF), de 14 de Agosto, ao Euro, Crude e Standard & Poor"s 500

In "Jornal de Negócios Online":

IMF

Informação de Mercados Financeiros

EUR/USD
Após várias tentativas o Eur/Usd conseguiu partir os 1.4330, que ofereciam resistência há já algumas semanas, atingindo assim um novo máximo do ano. Esperava-se que a quebra de 1.4330 pudesse ser o sinal de um arranque até 1.47, mas o “follow up” acima de resistência foi de apenas cerca de uma “figura”, até perto de 1.4450. Desde então o Eur/Usd recuou, partiu os 1.4330, agora em baixa, e negou o momento positivo. Mas também há que reconhecer que nenhum suporte importante foi quebrado e que, por isso, o cenário permanece neutral.A tendência de médio prazo ainda é de alta, com 1.3735 e 1.40 a serem suportes por agora.


CRUDE

Já há cerca de dez sessões que os preços têm estado na órbita de $72 por barril e, como já dissemos há uma semana, é natural que o caminho seja mais difícil a partir de agora. O crude aproximou-se da zona de máximos do ano, onde está a encontrar natural resistência.Continuamos cautelosos quanto à possibilidade de o movimento de alta continuar para além dos níveis actuais e consideramos a aposta em posições longas como algo de muito arriscado, sendo preferível esperar por um recuo até aos $66-$67 por barril.


S&P 500

O S&P 500 tem vindo a subir de forma quase ininterrupta desde o início de Março, tendo na semana passada atingido novos máximos do ano. No entanto há sérios riscos de uma correcção no índice. Há sinais que apontam para a necessidade de um teste a níveis mais baixos, nomeadamente a distância à linha de tendência ascendente, que já é de cerca de 90 pontos. Mas o alerta principal vem de uma divergência negativa entre o índice e os osciladores – uma figura técnica que aumenta de forma muito significativa os riscos de correcção.A eventual quebra de 990 pontos levará provavelmente a um recuo adicional, entre 940 e 960 pontos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Marc Faber and Nouriel Roubini on CNBC 12 Aug 2009

In "YouTube":

Marc Faber and Nouriel Roubini on CNBC 12 Aug 2009 for more http://www.Marcfaber.tk  http://www.Nourielroubini.tk

The world economy still risks a double-dip recession

In "Nouriel Roubini News":

The world economy still risks a double-dip recession if oil prices rise toward $100 per barrel and if huge U.S. government debts frighten investors, Nouriel Roubini, professor of economics and chairman of RGE Monitor, told CNBC.













Ver:

Roubini: Risk of Double-Dip Recession Not Quite Past Yet

terça-feira, 28 de julho de 2009

TC considera legal tecto de 5 mil €

In "Correio da Manhã":

O Tribunal Constitucional (TC) considerou constitucional e legal a imposição de um tecto salarial máximo nas pensões de valor mais elevado, uma medida aprovada pelo Governo em 2006 e que é contestada por um grupo de 12 quadros privados de topo, através de uma acção contra o Estado.

A acção foi interposta contra o Instituto de Segurança Social e deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa em Novembro do ano passado, pela mão de um grupo de gestores de algumas das principais empresas do País. Os responsáveis contestam o artigo 101º do Decreto-lei 187/2007 da nova Lei da Segurança Social, que cria um tecto à média dos dez melhores salários dos últimos 15 anos. Esta regra impede que essa componente ultrapasse 12 indexantes de apoio social, ou seja, cria um limite de cerca de cinco mil euros mensais brutos às reformas.

Em Abril passado, o TC considerou que a medida não viola a Constituição, em resposta a um pedido de avaliação de legalidade feito pelo então provedor de justiça, Nascimento Rodrigues. O acórdão refere que a norma 'se encontra justificada pela necessidade de salvaguardar interesses constitucionalmente protegidos que devem considerar-se prevalecentes'.

De acordo com o jornal ‘i’, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra, porém, já reconheceu que este limite é ilegal. Fonte oficial do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social confirmou ao CM a existência de acções contra o Instituto de Segurança Social, mas garantiu que até ao momento não teve conhecimento oficial de qualquer notificação favorável por parte do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra.

4054 PENSÕES MILIONÁRIAS

O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais acima de quatro mil euros continua a aumentar de ano para ano. Só em 2008 reformaram-se 284 funcionários do Estado e em Janeiro de 2009 já se contabilizavam mais 28 aposentações milionárias.

Desde 1997 a CGA atribuiu pensões milionárias a 4054 beneficiários, sendo que só em 2008 houve um aumento de 7,5% face a 2007.

As listas mensais da CGA indicam ainda que das 284 pensões de luxo atribuídas em 2008, 51 registam um valor acima de cinco mil euros por mês. E as reformas mais altas, atribuídas a um funcionário dos CTT e a um diplomata, ultrapassaram mesmo os oito mil euros.

