quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Caso BPN: Balcão em Aguiar da Beira é em antiga casa do pai de Dias Loureiro

In "DN Online":

aaaa

Nacionalização. "Só foi boa porque não estávamos a conceder crédito e agora a situação normalizou", admite fonte do banco
Os clientes do Banco Português de Negócios (BPN), no interior do País, estão a deixar vencer o prazo dos depósitos para depois efectuarem o levantamento das poupanças, apurou o DN. Entre os depósitos, estão aplicações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), e se no início houve "uma corrida para tentar o seu resgate, nesta altura as pessoas já perceberam que isso não é possível e terão que esperar", disse ao DN fonte oficial do banco. A excepção parece ser Aguiar da Beira, onde Dias Loureiro é presença assídua e terra onde a palavra "tem valor". Aqui "não houve corridas, apenas espanto".
A vila é, no interior do País, a maior praça do BPN. O banco ocupa a antiga casa do pai de Dias Loureiro e foi também aqui que abriu uma das primeiras sucursais. O pai de Loureiro faleceu e a casa é agora ocupada pela D. Miquinhas, a forma como na localidade se referem a Maria da Luz Loureiro, mãe do antigo ministro.
"Os mexericos correm mas não há corridas desesperadas ao banco", conta Fernando Andrade, actual presidente da câmara e que entre 1997 e 2005 teve Dias Loureiro como presidente da Assembleia Municipal. Desde que Loureiro esteve no governo tudo é novo: quartéis da GNR e dos bombeiros, câmara e biblioteca. O BPN "é o grande patrocinador da terra: ajudou na compra da carrinha da biblioteca, ambulâncias e até a misericórdia", afirma Manuel Dias, proprietário de um café na vila. Os familiares de Loureiro "são em grande número, mas mantém-se no recato. Confiam nele mas não gostam de falar disso", comenta um taxista com praça no concelho. Loureiro, nascido na vila, é figura grada e esse facto fez com que a carteira de clientes do banco seja "elevada, mas as pessoas estão serenas e informadas. Sabem que não vão perder os depósitos", conclui Andrade.
Já nos balcões de Viseu, o dinheiro "vai sendo levantado à medida que termina o prazo de carência dos depósitos", afirma a citada fonte. Para as empresas "emprestamos dinheiro e continuamos a fazê-lo", revela. A nacionalização "só foi boa porque não estávamos a conceder crédito e agora a situação normalizou. Os processos estão mais rápidos e as aprovações são em maior número. Antes havia falta de liquidez", contou a mesma fonte. A grande corrida "aconteceu quando surgiram as primeiras notícias. Tínhamos taxas elevadas e geríamos aplicações, muitas delas em obrigações da SLN. As pessoas bem as tentaram resgatar mas o contrato impedia". De acordo com a fonte ouvida pelo DN "já depois da cisão BPN/SLN esta última enviou um comunicado a afirmar isso mesmo". Quanto aos depósitos a prazo "depois de vencidos os particulares escolhem outro banco da praça". Também as empresas da SLN "têm no BPN o canal de venda e continuam com as mesmas condições como a Rentilusa".
Em Fornos de Algodres, onde o BPN apareceu ligado a transferências suspeitas oriundas dos Estados Unidos e que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária, "tem havido alguns levantamentos mas nada de substancial", diz uma fonte do balcão. Entre os que têm acorrido ao BPN "estão pequenos empresários com poucas somas depositadas, entre os dois e os 10 mil euros", adianta o bancário.
Apesar do corte umbilical entre banco e SLN, "as empresas detidas pelo BPN continuam à venda". Um dado importante. Em Viseu, o banco é dono da concessão automóvel mais antiga do país e de várias caves de vinhos. Emprega algumas centenas de pessoas e para essas "a dúvida do emprego mantém-se", conta um funcionário da Murganheira.

Ver:   Comissão de inquérito vai investigar gestão do BPN

José Oliveira e Costa, fundador do grupo Sociedade Lusa de Negócios, que integra o BPN, foi detido por suspeita de burla agravada e fraude fiscal

Sem comentários:

 
View My Stats