domingo, 2 de novembro de 2008

Governo avança com nacionalização do BPN

In "Jornal de Negócios":

O ministro das Finanças anunciou ao início da tarde a intenção de nacionalizar o Banco Português de Negócios.

No final de um Conselho de Ministros extraordinário, Fernando Teixeira dos Santos explicou que o Governo vai propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco Português de Negócios.
O Governo propõe que seja a Caixa Geral de Depósitos a ficar com a gestão do banco hoje gerido pela equipa de Miguel Cadilhe e que acumula perdas acumuladas próximas dos 700 milhões de euros.
Teixeira dos Santos justificou a intervenção com a situação "anómala" mas também "delicada" em que se encontra o BPN.
"O Governo viu-se obrigado a decidir propor hoje à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão perfeitamente seguros", declarou Teixeira dos Santos.
Teixeira dos Santos adiantou que o BPN será a partir de segunda-feira acompanhado no seu funcionamento por dois administradores do Banco de Portugal.
A gestão do BPN será entregue à Caixa Geral de Depósitos, encarregue de "gerir e apresentar um plano de desenvolvimento".
Questionado sobre o valor das perdas acumuladas, Teixeira dos Santos indicou que somam 700 milhões de euros, das quais, 360 milhões são associadas a operações com o Banco Insular, de Cabo Verde.
O ministro, que prestará, com o Governador do Banco de Portugal, mais informações sobre a proposta em conferência de imprensa hoje à tarde, frisou que o Banco Português de Negócios "tem vindo a ter problemas de liquidez" e apresenta "uma situação de iminente ruptura de pagamentos".
Teixeira dos Santos disse que o banco "não tem vindo a cumprir" com os rácios exigíveis de solvabilidade e que "um conjunto de perdas acumuladas fazem com que os capitais próprios se revelem negativos".
O ministro disse que as perdas acumuladas, que atingem os 700 milhões de euros, "tem a ver com o conjunto de operações que foram investigadas" nomeadamente, com o banco Insular, de Cabo Verde. Operações que, frisou Teixeira dos Santos, deram indícios de ilicitude e ilegalidade e que foram comunicadas à Procuradoria-Geral da República, que iniciou a investigação.
Considerando que a situação do BPN é "excepcional, delicada e anómala", o ministro das Finanças adiantou que aquele banco propôs ao Governo uma solução que foi rejeitada pelo executivo devido ao ónus que traria para os contribuintes.

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Teixeira dos Santos diz que os os clientes do BPN devem estar tranquilos.

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Banco de Portugal tem seis processos abertos ao BPN.

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Vítor Constâncio diz que várias notícias das últimas semanas na comunicação social contribuíram para a queda do Banco Português de Negócios.

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Governo recusou proposta de Cadilhe - A proposta apresentada pela administração de Miguel Cadilhe ao Governo seria pôr os contribuintes portugueses a suportar as perdas da instituição .

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Relacionamento do BPN com Banco Insular surpreendeu Banco de Portugal

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Estado mantém administração de Cadilhe mas nomeia Norberto Rosa e Pedro Cardoso que serão os dois administradores da Caixa Geral de Depósitos no BPN

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Accionistas do BPN poderão ser indemnizados pelo actual valor do banco

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BPN Nacionalizado

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Vítor Constâncio: "operações de centenas de milhões de euros do BPN eram clandestinas"

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BPN nacionalizado! - "associação de malfeitores"

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Em 2008-01-27:  BPN - sob suspeita - in Expresso

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A salvação dos canalhas.

O caso do BPN e os casos da supervisão bancária.

Actualização 4-11-2008:   Estado perderia 900 milhões com queda do BPN

A nacionalização

E não há ninguém preso? (Quantas falências de bancos houve em Portugal?) O que se passou no BPN é tão grave que, se se fizer justiça, há gente bem colocada que passará a ver o sol aos quadradinhos.

Actualização 5-11-2008:   Franquelim Alves apresenta demissão da Sociedade Lusa de Negócios

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1 comentário:

ana disse...

eu a pensar por o dinheirinho num Banco destes quando ganhar o Euromilhões :)

 
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