A despesa anual com estas pensões rondará uma verba na ordem dos 200 milhões de euros.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Roubini diz que recessão pode voltar em finais do próximo ano

In "Jornal de Negócios Online":

A economia mundial poderá entrar em recessão em finais de 2010 ou em 2011 devido ao aumento da dívida governamental, à subida dos preços do petróleo e à ausência de crescimento do emprego. Quem o diz é Nouriel Roubini, economista e professor na Stern School of Business da Universidade de Nova Iorque, que ficou célebre por prever a actual crise.


Uma “tempestaroubini_grdde perfeita” de défices orçamentais, aumento das rentabilidades das obrigações, “escalada” dos preços do crude, lucros empresariais fracos e um mercado laboral estagnado poderão “empurrar a economia global em recuperação para uma recessão em forma de W”, escreveu Roubini hoje numa nota de “research” divulgada pela Bloomberg.


Roubini, que é também “chairman” da Roubini Global Economics, previu na semana passada que a economia global começaria a retomar em finais deste ano.


Conhecido como um dos "profetas da desgraça", Roubini surpreendeu tudo e todos no passado dia 16 quando disse que a recessão acabará ainda este ano. O economista afirmou que o pior da crise já está para trás, no que diz respeito às condições económicas e financeiras.


Depois de a CNBC noticiar as palavras de Roubini, os mercados accionistas norte-americanos e as cotações do petróleo dispararam. No entanto, o comentário de hoje não parece estar a debilitar as bolsas, o que revela que o sentimento do mercado está muito positivo.

Ver:

 

recover-w

Beginnings of an Asset Bubble in Asia?

In "STOCKBOX.tv":

Over the next 2-3 years, Frederic Neumann, senior Asian economist at HSBC sees an incipient asset bubble forming in Asia. He tells CNBC’s Amanda Drury that this will be a region-wide phenomena.


bubble

UK to Grow Again in Fourth Quarter: Think Tank

In "CNBC.com":

Britain's economy will return to growth in the last quarter of this year, as companies start to rebuild inventories, but strong growth will not return until 2013, a leading academic thinktank forecast on Wednesday.

The National Institute of Economic and Social Research said a turning point in the inventory cycle and the impact from the sales tax cut will help Britain's economy to expand by 0.5 percent in the last quarter after a 0.1 percent drop in Q3.

But the thinktank warned that the recovery was expected to be weak and kept its forecast that the British economy would contract by 4.3 percent in the whole of the year, the sharpest decline since the aftermath of World War Two.

"We expect to see continued contraction in consumer spending and private sector investment," said Simon Kirby, a research fellow at the NIESR, adding that lending was key for sustainable growth in the economy.

"The weakness of bank lending remains as a concern and it is necessary that it strengthens if the economy is to return to sustained growth. Lending by monetary financial institutions remains weak," NIESR report said.

The think tank expects the economy to grow by a modest 1 percent next year and 1.8 percent in 2011, in part reflecting a boost to exporters from weaker sterling.

NIESR's 2010 forecasts are more upbeat than that of the International Monetary Fund (IMF), which last week predicted the British economy would post modest growth of 0.2 percent next year.

Britain's growth prospects were dependent on the recovery in the rest of the world, where risk premia have fallen significantly since late April, providing support for growth, the think tank said.

Joblessness will continue to rise long after the economy returns to growth, hitting a peak of 3 million in 2011.

Britain's housing market has turned a corner, with new home sales stabilizing and stock of unsold homes declining, the think tank said, but added that the house-prices were still over-valued and would fall until mid-2011.

More Efficient QE

BoE could be more efficient with its quantitative easing program if it directly targeted the private sector, said NIESR's director Martin Weale.

"One has to ask whether they have tried hard enough," Weale said.

Though the BoE does include corporate bonds and commercial paper in its asset purchase plan, the overwhelming focus of the 125 billion pound quantitative easing program is on gilts.

NIESR believes the public finances will deteriorate more than government forecasts, with public sector net borrowing forecast to be in excess of 120 billion pounds by 2014, compared with government estimates of 97 billion pounds.

A combination of spending cuts, tax increases and an extension of working lives should be introduced to improve the public finances, Kirby of NIESR said.

"However, with an election due under a year, the introduction of formal fiscal rules is not a priority or even a possibility," the think tank said in its report.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"Dona Branca" de Almada lesa centenas de pessoas

In "Jornal de Negócios Online":

Surgiu mais uma "Dona Branca", desta vez em Almada. A informação é avançada pelo "Jornal de Notícias", que conta que centenas de pessoas terão sido lesadas num esquema financeiro muito parecido com o da banqueira do povo.


“Recebeu dinheiro de uns, acenando altos juros, para poder emprestar a outros. Um esquema financeiro montado por mais uma ‘Dona Branca’, de quem se desconhece o paradeiro, e que atingiu centenas de pessoas em todo o país”, refere o “JN”.


A sua empresa funcionava no Espaço 12 do Centro Comercial Sommer, em Almada, sob o nome de A. Caetano e Silva. Quem precisava de dinheiro e se deslocava a esta firma, tinha de desembolsar perto de mil euros só para a abertura do processo para a concessão de empréstimo. Muitos acabaram por perder este dinheiro, sem nunca terem recebido crédito, noticia aquele jornal.


O esquema financeiro era idêntico ao da Dona Branca. A A. Caetano e Silva funcionava como uma agência de depósitos e empréstimos e “a falsa banqueira prometia facilidades a quem os bancos rejeitam crédito”.
“A A. Caetano e Silva aguarda o julgamento em quatro processos, nos quais está acusada pelos crimes de burla e falsificação de documentos, e conta também com dezenas de queixas contra si nas autoridades da região. A mulher tem angariadores por todo o país”, salienta o “JN”.


Para obter uma reacção a estas acusações, o JN contactou a A. Caetano e Silva, através dos três números de telemóvel de que dispõe, mas sem sucesso. Ainda assim, um dos equipamentos acabou por ser atendido por um homem, que se identificou como sendo o seu ex-companheiro. “Através deste, tentou marcar-se então uma reunião nos escritórios do Centro Comercial Sommer, com o objectivo de perceber como funcionava o negócio. Mas chegado ao local, o JN foi confrontado com várias pessoas que tinham escolhido a mesma tarde para reclamar dos prejuízos que, alegadamente, a 'banqueira' lhes provocou”, refere o jornal.
“Convenceu-me a assinar um reconhecimento de dívida e uma letra em branco, que lhe dá possibilidade de me executar os bens. E não sei dela. Mudou os números de contacto. Disseram-me na PSP que ela perdeu a dimensão ao negócio", adiantou um dos clientes, sob anonimato”.


A agência de depósitos e empréstimos, localizada no espaço 12, no primeiro andar daquelas galerias comerciais, encontra-se fechada e sem qualquer indicação do paradeiro da proprietária.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

Madoff vai cumprir pena na mesma penitenciária que Charles Ponzi

In "Jornal de Negócios Online":

Bernard Madoff será enviado para a penitenciária de Atlanta, onde começará a cumprir a pena de prisão de 150 anos a que foi condenado. O autor da maior fraude piramidal da história irá cumprir penamadoff_site na mesma prisão em que esteve Charles Ponzi, que deu nome ao esquema, também por si levado a cabo, adianta a CNN.


O antigo presidente da Nasdaq tinha pedido transferência para uma prisão de média segurança em Otisville em Nova Iorque mas foi transferido da prisão de alta segurança em Manhattan, onde esteve desde 12 de Março, para a prisão de média segurança de Atlanta.


O governo norte-americano documenta perdas de 13 mil milhões de dólares no fundo que Madoff dizia ter 65 mil milhões de dólares. O autor da fraude foi condenado à pena máxima, pelos 11 crimes de que foi acusado e não recorreu da sentença.

Actualização em 31-07-2009:

Madoff confessa-se admirado por não ter sido apanhado antes:

Antes de ouvir a sentença do tribunal de Manhattan, o gestor de Wall Street que protagonizou a maior fraude financeira da história confessou estar arrependido e pediu desculpa às vítimas presentes na sala de audiências. Ontem, na primeira entrevista que concedeu após ser condenado a 150 anos de prisão, Bernard Madoff não só voltou a admitir que vive com remorsos, como confessou estar surpreendido por o seu esquema em pirâmide - no valor de 65 mil milhões de dólares - não ter sido descoberto antes.


"Várias vezes encontrei-me com a Securities and Exchange Commission [autoridade de regulação dos mercados financeiros norte-americanos] e pensei: ?apanharam-me?", reconheceu o antigo presidente da bolsa tecnológica Nasdaq, durante uma conversa com dois advogados de São Francisco, segundo um relatório de imprensa divulgado ontem. O encontro, que durou quatro horas e meia, decorreu na prisão onde o norte-americano está a cumprir a pena, no estado da Carolina do Norte. "Estava muito arrependido, mas parecia saudável e estar a dar- -se bem", comentou um dos advogados.


A "surpresa" de Madoff não deve ter deixado a Securities and Exchange indiferente, uma vez que está a proceder a uma profunda auto-avaliação para perceber as razões que levaram o regulador a deixar passar em branco uma fraude gigantesca durante quase três décadas. As conclusões deverão ser divulgadas nas próximas semanas.


Os advogados, Joseph Cotchett e Nancy Fineman, que representam uma dezena de investidores vítimas da fraude, querem usar as declarações do gestor num processo contra Madoff, o irmão Peter e eventualmente alguns cúmplices. Condenado em Junho por fraude e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, Madoff só aceitou a entrevista após Cotchett ameaçar processar a mulher.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Roubini and Shiller Say Recession May Be Prolonged

On Bloomberg Radio's "Surveillance", Nouriel Roubini and Robert Shiller Discussed "Anemic" Recovery (Bloomberg News)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

In-Depth Look - Roubini On The Economy - Bloomberg

Interview and discussion with Nouriel Roubini of the New York University. He talks about home sale revenues, health-care reform, and currencies. (Bloomberg News)

Roubini: New Regulations "Go in the Right Direction," But Not Far

 
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